Capítulo 5 Encontros

Acordei com o som do meu despertador, era sete da manhã e segunda, o grande dia. Levantei fui ao banheiro e tomei uma bela ducha. Sai e coloquei um vestido longo e um salto, passei uma maquiagem e soltei o cabelo. Tomei um café bem rápido, coloquei um pouco de comida para Sophi e sai de casa. Peguei o meu carro e fui para loja.

Esse seria um longo dia. Chegando lá Júlia e Luísa, minhas funcionárias já me aguardavam.

-Bom dia meninas.

-Bom dia Ana- me responderam as duas. Abri as portas e entramos, minha loja era uma boutique o nome era Sunflower minha flor preferida, tinha o espaço feminino e masculino. Na parte do meio ficavam as peças que eu mesma desenhava e eram exclusivas, a frente era toda de vidro e tinha dois manequins. Minhas duas funcionárias iam sempre arrumadas era uma das exigências, mas eu disponibilizava algumas peças para elas. A loja era branca e tinha algumas flores pintadas ao fundo. O balcão era de madeira e branco e logo atrás ficava a porta para o meu escritório. Cheguei e fui direto para lá havia muita coisa para fazer, tinha que cuidar de algumas entregas, e confecções de algumas peças.

Não demorou muito e escutei alguns clientes chegando, e perguntando da nova coleção de verão a que eu ainda não tinha conseguido confeccionar nenhuma peça, comecei a ficar nervosa, eu sempre fazia as peças bem antes da estação chegar, e dessa vez não tinha nada ainda. Resolvi passar a tarde desenhando para que conseguisse ficar pronta a tempo. Na hora do almoço comi apenas um sanduíche e continuei a trabalhar, nem vi a hora passar. Quando me dei conta já passavam das cinco.

Corri para casa tomei um banho rápido e fui ver uma roupa, acabou que nem fiquei sabendo como a festa seria, mas estava tão cansada que não me preocupei muito, coloquei um vestido não muito curto preto, ele era aberto na frete, um pequeno decote, uma sandália não muito alta de salto fino, passei uma maquiagem leve e arrumei o cabelo, enfim, eu já estava pronta.

A campainha tocou, peguei meu celular e fui ver quem era, abri a porta e era ele, estava lindo, com uma blusa social com dois botões aberto, uma calça jeans escura e um sapatenis, é, acho que eu tinha acertado na minha roupa. Não parecíamos um casal indo para lugares opostos.

-Você está linda Ana. – deu um sorriso largo.

-Obrigada, você também está muito bonito. – sorri um pouco envergonhada.

-Podemos ir?- me perguntou com um sorriso.

-Claro- fechei a porta e sai. - ele colocou a mão e minha cintura me conduzindo até o carro, nossa só dele me encostar eu já arrepiava. Ele abriu a porta do carro para mim e entrei, deu uma corridinha e entrou também, sério que isso tava acontecendo? Eu finalmente estava saindo com ele, e por um momento me esqueci de todo o cansaço, só queria aproveitar.

-Como foi seu dia? – Deu uma olhada para mim. - Foi um pouco corrido, tinha algumas coisas para resolver na loja, e o seu como foi?

- Um pouco parecido com o seu. – deu um riso

- A casa do meu amigo fica pertinho daqui não vamos demorar muito para chegar.

- Está bem. Posso te fazer uma pergunta?

- Pode sim, fica a vontade. - olhou para mim um pouco curioso.

- Quem te passou meu número? - dei um riso sem graça, eu já estava querendo saber aquilo desde que ele me mandou a mensagem. Ele sorriu. Era uma pergunta boba.

- Então essa é uma história engraçada.

- Fique a vontade para contar. – ele olhou novamente para mim e inclinou um pouco a cabeça.

-Vou contar tudo do começo. Por que você deve estar curiosa para saber tudo né - deu um riso

- Primeiro quem me convidou para o casamento não foi Gabi. -A história já começou estranha, não tinha sido ela? Mas então lembrei que no dia do casamento quem chamou ele para me apresentar foi Renato. Ele continuou.

