Capítulo 3 A maldição de ser filho.

Após fugir de uma bela mulher ,de cabelos vermelhos como fogo,Kairon teve que ir ao encontro da pior e mais odiosa pessoa que podia existir,seu próprio pai Caim. Ele voltaria ao seu pai de mãos vazias, sem mesmo uma presa para alimentar a fúria assassina de seu pai.

Ao menos em seu coração, que nunca bateu,nem mesmo uma vez em toda a sua existência, havia o rosto da bela ruiva. Isso talvez justificasse a tortura que sofreria de seu pai e a humilhação diante de seus irmãos.

Antes de entrar na velha mansão, inspirou profundamente,somente por hábito,pois seus pulmões não precisavam de ar,mas era angustiante não respirar e sentir os aromas a sua volta,a final de conta ,querendo ou não, havia em si um instinto predador.

Chegando a sala do trono,nem mesmo precisava falar o que houve,havia um vínculo de sangue em todos nós, não havia segredos,não havia privacidade, só havia a vontade do pai.

Não havia palavras, e nem precisaria delas,pelo olhar lançado pelo meu pai,vejo que sou uma grande decepção, sou inútil, mesmo para um coletor(assim eram chamados aqueles que iam buscar presas,para trazer ao castelo).

Caim: - levem este inútil daqui!!! Não dem-no sangue e o torturam por três dias,talvez assim aprenda que aqui não tem lugar de fracos e inúteis.

visão de Kairon

Me colocaram em uma cela horrível e mal cheirosa,creio que deve ser fria,não sei,pois não sinto calor ou frio. Mas estou aqui sozinho de novo, parece que a maldição somos para nos filhos de Caim,a seu olhos somos menos que nada.

Não sei se tenho algum propósito de vida,pois tudo que fazemos é matar e seguir ordem, sempre estou sozinho,sempre sendo ameaçado pelo meu pai , eu o odeio de todas as formas possíveis. Eu poderia ser humano,ter uma família, esposa e filhos ,mas eu não tenho nada.

Fecho os meus olhos e me deparo com as lembranças da garota de cabelos vermelhos,ela é linda,tem um temperamento arredio,mas eu adoraria calar a sua boca com um beijo. Se eu não morrer da tortura desta vez,vou tentar encontrá-lo,sei que não vai querer um monstro como eu,afinal estamos em lados opostos,nossas espécies se odeiam,mas ainda quero vê-la

Já se passaram dois dias nesta masmorra,me queimaram, me expuseram ao sol,quase até eu morrer,me espancaram,me transpassaram com adagas. Estou ficando louco,ainda tem mais dias noites e um dia pela frente.

Espero que eu sobreviva,mesmo que por um dia,quero vê-la,devo estar louco,mal a conheço,nem sei seu nome,acho que deve ser a dor,tinha que me apegar a qualquer coisa,para suportar e não implorar,implorar seria a última coisa que eu faria.

Hoje é o quinto dia,ele me enganou,seriam três dias,mas ainda estou aqui neste inferno,estou com muita sede,eu atacaria qualquer um,para saciar está sede acho que é esse o plano....

Eles querem que eu seja um monstro.....