Capítulo 3 Ano novo, vida nova!

Após alguns minutos de viagem, estávamos chegando, Felipe diminuiu um pouco mais a velocidade para chegarmos juntos. Já estava anoitecendo.

A casa do meu pai parecia aquelas casas de novela, o portão principal era um pouco mais afastado, tinha uma linda estrada de pedras, com um lindo jardim ao redor, a casa tinha dois andares, uma linda e enorme piscina, seguimos no carro até nos aproximarmos da casa, Afonso parou o carro e eu desci, meu pai estava na porta nos esperando. Havia seis meses que não nos víamos, eu o amava muito, corri direto para os seus braços, meu pai era alto, um pouco mais forte, com os olhos castanho-claro e o cabelo preto. Esse abraço me fazia falta e acabei de matar um terço da saudade que sentia dele. Por um momento pensei que o mundo tinha parado ao meu redor, só me dei conta de que ele continuava a girar, quando ele me afastou do seu corpo e segurando nos meus braços, olhou para mim, como se não acreditasse que eu estava ali na sua frente.

- Que saudade eu estava de você, minha filha!

- Eu também papai. Cadê Heloísa?

- Ela está lá dentro, disse que esse momento era familiar.

Então me afastei dando espaço para papai e Felipe, meu pai o abraçou.

- Pai esse aqui é Afonso, um amigo meu e namorado da Nanda.

- A Nanda está namorando e não me falou?

- Pai, eu ia te contar agora, mas Felipe, se antecipou, e também faz pouco tempo.

- Tudo bem! Prazer Afonso, sou Félix pai da Fernanda.

- Satisfação, senhor Félix.

- Vamos entrar.

Ao entrarmos, Heloísa estava nos esperando na sala, ela veio nos cumprimentar, me abraçou, senti que era falso, logo em seguida ela abraçou o meu irmão.

- Como vocês estão?

- Estamos muito bem, obrigada, e você como está? - eu falei.

- Estou muito bem.

- Heloísa, esse é Afonso, meu namorado. Afonso, essa é Heloísa, esposa do meu pai.

- Satisfação, dona Heloísa.

- Igualmente. Vou pedir para que Alice os leve aos quartos.

Alice nos acompanhou até os quartos, levou Afonso até o quarto de visitas. Meu quarto era lindo, uma cama de casal enorme, ao lado uma escrivaninha com um computador, um guarda-roupa embutido, uma estante com vários livros e em frente a minha cama uma TV de plasma. Era o quarto dos meus sonhos, sem falar na varanda com vista para piscina.

Estava sentada na varanda apreciando a piscina, o lindo jardim, nem percebi que as horas tinham passado, só me dei conta quando Alice entrou em meu quarto me chamando para ir jantar. Após sua saída demorei mais uns 20 minutos no meu quarto e desci.

Ao chegar à sala de jantar, estavam todos sentados à mesa. Acomodei-me em meu lugar e logo Alice veio me servir, passei o jantar todo em silêncio, assim que acabei pedi licença e me retirei, fui para o jardim e sentei embaixo de uma linda árvore que ficava ao lado da piscina, a lua refletia na água azul, fiquei ali admirando aquela paisagem. De repente alguém senta ao meu lado, era Afonso, ele me abraçou e logo após virou-se para mim e me beijou, passamos mais ou menos uma hora ali sentados, depois entramos e fomos dormir cada um no seu quarto.

Quando acordei pela manhã, levantei e fui até o quarto do meu irmão, ele ainda estava dormindo, então sentei na poltrona ao lado da sua cama e fiquei vigiando seu sono, após uns vinte minutos ele acordou surpreso pela minha presença.

- Bom dia, Lipe!

-Bom dia, Nanda! O que faz aqui?

- Nada... Quer dizer, vim te agradecer.

- Agradecer? Mas pelo que?

- Por você ter voltado a falar com Afonso e comigo.

- Percebi que se continuasse daquele jeito ia perder dois amigos, você e Afonso. Fiquei com medo de perder minha irmã para o meu melhor amigo.

- Felipe, deixa de ser bobo, isso jamais ia acontecer, eu te amo muito maninho.

- Vem cá, me dá um abraço.

Pulei direto da poltrona para cama do meu irmão e lhe dei um abraço bem forte, logo depois fui para o meu quarto, tomei banho e logo em seguida desci, Estavam todos sentados à mesa, dei bom dia e sentei em silêncio, tomei café e me retirei, subi para o meu quarto e sentei na varanda, após uns 10 minutos ouvi batidas na porta do meu quarto.

