Capítulo 4 TERCEIRO CAPÍTULO

THÉO

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Minha vida amorosa estava indo muito bem obrigada desde que Vivian e eu começamos a namorar, mas por outro lado os problemas não pararam. Principalmente quando eles envolviam minha ex-esposa Lidiane Mathias.

É claro que eu não queria ter saído do meu apartamento. Um imóvel que passei tanto tempo juntando meu suado dinheiro para poder comprar. Escolhi a melhor localização, de frente para o mar, assim como cada detalhe que há dentro dele. Não poupei um centavo se quer. Todas as minhas economias investi naquele imóvel antes mesmo de conhecer Lidiane Mathias. Então quando me casei com Lidi a levei para morar no apartamento comigo. Mas quando não havia mais como salvar meu casamento tive que tomar uma difícil decisão e eu não colocaria Lidiane na rua, apesar de tudo ela foi minha esposa por três anos, não seria justo com ela, mas eu sei que também não seria justo comigo permanecer no mesmo ambiente que ela, mesmo dormindo no quarto de hospedes, quarto esse que era para ser do nosso filho. Se tivéssemos um.

Um ano após o nosso casamento Lidiane disse que não queria ter filhos, que não iria estragar seu corpo por causa de uma gestação. Claro que muitas vezes eu tentei argumentar e achei que com o tempo ela fosse aceitar e mudar de ideia, mais esse assunto que pra mim era tão importante foi se transformando em motivos para brigas e mais brigas. Em uma de nossas discussões ela até prometeu que ia mudar que estava pronta e que seria a melhor mãe do mundo. Eu acreditei. Um bobo apaixonado por ela e encantado com a possibilidade de ser pai até acreditei que ela estava sendo sincera.

Ela havia prometido parar com os anticoncepcionais e chegou a jogar todos fora no banheiro da nossa suíte na minha frente. Aquela noite transamos como dois animais selvagens. Não fui nada carinhoso, mas ela gostava do meu modo bruto. Na manhã seguinte as marcas das unhas dela estava por toda a extensão das minhas costas, e eu também cheguei a ver algumas marcas que havia deixado naquela diaba loira. Porém nenhuma mentira dura para sempre. Então duas semanas depois descobri que ela não havia parado os comprimidos, na verdade ela só os tomava escondido e guardava a cartela num local que ela achava que eu não encontraria.

Lidi havia saído para trabalhar e fiquei dormindo, descansando do plantão da noite anterior quando acordei assustado com o alarme do celular, percebi que estava atrasado para voltar para o hospital mais ainda estava com muito sono, então fui direto para o banheiro tomar banho e tentar despertar. Foi quando tropecei na roupa suja e esbarrei e quase derrubando o espelho, consegui segurar e ao tentar colocar no lugar habitual vi que havia algo estranho atrás do objeto, pois ele não estava encaixando na parede, foi quando me aproximei para arrumar e pude ver nitidamente era uma cartela de comprimidos que estava colada lá e pelo número de pílulas que faltava eu logo deduzi que estava sendo enganado novamente. Aquela pra mim foi à gota d'água no meu relacionamento com Lidiane.

Fiz o que tinha que fazer, tomei meu banho, me vesti, sai de casa, peguei meu carro e fui para o trabalho. Foi um dia de merda no hospital, muitos pacientes e eu não tinha a mínima condição de atendê-los. Estava completamente sem foco. Minha mente vagava entre o que iria fazer da minha vida pessoal e o que seria do meu casamento. Uma coisa eu tinha certeza, aquela situação não podia mais ficar como estava, iria pedir o divórcio. E eu não via a hora de me encontrar com Lidiane. Não parei de pensar em como eu estava sendo feito de trouxa por aquela diaba loira.

Cheguei em casa muito puto da vida. Assim que a vi ela logo percebeu que havia algo errado então tentou me persuadir e até me seduzir mais eu estava com sangue nos olhos, nada me faria mudar de ideia naquele momento. Depois de uma calorosa briga resolvi sair de casa, deixei que ela ficasse no apartamento até encontrar um novo lugar para morar. E desde então estou dividindo apartamento com meu amigo Beto.

