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Nossa como o dia hoje está lindo, o sol estava brilhante invadindo todo o quarto, levantei e andei até o sofá do quarto, sentei e fiquei olhando pela janela, era uma vista linda, lindas árvores, e um imenso jardim, como estávamos na primavera havia muitas borboletas naquele dia, fiquei sorrindo olhando para elas.
Senti meu celular vibrar, peguei ele com o um pouco de dúvida, será que era o Gustavo? Mas logo me lembrei que não chegamos a trocar os números, e aquela ilusão foi-se embora, liguei a tela e desbloqueei, quando abri a mensagem para minha surpresa era Gabi.
-Olá Ana, bom dia, espero que tenha gostado da festa. Fiquei muito feliz por ter ido, isso significou muito para mim. Gostaria de saber se depois que eu voltar de viajem poderíamos marcar algo? -Um sorriso apareceu em meu rosto enquanto lia aquela mensagem.
-Bom dia Gabi, fiquei muito feliz que me convidou, e lógico que podemos marcar algo, estarei ansiosa para nosso encontro.
- Então está bem, devo chegar nesta terça ai marcamos algo para quarta pode ser?
-pode sim. Estarei aguardando. Naquele momento parecia que eu tinha recuperado minha amiga, eu estava transbordando o dia não poderia começar melhor, tínhamos tantas coisas para conversar, meu celular vibrou novamente.
- Olá Ana - na parte superior da mensagem apareceu o nome Gustavo, um sorriso frouxo escapou. Não acredito que ele conseguiu meu número. Talvez tenha sido a Gabi que passou?
- Olá Gustavo -Será que ele iria falar algo do beijo, ou relacionado ? O celular vibrou novamente, o coração acelerou. -Dormiu bem? Será o que ele quer falar ? E pôquer eu estou tão nervosa, já tive tantas outras experiências como essa, deveria ser normal, mas algo lá no fundo me dizia que aquela pessoa não era qualquer uma.
- Dormi sim e você? -Naquela hora me deu uma vontade de perguntar quem havia passado o meu número para ele, mas ignorei era uma bobeira querer saber.
- Melhor impossível, gostaria de saber se gostaria de almoçar comigo hoje, aproveitar que ainda estou na cidade. Eu não estava preparada para aquele convite, e na hora pensei em recusar, por mais que aquilo estivesse me deixando nostálgica, ainda me sentia muito culpada com toda a situação que havia ocorrido no passado, depois da discussão naquele dia, Gabi nunca mais voltou em minha casa e depois de uma semana fiquei sabendo que ela ia se mudar. Após ela partir, foi a época que me senti mais só na escola, faltava alguns meses para a formatura, e como não tinha muitas outras amigas me aproximei ainda mais de Gustavo e meu sentimento por ele cresceu, mas nunca fomos mais nada além de amigos, apesar de ter acontecido algo a mais. Meus dedos digitaram enquanto eu ficava perdido no passado.
-Infelizmente não poderei ir já tenho um compromisso muito importante, quem sabe outro dia... Eu não poderia aceitar assim tão fácil e só queria encontrar ele depois que estivesse mais tranquila e absorvesse melhor. Interrompendo meus pensamentos meu celular vibrou novamente, era ele.
- Infelizmente só irei ficar aqui este fim de semana, não posso ficar muito tempo longe da empresa. Só vim por causa do casamento e tive esta maravilhosa surpresa em te encontrar.
Não ele não podia ir embora assim tão cedo, um desespero tomou conta de mim. Pensei que ele ficaria mais tempo. Depois de todos esses anos e é só isso, um único encontro, e eu burra tinha que ter falado que não poderia ver ele hoje. E agora o que eu faço? Ele tem que ficar mais tempo, ele não poderia ir embora sem nos ver novamente.
Com a mão um pouco tremula digitei, sem esperanças, mas torcendo por um milagre.
- Sério que pena, pensei que ficaria mais tempo aqui. – Naquela hora eu queria pedir para ele não ir e que eu poderia cancelar qualquer coisa para ver ele, mas aí já iria ser um exagero da minha parte. Ele rapidamente respondeu.
- Eu poderia ficar, só preciso do motivo certo. Nossa aquilo tinha sido bem direto, um sorriso apareceu em meus lábios, é, eu tinha ficado contente.
Parece que ele escutou meus pensamentos, mas agora eu tinha que falar alguma coisa para ele ficar. Como podia ele me afetar tanto depois de todo aquele tempo. Pensei mais um pouco e então respondi.
- Bom não sei qual é esse motivo que você está buscando, rs mas a partir de segunda estarei livre. - Isso já era alguma coisa. Não demorou nem um minuto e ele já me respondeu.
