Fiquei batendo a ponta da minha caneta favorita no teclado em movimentos rítmicos e fingindo que
estava lendo o longo texto na tela do computador. Se alguém estivesse me observando com cuidado,
notaria que eu não descia a barra de rolagem há algum tempo. Mas ninguém estava me observando.
Ninguém nunca me observava.
Tirar aquele homem da cabeça tinha sido uma tarefa particularmente impossível. Eu sabia que era
só um sonho, mas não era um daqueles que vira uma névoa confusa e transparente assim que você
acorda e que, antes da hora do almoço, já desapareceu completamente sem deixar quaisquer
vestígios. Não... Não ia conseguir esquecê-lo tão cedo, de modo que acabei resolvendo aceitar que o
dia não seria produtivo.
Mirella veio até minha mesa pela terceira vez no dia pedir a mesma coisa. Não consegui evitar o
pensamento: Que inferno! Quando eu sou a pessoa mais trabalhadora dessa droga, ninguém nota.
Nenhum parabéns para Nahia. Mas é só eu ter um dia ruim e todo mundo está lá para apontar o dedo.
– Espero não estar incomodando, mas é porque realmente preciso disso pra ontem – ela sorriu
com falsidade.
– Não, de modo algum. Acho que não estou muito bem hoje.
Colin passou nos cumprimentando. Eu ia devolver o olá, mas algo no jeito que ele e Mirella
sorriram um para o outro e o modo como ele deu um beliscão carinhoso em seu braço e lhe ofereceu
uma piscadela pouco inocente me disseram que o cumprimento tinha sido muito mais para ela do que
para mim.
Mirella se virou e se foi. Se ela tinha estado preocupada com o meu bem-estar, ela certamente
escondeu a preocupação muito bem.
Joguei meu queixo na palma da mão e contei os segundos pra sexta-feira acabar. Os minutos
ficavam cada vez mais longos. Agora, não só a imagem do meu irreal visitante noturno dançava na
minha mente, afastando minha concentração, mas também sempre que Colin se aproximava da mesa
de Mirella (que, para a minha infelicidade, era estrategicamente posicionada alguns metros à minha
esquerda), eu parecia incapaz de fazer qualquer outra coisa fora observá-los. Em uma ocasião, ela
me olhou de volta e eu fingi estar particularmente interessada na primeira coisa que vi: um cinzeiro
de vidro que nunca tinha sido utilizado. Devo ter ficado instantaneamente vermelha, como era do
feitio das minhas bochechas traidoras, porque quando arrisquei uma olhada para cima, Mirella estava
me encarando com um sorriso arrogante e satisfeito, que só aparece em lábios de mulheres que sabemque têm o que outras apenas desejam.
O ponteiro dos minutos se aproximava do 12, indicando que o turno estava acabando. Como a
funcionária exemplar dentro de mim que só ia embora quando o trabalho estivesse concluído estava
dormindo profundamente, resolvi sair assim que o grande relógio azul na parede marcasse 18h.
Estando o trabalho concluído ou não.
Fechei minhas gavetas, desliguei o computador, desejei um bom fim de semana para a faxineira
Ana Maria e seu aspirador barulhento. A porta do elevador estava fechando e eu corri para alcançálo. De jeito nenhum eu ia passar meia hora esperando aquela porcaria subir de volta. Enfiei o braço
na abertura que se fechava preguiçosamente e, assim que tocaram minha pele, as portas de metal se
abriram mais uma vez.
Três colegas estavam lá dentro e me cumprimentaram com a cabeça ou com os olhos. Matt era um
garoto de estatura mediana e olhos cinza, o novato para quem todos sempre empurravam as tarefas
menos agradáveis. Todos menos eu. Mirella estava lá, em toda a imponência de seus longos cabelos
de cachos dourados e seus olhos verdes. Pendurada no ombro de Colin, ela dizia algo em voz baixa.
