Capítulo 2 Verdades secretas

Rose está desesperada, ela tenta acordar Adam de toda forma, mas não obtém resposta. Ela consegue raciocinar e pega seu celular para chamar uma ambulância. Em seguida, ela manda uma mensagem para Erick, contando o que aconteceu. Alguns instantes depois, Erick e Mike entram correndo no quarto, seguidos por Melissa e Charlotte.

- Rose, ele acordou? (Perguntou Mike, preocupado com seu melhor amigo).

- Não, eu tentei acordá-lo, mas ele não reage. E parece que a respiração dele está fraca.

- Já ligou para pedir uma ambulância? (Questionou Erick).

- Sim, eu liguei. E já era para terem chegado, o hospital fica a 20 minutos daqui.

- Não vamos esperar mais, meu carro está lá fora, vamos levá-lo. Erick, me ajude a carregá-lo. Rose, pegue os documentos dele, devem estar em alguma dessas gavetas. ( Disse ele, apontando para a cômoda).

- Melissa e Charlotte, avisem a direção da faculdade, por favor.

Assim que Mike e Erick estão prestes a carregar Adam, eles ouvem o barulho da sirene.

- Eles chegaram! (Disse Rose, aliviada).

- Na mesma hora, os paramédicos entram no quarto. Colocam Adam na maca e examinam sua pulsação.

- Ele está bem? (Perguntou Mike para um dos paramédicos).

- Temos que levá-lo rapidamente, tudo indica que foi um mal súbito. A respiração está fraca e os batimentos irregulares. Quem de vocês vai acompanhá-lo na ambulância?

- Rose, você vai na ambulância. Erick e eu iremos de carro, logo atrás.

Rose assentiu com a cabeça, concordando.

Eles foram para o hospital.

*Já no hospital*

Faz 1h que Adam foi levado para a sala de exames. Ele havia recobrado os sentidos a caminho do hospital. Após mais 20 minutos, o médico vai até a sala de espera para dar notícias.

- Bom dia! Quem de vocês é parente de Adam Spencer?

- Nós somos amigos dele (Disse Mike).

- Certo. Fizemos alguns exames e o resultado é de que ele teve um mal súbito, causado por estresse e sobrecarga emocional.

- Mas ele vai ficar bem? (Rose perguntou).

- Se ele se cuidar, sim. O resultado do exame de sangue ficará pronto em uma semana. Como ele está um pouco fraco, vamos liberá-lo amanhã cedo, hoje ele ficará em observação.

*3 dias depois, em um hotel da cidade*

Alice estava em um quarto de hotel que ela tinha alugado. Faz três dias que ela voltou para a cidade e ninguém sabe ainda, por enquanto, ela pega seu celular e digita um número na tela.

"- Alô?" (Voz no telefone).

- Oi vovô... Sou eu!

"- Alice? É você mesmo? Onde você está?"

- Estou perto.

"- Está perto? Acho que eu mereço uma resposta melhor que essa, mocinha."

- Sim, merece. Mas por enquanto, essa será a única resposta que o senhor vai ter. Nos encontraremos logo. (Alice hesitou antes de perguntar) - Como o senhor está?

"- Furioso! Mas feliz por saber que você está de volta e está bem. Você vai ter que me explicar o motivo desse sumiço, eu sei que não foi apenas pela morte de seus pais, você não me engana."

- E o Adam, como ele está?

"- Cada vez pior! Sábado ele foi levado para o hospital, ele desmaiou no quarto dele na faculdade. Seus amigos o acompanharam.

Alice coloca a mão sobre a boca, com lágrimas nos olhos.

- Meu Deus! Mas o que ele tinha?

"- Ele teve um mal súbito, ele não anda muito bem desde que você foi embora... Hoje à noite ele vai para o apartamento de vocês, vá vê-lo. É uma ordem."

*Mais tarde*

Alice está parada no corredor, em frente à porta de seu apartamento. Ela hesita, ainda sem coragem. Mas a saudade e a vontade de rever o amor de sua vida é maior. Ela aperta a campainha.

* Passos atrás da porta *

Adam abre a porta, sem perguntar quem é. Ao ver Alice em sua frente, ele paralisa. Eles ficam se olhando por longos 60 segundos, quando finalmente Adam consegue reagir, com um movimento rápido, ele puxa Alice contra seu corpo para abraçá-la. Com o pé, ele fecha a porta.

- Você está aqui! Senti tanto a sua falta. (Disse Adam, com a voz falhando).

- Adam... Me perdoe!

Adam volta à realidade, ele se afasta dela. Com o olhar cheio de raiva e tristeza, ele pergunta:

- Por que? Por que fez isso comigo?

- Eu precisei ir, Adam.

- Precisou ir? É só isso que tem a me dizer?

- Eu fiquei perdida, Adam. Eu perdi meus pais, eu precisava de um tempo. (Disse ela, omitindo a verdade).

