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THÉO ZANINI
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Estava vivendo no automático até conhecer Vivian. Vivi como ela me permitiu chamá-la. Nosso segundo encontro foi uma noite bastante animada, incluindo o incidente com o pequeno Juliano o que de certa forma me ajudou a me aproximar um pouco mais de Vivian.
Ao fim da noite tive o prazer de ter provado seus lábios o que já valeu qualquer transtorno que tenha acontecido, e eu sei que não vamos ficar apenas no beijo. Tenho planos para Vivian, ela mal pode esperar para descobrir quais são.
Em breve teremos um novo encontro onde meu desejo é desvendar quem é a mulher Vivian Motta, pois a mãe sei que é dedicada e preocupada com seu filho. Acredito que eu também seria um bom pai, se tivesse filhos, mas como não os tenho ainda cada paciente para mim é como se fosse um filho pra mim, e não seria diferente com Juliano. Um garoto esperto que pelo que pude notar adora aprontar.
Fui casado com Lidiane por três anos, e ser mãe nunca se tornou uma prioridade para ela, já que dizia que iria deformar seu corpo, o que não é verdade. O corpo da mulher tende a mudar após uma gestação, mas isso nunca será uma deformação. Tentei explicar várias vezes a Lidi sobre essa questão, porém nunca chegávamos a um consenso então nosso casamento no último ano desgastou a ponto de não suportarmos mais e a única opção ser a separação.
Desde então nossas brigas tem sido por causa do divórcio. Ela não quer assinar por achar que ainda temos chances de uma reconciliação. Mas essa não acontecerá. Até pouco tempo tínhamos um acordo de sexo casual quando nos convêm, mas não estamos exatamente em um relacionamento, e ela sabe disso. Ainda assim continua dificultando minha vida sobre essa questão, já que para ela a divisão de bens não seria justa. Confesso que algumas vezes já pensei na possibilidade de abrir mão do apartamento em que ela vive e passar o imóvel de uma vez para o nome dela para que ela assine o divórcio, mas por outro lado penso que não devo abrir mão de uma conquista minha por um capricho de Lidiane. Afinal passei muitas noites em claro para juntar o valor da compra daquele apartamento. Quando nos separamos eu a deixei lá por achar que seria melhor assim, porém o tempo foi passando, e nossa relação se complicando cada vez mais. Hora estávamos transando feito coelhos, enquanto em outros momentos apenas brigávamos sem chegar a nenhuma conclusão.
Nos últimos meses tem sido assim nossa relação de amor e ódio. Mas desde que meus olhos encontraram os de Vivian pela primeira vez naquele hospital estou me sentindo como um adolescente que acabará de encontrar sua primeira namorada e está descobrindo o que é o amor.
É assim que me sinto perto dela. Leve, como se meus problemas ficassem pequenos diante daquela mulher.
∞∞∞∞
Depois do evento de inauguração da pista de skate não tive mais oportunidades de encontrar Vivian pessoalmente. Passamos a nos falar quase que diariamente pelo celular, mas não era a mesma coisa, o meu desejo era reencontrá-la e beijá-la. Naquela sexta feira meu plantão estava quase chegando ao fim. Era início da noite quando liguei para Vivian, eu precisava vê-la, queria marcar um novo encontro. Depois de alguns toques sua voz doce atendeu meu coração já ficou acelerado só de ouvi-la.
- Vivian aqui é o Théo estou te ligando para saber se você aceita sair pra jantar comigo essa noite?
- Théo é um prazer falar com você
Novamente. Mas acho que não vai rolar.
- Ah não Vivi, por favor. Por favorzinho aceita vai. Nunca te pedi nada. - faço uma charme porque já descobri que ele quase nunca resisti, escutei sua gargalhada do outro lado da linha o que me fez sorrir também sem nem mesmo me dar conta. Não tenho medo de parecer um bobo apaixonado por ela.
- Dr. Théo que coisa feia mentir. Nunca me pediu nada não foi?
- Tudo bem eu confesso, talvez tenha pedido. - acabo rindo de minhas próprias palavras. Então continuo - Mas agora é sério para de fugir de mim Vivian poxa. Desde nosso último encontro só consigo falar com você por telefone. Quero ver você. Aceita!
- Tudo bem, aceito, assim você me deixa até sem argumentos para recusar qualquer convite.
- Ótimo! É assim que se fala. Passo que horas na sua casa pra te pegar? Às 20:00 horas tá tudo bem pra você?
- Pode ser às 21:00 horas?
- Combinado então, às 21:00 horas estarei estacionando em frente ao seu prédio.
- Ok. Combinado. Espero você na hora marcada. Théo só mais uma coisa.
- Tudo o que você quiser.
- Eu sou pontual, tudo bem pra você.
- Tudo maravilhoso. Na hora combinada estarei lá. Pode esperar.
Depois de todo esse papo sobre pontualidade, falamos mais algumas amenidades e nos despedimos. Ainda faltavam algumas horas para o nosso encontro, mas eu já não via a hora do relógio correr para que eu pudesse ter Vivian novamente em meus braços. Se ela pensa que hoje será apenas um beijo ela não perde por esperar. Vou proporcionar a ela somente a primeira de muitas noites inesquecíveis em sua vida.