- Quem é?

- Sou eu Nanda, Felipe.

- Pode entrar.

Felipe entrou junto com Afonso e sentaram-se ao meu lado na varanda.

- Nanda vou levar Afonso, você quer ir?

- Claro! Melhor do que ficar aqui. Vou me arrumar e daqui a pouco encontro vocês lá embaixo.

- Certo.

Arumei- me e encontrei-os lá embaixo. Entramos no carro e saímos, fomos ouvindo música o caminho todo. Ao chegar a Copacabana, passamos na casa fechada da minha mãe, ainda tinha umas coisas minhas lá, peguei meu biquíni, Lipe passou na casa de Bárbara para pegá-la e fomos para casa de Afonso. Ao chegarmos, os pais dele e a irmã estavam na sala.

- Pai, mãe, Anny, essa é Fernanda, minha namorada. Felipe vocês já conhecem, e essa é Bárbara, namorada de Felipe.

- Satisfação, conhecer os senhores.

- Igualmente querida, me chamo Angela, mãe de Afonso, garanto que seremos boas amigas.

- Obrigada!

- Mãe, estamos indo para a piscina.

- Tudo bem filho.

Saímos da sala e fomos para a piscina. Tirei a roupa, fiquei de biquíni e pulei na piscina, estava precisando daquele mergulho, Afonso pulou logo em seguida, quando subi ele me abraçou e me beijou, depois sentei na borda da piscina e ele ainda dentro d'água abraçou minhas pernas, estávamos conversando quando a mãe dele se aproximou com uma bandeja, veio nos servir suco.

- Nanda, aceita?

- Sim, muito obrigada!

Afonso, foi dar um mergulho e ela aproveitou para sentar ao meu lado.

- Quantos anos você tem, Nanda?

- Tenho 18 anos.

- É novinha. Afonso, tem 21 anos. Ainda está no ensino médio?

- Não! Acabei de entrar para a faculdade.

- Qual curso?

- Medicina veterinária.

- Parece ser uma boa profissão.

- Para quem gosta de animais é ótima!

- Como você e Afonso se conheceram?

- Através do meu irmão. Já faz um bom tempo que eles são amigos.

- Que ótimo! Daqui a pouco o almoço está pronto.

Ela se retirou, Afonso, vinha em minha direção, ele mergulhou e quando eu o percebi já estava me puxando para dentro da piscina.

- Louco!

- Minha mãe estava enchendo seu saco, não foi?

- Não! Sua mãe é super doce, estávamos só conversando.

- Sei. Ela falou o que sobre mim?

- Nada de tão interessante. Estávamos falando mais de mim.

- É porque ela tem mania de falar da minha infância.

- Seria tão legal saber mais sobre você, quando você era pequeno, seria mais interessante se tivesse algumas fotografias, quem sabe eu não a pergunto.

- Nem pense nisso, dona Fernanda!

- Estava só brincando, mas bem que você devia ser bonitinho.

- É isso que você pensa de mim? Tenho algumas fotos em meu quarto, depois te mostro.

- Sua irmã é sempre assim afastada?

- É! Geralmente só conversa mais com os amigos da escola.

- Será que é pela idade, ou por ser tímida?

- Acho que a segunda opção.

Ele me puxou para mais perto de seu corpo e me beijou. Por mais incrível que pareça Felipe, veio atrapalhar.

- Vamos fazer uma guerra dentro da piscina, colocamos as meninas nos ombros e vemos quem derruba primeiro.

- Certo! Mas se prepare para perder Felipe, pois Nanda e eu vamos te derrotar.

- Duvido Afonso. Nanda, do jeito que é mole vai cair logo.

- E é Lipe? É o que veremos! - respondi.

Afonso, se abaixou para que eu pudesse subir em seus ombros, quando eu já estava preparada começamos. Bárbara e Lipe começaram ganhando, graças a um desequilíbrio meu, mas assim que me recuperei e consegui o equilíbrio comecei a revidar. Quando a empregada veio com o almoço, Afonso e eu estávamos ganhando, saímos da piscina, eu vesti o roupão de Afonso e me sentei ao seu lado, me servir moderadamente. Terminei de almoçar e me retirei da mesa, fui até o outro lado da piscina onde Anny, estava sentada, me sentei ao lado dela.

- Oi Anny, tudo bem?

- Tudo. - ela me respondeu com certa timidez.

- Porque você não foi sentar conosco?

- Vocês estão em casais, eu não quis atrapalhar.