- Então na segunda um jantar, pode ser? Meu dedo já coçou pra responder sim sim sim sim.... Nossa parecia que eu estava voltando para adolescência.
- Pode ser. – Eu já estava quase tendo um ataque. Juntei as pernas e abracei-as com meus braços para tentar me acalmar um pouco. Sophi pulou no sofá e veio para mim miando, parecia que ela sabia o que estava acontecendo comigo. O celular vibrou novamente.
- Então te pego as sete. – Carinha piscando o que quer dizer isso? Será que vai ter mais beijo? Ai eu não podia perder o foco.
– Bom acho que uma carinha já basta, enviei um emoji. Acho melhor tomar um banho.
O quarto como era suíte havia um banheiro, fui até ele. Ele tinha um lindo azulejo branco com detalhes em cinza claro, uma linda pia com um arranjo de flores e um enorme espelho, havia uma ducha e uma banheira ao lado. Naquele momento acho que estava precisando me desperta então tomei uma ducha gelada. Saindo do banho me olhei no espelho, e comecei a reparar em minha boca e inconscientemente no beijo, toquei os meus lábios e me lembrei da cena, na mesma hora comecei a rejeitar aquilo.
- Vamos parar com isso Ana você está parecendo uma adolescente. Fui até meu quarto coloquei uma camiseta um short e chinelo, peguei Sophi no colo e me dirigi até a cozinha, ela era bem grande tinha um conceito aberto que dava visão para a sala de estar, havia uma ilha de mármore e um fogão no centro, os armários eram claro e uma enorme geladeira.
Fui direto nos armários, peguei uma tigela e depois de soltar Sophi coloquei cereais, deixei na ilha e peguei o leite na geladeira e coloquei um pouco de cada na tigela.
O cereal tinha ficado do jeitinho que eu gostava bem gelado, comi bem devagar para saborear. O telefone começou a tocar, me levantei e fui até ele. Estranho alguém ligar a essa hora.
- Alô
- Alô Ana, aqui é o Artu.
- Oi Artu, aconteceu alguma coisa.?
- Aconteceu não, é porque tô indo aí mas como não atendeu o celular liguei para o fixo para avisar.
- Tudo bem, não escutei ele chamar, quando você chegar devo estar na varanda de trás.
- Está bem, beijão daqui a pouco a gente se vê. - Beijo Artu.
Artu era um grande amigo, havia conhecido ele na faculdade, desde então nunca mas nos separamos. Eu dizia que ele era um tÍpico sedutor, todas as garotas caiam aos seus pés, tinha um lindo corpo olhos castanhos bem claros, cabelo preto liso, era bem alto é forte, um sorriso encantador com os lábios carnudos. Ele havia ficado com a maioria das mulheres da nossa turma, e eu lhe dizia que nunca me renderia aquele charme todo, acho que pelo fato de brincarmos tanto com isso nos tornamos tão amigos, e com o tempo acabei ajudando ele nas conquistas.
Não demorou muito e ele chegou. Eu estava sentada em um banquinho que ficava de frente para as flores. Enquanto vinha o sol batia em seu rosto e o deixava ainda mais bonito. Ele veio em minha direção me deu um forte abraço um beijo na testa, eu retribui cm um sorriso, e ele se sentou ao meu lado.
- Como foi ontem no casamento? Olhei pra ele e em seguida deitei em seu ombro, pensei nas palavras certas. - Então...foi muito bom revi a minha amiga e já marcamos um próximo encontro e a festa ficou linda, e encontrei um velho amor de adolescência .
Fiz uma pausa pensando se contava ou não que havia ficado com ele, bom ele era o meu melhor amigo não ia conseguir esconder isso dele por muito tempo. Então continue
– Eeeee no final da festa quando fomos nos despedir nos beijamos.
Senti que a respiração dele mudou, mas eu não queria ver a cara dele, eu que sempre me fiz de difícil e cedi assim tão fácil.
- E você? como se sentiu com isso? Fiquei surpresa com a pergunta, pensei que ele me daria um sermão.
- Bom para ser sincera estou bastante confusa com isso tudo ontem aconteceu muitas coisas ao mesmo tempo, ainda estou processando um pouco delas, fiquei muito feliz em rever minha amiga e poder falar com ela e depois vem o Gustavo.
- Hum então é esse o nome dele. - Sim, mas por quê?
- Nada, você só nunca tinha me falado, sabia que havia tido seu primeiro amor na escola ou algo do tipo e que você gostava muito dele, mas não sabia o nome.
- Pensei que já havia te falado, mas enfim acho que isso tudo me abalou muito.
Artu segurou em meu rosto e fez com que eu olhasse para ele.