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Três meses após minha separação Lidiane disse que não tinha pra onde ir e que não queria deixar o apartamento. Eu disse a ela que o apartamento era meu e eu queria o divórcio. Estava carente e meu corpo necessitava de sexo e mais uma vez ela me enrolou. Fomos para cama, mas pra mim era apenas sexo. Não nutria nenhum sentimento por ela aquela noite pude perceber que o nosso casamento realmente tinha chegado ao fim e não havia nada que pudesse nos unir novamente. Nem mesmo um filho seria capaz de tal proeza àquela altura do campeonato.

E assim minha relação com Lidi se tornou meramente casual. Sexo por sexo. Estava cansado de tantas brigas e discussões. Deixei que ela ficasse no apartamento o tempo que quisesse mais dessa vez era diferente eu já não queira mais ter que dividir espaço com Beto ou com quem quer que fosse. Eu quero o meu apê de volta. Queria o meu espaço, aquele que conquistei com tanto suor. Estava decidido a entrar na justiça se fosse preciso para que Lidiane deixasse o imóvel.

Minha cabeça fervilhava de problemas, mas ao mesmo tempo eu estava feliz. Afinal parecia que minha vida daria um novo rumo após a chegada de uma certa morena que fez meu coração bater mais forte novamente.

Vivian chegou de mansinho com jeito tímida que seduz sem nem ao menos se dar conta. Ela se mostrou uma mãe protetora, e eu a admiro por isso. Sei que pode parecer loucura ou eu esteja projetando nela algo que não tive nem mesmo a oportunidade de construir, mas sei que não é só isso, não apenas isso.

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VIVIAN

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Théo havia me pedido em namoro e eu mal podia acreditar em tal proposta. Eu estava prestes a entrar em um novo relacionamento, e ele merecia tudo de mim. Merecia que me entrega-se por inteiro, mas como fazer isso depois de tanto tempo sem ter um compromisso sério com alguém?

Depois que Juliano nasceu eu não me permiti a me relacionar com mais ninguém, não nesse nível. Claro que mantinha a lista de contatinhos atualizada, mas era só prazer, os encontros aconteciam e depois cada um ia para o seu lado, sem laços ou amarras, mesmo que alguns deles insistissem para que houvesse mais. Porém desde o início deixava claro minha posição. Porque não conseguia fazer o mesmo com Théo. Porque eu não conseguia dizer não a ele? E porque eu já me sentia tão envolvida em tão pouco tempo?

Nossa! Eram tantas perguntas que rondavam minha mente que eu mal podia pensar em todas as respostas para tantos questionamentos, e será que haviam respostas? E foi assim com a mente pirando que acordei depois de uma noite mal dormida após aquele pedido.

Na manhã seguinte fui pro trabalho, Juliano estava de férias escolares e por isso teria que ir para a loja com meus pais por alguns dias, eu o buscaria ao final das tardes quando saísse do trabalho. Aquela seria nossa rotina por alguns longos dias já que não dava pra viajar ou coisa assim, o jeito era tentar se divertir com meu filho criando outras programações.

Pela manhã Théo havia enviado mensagens de bom dia e outras dizendo que estava com saudades, mas que não podíamos nos encontrar aquela noite por conta de mais um plantão no hospital. Meu sorriso era inevitável ao lembrar do Dr. Delícia, mas logo ficava triste ao pensar como era complicado estar com ele apesar de entender e apoiar seu amor pela medicina.

Como não podia estar com Théo e tinha um filho entediado em casa resmungando para as paredes resolvi deixa-lo feliz levando-o novamente a pista de skate que ele tanto gostava. Fiquei lá sentada olhando meu filho se divertir e ao mesmo tempo não conseguia esquecer que aquele foi o lugar que me aproximou de Théo, lembrei de tudo que já passamos juntos, do pote de sorvete dividido, dos jantares, dos beijos... Confesso que estava viajando na maionese quando me assusto com Juliano na minha frente dizendo estar com fome e querendo ir embora. Nossa eu realmente perdi a noção da hora, comecei a rir de mim mesma. Olhei para os lados e visualizei uma pizzaria, não que eu fosse de comer bobagem todos os dias, mas eu realmente estava afim de algo diferente. Juliano e eu atravessamos e fomos comer pizza. É claro que ele estava adorando aquele passeio.