Eu quero essa mulher para mim, sei que ainda está tudo recente, ainda assim sinto que ela tem algo especial, como se seu corpo fosse como um ima e meu corpo e mente fosse atraído por ela. E se tem uma coisa que não faço é entrar num jogo se não for pra ganhar. E você vai ser minha Vivian, ou não me chamo Théo Zannini.
∞∞∞∞
Às horas se arrastaram e eu não aguentava mais de tanta ansiedade. Sai do hospital e fui pra casa, ou melhor, pro apê do Beto já que era que estava morando lá desde que havia me separado de Lidiane.
Tomei um banho e comecei a me preparar para o meu encontro com Vivi. Fiz a barba, usei meu perfume preferido, peguei meu relógio e jaquetas para completar o visual. Mal podia esperar para estar junto com ela essa noite, hoje seriamos apenas nós dois. Não que a presença de Juliano me incomodasse, pelo contrário, mas hoje o programa será para adultos. E quero fazer dessa noite, uma noite especial para ela.
Na hora marcada eu já a aguardava em frente ao condomínio que ela morava, e como ela havia dito sobre ser pontual não queria arriscar. Ah vi se aproximando do carro e ela estava deslumbrante. Enquanto eu me deliciava com aquela visão perdi até noção de quanto tempo estávamos ali parados. Ela então quebrou aquele silêncio que se fez entre nós.
- Boa noite doutor Théo.
Nesse momento abri a porta do carro para que ela entrasse então a cumprimentei com um beijo em sua mão.
- Boa noite Vivian. Você está linda. – ouvir ela me chamando de doutor mesmo sem pensar era algo tão sensual que precisava me segurar para não a agarrar ali mesmo. Vivian agradeceu o elogio e perguntou para onde iríamos.
- Obrigada. Mas então para onde vamos Théo?
- Pra onde você quiser. É só dizer que eu te levo. - aquela não era somente uma resposta, mas uma frase com milhões de significados.
- Achei que já tinha algo em mente, afinal me convidou para jantar ou o convite era outro? - ela me olhou desconfiada.
- Sim, vamos jantar. O que me diz de irmos ao shopping da Gávea e depois emendamos ao cinema ou teatro? - ia sugerindo enquanto me acomodava no banco do motorista.
- Por mim está ótimo. Vamos?
- Então vamos lá!
Liguei o carro e saímos para em direção ao desconhecido. Na verdade não tão desconhecido assim pra mim, claro que eu queria impressioná-la e queria sim que a nossa noite fosse inesquecível. Talvez assim as chances de repetir momentos entre nós dois seriam grandes e eu realmente estava empenhado para que isso acontecesse.
Chegamos ao shopping e como combinado primeiro fomos jantar. Escolhi um local aconchegante para nós. Conversamos bastante, Vivi me contou sobre como era sua rotina, seu trabalho, sua vida. Fiz o mesmo contando para ela um pouco de como era minha vida, claro que acabamos esbarrando no assunto Lidiane. Eu não queria esconder nada dela. Não mais do que o necessário. Mas era importante ela saber o porquê de repente eu não a levar até minha casa ou algo assim. Vivian ouvia tudo atentamente. Normalmente não sou de beber quando não estou de folga do hospital mais era uma noite especial então pedi uma taça de vinho para ambos, conversamos um pouco mais, realmente Vivian não estava brincando com o fato de ser bem falante, ela estava alegre, era espontânea, tinha um sorriso fácil e contagiante.
Após o jantar ela escolheu que iriamos ao cinema. Vivian sugeriu que fossemos assistir a comédia em cartaz e eu não neguei. Comprei os ingressos e as pipocas e entramos na sala de exibição. A noite estava sendo maravilhosa ao lado dela até conseguia esquecer dos meus problemas pessoais. Quando o filme acabou já era bem tarde, mesmo assim não queria me despedir dela. Não queria deixa-la.
Antes de leva-la de volta para casa, no caminho parei no calçadão e tirei os sapatos, ela fez o mesmo se desfazendo das sandálias de salto... Entrelaçamos nossas mãos e fomos para a areia contemplar o mar.
- Vivi posso te falar uma coisa que fiquei a noite toda pensando?
- Claro. Do que se trata? - sua voz em expectativa me deixava ainda mais ansioso sobre o que viria depois.
- Se eu pudesse fazer um pedido ao universo iria pedir para o tempo parar, só pra gente poder ficar juntos por mais tempo.
- Uauh doutor. Que romântico, por essa eu não esperava.
- Ah Vivi não fala assim não. Quando você me chama de doutor me deixa louco.
- Doutor, quanta ousadia.
- E você provoca. Desse jeito eu vou te agarrar.
- Agarra doutor delícia. Agarra!
