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Já é sábado à noite, depois do jantar que Alice organizou na noite anterior para seu avô, chegou o dia de reencontrar seus amigos. Adam está sentado na sala, esperando Alice se arrumar.
- Ali, você está pronta?
- Ainda não, eu nem me maquiei. Espere mais um pouco, é rápido.
Adam se levantou e foi até o quarto. Alice estava na frente do espelho passando batom. Ele se aproximou.
- Você sabe que não precisa de muito para ficar linda, né? (Disse ele, encostando o quadril na penteadeira).
- Só está falando isso porque está com pressa.
- É, também. Mas você sabe que estou falando sério. A gente só vai num barzinho, você está perfeita. Agora... Larga toda essa maquiagem aí e vamos logo, o pessoal tá esperando.
- Argh! Tá bom, vamos!
Rose, Mike, Erick, Melissa e Charlotte estão esperando-os, sentados numa mesa no fundo do bar.
- Está nervosa? Sua mão está gelada. (Adam perguntou)
- Um pouco.
- Não se preocupe, eles estão ansiosos para te ver.
Rose avista os dois chegando e acena com a mão. Alice e Adam vão em direção à eles.
- Finalmente chegaram! (Disse Rose).
Adam se sentou, quando Alice ia fazer o mesmo, Rose a impediu.
- Não tão rápido, mocinha. Não vai nem me dar um abraço? Acho que eu mereço, depois de tanta preocupação.
- Claro, Rose! (Alice disse, puxando sua amiga para um abraço)
Rose sussurrou:
- Senti sua falta.
Alice apenas sorriu.
- E nós? Também temos direito a um abraço deste? (Perguntou Erick).
Alice sorriu e foi em direção aos outros para um abraço coletivo. Alice sentou-se ao lado de Adam.
- Bom, vou pedir uma rodada. Precisamos comemorar a volta dessa deusa.
- Pra mim não, obrigada! (Disse Alice).
Erick levantou uma sobrancelha, olhando nos olhos de Alice.
- Ora, parece que nossa amiga voltou meio careta. Mas eu não aceito essa desfeita, você vai beber com a gente. (Erick foi até o balcão, sem dar tempo para uma resposta).
Um tempo depois, todos estavam bebendo ao redor da mesa. Alice estava em seu primeiro copo de whisky, enquanto os outros já estavam indo para o terceiro. Ela virou o copo e tomou sua bebida em um só gole, se levantou e disse:
- Eu preciso ir ao banheiro, já volto.
Chegando no banheiro, Alice foi até a pia, apoiou as duas mãos sobre a bancada e abaixou a cabeça respirando fundo. Ela ficou assim por um bom tempo, de repente seu celular vibra. É uma mensagem.
Número desconhecido? (Perguntou-se).
"Você está jogando um jogo perigoso. Pare enquanto é cedo!"
Alice rapidamente apagou a mensagem.
- Não posso arriscar deixar essa mensagem aqui e o Adam ler, ele ficaria louco.
Alice estava falando sozinha, quando ouviu o barulho da porta batendo forte. Rose entra.
Alice dá um pulo, assustada.
- Rose! Você me assustou!
- Você estava demorando, então eu vim ver o que aconteceu.
- Como pode ver, não aconteceu nada. Eu já estou voltando. (Disse Alice, molhando suas mãos e passando em seu pescoço).
- Até quando vai continuar nos evitando?
- Eu não sei do que você está falando.
- Ah, conta outra . Nem parece você na minha frente.
Alice ergueu uma sobrancelha olhando para Rosa, se virou e encostou o quadril na bancada, com os braços cruzados.
- Não entendi.
- Você está meio fria. O jeito que você olha para as pessoas, como se todos fossem seus inimigos. Eu só quero entender o que está acontecendo. Por que foi embora?
Alice pensa por um instante, ela não pode contar a verdade.
- Eu só precisava de um tempo sozinha, tudo o que aconteceu foi demais pra mim, eu estava perdida e essa foi a única solução que me veio à mente.
- Nós estávamos aqui para te ajudar, mas eu entendo. Só quero que saiba que você não está só, somos sua família agora e não vamos te abandonar.
- Eu... Obrigada Rose! Eu tenho sorte por ter vocês. Perdão por ter preocupado a todos, mas foi necessário eu ir embora.