Nossa noite foi tranquila e agradável, depois da pizza voltamos para casa. Meu filho tomou seu banho e foi dormir feliz, e eu também estava feliz por ele. Fui para o meu quarto e antes de dormir verifiquei as mensagens em meu celular. Théo havia me mandado algumas mensagens dizendo que estava indo para casa e desejando boa noite. Meu sorriso voltou aos meus lábios quase instantaneamente só de pensar nele. Enviei algumas mensagens de volta desejando boa noite e dizendo o quanto o amava. Essa rotina louca que muitas vezes nos aproxima ou nos afasta só faz com que os sentimentos aflorem cada vez mais entre nós. Estou apaixonada e não posso negar.

Eu queria ir com calma nessa relação, afinal sei o quanto posso ser ciumenta e insegura, e sempre acabo estragando as coisas, mas Théo não permitiu quando tentei argumentar acabamos tendo uma pequena D.R. Acho que aquela havia sido nossa primeira discussão.

Enquanto estava na praça com Juliano fiquei pensando e relembrando meus momentos com Théo, mas principalmente em suas palavras do dia anterior quando fui fazer uma visitinha para ele no hospital. Estávamos os dois literalmente escondidos no almoxarifado cercados de documentos e outros materiais, aquela situação era tão doida quanto engraçada e ao mesmo tempo conseguimos ter uma discussão sobre o nosso relacionamento.

- Vivian meu amor você não quer assumir o nosso namoro é isso?

- Claro que eu quero Théo, não é isso. Espera deixa eu tentar explicar direito.

- Não tem nada pra explicar Vivi, somos adultos, ou queremos ficar juntos ou não. Simples assim.

- E se daqui a uma semana você achar que foi um erro e não querer mais ser meu namorado? - ele quebra a distância que havia entre nós então responde.

- Vivian Motta não existe a menor possibilidade disso acontecer e sabe porquê?

Balanço a cabeça negando e ele continua...

- Porque estou apaixonado por você. Te quero como nunca quis outra mulher você entendeu? - ele acariciava meu rosto enquanto dizia tais palavras, minhas pernas já estavam bambas tamanha nossa proximidade, Théo me deixava desconcertada.

- Théo eu sou ciumenta e insegura, não quero estragar tudo com meus medos.

- E eu sou possessivo e controlador, ninguém é perfeito meu amor, nós só temos que aprender a lidar com nossos "defeitos" e tentar fazer com que os mesmos não atrapalhem nossas vidas.

- Nossa Théo você sempre me deixa sem palavras. O que posso dizer depois disso? - só de olhar para ele e sentir toda aquela certeza vinda dele em relação a nós deixava meu coração quente e o sorriso logo transbordava em mim.

- Primeiro pode dizer que vai largar de bobagem e vai assumir nosso relacionamento pra todo mundo, principalmente seus pais e o Julinho. E depois vem aqui me beijar porque não aguento mais de saudades dessa boca gostosa.

- Hummmmm, pedindo assim com jeitinho Dr. Delícia eu beijo sim, beijo muito...

- Não me provoca Vivi, que a gente não sai dessa sala tão cedo.

Théo me deixa tão desnorteada, que começo a agir sem pensar. Ele havia me dito que teria que cobrir um colega no plantão e não poderia me ver aquela noite então resolvi fazer uma surpresa indo até ele no hospital. Àquela hora não devia estar tão movimentado e eu ainda tinha algum tempo antes de ir buscar Juliano, mas pôr fim a surpreendida fui eu quando ele me praticamente me arrastou para aquele almoxarifado evitando que fossemos pegos no flagra por um de seus amigos médico enquanto nos agarrávamos em seu consultório.

Confesso que vê-lo no modo médico me deixou com pensamentos insanos e que eu não via a hora de realizar. Será que ele atenderia meus desejos? Humm...

Depois do nosso pequeno momento D.R nos beijamos muito e eu quase perdi a hora se não fosse pelo fato do nome de Théo ter sido chamado no auto falante do hospital talvez tivéssemos feito algumas loucuras naquele lugar. Acabamos nos despedindo depois de mais alguns beijos, eu precisava ir embora e Théo precisava voltar ao trabalho.

Eu nem mesmo conseguia mais disfarçar o sorriso bobo estampado em minha cara, ontem mesmo quando cheguei à loja para pegar meu filho resolvi contar logo de uma vez aos meus pais que estava namorando. Meu pai ficou um tanto desconfiado, claro ele não queria que eu sofresse novamente por causa de um romance. Já minha mãe ficou toda animada, disse que marcaria um jantar para conhecerem Théo, e disse o quanto estava feliz por mim abrir novamente meu coração para o amor. Eles questionaram sobre contar a Juliano, mas eu disse que queria fazer sozinha com ele, essa era uma conversa que eu preciso ter com meu filho a sós, afinal ele nunca havia me visto com nenhum namorado antes, e mesmo nos meus relacionamentos passageiros antes de conhecer Théo eu jamais havia deixado que ele me visse com alguém ou criasse expectativas. Eu estava tensa com aquela conversa, mas no fundo acreditava que Juliano aceitaria meu namoro com Théo.