- Foi o Renato, nos conhecemos na faculdade e ficamos amigos, depois de alguns anos ele conheceu Gabi e começaram a namorar, no começo não sabia que era ela, a mesma Gabi do ensino médio, só quando já estava sério no conhecemos, e vi que era ela. Cheguei até a pergunta de você - eu olhei para ele, gostei de escutar aquilo sinal que ele depois de algum tempo ele ainda pensou em mim.

– ela falou que vocês já não se falavam a algum tempo, desde a escola, não entrei em detalhes sobre o assunto. Depois disso sempre nos encontrávamos por causa do Renato, e agora que eles iam se casar, ele disse que queria que eu conhecesse uma amiga de Gabi que ela falava que gostava muito e sentia saudades. Na hora pensei em você então aceitei.

A história realmente foi ao acaso, porém ele já sabia esse tempo todo que íamos nos encontrar, será que ele já tinha planejado o beijo também?

-Mas acredito que Gabi não sabia que era eu que ele iria apresentar para você!

Fiquei pensando como poderia ter sido diferente se eu soubesse que ele estaria lá

- Aconteceu alguma coisa?- me olhou preocupado.

- Nada não, pode continuar - sorri para tentar disfarçar. Ele continuou

- depois da nossa conversa na festa, que foi muito boa – sorriu para mim - não conseguimos trocar os números então pedi que Renato conseguisse para mim. Ele pediu Gabi e ela passou. Bom isso já esclarecia alguma coisa.

- Hum entendi, e eu esse tempo todo achei que quem tinha te convidado era ela. - sorri para ele.

- Acho que isso foi coisa do destino depois desse tempo todo nos reencontrar novamente- falou isso com o riso no rosto, bom eu não sabia se era só uma brincadeira ou tinha alguma verdade nisso.

- É pode ser, é muita coincidência- sorri ara ele. Ele colocou as mão sobre as minhas pernas e acariciou, naquele momento me lembrei de Artu, ele sempre fazia isso. E lentamente o sorriso foi sumindo de meu rosto.

-Pronto chegamos. Ele saiu do carro e atravessou rápido para abrir a porta para mim, então desci com cuidado. A casa era linda tinha dois andares era muito comprida tinha uma enorme garagem ao lado, a porta da frente era de madeira escura. Tocamos a companhia, e uma senhora nos atenderam de uniforme.

-Boa noite. Fiquem a vontade.

-Boa noite- falamos juntos e entramos, ele pegou em minha mão e entrelaçou os dedos no meu.

- Vamos é por aqui- sorriu ao me conduzir. A sala era enorme com uma decoração moderna e moveis enormes, nos dirigimos para o que parecia uma varanda lá havia mais umas dez pessoas, aquilo me assustou um pouco, quando chegamos eram um espaço enorme a iluminação estava um pouco fraca, deixando um clima confortável, no meio havia uma linda piscina, algumas mesas no canto e garçons servindo. Todos estavam com roupas não muito arrumadas, então eu não estava diferente. Gustavo me conduziu até algumas pessoas e cumprimentou, e eu junto com ele, fiz o mesmo.

-Esta é Ana. E Ana esses são Guilherme, Ricardo e Patrícias.

-Prazer - todos foram gentis e sorriram de volta, o garçom veio até nos e nos servimos com alguns drinques, na verdade eu queria algo para comer estava com muita fome só havia comido um sanduiche na hora do almoço. A coversa fluiu muito bem, me enturmei rápido e Patrícia era uma pessoa muito boa, me contou de todos seus projetos de caridade e quão animada estava para ir fazer um trabalho voluntario fora do país, Gustavo ficou o tempo todo ao meu lado e sempre me olhava para saber se eu precisava de alguma coisa, estava sendo muito atencioso. Uma hora me peguei observando ele enquanto ria com seus amigos, quando ele olhou para mim disfarçadamente olhei para o lado.

A festa estava sendo muito boa, já havia conseguido comer algo e a fome já não estava mais tanta. Pensei em Artu me dando broncas, dizendo que eu não podia ficar tanto tempo sem comer. Balancei a cabeça para esquecer aquilo.

- Ana vamos ao toalete comigo? – Patrícia me chamou com um sorriso.

-Claro – saltei a mão de Gustavo, ele olhou para mim para ver onde estava indo.