- Tudo bem, agora você está aqui, não? É isso que importa.
Depois de um tempo, as duas saem do banheiro e voltam para a mesa. Todos já estão alterados. Rose ligou para seu namorado ir buscá-la, Charlotte e Melissa chamaram um táxi para voltar para o campus enquanto Mike voltou com Adam e Alice, já que moravam perto.
Adam logo caiu no sono, Alice aproveitou para trabalhar um pouco. Ela sentou-se em sua escrivaninha, em frente ao seu notebook e pegou seu pen drive que ela usava como colar. Nele, estavam todas as provas que ela conseguiu para derrubar George Norton.
- Falta pouco! Eu só preciso dele aqui pra eu começar o espetáculo.
Adam acorda, ele olha para o lado e não vê Alice, mas ouve um barulho vindo da cozinha. Uns minutos depois, Alice aparece com uma xícara de café na mão e alguns biscoitos.
- Parece que está se tornando um hábito eu trazer seu café na cama. Bom dia!
- Bom dia! Obrigado, você é a melhor.
Adam terminou seu café. Alice começou a arrumar o quarto.
- Eu espero que você esteja disposto hoje, está calor e eu queria ir na sorveteria de tarde.
- O seu pedido é uma ordem! (Disse Adam, fazendo uma saudação com as mãos).
*Segunda-feira*
Alice estava se arrumando, sua primeira apresentação seria logo de manhã. Adam iria à tarde.
- Tem certeza de que não quer que eu te leve? (Perguntou Adam).
- Não precisa, sua apresentação é só à tarde e eu não quero que fique esperando. Além do mais, eu quero caminhar um pouco.
- Só não quero que tenha que escutar os comentários maldosos. Você sabe, as pessoas falam.
Alice se aproximou de Adam e tocou seu rosto.
- Eu vou ficar bem, não se preocupe. Sabe que eu não dou a mínima para o que dizem.
- Você finge que não dá, mas no fundo eu sei que te machuca. Você só não quer mostrar, sempre foi assim, desde a época da escola.
Alice deu um beijo em Adam e saiu do apartamento.
Estava no meio do caminho, perto do Le café, quando de repente sente que alguém a segue, ela para e olha ao seu redor, um homem de terno preto a observa de longe. Alice acelera o passo, assustada, ela está a poucos minutos da universidade. Ela passa por algumas ruas e logo avista a entrada do campus. O homem continua a seguindo, mas desiste quando Alice esbarra em alguém.
- Alice? Foi mal, eu não te vi. Você está bem? Parece assustada.
- Eu não... (Alice não consegue terminar a frase, ela olha ao seu redor assustada, não há ninguém).
- Você está bem? Onde está o Adam?
- Adam? Eu não sei, quero dizer, ele vem mais tarde, Mike.
- O que aconteceu pra você estar nesse estado?
- Nada! Acho que estou um pouco ansiosa.
- Vem, eu vou te levar pra dentro.
Mike não acreditou nem um pouco na desculpa que Alice deu. Ele a acompanhou até a entrada de sua sala e se despediu, indo em direção à sala de descanso.
Alice acabou de apresentar seu último trabalho, ela pega seu notebook, o coloca em sua bolsa e sai rapidamente da sala. Ela ainda está assustada com o que aconteceu de manhã e sai apressada para a saída. Adam a espera, encostado contra a parede.
- Ei! Mas onde é que você pensa que vai?(Pergunta Adam, a segurando pelos braços).
- Eu? Eu... estava indo embora.
- Nós vamos juntos, o carro está no estacionamento. Vem!
- Por que está aqui a essa hora?
- Eu queria te acompanhar de volta para casa.
Alice está sentada no sofá da sala, com um livro na mão. Ela evitou Adam durante todo o trajeto de volta e ele preferiu começar a conversa em casa. Adam a observa de longe, ele então, se aproxima dela e se senta na mesinha de centro de frente para ela.
- Tá legal, você vai me contar agora mesmo o que aconteceu esta manhã. Mike me ligou dizendo que você chegou apavorada no campus. (Disse, retirando o livro da mão dela e o colocando de lado).
- Eu já expliquei o que aconteceu, eu estava um pouco ansiosa com as apresentações.
- Sabe que para o nosso relacionamento voltar a ser como era antes, você tem que parar de esconder as coisas.
Alice hesita.