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Era mais um dia na rotina dos Motta, meus pais haviam ido trabalhar, eu iria para o trabalho somente na parte da tarde, aquele dia fiquei responsável por fazer o almoço da família. Nunca fui muito prendada na cozinha, faço o básico, mais nada que uns congelados para nos salvar de vez em quando. Enquanto esquentava a lasanha no forno fiquei pensando em sobre os gostos de Théo, será que ele comia de tudo, será que malhava para manter aquele corpo. Lembrei que quando saímos para jantar ele pareceu apreciar uma comida do tipo mais saudável, no entanto eu mal tive tempo de reparar em qualquer outra coisa que não fosse o próprio Théo Zannini, o meu doutor delícia. Nossa só de pensar nele já fiquei com água na boca, e não era de comida não, na verdade eu quero provar outras coisas com o doutor.

Julinho ainda dormia, então aproveitei para tomar um café da manhã tranquila, claro que minha primeira ação foi visualizar meu celular para conferir as mensagens, mas não havia nada do meu namorado. Será que ele ainda estava dormindo? Bom talvez estivesse já que realmente estava cedo e se eu não tivesse tantas coisas para fazer também iria aproveitar para ficar na cama até um pouco mais tarde.

Depois do café pego meu laptop para organizar meus compromissos pelos próximos dias, sim eu gosto de controle, e poder organizar minha vida profissional realmente era algo que me deixava animada e tranquila já que conseguia ter o controle sobre meu tempo livre para curtir minha família e meu namorado. Ou pelo menos eu tinha a ilusão de que era assim. Organizei minha agenda, acertei mais alguns detalhes profissionais. Já eram por volta das 10:00 da manhã quando me assusto com Juliano entrando na cozinha pedindo seu café da manhã.

Coloquei o café de Juliano e tentava entrar no assunto com ele, mas meu filho era esperto, acabei sendo surpreendida por ele quando eu achava que teríamos uma conversa tensa e depois contaria a novidade.

- Julinho amor, sabe o que vamos ter pra almoçar hoje?

- O que mãe?

- Lasanha! Huum...

- Mãe porque fez lasanha pra gente?

- Porque eu gosto e você também gosta ou não gosta mais?

- Ah mãe eu adoro lasanha, não dá pra competir né?

- É verdade. Não dá pra competir.

- Mas mãe você sabe que a vovó não gosta que a gente coma se não for uma data especial. - então ele olha pra mim e questiona. - Hoje é um dia especial mãe?

- Todos os dias são especiais, só não dá pra comer lasanha todo dia. - dou de ombros e continuo. - Julinho quero te contar uma coisa importante. E você pode falar o que quiser a respeito, quero saber sua opinião, Ok?

- Ok.

- Então meu filho, o que você acha da mamãe ter um namorado?

- Namorado? Quem é? É o doutor Théo mãe?

- Ai meu Deus garoto. Quem te contou? Foi a sua avó? Eu sabia que ela não ia aguentar guardar segredo. - bufo de raiva. Então sou surpreendida pela resposta de Juliano.

- Ah para mãe. Eu sou esperto, eu vi o jeito que ele não parava de olhar para senhora aquele dia em que ele cuidou de mim lá na pista de skate. E também está sempre ligando e mandando mensagens.

- Juliano o que é isso meu filho. Não sabia que você reparava com quem eu falo ou deixo de falar. Agora termina esse café logo e vai assistir seus desenhos que eu preciso arrumar essa bagunça antes que seus avos cheguem para o almoço. - eu estava vermelha, como ele já sabia? E eu não havia percebido nada.

- Mãe posso fazer uma pergunta?

- Claro que sim, pergunta o que quiser meu amor. Mas antes também tenho uma pergunta pra você. Me responda com sinceridade, tudo bem pra você a mãe ter um namorado?

- Mãe a senhora tá feliz?

- Ah meu amor, estou sim, muito feliz. E vou ficar ainda mais se você tiver feliz também.

