NOS BRAÇOS DA MÁFIA
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Capítulo 7 7

DANILO

Depois de um momento de euforia estimulante ontem, quando Remo Falcone se entregou em troca de seu irmão mais novo que tínhamos capturado, depois de horas vendo-o ser torturado e torturando-o eu mesmo, meu humor agora havia chegado ao fundo do poço.

Corri por Minneapolis, sem nem mesmo saber para onde estava indo. Esperei por este dia por meses. Perdi a conta das vezes que imaginei como desmembrar Remo, como colocá-lo de joelhos e fazê-lo implorar por misericórdia. Ele não fez nenhum dos dois. Até o fim, seu ar de arrogância permaneceu intocado. Não importava o que fizéssemos, ele manteve aquele sorriso arrogante. Talvez se tivéssemos tido a

chance de seguir em frente com nosso plano e cortar a porra de seu pau, ele finalmente teria implorado, mas fomos frustrados.

Depois de toda nossa luta e esforço, Remo Falcone venceu. Serafina, a mulher que ele sequestrou e desonrou, o salvou com a ajuda de Dante.

Senti uma parcela de culpa quando Serafina foi sequestrada e mesmo depois que voltou para nós quebrada, uma sombra da garota que achei que conhecia. Agora, a raiva tomava cada vez mais as minhas emoções, tornando-se quase insuportável. No instante em que ela apontou sua arma para nós para proteger seu sequestrador – nosso pior inimigo - eu a odiei. Uma coisa era nascer do lado errado e não conhecer o melhor como acontecia com a maioria dos Camorristas, mas era imperdoável ser criada na Outfit e ter esse defeito. Mulher ou não. Ela poderia ter enviado seus gêmeos para Las Vegas e ficado onde pertencia - na Outfit.

Parei no estacionamento de um bar qualquer, sem ter certeza se era nosso ou se pertencia a Bratva. Não me importava. Desliguei o motor e saí do carro.

Dentro do bar sombrio e mal iluminado, engoli uma dose após a outra. O dono do bar não fez nenhuma pergunta ou tentou me impedir de ficar perigosamente bêbado.

Pelo canto do olho, vi uma mulher loira. Meu coração deu um pulo - por um momento, pensei que fosse Serafina. Queria me chutar por minha própria idiotice. Engoli o resto da minha bebida e bati o copo no balcão. O barman encheu meu copo sem fazer nenhum comentário. Após uma inspeção mais detalhada, a mulher no balcão perto de mim não tinha nenhuma semelhança com minha ex-noiva, exceto pela cor de cabelo. Cada centímetro do rosto dessa mulher falava de uma vida cheia de dificuldades e frustrações. Serafina viveu em uma gaiola dourada. Nunca teve que trabalhar por nada, lutar por nada, e a primeira vez que o fez foi para salvar nosso inimigo e trair a todos nós.

A amargura envenenou minhas entranhas. Estava preso em uma espiral autodestrutiva, mas não conseguia me livrar dela.

A mulher percebeu minha atenção e sorriu. Ela não era meu tipo. Muito pouco natural, mas era exatamente o que eu precisava. Levantei- me, fui até ela e sentei no banco do bar ao seu lado. De perto, ela mal se parecia com Serafina, mas não me importei. Depois de uma curta conversa e mais alguns drinques, entramos no banheiro juntos. A fodi com força contra um reservado do banheiro, sua frente pressionada contra a parede, suas costas para mim. Concentrei-me em seu cabelo loiro e deixei escapar minha frustração e raiva. Remo tirou Serafina de mim, roubou sua inocência e seu coração. Podia imaginar sua sensação de triunfo absoluto cada vez que ele a fodia, sabendo que tinha tirado isso de mim. Gozei com um estremecimento violento e me desvencilhei da mulher à minha frente. Não tinha certeza se ela gozou, mas não me importava. Ela não parecia infeliz quando se inclinou para mim e falou algo em meu ouvido que não entendi antes de deslizar um pedaço de papel no meu bolso. Ela tropeçou para fora da cabine e me arrumei com um braço e joguei fora a camisinha. Por um longo tempo, encarei a parede grafitada, me sentindo mal do estômago e sem ter certeza se era o resultado de muito álcool ou da minha foda sem gosto em um banheiro sujo. Arrumei minhas roupas e tropecei para fora do banheiro. Depois de jogar o dinheiro no balcão, cambaleei até o carro.

Uma vez atrás do volante, olhei para frente, tentando impedir que minha visão girasse. Fechei os olhos, considerando para onde ir. O hotel estava fora de questão. Minha família e eu nos hospedávamos lá desde que conseguia me lembrar. Não podia aparecer lá neste estado lamentável. Meus pais já tinham o suficiente para lidar sem se preocupar com minhas aventuras bêbadas.

Não havia como dirigir até outro hotel ou motel barato. Depois do que aconteceu com Emma, nunca mais havia dirigido após beber. Não precisava adicionar outra camada de culpa à minha consciência já pesada.