Nem precisava pedir duas vezes. Meu corpo apenas atendeu o seu pedido. Meus braços em volta do seu corpo era prova de que tudo que eu falava era o que estava sentindo. Não demorou para que a beijasse, foi um beijo intenso, e tão explosivo quanto o primeiro. Era como se houvesse uma conexão única entre nós.
O beijo foi cessando aos poucos, quando não havia mais fôlego. O vento gelado batia em nossos corpos, fazendo a se encolher cada vez mais no meu abraço. Já não aguentava mais em expectativa então resolvi arriscar e fiz o pedido.
- Vivian quer namorar comigo? Aceita ser minha namorada?
Ela se afastou um pouco de mim, como se assimilasse as palavras. Era como se não acreditasse no que eu dizia.
- Ah Théo para de brincadeira vai.
- Não estou brincando é sério. Aceita ser namorar comigo? - refiz o pedido mais uma vez.
- E porque eu?
- E porque não você? - rebati a pergunta.
- Ah, sei lá Théo. Eu tenho uma vida tão corrida. É o trabalho, tenho meu filho, meus pais, são tantas coisas pra dar conta. Um relacionamento sério? Não sei. Somos tão diferentes. Você é um homem maravilhoso, incrível, lindo. Tem suas preocupações lá com seus pacientes, você mesmo disse que tem dias que mal tem tempo pra comer um sanduiche vai ter tempo pra se dedicar a um relacionamento? E comigo? Com tanta mulher mais interessante por aí, que aliás devem estar pegando senha pra ficar com o doutor delícia.
- Para Vivian. Você falou, falou, falou mais nenhuma dessas justificativas são relevantes pra não aceitar meu pedido. Diga que não quer e pronto.
- E se eu disser que quero?
- Não brinca comigo.
- Se você me disser que pode lidar comigo doutor eu aceito. Mas já vou avisando que não vai ser nada fácil. Sou uma mulher complicada.
- "Complicada e perfeitinha" como aquela música dos anos 90?
- Completamente, exatamente como na música. - ela não aguentou e começou a rir alto do que eu havia dito.
Seu sorriso refletia em mim. Mas então ela se deu conta das palavras e percebeu que eu não estava brincando, então ela questionou mais uma vez dessa vez sua voz mudou para um tom mais sério.
- Você tem certeza que é isso mesmo que você quer Théo? Que eu seja sua namorada?
- Eu não só quero. Como eu tenho certeza. E se não me engano o cara lá da música também não desistiu da sua amada, assim como eu não vou desistir de você. Sei que parece que foi ontem que nos conhecemos e que talvez esteja tudo indo rápido, mas quero que saiba que não paro de pensar em você desde a primeira vez que te vi e depois daquele encontro maluco na pista de skate, do nosso beijo, das nossas conversas por telefone, da sua companhia essa noite, eu não quero mais adiar esse momento. Entende? - depois de absorver o impacto das minhas palavras ela acenou positivamente e sussurrou.
- Sim, eu aceito. Aceito ser sua namorada.
Selamos nosso momento com beijos e mais beijos. Já passava era quase uma hora da manhã, quando ela olhou o relógio e se assustou. Entendi que precisávamos ir embora. Então fizemos o mesmo caminho anterior de volta para o carro.
Estacionei mais uma vez em frente ao prédio em que Vivian morava. Então passamos ali algum tempo nos despedindo, trocando palavras de carinho e algumas carícias.
- Você me chamou de que lá na praia? Doutor delícia?
- Sim, foi sem querer. Porque não gostou? - o olhar dela para mim despertava todos os meus desejos, mas eu sabia que ainda não era hora de irmos além dos beijos, Vivian havia aceitado meu pedido de namoro e eu precisava me concentrar em conquistá-la, deixa-la segura ao meu lado. Seu questionamento de o porquê escolhe-la como namorada não me saia da cabeça. - Desculpa, foi sem querer. - ela tentava se justificar um tanto sem graça.
- Bom, na verdade eu adorei! Quero me chame assim mais vezes, principalmente quando estivemos a sós se é que você me entende.
- Todo assanhadinho doutor? Está querendo me seduzir? - ela questiona sorrindo.
- É tudo o que quero. Quero te seduzir. Quero você!
- Oh! Sim senhor, doutor delícia. Meu doutor delícia!
- Seu. Só seu.
Nos beijamos mais uma vez então ela se foi. Aquela foi umas das melhores noites da minha vida nos últimos tempos. Naquele momento nada me deixaria mais feliz do que poder levá-la ao meu apartamento e passarmos a noite juntos. Claro que existem vários motéis na cidade, que até iremos visitar e conhecer, mais nada se compara, afinal é tudo tão impessoal. Porém essa não é uma opção no momento. Quero muito seduzi-la e ter Vivian na cama, em meus braços, mas não vou pressiona-la a nada. Quero que o sexo entre nós aconteça naturalmente e tenho certeza que será maravilhoso. Não vai ser fácil esperar caso ela tenha alguma paranoia sexual, mas ainda assim eu esperarei. Esperarei o tempo que for por ela... Para tê-la entregue por completo em meus braços.
∞ ♥ ∞