- Então tudo bem, eu deixo a senhora namorar com o doutor Théo, mas ele vai ter que pedir pra mim né mãe afinal eu sou o homem da casa, e se ele fizer a senhora chorar eu dou um murro nele.

- Que violência é essa? Garoto, ninguém vai bater em ninguém não. E meu filho, às vezes as pessoas choram não quer dizer que ele vai me fazer chorar entendeu. Adultos são complicados meu filho, muito complicados. Agora termina de comer que a mamãe ainda tem que arrumar a mesa pro almoço ou sua avó vai me matar se não tiver nada pronto quando ela chegar com seu avô.

- Então se prepara para morrer mamãe porque a vovó e o vovô acabaram de chegar. - ele rir alto como se não tivesse dito nada.

A porta é destrancada e meus pais entram no apartamento como Julinho havia dito. Minha mãe olhou pra nós com uma cara estranha, eu achava que ela ia dar um show, por Julinho está tomando café aquela hora ou pela mesa do almoço ainda não está pronta, mas algo estava diferente. Julinho já havia terminado sua refeição e saiu atrás de seu avô pela casa. Enquanto minha mãe me ajudou a arrumar a mesa para o nosso almoço. A lasanha ainda estava no forno e nosso almoço ainda demoraria um pouco mais. Assim que Julinho saiu com meu pai eu entendi o motivo deles terem voltado pra casa tão cedo.

- E então minha filha já contou pra ele?

- Sim mamãe eu contei. Na verdade, ele já havia percebido que havia algo, e eu estava sendo boba em querer esconder esse sentimento por Théo, mas confesso que agora me sinto aliviada por ter compartilhado essa parte da minha vida com vocês. Eu odeio ter que mentir ou fazer as coisas que acho errada. Estar com Théo em segredo estava sendo uma tortura pra mim.

- Nós sabemos minha filha, por isso estamos aqui com você. Foi por isso que voltamos mais cedo da loja, para apoiar você nesse momento. Eu e seu pai sabemos o quanto é difícil para você se abrir para um relacionamento depois de todos esses anos. E esse rapaz deve ser realmente muito especial.

- Ele é mamãe, ele é.

- Eu e seu pai queremos que você o traga aqui na nossa casa, nós nos preocupamos com você, não queremos você por aí sem que a gente saiba onde ou com quem. Você é mãe e sabe que fazemos de tudo pela felicidade dos nossos filhos. Não seria diferente nesse momento com você minha filha. Só queremos ver você feliz, com esse brilho no olhar e esse sorriso que não sai do seu rosto, mesmo que você não perceba ele está aí te iluminando meu amor.

Minha mãe me abraçou e eu chorei, chorei de emoção, felicidade, chorei de amor. Realmente não esperava essa reação da minha família. Em seguida meu pai e Julinho se juntaram a nós. A lasanha apitou no forno, aquele era um momento único, e eu estava me sentindo a mulher mais especial do mundo. Eu só precisava contar pro meu namorado que agora ele será oficialmente apresentado a família Motta.

Depois do nosso momento super fofura fomos para o nosso tão delicioso almoço. Mamãe me ajudou a pegar os pratos e talheres no armário, papai claro não perdeu tempo, pegou o refrigerante geladinho na geladeira e colocou a mesa.

Nosso almoço seguiu animado, eu não podia estar mais feliz, minha família me apoiava nesse recomeço, meus pais estavam visivelmente felizes por mim, meu filho estava contente, mesmo ele nunca tendo me visto com outra pessoa, acho que a conexão dele com Théo foi imediata. Eu esperava vários questionamentos, mas Juliano aceitou numa boa a novidade e isso deixava meu coração mais tranquilo.

Claro que ele não perdeu a oportunidade de contar aos avos sobre nossa conversa, e reforçar que daria um murro em Theo se ele me fizesse chorar, e meu pai reforçou a ameaça. Caímos todos na gargalhada, mas espero que esses dois não assustem meu namorado. Meu namorado, nossa acho que preciso falar isso mais vezes para ir me acostumando. Olho para todos a mesa, e está um clima tão maravilhoso que acho que nada poderia estragar esse momento.