Virei de frente para o painel e foquei os olhos no grande T iluminado. "Ignore-os, Nahia", disse
para mim mesma. A voz melodiosa de Mirella atrás de mim tentava ser discreta – ou fingia tentar –,
mas era perfeitamente audível ainda assim.
– Umas oito horas, pode ser?
– Pode. Claro.
– Obrigada pela carona. Eu iria sozinha, mas não tenho certeza se sei o caminho.
– Eu te pego. Não é problema algum. Além do mais, não gosto de chegar nesses lugares sozinho.
Eles riram um para o outro e eu respirei fundo.
Minha porta ia receber minha frustração mais uma vez. Claro, não era culpa dela, então me
segurei. Não era culpa de Mirella ou Colin. Não era culpa de ninguém. Era culpa minha. Todas as
minhas frustrações. A pessoa só pode se frustrar quando tem expectativas e eu tinha expectativas
demais e ações de menos.
Alinhei minhas posses no aparador e me joguei embaixo do chuveiro. A água quente escorreu pelo
meu corpo com delicadeza e eu me lembrei do toque do meu visitante. Meu amigo no sonho. Talvez
eu fosse dormir e sonhasse com ele de novo. Sim... isso seria bom.
Enxuguei meus braços e procurei um pijama confortável. Ia comer bobagens sentada no sofá
assistindo à reprise de algum seriado de comédia e dormiria lá mesmo.
Vesti o pijama e observei a mim mesma no espelho de corpo inteiro no canto do meu quarto e, de
repente, senti uma raiva imensa. Não de Colin, Vicent, Mirella, do elevador ou da minha porta. Senti
raiva de mim. Lá estava eu, vestindo pijamas confortáveis e preparada para mais uma noite de
autocomiseração.
Você tem que aprender a dizer "sim".
Olhei determinada para o meu reflexo e arranquei o pijama. Se meus colegas de trabalho podem se
divertir sexta à noite, eu também posso.
Mordi meu lábio inferior com a excitação do momento. Vesti uma saia colada e uma blusa com um
decote profundo. Usei quase todos os itens do meu estojo de maquiagem e penteei meus longos
cabelos negros. Sorri para mim.
Okay, Nahia... Vamos lá!
***
Sentei em um banco elevado beirando o bar e comecei a me arrepender do que fiz. Não tinha
amigos do tipo que saem pra bares e vir sozinha tinha sido uma péssima ideia. Tentei me lembrar da
coragem que senti quando resolvi arrancar o pijama e do meu reflexo determinado me olhando de
volta. Mas nenhuma das duas lembranças era clara o suficiente e eu fiquei ali sentada, em silêncio,
tentando não ficar no caminho de ninguém.
O lugar estava apinhado de gente. Aparentemente tinha um jogo de basquete acontecendo e um
grupo de torcedores estava reunido ali. A partida terminou e os fãs começaram a esvaziar o local
assim que o comentarista anunciou a derrota do time da casa. Olhei ao redor, a calmaria tornou o
lugar bem mais agradável.
Dei mais um gole na taça de vinho e respirei fundo. Certo... quanto tempo ainda teria que ficar ali
até provar para mim mesma que eu podia fazer isso? Seja lá quanto tempo fosse, eu esperava que não
demorasse muito. Assim, eu poderia correr de volta para minha casa, para o meu chuveiro e a
segurança do meu edredom.
– Longo dia?
A voz não era familiar, e de início não achei que estivesse falando comigo. Levantei os olhos
despretensiosamente e quase congelei onde estava.
Ele estava ali. O homem que eu tinha visto no meu sonho. O mesmo rosto, os mesmos olhos verdes,
o mesmo cabelo loiro, o mesmo topete. Maldição. Até a camisa de basquete era a mesma.
As palavras fugiram e eu fiquei ali prendendo a respiração. Ele sorriu confuso.
– Ah...Você tá legal?