- Ana eu sempre vou estar aqui e você sabe disso, essas coisas são normais em acontecer, são muitas lembranças ao mesmo tempo para digerir, logo você já estará lidando melhor com isso tudo. – sorri para ele e dei um abraço apertado, e ele retribuiu. Depois de mais alguns minutos de conversa entramos, e fomos pra a sala.
Ele sentou primeiro e eu deitei em seu colo para que ele mexesse em meu cabelo. Naquela hora lembrei que não havia dito do encontro com Gustavo que havíamos marcado, e que ele ficou na cidade só para isso. Preferi ficar calada.
- A gente poderia sair pra jantar hoje né? Já faz um tempo que não fazemos isso.
- Ele falou isso com a voz um pouco baixa.
- Verdade, só não podemos chegar muito tarde por que quero acordar cedo amanhã, para separar algumas peças para segunda – quando falei segunda lembrei na hora que tinha marcado um jantar com Gustavo para aquele dia, Artu percebeu que eu havia mudado o tom da voz.
- Aconteceu alguma coisa Ana? Olhei para ele e dei um sorriso.
- Nada não só pensei em algo aqui.
- E eu posso saber o que era?. – minha cara de espanto foi nítida, eu não queria contar para ele agora, apesar de sempre sermos muito amigos ele tinha um certo ciúmes comigo com essas coisas, acho que é como se ele fosse meu irmão, então queria falar só quando fosse algo sério.
- Não é nada não coisas do trabalho. – ele sabia que não era, mas não iria me forçar a falar.
- Hum entendi. – seu olhar parecia um pouco decepcionado, sabia que era outra coisa, mas eu não podia falar ainda para ele o que era. No jantar seria uma boa ocasião.
- Mas então onde vamos hoje? - Tentei mudar de assunto o clima já estava ficando um pouco estranho. Ele percebeu, mas não iria comentar sobre, então me deu um dos seus sorrisos de canto acariciou o meu cabelo e me respondeu.
- Bom poderíamos ir no nosso restaurante, o de sempre mesmo. – consenti com a cabeça. Levantei do sofá ajeitei o cabelo e fui em direção a cozinha.
- Vou fazer algo para comer já tá na hora do almoço, pode ser um macarrão? Ele consentiu com a cabeça e em seguida ligou a TV. Estava passando The Cats uma série de drama e ação que assistíamos juntos, o episódio era repetido então não dei muita atenção e continuei fazendo a comida.
De longe pude reparar que ele estava um pouco pensativo, será que era por causa do Gustavo? E já estava com ciúmes? Bom eu tinha que esquecer um pouco daquilo, já que Artu estava ali era melhor eu me distrair com outra coisa.
O macarrão estava quase pronto então coloquei os pratos na mesa e tirei uma bebida para fora. Assim que terminei de arrumar já peguei o macarrão coloquei em travessa e coloquei sobre a mesa com um molho de almôndegas.
-Artu já está pronto – chamei ele que continuava com a expressão de pensativo. Nos sentamos na mesa e não consegui me conter, tinha que falar alguma coisa.
-Está acontecendo algo? - ele olhou para mim um pouco sem jeito.
-Nada não, só estou pensando em algumas coisas, mas pode ficar despreocupada. - Deu um sorriso bobo ao final da frase, mas eu sabia que tinha algo de errado.
-Eu sei que tem algo de errado, te conheço, mas já que você não quer me falar eu não vou insistir. Ele parou e olhou fixamente em meus olhos como se estivesse escondendo algo, olhei para ele de volta com o olhar firme esperando que ele me contasse o que estava acontecendo, ele então se esquivou. Ahh isso não ia ficar assim o que ele estava me escondendo? Ele me contava tudo, e eu tudo para ele. Naquela hora me veio um sentimento de culpa, sim, eu também estava escondendo algo do meu melhor amigo, pensei em contar na hora para ele. Mas será que ele estava assim por causa do Gustavo? Então eu iria só piorar as coisas, era melhor contar só no jantar mesmo.
-Sabe Ana... - então ele parou e pensou um pouco mais nas palavras.
-Não melhor deixar isso para outra hora.
-Ué, mas porque você não pode falar agora, agora eu quero saber o que Artu. Ele ficou calado e começou a comer, vi que então aquele não era realmente o momento, ele costumava ficar de mau humor quando pressionado, comecei a comer também.
Sophi começou a miar e então me distraiu um pouco, dei mais algumas garfadas e me levantei para dar ração para ela. Voltando a mesa percebi que ele já estava um pouco menos preocupado com a conversa anterior então tentei distrair puxando outros assuntos.