-Vou ir no toalete com Patrícia e já volto- ele assentiu com a cabeça. Indo para lá pude observar a casa por dentro realmente era linda, estava encantada, Patrícia me guiou até o banheiro.

-Então Ana está gostando da festa. – me perguntou retocando o batom.

-Estou sim, confesso que no começo estava com um pouco preocupada, mas agora não mais.- Ela sorriu.

-Parece que o Gustavo gosta de você – fui pega de surpresa. Ela deu uma olhada de canto. Parecia que queria saber mais alguma coisa.

- Vocês estão tento algo? –perguntou sem olhar para mim, porque ela queria saber daquilo? Era um pouco inconveniente, apesar de ter conversado um pouco, achava inadequado. E eu já havia percebido algumas olhadas dela para ele, mas achei que não era nada demais, agora já estava entendendo o motivo dela ter me chamado aqui.

-Bom não gosto de falar muitos dessas coisas assim acho um pouco intimo- dei um riso.

-Sim entendo, claro você esta certa me desculpa – o olhar de decepção dela foi claro.

-Não imagina sem problemas. Retornamos para o lado de fora, chegando la peguei a mão de Gustavo, ela tinha que entender que ele já estava comigo, não sei por que fiz aquilo acho que foi o ciúmes. Nossa ciúmes, eu estava ficando louca.

Ele olhou para mim enquanto entrelaçava os dedos nos dele, sorriu e me deu um leve beijo na testa, nossa aquilo tinha sido reconfortante. Patrícia pelo contrario não parecia ter gostado muito. Mas não me importei. Ela não demorou muito e se retirou dali. A conversa fluía entre todos muito bem, conversamos sobre tudo dei muitas gargalhadas, Guilherme era muito engraçado parecia ter saído de um filme de comedia. Gustavo foi para trás de mim e me abraçou, nossa como foi bom, seus braços eram fortes e acolhedores, dei um sorriso para ele que me beijou perto dos ouvidos.

-Espero que esteja gostando da noite- Sussurrou em meu ouvido.

-Estou adorando – sorri para ele. Seus amigos perceberam que estava começando a rolar um clima por ali e então se retiraram.

-Melhor a gente se retirar não queremos fazer o papel de vela – Guilherme falou enquanto saia andando, e Ricardo junto com ele. É, agora só era nos dois, ele virou e pegou em minha mão.

-Vamos nos sentar ali, você já deve estar cansada de ficar em pé. Consenti com a cabeça e nos dirigimos para um banquinho que ficava perto de algumas flores o lugar era mais escuro e confortável. Nos sentamos, ele pós os braços em volta de mim.

-Você vai ficar na cidade até que dia? – perguntei, mas tinha medo da resposta, la no fundo queria que ele ficasse mais tempo, ainda tínhamos tantas coisas para conversar.

-Eu queria ficar a semana inteira mais acho que vou ter que voltar mais cedo para resolver algumas questões da empresa. – minha cara de decepção foi nítida.

- Por quê? Você queria que eu ficasse mais tempo?- brincou mexendo em meu cabelo. Eu ri para ele.

-Bom eu não iria me incomodar. – dei uma virada nos olhos. Ele me surpreendeu.

-Desculpa Ana eu não consigo resistir- segurou meu rosto com uma das mãos e me beijou. Nossa acho que estava esperando por isso a noite toda. Minha mão deslizou pelo seu cabelo, que era tão macio. Ele deu uma leve mordida em meus lábios, aquilo provoca muitas sessões dei um sorriso enquanto nos beijávamos, ele acariciou o meu rosto. Aquilo estava sendo muito bom e a noite estava sendo perfeita tirando Patrícia que estava de olho nele também. O beijou estava ficando mais intenso nossos corpos estavam um contra o outro sentia seu peito contra o meu. Nossa aquilo realmente estava aumentando a temperatura. Suas mãos desceram pelas minhas coxas e eu as retornei para minha cintura. Pude perceber que ele riu. E eu também. Um barulho de estouro nos despertou, e nos afastamos, era um champanhe que haviam aberto para comemora. Olhei para ele curiosa.

-Nem me lembrei de perguntar qual o motivo da festa, estão comemorando o que?

-É como uma inauguração da casa nova - ele sorriu.