Após o almoço Juliano ficou com meu pai na sala assistindo TV enquanto fui organizar a cozinha com minha mãe. Não conseguia esconder o sorriso, ele já fazia parte de mim, era minha melhor maquiagem. Estava me sentindo leve, plena, apaixonada. Minha mãe também percebeu e me deu todo o seu apoio, eu sabia que fosse qual fosse o resultado daquele relacionamento eu estaria amparada por minha família. Então mais uma vez minha mente me leva a perguntas que não podia responder, ao menos não naquele momento. Pensava sobre a família de Théo, será que eles seriam receptivos comigo, e a ex-mulher seria uma pedra no sapato?

Depois de arrumar a cozinha fui tomar um banho, precisava relaxar um pouco e deixar de pensar em questões que não tinha como responder. Nada como um banho quente para relaxar o corpo, depois fui me vestir, peguei uma roupa que combinava com a de Juliano. Ele adorava quando nos vestíamos com roupas parecidas.

A tarde fomos todos ao shopping para um típico passeio de família, fazia muito tempo que não aproveitávamos todos juntos e aqueles momentos eram únicos eu só queria aproveitar cada segundo. Logo a noite chegou fizemos a noite do cinema em casa, com muita pipoca e guaraná. Já estava ficando tarde quando Juliano adormeceu no sofá e era hora de encerrar a farra em família. Meus pais foram para o seu quarto, eu peguei Juliano no colo e o carreguei até sua cama, fiquei ali olhando para ele por um tempo, velando seu sono e orando para que os anjos o protegessem. Depois foi minha vez de ir pra cama. Desde que havia chego em casa não havia mais pego o celular e quando finalmente estava deitada e tranquila pude pegar o aparelho e visualizar as mensagens. E lá estava meu sorriso bobo novamente com as mensagens de boa noite do meu namorado, e eu já não me cabia em tanta felicidade. Enviei as respostas das mensagens e depois adormeci. Dormi como um anjo sem preocupações, sem questionamentos, e com a certeza de que nada poderia tirar minha alegria aquele momento.

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Haviam se passado dois meses em que estava namorando com Théo, e eu não podia estar mais feliz. Sempre que podíamos estávamos juntos, acabei descobrindo que namorar um médico não era algo tão simples já que nossos encontros muitas vezes foram cancelados por conta de seu trabalho, mais esses pequenos problemas só nos deixavam com muito mais vontade de aproveitar os momentos juntos.

Eu já estava louca para ir pra cama com o meu Dr. Delícia, queria mostrar pra ele o quanto o desejava, mas sempre acontecia algo para atrapalhar nossos planos, então o máximo que conseguimos foram uns amassos mais quentes dentro do seu carro, no elevador ou em locais que precisávamos sermos comedidos apesar da paixão e do desejo que estávamos sentindo. Prometi a mim mesma que não deixaria passar a próxima oportunidade. Descobri que Théo adorava música e ele estava louco para ir num festival de rock que aconteceria na cidade dentro de dois dias. Então preparei tudo para que nossa noite enfim acontecesse de uma vez. Pedi a minha mãe que ficasse com Juliano, pois eu não teria hora pra voltar, e era só falar que estava com Théo que ela nem questionava mais nada. Ele realmente conquistou minha família, e aquilo só enchia mais meu coração de alegria.

No dia seguinte depois de sair do trabalho fui para o meu dia de cinderela, primeiro salão de beleza com direito a unhas feitas, cabelo impecável, depilação intima. Após a sessão tortura fui direto ao shopping, precisava de uma roupa a altura, além de uma bela lingerie para colocar meus planos em prática. Depois das comprinhas básicas aproveitei para passar no ponto de vendas de ingressos localizado no próprio shopping. Comprei dois ingressos e tirei uma foto, em seguida enviei uma mensagem para o celular de Théo. Ele ficou surpreso com minha atitude, até disse que estava querendo muito ir comigo mais que talvez não tivesse como já que trabalharia aquela noite, mais depois daquela foto ele daria um jeito, iria cobrar uns favores de seu colega para que ficasse em seu lugar, pois ele não perderia essa festa por nada.

Fiquei toda animada e imaginando como seria nossa noite, então só pra provocar mais ainda enviei uma outra foto pra ele onde eu aparecia de costas sem soutien e vestindo apenas uma calcinha de renda dizendo a ele que tinha outra surpresinha para o meu doutor. Ai mesmo que ele ficou louco, disse que arrancaria minha lingerie com a boca. Cada palavra dele me deixava ainda mais excitada e eu não via a hora de estarmos juntos.

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