- Não foi nada, pensei ter visto alguém me seguindo, mas não tinha ninguém.
- Certeza?
- Sim.
Adam se contenta com a resposta.
- Olha, eu estive pensando... depois que recebermos os resultados dos trabalhos, podemos viajar. Eu pensei em irmos pro chalé da minha mãe. Vai ser bom pra gente, esquecer um pouco esses problemas. O que acha?(Disse Adam, sentando-se ao lado de Alice e a abraçando).
- Ficar sozinha com você, naquele chalé maravilhoso? Me parece uma ótima ideia.
- Não pensei que aceitaria tão rápido. (Disse Adam, sorrindo).
- Ah! Eu não sou tão difícil assim.
Ele sorriu para ela.
*Uma semana depois*
- Adam, estou pronta! Vamos?
- Vamos, minha mala já está no carro. (Adam pegou a mala de Alice, ela trancou a porta e os dois saíram do apartamento).
Os dois entram no carro, prontos para irem para o chalé. Quando ele dá partida, seu celular toca. O celular está preso em um suporte à sua frente, ele aceita a chamada e ativa o viva voz.
- Pois não?
*-Bom dia! Eu falo com Adam Spencer?*
- Sim, sou eu.
*- Eu sou assistente do doutor que te atendeu no hospital há uns dias. O resultado do seu exame de sangue está pronto, pode vir pegá-lo quando quiser.*
- Ah sim, claro! Eu não estou muito longe, passo para pegar em alguns minutos. Obrigado!
Adam desliga.
- Exame de sangue?(Perguntou Alice).
- Sim, eu fiz quando eu fui hospitalizado.
- Ah, sim. Meu avô me contou. Fiquei tão preocupada.
- Não deve ser nada.
Eles chegaram no hospital e foram até a sala do médico. O doutor pediu para eles se sentarem e entregou o resultado para Adam que o abriu e leu.
- O que significa essa "Causa não determinada"? (Perguntou Adam).
- Significa que encontramos em seu sangue, resíduos de uma substância desconhecida, ela fez seu coração sofrer oscilações, em estados menos graves com pouco tempo de consumo, causa desmaios, tonturas e nos casos mais graves, causa uma parada cardíaca e consequentemente a morte.
- Mas... Como assim? Eu não ingeri nada disso.
- Suponho que essa substância esteja em algum medicamento que você consome.
- O único medicamento que eu consumo é um calmante. Eu comecei a tomar há uns 2 meses.
Alice olhou para Adam e segurou suas mãos.
- Sabe me dizer o nome desse remédio?(Perguntou o Doutor).
- Na verdade não, é um frasco amarelo. Ele foi manipulado em um laboratório, eu não me lembro.
- Foi indicado por um especialista?
- Não, foi meu padrasto que me...(Adam paralisa, entendendo a situação)
- Seu padrasto? George se encarregou de encomendar esse remédio?(Questionou Alice).
- Sim, foi ele. Na época eu não quis passar com um Psicólogo para controlar minhas crises de estresse e ele logo se ofereceu dizendo que um amigo fabricava alguns calmantes.
- Desgraçado! (Disse Alice com raiva).
- Eu sugiro que pare imediatamente de consumir esse remédio, se continuar a tomá-lo você pode morrer. Essa substância vai enfraquecendo o coração aos poucos. (Disse o Doutor).
- Claro! Obrigado doutor.
Adam e Alice saíram da sala, foram até o estacionamento e seguiram viagem.
*Já no Chalé*
- Eu não acredito, aquele louco tentou me matar. (Disse Adam).
Alice se aproximou, envolvendo o rosto dele com suas mãos.
- Eu prometo, eu vou fazê-lo pagar por tudo. Ele não vai se sair bem dessa história. E pensar que você poderia estar morto agora...
- Mas não estou, e eu vou te ajudar a pôr um fim nisso. Só precisamos saber quando eles voltam de viagem e eu vou fazer o que for preciso pra manter minha mãe longe e a salvo.
Adam decide ligar para sua mãe para saber como ela está e perguntar de sua volta. Depois de um tempo ele desliga.
- Eles voltam em duas semanas, é exatamente o que nos resta de folga.
- Ótimo, já tenho tudo pronto. Podemos aproveitar esses dias e nos acalmar. Ele não imagina o que aguarda.