- Pare de mentir! Todos temos traumas, Alice. Algo a superar. Eu estava lá por você, eu poderia ter te ajudado, ter lutado com você. (Diz Adam, gritando).

Alice está de pé, na frente dele. Ela está com as mãos em seu rosto, escondendo as lágrimas que insistem em cair, enquanto Adam coloca toda sua raiva para fora. Ele continua:

- Olhe no que você me transformou, eu nem me reconheço mais. Você partiu a droga do meu coração, então não venha me dizer que foi embora porque estava perdida, eu te conheço e eu não acredito nessa desculpa.

- Você não entende... (Sussurrou ela).

- Então me explica. Eu quero a verdade, não estou pedindo muito, eu mereço isso. Por que, Alice? Por que foi embora sem mais nem menos? Por que você... (Adam é interrompido).

- Para proteger você! (Disse ela, de uma vez só).

Adam olha para ela, confuso.

- Me proteger? Mas do que você está falando?

- Você não queria a verdade? Essa é a verdade, Adam. Foi tudo por você! Eu fui embora porque não suportaria te perder também. Porque eu não me perdoaria... Se algo ruim acontecesse com você.

Adam se senta no sofá, com a cabeça apoiada em seus braços.

- Essa tua história está cada vez mais absurda! (Disse ele, sem entender).

- Eu descobri algo, que não era para ninguém saber.

- O que? E o que eu tenho a ver com esta história?

- Tudo a ver! Mas primeiro, eu quero que entenda, Adam... Que eu não te deixei porque eu quis, as circunstâncias me obrigaram a isso. Acredite, eu não tive escolha.

Adam olha nos olhos dela, buscando algum sinal de mentira, mas nada... Ele faz um barulho com a garganta e diz:

- Pode começar, desde o começo.

- É uma longa história!

- Sim, eu sei. Mas adivinha... Eu tenho a noite toda!

Alice se senta no sofá, de frente para o Adam. Ela começa a falar:

- A morte dos meus pais, não foi um acidente... Eles foram assassinados.

Adam arregala os olhos, com o que acabou de ouvir.

- O quê? Mas... (Ele não consegue terminar).

- O helicóptero deles foi sabotado. Depois de algumas investigações, eu confirmei isso.

- Eu sinto muito! (Disse Adam, chocado).

Alice assentiu com a cabeça e desviou o olhar, continuando com sua explicação.

- Minhas investigações não pararam por aí, quanto mais eu cavava, mais coisas eu descobria. Eu queria achar o responsável pela morte deles. Foi aí que eu descobri que a empresa dos meus pais, age secretamente em um projeto.

Adam levanta uma sobrancelha, esperando que ela continue.

- Era um projeto para tentar acabar com a corrupção, em todos os nichos, e acabar principalmente com o trabalho escravo que algumas empresas estão praticando em países pobres. Por um descuido, meu pai deixou sua assinatura em um documento, e isso acabou com tudo. Assassiná-los, foi o jeito que encontraram de continuarem cometendo esses crimes.

Adam está em silêncio.

- Depois de um tempo, alguém disse ao cabeça por trás disso, que pretendiam me colocar para assumir a empresa. Eu iria assumir e continuar com esse projeto sem que ninguém soubesse, Adam. Ele não fazia ideia que eu estava a par de tudo, até ele lembrar que eu sou uma hacker. Claro que ele desconfiou, uma Hacker assumindo uma empresa desse porte? Estaria tudo perdido. Foi aí que ele me procurou naquela manhã em que você foi fazer um seminário na cidade vizinha.

- Por isso você não me atendia. (Disse ele, entendendo tudo).

- Sim. Ele me ameaçou. Disse que se eu não me afastasse da empresa, você teria o mesmo fim que meus pais tiveram. Eu fiquei apavorada, então decidi obedecê-lo.

Adam se levanta do sofá, visivelmente abalado com essa história. Ele está perto da janela, de costas para Alice que continua falando.

- Resolvi sair de cena nesse mesmo dia, e te manter a salvo de toda essa sujeira. Eu continuei invadindo os sistemas dessas empresas, colhendo cada vez mais provas, para que assim eu pudesse dar início ao meu plano. Desde o dia que saí daqui, a primeira imagem que vem à minha cabeça quando eu acordo, é o rosto daquele maldito, repetidamente, todo santo dia.

- Você disse que ele lembrou o que você fazia e que me ameaçou, por quê? Eu o conheço?

- Sim. (Disse Alice, com hesitação).

- Quem é? (Adam perguntou, se virando para ela).

Alice já tinha contado coisas demais a ele, sua reação ao descobrir quem está por trás disso colocaria tudo a perder. Mas se ela não contasse, não recuperaria a confiança de Adam. Então, ela responde:

- George Norton... Seu padrasto.

            
            

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