Acho que devo ter balbuciado algumas coisas sem sentindo antes de finalmente conseguir dizer:
– Não. Não. É só que... – olhei ao redor para me certificar de que ele estava realmente falando
comigo e não com alguém atrás de mim. – A gente se conhece de algum lugar? Você é muito familiar.
Ele se virou no banco elevado na minha direção.
– Isso foi uma cantada? – sorriu.
– Não! Não! – abanei as mãos na minha frente em rendição. Esperava profundamente que ele não
tivesse entendido errado. Mas uma voz lá no fundo da minha mente, uma voz que definitivamente não
era minha, recitou "E qual o problema se fosse uma cantada?".
– Certo – ele acenou em compreensão. – Não foi uma cantada – brincou com minha negativa
enfática, antes de voltar para sua cerveja. – Uma pena.
Bebi um longo gole de vinho. Será que ouvi direito? Por acaso ele teria dito que era uma pena eu
não estar dando em cima dele?
Você tem que dizer "sim" para o homem certo.
Respirei fundo. Passei as mãos nos cabelos. Vire-se para ele, Nahia. Sorria. Puxe algum assunto
interessante. Eu repetia as informações para mim mesma como um mantra. Mais um pouco de vinho e
me virei. Não conseguia pensar em nada interessante para dizer, mas estava plenamente consciente
do sorriso estúpido que deveria estar plantado na minha cara. O sorriso estúpido que ele sequer
chegou a ver, porque acabou sua cerveja e se levantou. Vi suas costas enquanto ele caminhava em
direção ao banheiro.
Minha mente começou a argumentar comigo em uma tentativa desesperada de quebrar minha
inércia. Certo, Nahia. Ele vai voltar. E quando ele voltar você vai fazer algo louco. Vai dar em cima
dele e vai dizer sim. É! Vai fazer isso, sim. E ou vai dar certo, ou vai dar errado. E se der errado, o
que é o pior que pode acontecer?
Bem, ele pode ser um estuprador psicopata.
Ótimo! Então, ele vai te comer bem gostoso. Hã? Essa não era minha voz. Não era minha mente.
Minha consciência nunca me dizia coisas desse tipo.
O loiro na camisa de basquete estava de volta. Ia estar ao meu lado mais uma vez em poucos
segundos. Olhei para frente e tentei me recompor. Os segundos passaram e ele não chegou. Arrisquei
olhar para trás. E lá estava ele. Tinha encontrado uma mesa com duas garotas, estava sentado,
conversando e sorrindo.
A frustração tomou conta de mim mais uma vez. O que eu podia fazer agora? Passei a mão nos
cabelos e terminei minha taça de vinho. Levantei e coloquei o dinheiro em cima do balcão. Uma boa
gorjeta para o garçom e um "boa noite" atravessado.
Olhei uma última vez para a mesa com as duas mulheres. Mas elas estavam sozinhas, o homem
loiro estava de pé mais uma vez. Estava voltando para o balcão.
Eu estava de pé. Nahia! Ou você sai do bar, ou senta de volta na cadeira! Só não fique aí em pé
com essa cara de pastel e com essas bochechas explodindo. Eu queria obedecer minha consciência,
juro que queria. Mas estava parada. Meu corpo queria fugir dali, a começar pelas minhas bochechas
vermelhas e desesperadas. Mas tinha algo dentro de mim que me segurava de pé. Talvez eu pudesse
explicar para ele o meu problema.
Vai dizer o quê? A voz dele estava de volta em meus ouvidos. Sussurrando instruções e sugestões.
Estou insatisfeita e malcomida. Será que o senhor pode me ajudar? Eu queria que ele parasse de
falar, tudo aquilo não estava fazendo bem para as minhas bochechas, nem para as minhas pernas
frouxas que não paravam de tremer.
A voz voltou para mim mais como uma lembrança. E por que ele iria querer uma mulher que
precisa pedir?