Se estivesse em Indianápolis, teria ligado para Marco e lhe pediria que me desse uma carona até sua casa. Embora ele provavelmente

estaria tão irritado quanto eu. Normalmente passávamos esse tipo de noite de merda juntos. Por fim, peguei meu telefone e liguei para Pietro.

Ele atendeu após o segundo toque, nenhum sinal de sono em sua voz, apenas uma cautela profunda e consumidora. - Danilo, o que posso fazer por você?

Talvez mostrar fraqueza a outro Underboss tenha sido um erro. Pietro era um dos melhores homens do nosso mundo, mas ainda era um Homem Feito, e manter a fachada diante dele era importante. Ele não era do tipo traidor, fofoqueiro e também seria da família um dia. Ele já seria família, se não fosse por Remo Falcone. A raiva que havia entorpecido temporariamente com a bebida e uma foda sem sentido com uma garota, anos-luz de alcançar a graça de Serafina, irrompeu dentro de mim novamente, acendendo as brasas da minha sede de vingança e sangue.

- Danilo? - A preocupação agora se misturava ao cansaço na voz de Pietro. Talvez ele fosse uma das poucas pessoas que entenderia minha turbulência. Nós dois perdemos algo. Mas o que ele perdeu não poderia ser substituído.

- Estou bêbado demais para dirigir. Estou preso no estacionamento de algum bar de merda. Posso passar a noite na sua casa?

- Claro, - disse Pietro sem hesitação. Ele nem perguntou por que simplesmente não voltava para o hotel que tinha reservado. -Se me der o endereço do bar, pego você.

Balancei a cabeça como se ele pudesse ver pelo telefone, então lhe disse onde estava. Não tinha certeza de quanto tempo levaria para Pietro chegar a esta parte da cidade. Dirigi sem rumo pelas ruas antes de finalmente parar aqui.

Meus olhos se fecharam quando cedi à névoa pesada que o álcool espalhou em minha cabeça.

Uma batida na janela me tirou do sono. Não tinha certeza de quanto tempo estava dormindo, mas quando olhei pela janela, Pietro me encarava de volta. Endireitei-me e empurrei a porta. Minhas pernas

estavam bambas. Obviamente tinha bebido ainda mais do que pensava. Pietro me examinou. Sabia que era uma visão lamentável, mas ele não fez comentários e não espalharia fofocas sobre mim. Pelos nossos padrões, ele era um bom homem.

Ele não se ofereceu para me ajudar enquanto cambaleava em direção ao seu carro, embora obviamente precisasse de ajuda, pelo que era grato. Queria manter um pedaço do meu orgulho.

Uma vez que sentei no banco do passageiro, uma onda de náusea tomou conta de mim, mas lutei contra isso. Não era um garoto de quinze anos que exagerou na primeira festa. Pietro sentou-se atrás do volante e ligou o carro. Ele abaixou a janela e acendeu um cigarro.

Antes da coisa com Serafina, nunca o tinha visto fumar, mas imaginei que cada um de nós tinha seu próprio vício para lidar com os acontecimentos recentes.

Nós não falamos. Eu estava bêbado demais e Pietro, embora sóbrio, parecia estar de ressaca.

- O Capo ainda está na sua casa? - Perguntei eventualmente. A nota de desrespeito em meu tom poderia me colocar em problemas em qualquer outro dia. Não que me importasse.

- Não, ele e sua família foram para Chicago.

- Lar doce lar, - murmurei.

Pietro deu uma tragada profunda e acenou com a cabeça. Nossas famílias estavam em ruínas por vários motivos, mas Dante manteve sua família em perfeitas condições.

Chegamos à mansão de Pietro quinze minutos depois. A casa estava escura, exceto por um quarto no andar de cima. Pietro suspirou.

- Sua esposa? - Imaginei.

Ele assentiu. Ele nunca foi muito falante, mas agora parecia ter ficado seletivamente mudo. - E quanto a Samuel? - Perguntei. Não tinha certeza porque não podia simplesmente calar a boca.

Pietro deu uma última tragada no cigarro, pisou no chão e me conduziu até a porta da frente. - Ele perdeu sua irmã gêmea.

Não era exatamente uma resposta, mas ao mesmo tempo era. Samuel e eu não éramos exatamente amigos. Nossas personalidades se chocavam demais para querer estar perto um do outro, mas eu o respeitava. Eu tinha perdido minha noiva - minha futura esposa - quando Remo a sequestrou e peguei Sofia como substituta. Para Samuel, não haveria outra pessoa que pudesse ocupar o lugar de sua irmã gêmea.

Pietro me levou a um de seus quartos no segundo andar e pediu licença.

Caí na cama, tirando meus sapatos e sem me preocupar em me despir. Segundos depois que meu corpo atingiu o colchão, desmaiei.

                         

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