- Imagina, você é bem-vinda.

- Obrigada, mas não costumo muito ficar com os amigos do meu irmão.

- Mas por quê?

- A idade pode ser. Vocês são mais velhos, conversas diferentes, acho que atrapalho.

- Não Anny, você não atrapalha, vamos ficar lá.

- Não! Quem sabe outro dia, marquei de sair com umas colegas daqui a pouco. Com licença.

Ela se levantou e saiu, eu fiquei ali sentada sem ação, então Afonso se aproximou de mim.

- O que aconteceu?

- Nada, estava só conversando com sua irmã.

- Vem, vamos para a piscina, eu disse que a Anny era na dela.

Entramos na piscina, ele me abraçou, ficamos um bom tempo assim. Eu saí da piscina junto com Afonso e ele me levou até o seu quarto para que pudesse trocar de roupa. Já estava anoitecendo quando Felipe, me chamou para irmos embora, me despedi da família de Afonso e fui para o carro, ele me acompanhou.

- Tchau meu amor! Quando chegar em casa me ligue.

Ele me deu um beijo e eu entrei no carro. Felipe deixou Bárbara em casa e depois seguimos para nossa casa, o trânsito estava interditado, havia acontecido um acidente no trecho mais a frente, ficamos por quase uma hora no engarrafamento. Chegamos em casa já ia dar 21h00min. Heloísa, estava na sala quando entramos, disse que meu pai ainda não tinha chegado e quis saber porque não voltamos mais cedo.

- Vocês demoraram muito, eu já jantei, mas vão até a cozinha e peça para Alice, esquentar o jantar.

- Não precisa incomodar a Alice, vamos fazer só um lanche.

- Não é incômodo Fernanda, ela é paga pra isso.

- Mas ela não precisa estar a minha disposição o tempo todo, eu tenho duas mãos e posso muito bem fazer. Quando meu pai chega?

- Não sei! Seu pai tem que trabalhar para manter essa casa.

- Ao contrário de você não é Heloísa? Que só pensa em gastar. Com licença.

Saí da sala e fui direto a cozinha, Felipe, veio comigo, Alice, veio logo em minha direção dizendo que ia esquentar o jantar, eu disse que não se preocupasse, pois eu mesmo poderia preparar meu lanche. Então peguei pão de sanduíche, presunto, queijo, tomate e alface, fiz dois sanduíches, um para mim e outro para Lipe. Coloquei meu sanduíche, uma fatia de bolo e um copo de suco na bandeja e fui para o meu quarto, sentei na varanda e comecei a comer. Quando acabei, liguei para Afonso, avisando que já tinha um tempinho que havia chegado e falar da confusão com a Heloísa. Quando desliguei fui tomar um banho, peguei um livro e sentei na minha cama para ler. O tempo passou que eu não percebi, só me dei conta de que já estava tarde quando meu irmão entrou no quarto dizendo que meu pai estava me chamando, quando olhei o relógio já era meia-noite, o que será que meu pai queria essa hora. Desci, Lipe disse que o papai estava no escritório. Ele estava sentado, pediu que eu sentasse também e foi logo falando.

- Fiquei sabendo da sua discussão com Heloísa, ela não está acostumada com a presença de outras pessoas nesta casa, ela só queria agradar.

- Me agradar? E escravizar Alice, não é pai? Eu já estou acostumada a me virar sozinha, não preciso de ninguém para fazer tudo pra mim.

- Tudo bem Nanda! Mas você foi muito grossa com Heloísa, dizendo que ela só fazia gastar o meu dinheiro.

- Eu não menti pai, e ela não tinha nada que ir falar.

- Eu quero que você peça desculpas a ela.

- Desculpa pai! Mas não vou fazer isso.

- Nanda, por favor!

Naquele momento saí do escritório e fui direto a sala, Heloísa estava lá.

- Heloísa, desculpa por hoje, garanto que não acontecerá de novo.

- Está desculpada, Nanda.

Fui para o meu quarto dormir.

Passaram-se dois dias e hoje já era véspera de ano novo, dia 31/12, desci para tomar café, meu pai estava sentado à mesa junto com Heloísa, terminei de comer e subi, encontrei com Felipe na escada.

- Oi Nanda! Vamos pra onde hoje a noite?

- Não sei. Parece que o papai vai dar uma festa.

- Vou procurar saber, daqui a pouco subo pra te contar.

- Certo.

Quando cheguei ao meu quarto, fui ligar o computador e verificar o e-mail, tinha um da minha mãe.