Eu podia fingir que era um sonho. Na noite passada, consegui ir até ele e dizer o que eu queria, não
consegui? E por que agora não?
Não sei de onde minhas pernas tiraram coragem para se mexer, mas eu as agradeci eternamente por
isso. Dei dois passos em direção a ele, e senti minha boca tremendo. Mas havia algo novo dentro de
mim, algo forte que não ia me deixar desistir.
– Olá – ele me cumprimentou. Sua expressão era confusa mais uma vez.
– É o seguinte – eu tinha que dizer de uma vez ou não ia dizer nada. – As pessoas têm necessidades
físicas. É super comum, mas todo mundo trata como se fosse algo secreto, digno de muita discrição.
Eu inclusive. Mas e se as pessoas simplesmente dissessem exatamente o que querem dizer?
– Bem – ele se virou para mim. Estava intrigado. Minha pausa tinha sido para respirar, não para
que ele respondesse. Mas ele estava falando e eu resolvi escutar. – Quando você é um homem e é
claro com uma mulher, corre o risco de levar um tapa na cara.
Eu concordei. Fazia sentido.
– Você vai me dar um tapa? – perguntei.
– Claro que não – a surpresa da minha pergunta fez com que ele entalasse com a cerveja.
– Eu achei você um gato e estou com tesão – pronto, falei. Os quatros segundos que ele levou para
processar o que eu tinha dito foram, provavelmente, os mais longos que eu já tinha vivido até então.
– Certo... – ele tinha um sorriso de descrença estampado no rosto e balbuciou a palavra como se
estivesse reaprendendo a falar. Será que ele não tinha entendido?
– Quero dizer que se você não for comprometido e não tiver nada pra fazer agora, gostaria de ir
pra cama com você.
Se ele estivesse bebendo cerveja naquele segundo, provavelmente teria cuspido fora.
Eu não parei para pensar sobre como era louco o que eu estava fazendo. Sinceramente? Se eu
parasse para pensar, ia sair correndo e chorando de vergonha. Então, fiquei ali. Parada, esperando o
veredicto.
Ele limpou a garganta e sorriu para mim.
– Na minha casa ou na sua?
***
Ele morava a dois quarteirões do bar. Guiou o caminho com a mão na minha cintura e perguntou
meu nome. Mas como eu já estava na chuva, resolvi me molhar e falei que preferia não dizer. Ele
então abriu a porta do prédio, e disse que por ele tudo bem.
Aquilo era tão novo e estranho. A sensação de controle. Estava ali porque eu queria. Eu tinha
decidido, feito o convite e estava ali. O controle era meu e, por Deus, era gostoso. A sensação de
poder era mais orgásmica que qualquer coisa que eu já tinha experimentado, e eu me deliciei por
todo o breve percurso de elevador até o quarto andar, onde ele morava.
Ele fechou a porta atrás de nós e eu notei, pela primeira vez, como sua bunda era gostosa por baixo
do jeans surrado. Escorreguei minha mão pelo bolso traseiro dele e o puxei para mim. Entre um
sorriso e uma exclamação, ele deve ter pedido calma. Mas, ah... eu estava na casa dele, não estava?
Para ir pra cama com ele, não era? Chega de calma. Essa versão inconsequente de mim tinha
assumido a direção e ela queria aquela bundinha deliciosa em suas mãos.
– O quarto fica ali atrás – ele tinha se virado e eu tinha minha boca sobre a dele.
– Aqui já está bom.
É isso aí, meu bem. Sou eu que vou resolver onde você vai me comer. É assim que funciona agora.
Não, eu não sabia se isso ia durar. Mas eu ia aproveitar enquanto durasse. A embriagante sensação
de controle.
Ele deu de ombros e não conseguia parar de sorrir. O que passava pela cabeça dele eu podia
apenas imaginar.
Ele tirou minha roupa com pressa e eu o imitei. Estávamos nus e abraçados na sala de estar.