-E como vai a Laura?- Laura era uma das paqueras de Artu, completamente apaixonada por ele, ele por outro lado não dava muita trela para ela, mas sempre saiam juntos. Ela era muito bonita uma morena alta de olhos verdes, seu cabelo era cacheado batia nos ombros, era alta quase do tamanho de Artu diferente de mim que ficava abaixo de seu ombro, ele achava isso muito engraçado, voltando a ela também era muito simpática sempre falava comigo nos lugares, apenas pelo fato de eu ser a melhor amiga dele, mas eu não me importava com isso.
Ele colocou os talheres no prato e me respondeu.
-Ela vai muito bem, ontem pedi um tempo para ela, não um tempo de namorado porque a gente não namora, é mais para tentarmos buscar coisas diferentes ela estava me sufocando um pouco. Minha reação de espanto foi nítida como assim ele pediu um tempo para ela, ele dizia que era sempre bom manter ela por perto em caso de "carência", isso significava em caso de tomar um fora, ela aumentava a moral dele ficando com ele.
-Como assim? Nunca imaginei ouvir isso de você, tem alguma coisa muito estranha acontecendo, será que finalmente seu coração foi fisgado? - dei um riso um pouco debochado. Ele sorriu de volta e balançou a cabeça. É a tenção finalmente tinha ido embora.
Me levantei da mesa e sorrindo e peguei os pratos para lavar ele levantou também para me ajudar. Colocamos as coisas na pia e enquanto eu lavava ele secava, ele falou algumas piadinhas enquanto secava, querendo me distrair eu ria igual uma boba, porque era sempre relacionada a pessoas baixas, eu sabia que era provocação.
-Você sabe que eu não sou baixa né? Você que é alto demais... Ele não resistiu caiu na gargalhada debochando ainda mais de mim. Fiz uma cara de séria mostrando que não estava mais achando engraçado, ele com uma cara de brincalhão, de surpresa me pegou no colo e comecei a gritar.
-Artu me coloca no chão agora, eu vou te socar.
-Nossa estou com muito medo de você Ana, pode tentar a vontade – nossa que raiva que me dá quando ele faz isso, então me deu uma mordida no braço aí que grite mais, e comecei a me debater.
-Está bem, está bem, você venceu Ana, vou te colocar no chão. Me descendo eu deslizei pelo seu braço musculosos e firmes, quando cheguei na direção de seu rosto ele parou, nossos olhares ficaram fixos um no outro, o que estava acontecendo? Meu coração acelerou os braços dele continuavam firmes, os meus estavam em torno de seu pescoço senti meu corpo ficando mais leve. A atração estava ficando mais forte, eu nunca tinha sentido aquilo com ele, isso não poderia estar acontecendo? Começamos a nos aproximar, fechei os meus olhos e sorri.
-Acho melhor você me colocar no chão agora né? - Abri os olhos e ele também estava sorrindo, ele terminou de me colocar no chão.
Tentamos ignorar o que tinha acabado de acontecer, nos afastando um pouco.
-Na próxima você não vai conseguir escapar de mim tão fácil assim não. - Ele falou brincando tentando melhorar o clima.
-Veremos, estou a cada dia mais forte. - Dei uma risada no final e ele riu junto comigo. É o clima já tinha melhorado e eu estava tentando entender o que tinha acabado de acontecer.
-Então Ana acho melhor eu já ir, mais tarde eu volto para te buscar para jantar.
-Está bem, você vai passar aqui qual horário?
-Acho que umas sete, pode ser? - deu uma piscada enquanto falava.
-Esta ótimo.- dei um sorriso para ele. Ele se virou e começou a andar para porta e eu o acompanhei, Sophi foi atrás e começou a se esfregar nele, ele a pegou no colo e fez carinho enquanto ia, na porta ele a soltou e nos despedimos.
-Tchau Ana até mais tarde, e vê se fica perto do celular. Meu deu um abraço e beijo na testa.
-Thau Artu, pode deixar – dei um riso e fechei a porta, e lembrei do meu celular, meu Deus!!! Eu fiquei longe dele esse tempo todo será que o Gustavo me mandou alguma coisa? Corri para o quarto e peguei meu celular, tinha ficado em cima da cama, Sophi me acompanhou miando, tinha três chamadas perdidas de Artu, e algumas mensagens, abri elas ansiosa, será que tinha alguma coisa do Gustavo? Para minha tristeza não tinha nada dele , apenas minha mãe perguntando como eu estava e outras menos interessantes. Espera ai, tinha uma de Gabi também, abri para ver o que era, era uma foto dela e Renato na praia, os dois ficaram lindos, mandei varias carinhas de apaixonada para os dois. Deixei o celular de lado e resolvi arrumar a casa para distrair um pouco de todos aqueles acontecimentos.