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"No capítulo anterior...
Liz estava de mudanças um tanto complicadas em sua vida, ela teria que se adaptar a uma nova vida cheia de agitação ao qual não combinava muito com sua personalidade forte.
Seu desejo era voltar para sua antiga casa, ficar em seu quarto desenhando traços expressando suas inspirações em desenhos aleatórios, não interagir com mais ninguém além de si mesma. Mas a vida é assim, você as vezes espera que as escolhas dos outros não te afetam o futuro."
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- Minha coroa vai gostar de você menor, que tal comer um bolo? Se quiser...
- Já é. - ela mal abriu a boca o convidando para o café da tarde, e o menino aceitou sem pensar duas vezes.
- Mas e tua mãe? Vai ter que deixar ela a par da situação. - Responde preocupada em ser confundida com uma sequestradora de cirancas.
- Minha mãe não dá moral para essas paradas. - O menino que aparentemente estava com roupas sujas e com alguns rasgos, parecia ser simpático e também estava contente por poder comer algo diferente do que o arroz com farinha.
- Tu é sangue bom, garoto. Como tu se chama? - Liz queria saber, conhecer o menino que lhe livrou o pescoço de problemas ainda maiores que este.
- Me chamo Ítalo, tia.
- Eu sou Liz. - Estende a mão para ele que também a cumprimenta.
- Preciso meter o pé, tchau! - Ele sai correndo deixando a menina contente porter o conhecido.
- Isso é raridade. - Exclama retornando para dentro de casa, no meio do caminho ela escuta um alvoroço.
- Não senhora! Eu sou casado. - era a voz de um homem e ao fundo a de minha mãe.
- Isso não importa. Você não gosta de provar, assim... uma boa picanha?
Liz se depara com sua mãe assediando o coitado, o que era engraçado porque o cara estava escorado na parede e com o rosto virado para ela, os olhos fechados.
- Dona Mariana Consoello Sanches! - Repreendeu fazendo a mulher se afastar do policial mais do que imediatamente.
- Filha? Ah! Não te vi aí.
- Então, né? Eu dando mó duro para encontrar essas tralhas aqui e quando volto, a senhoria tá dessa forma. - Liz bateu palmas explorando o deboche no mais profundo possível. - Aqui senhor.
Ela entrega os documentos para o policial que estava mais calmo agora, então ele analisou tudo, tirando fotos e depois pediu para elas assinar a lista dos moradores da comunidade oficialmente agora Liz e sua mãe estavam legalizadas para tomarem um espaço de moradia ali.
- Muito obrigado senhoras, passar bem! - O coitado saiu aos tropeços, desorientando pela rua até entrar na viatura do outro lado.
- De nada! Vá pela sombra senhor. - Liz se despediu fazendo sua mãe ficar ainda mais vermelha.
- Perdão filha! Agi por puro impulso, não queria ser despejada de novo como daquela vez...
- Iiiiiiii, não vem não heim. Vamos por tudo isso aqui para dentro antes que outro menor queira passar a mão.
Mariana concordou com a filha e as duas começaram a descer sozinhas os móveis, tempo depois o céu já estava escuro e elas havia deixado apenas o guarda roupa por último.
- Estou destruída! - Liz reclama sentando na calçada, o guarda-roupa nem se quer movimentar um palmo para fora da carroceria.
Dona Mariana também estava com o suor escorrendo por lugares até inimagináveis, ela sentou sobre as madeiras da traseira do caminhão e então suspirou derrotada.
- Não vai ter jeito. Precisamos de um forçudo. - Conclui desanimada.
- Precisamos fazer alguma coisa, não podemos deixar essa parada doida aqui fora. - Também preocupada, respondeu de volta.
- Pois é, mas por enquanto o certo é ir tentando. - Nenhum vizinho se importou em lhes ajudar.
Então a força da raiva foi aliada para essas duas, logo conseguiram colocar o armário no chão, depois veio o armário da cozinha, logo a seguir o fogão que ficou por ultimo, elas acabaram de organizar tudo quase que a meia noite, jantaram e tomaram um banho frio.
No dia seguinte, Liz resolveu ir atrás de algo para fazer, tomou um banho e ajeitou os cabelos cacheados, usou apenas um batom leve e colocou um macacão jeans para combinar com seus tênis.
Sua caminhada foi um pouco longa, portanto conseguiu chegar na parte do centro da cidade, ela se maravilhou com a vista que tinha das montanhas do Pão de Açúcar, o melhor de tudo estava nas praias.
Seu objetivo era de encontrar algum tipo de serviço para quando não estivesse estudando na faculdade, assim ela não dependeria de dona Mariana e usaria seu dinheiro para coisas boas dentro e fora de casa.
Seus pés já ardiam andando pelas calcadas, se desviando das pessoas, mantendo um otimismo até conseguir entregar alguns currículos, não havia muita coisa que fazer além de servente de restaurantes e ou atendente de bares.
Ela pensava sobre o assunto quando se separou com uma lanchonete chamada Kaveirinha, na placa de madeira que estava do lado de fora, procurava por pessoas aptas a trabalharem no local.
Entendo no local, já se separou com alguém lhe trombando o ombro, a garota caiu no chão verbalizando xingamentos.
- Caralho de olhos furados é esse! Quem foi o filho de uma boa...
- Desculpe! Você está bem? - Os olhos castanhos eram atraentes prendendo assim seus olhares.
- Estou! - Ela não sabia se elogiava pelo cavalheirismo de oferecer uma mão em ajuda, ou se continuava xingando.
- Olha, sinto muito por ter brigado assim.
- Com certeza, sente. - Resmunga.
- tive uma idéia, que tal ir em um baile comigo hoje a noite na comunidade?
- Irado, mas vamos ver. Não prometo nada.
- Já é um bom começo. - Disse sorrindo. -Meu nome é Julinho.
- Liz. - os dois se cumprimentam e Julinho deixa o local ainda mais contente do que antes.
- Que merda!