Minhas bochechas queriam ficar com vergonha, mas minha cabeça mandou-as calarem a boca e gritou
um sonoro "Que se dane!". Hoje eu ia só curtir.
– Camisinha – eu instruí.
Ele se virou obediente e correu pela sala. Observei aquela bunda maravilhosa a meio caminho de
onde o quarto deveria ser; ele voltou com um monte de pacotes na mão e eu pude observar seu corpo.
Era exatamente como eu tinha visto em meu sonho. Exatamente. Menos pela cicatriz. Seu membro
masculino estava imenso e rígido.
– Está gostando da vista? – perguntou, mostrando o monte de preservativos que tinha nas mãos.
– Está muito distante – reclamei com um sorriso.
Ele se aproximou rapidamente e jogou os pacotes no chão, menos um. Eu o puxei pelos ombros e
enfiei minha língua em seus lábios e meus dedos em seus cabelos. Ele apertava minha cintura e eu
sentia a pressão contra o meu quadril.
Senti sua mão descendo pela minha barriga até atingir uma região delicada entre minhas pernas e
acariciar meus pelos. Seus dedos começaram a cavar um caminho para dentro de mim. Eu soltei sua
boca e gemi. Ele respirava apressadamente em meu ouvido e eu me arrepiava ao sentir o calor em
meu pescoço.
Larguei minhas mãos pelas suas costas até sua bunda. Apertei e acariciei até me dar por satisfeita.
Ele se afastou apenas o suficiente para cobrir seu membro com o preservativo. Eu o guiei até o sofá e
o forcei a se sentar.
Parte de mim quis deitar de costas e abrir as pernas. Muitas mulheres acham sensual ficar em cima.
Eu, particularmente, sempre preferi ficar em baixo. Deixar o homem fazer todo o trabalho, deixá-lo
imprimir seu ritmo.
Mas ali, no calor daquele momento de controle, decisões e poder... eu queria ficar por cima.
Queria marcar o meu ritmo. Queria que ele me seguisse e gozasse sob minha direção.
Ele se sentou obediente e segurou minhas coxas enquanto eu me sentava por cima dele. Senti
quando ele entrou em mim. Fui devagar, queria sentir tudo, centímetro por centímetro. Levantei o
rosto para o teto e gemi baixinho. Senti suas mãos apertando minhas coxas. Ele estava gemendo
também.
Impulsionei-me com os joelhos contra o sofá. Subindo e descendo. E subindo e descendo mais umavez. Devagar e gentilmente. E então, ele tinha as mãos na minha bunda e me puxava forçando a
velocidade. Eu aceitei de bom grado. Ele parecia saber muito bem o que estava fazendo e movia seu
quadril, enfiando-se mais fundo em meu corpo. Mais fundo. Mais fundo. Minhas pernas abertas. Suas
mãos me apertando. Sua respiração rasa. Meus gemidos cada vez mais altos. Meus seios em sua
boca. Um movimento cada vez mais rápido, cada vez mais gostoso. Um breve segundo e uma grande
explosão. Senti meu corpo tremer e falhar. Silêncio antes de um gemido alto. E eu percebi que ele
estava gozando também.
Fiquei jogada contra seu peito recuperando o ar. Respirei fundo e me desvencilhei de seu abraço.
Levantei-me sorrindo e busquei minhas roupas.
– O que está fazendo? – ele quis saber.
Eu não entendi.
– Você não vai ficar?
Dormir com um estranho nunca tinha passado pela minha cabeça. Sorri para ele e lhe ofereci uma
piscadela. Meu problema era aprender a dizer "sim". Nunca tive problemas em dizer "não".
Cheguei em casa destruída, mas com um sorriso nos lábios. O banho foi rápido e cansado. Acho
que dormi antes que minha cabeça batesse no travesseiro. Meus olhos estavam fechados. Minha
mente estava aberta. Em poucos minutos, meus sonhos chegariam e, com eles, meu amigo.