Bem que eu percebi que ela estava tão novinha.

- E quem é o dono? – perguntei curiosa, ele apontou para o Guilherme.

- Nossa e eu esse tempo todo conversando com vocês e nem sabia que ele era o dono - ele sorriu da minha frase e eu junto. Senti suas mãos em meu rosto novamente, ele me beijou bem lentamente, segurou meu rosto com as duas mãos, essa festa estava ótima, sorri pensando comigo. Entre alguns beijos escutei alguém me chamar. Quem poderia ser? Me virei e dei de cara com Leila que parecia ter acabado de chegar, como ela viu que era eu? Me ajeitei no banco, enquanto ela vinha até mim.

-Oi Leila – falei um pouco surpresa.

-Oi prima – deu uma olhada para Gustavo.

-Gustavo essa daqui é minha prima Leila, Leila esse é o Gustavo.- os dois deram as mão e Leila um sorrisinho um pouco sarcástico.

-Nossa que coincidência encontrar você por aqui, ainda não tinha te visto - Disparou ela. E eu também com certeza não sabia que ela estava ali.

-Eu digo o mesmo, como veio parar aqui? – Gustavo se aproximou um pouco mais de mim, acho que queria deixar claro que estava tendo algo entre nós, mas o beijo já tinha sido o suficiente.

-Um amigo me chamou – Eu sabia que era mais que amigo. Apontou para o Guilherme, foi aí que percebi que era ele que estava com ela no carro no dia que eu estava com Artu, apesar de não ter visto direito tinha certeza e ele tinha me visto quase beijando ele. Meu Deus fiquei um pouco pensativa. Calma, acho que eu estou me precipitando demais.

-Atah- Dei um sorriso para ela. Que encarava Gustavo. Parecia estar analisando ele. Então o abracei para ela entender que era melhor se retirar.

-Foi bom te encontrar aqui Ana, mas acho melhor a gente conversar depois, você parece ocupada. – Deu um sorriso debochado, e se retirou. Eu não me importei e Gustavo havia gostado daquela demonstração de afeto na frente dela. Olhou para mim e sorriu. Abraçando-me mais forte e me virando para ele. A noite estava ótima, porém já era tarde, dei uma olhada no relógio e já eram mais de uma da manhã.

-Acho que já está ficando tarde de mais.

-Poxa a noite está tão boa. – falou com a voz um pouco triste.

-Esta sim, mais infelizmente eu tenho muitas coisas para resolver amanhã. Ele olhou para mim balançando com a cabeça.

-Claro, vou te levar em casa, você tem razão e eu também tenho uma reunião amanhã cedo. Despedimos de algumas pessoas e no fim de Guilherme e Leila, que estavam grudados.

-Nossa vocês já vão? – Leila me deu um abraço e sorriu para mim. Guilherme repetiu dela.

Passamos pela sala e saímos, ele de mãos dadas comigo, diferente do casamento que sempre manteve a mão em minha cintura, agora só andava de mãos dadas, eu gostava disso. Nos dirigimos para o carro e ele abriu a porta para mim, e fomos para minha casa, confesso que estava um pouco alterada não deveria ter bebido tanto, aquilo estava me deixando um pouco sonolenta, e acabei adormecendo.

- Ana, chegamos- me despertou com uma voz bem calma. Eu estava um pouco sonolenta ainda. Retirei o cinto, ele desceu do carro e abriu a porta para mim, eu mal estava conseguindo ficar em pé, então ele me pegou nos braços e me retirou do carro me levando no colo, eu estava muito cansada para recusar, coloquei meu braços em torno de seu pescoço, quando chegou na porta ele pegou a chave que estava em minha mão e abriu.

-Obrigada - eu agradeci com a voz baixa.

-Onde fica seu quarto- perguntou com a voz bem calma.

-Não precisa se incomodar- ele me deu uma olhada e eu entendi.

-Fica a direita no corredor depois da sala. Ele entrou comigo ja fechando os olhos, Sophi ouviu o barulho e foi atrás, chegando no quarto ele me colocou no cama e me cobriu, e se despediu dando um beijo em minha testa eu apenas sorri, estava sem forças, Sophi deitou-se do meu lado. Então adormeci.

                         

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