"Nanda, estou com saudades, desculpa não tive tempo de te escrever antes, estou trabalhando muito, nesse pouco tempo que estou aqui. Como estão as coisas por aí na casa do seu pai? Espero que bem, e Afonso? Um beijo para todos. Cuida de Felipe, vou escrever para ele também, beijos, feliz 2010, até breve, te amo."

Logo respondi o e-mail da minha mãe.

"Oi mãe, estou bem, está tudo ótimo, não se preocupe. Afonso está bem, estou muito contente porque papai e, principalmente, Felipe aceitaram o meu namoro. Também te amo, pode deixar que cuidarei do Lipe, beijo, feliz 2010. Sua filha que tanto te ama, Nanda."

- Nanda, posso entrar? - era Felipe, batendo na porta do quarto.

- Claro Lipe, entra!

- Acabei de falar com papai, ele disse que vai ter festa aqui em casa hoje e que é pra ficarmos aqui.

- Tudo bem! Então vou ligar para Afonso, e chamá-lo para vim ficar aqui em casa.

- Vou fazer a mesma coisa, ligar para Bárbara e alguns amigos.

- Certo, até mais tarde.

Quando meu irmão saiu peguei o telefone e liguei para Afonso.

- Oi meu amor! Vai fazer o que hoje à noite?

- Não sei, estava pensando em te chamar para ir à praia, passar virada do ano lá.

- Meu pai disse que queria que Lipe e eu ficássemos em casa, vai ter uma festinha aqui. Você não quer vim?

- Claro! Estarei aí mais tarde.

- Está bem meu amor, beijo!

O dia foi passando e a noite já estava chegando, eu estava no jardim quando meu pai foi me chamar.

- Nanda, vamos entrar, daqui a pouco os convidados começam a chegar e você ainda não está arrumada.

- Já estou entrando.

Subi e fui para o quarto, tomei banho e fui me vestir. Coloquei um lindo vestido branco na altura do joelho e prendi o cabelo em um coque, Felipe entrou em meu quarto, ele estava lindo, com uma bermuda e uma camisa branca.

- Nanda você está bonita, já vai descer?

- Daqui a pouco, queria esperar Afonso.

- Ele ligou, disse que daqui a pouco está chegando, ele passou na casa da Bárbara, para pegá-la, que eu pedi.

- Ok!

Nesse momento ouvi baterem na porta, era Alice, dizendo que meu pai estava nos esperando lá embaixo. Quando Felipe e eu descemos, a sala já estava cheia de convidados. Meu pai nos chamou e nos apresentou aos nossos tios, que já havia um bom tempo que não víamos, nos apresentou também aos nossos primos e primas, alguns deles já eram mais velhos que eu, um deles veio se apresentar.

- Fernanda? Não é esse seu nome?

- É sim! E você?

- Meu nome é Matheus, sou seu primo, brincávamos juntos quando éramos pequenos.

- Não consigo lembrar de você.

- Mas eu lembro muito bem de você, continua linda como sempre.

- Obrigada.

Nesse instante avistei Afonso, chegando junto com Bárbara, ele estava conversando com Felipe.

- Com licença, Matheus! Meu namorado chegou.

Saí e fui falar com Afonso, ele me abraçou e me deu um beijo.

- Você está linda Nanda! A mais linda dessa festa.

- Você também está lindo! Vamos para o jardim, deve estar mais vazio.

- Vamos! Felipe, foi pra lá agora com Bárbara, tem uns colegas nosso lá.

Quando chegamos ao jardim, eles estavam lá sentados, o garçom estava servindo champanhe, eu peguei uma taça. Chegou a hora mais esperada, meia-noite. Afonso, me abraçou e me beijou, abracei meu irmão desejando a ele um feliz ano novo, depois entrei junto com meu irmão e Afonso, para desejar um feliz ano novo ao meu pai.

Estava voltando ao jardim, enquanto Afonso, foi ao banheiro. No caminho do jardim, o Matheus me puxou.

- Oi Nanda! Feliz ano novo!

- Obrigada Matheus! Você pode me soltar agora?

- Por quê? Não está gostando que eu te pegue assim?

- Não! Você está bêbado e eu tenho namorado.

- Eu não ligo.

- Me solta!

O Afonso estava se aproximando.

- Não ouviu? A Nanda está pedindo para você soltá-la.

- Quem é você? Eu a solto se eu quiser.

- Estou pedindo, não me faça te obrigar a soltá-la.

- Não vou soltá-la.

            
            

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