Troca De Mundos
img img Troca De Mundos img Capítulo 4 4. Conrad
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Capítulo 7 7. Conrad img
Capítulo 8 8. Albert img
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Capítulo 10 10. Conrad img
Capítulo 11 11. Albert img
Capítulo 12 12. Albert img
Capítulo 13 13. Conrad img
Capítulo 14 14. Conrad img
Capítulo 15 15. Conrad img
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Capítulo 36 Conrad img
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Capítulo 38 Max img
Capítulo 39 Max img
Capítulo 40 Ned img
Capítulo 41 Albert img
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Capítulo 44 Albert img
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Capítulo 46 Max img
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Capítulo 55 Albert img
Capítulo 56 Conrad img
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Capítulo 60 Max img
Capítulo 61 Albert img
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Capítulo 4 4. Conrad

Assim que eles chegaram no colégio, Conrad acompanhou a irmã até a sala dela, a professora dela estava saudando os alunos na medida que eles entravam. Conrad conhecia a senhorita Melanie Cooper, a professora da Anne. Ela tinha uma idade parecida com a dele, era simpática e muito linda.

O cabelo preto dela era longo caindo suavemente pelas costas, seus olhos grandes eram de um cinza característico, nariz fino e boca pequena, Conrad até achava que a garota fosse uma daquelas estrelas do cinema de tão bonita que ela era, nesse momento ela estava olhando pra ele e ele desviou os olhos constrangido, ele admitia que tinha uma queda por ela sim.

- Srta. Cooper! – Anne correu até ela indo abraçá-la, Melanie além de ser linda também era professora favorita da irmãzinha do Conrad.

- Nossa, que animada que você está hoje né. – Ela estava rindo.

- Hey, moçinha. Vai com calma, vai derrubar a professora. – A menina sorriu constrangida. – Olá... – Conrad só conseguiu dizer isso.

- Olá. – Ela respondeu sorrindo também.

- Connie, posso? – Anne pediu permissão.

- Pode, gracinha. – Conrad respondeu, a menina se virou pra professora.

- Srta. Cooper. Você pode ir ver a minha partida de soccer hoje de tarde na companhia do meu irmão? vai ser no pavilhão da comunidade.

- Ela ficou implorando isso a manhã inteira, mas tudo bem se não poder ir. – Conrad se desculpou embora querendo que a professora aceitasse o convite.

- Bom, hoje de tarde eu vou estar livre. – Aquilo surpreendeu Conrad, ele tinha achado que Cooper não ia aceitar.

- De verdade? – Anne falou com um sorriso de orelha em orelha.

- Sim, meu bem. Agora vai pra dentro que a aula já vai começar. – A garota acentiu, abraçou Conrad e foi pulando pra dentro da sala, agora os jovens estavam sozinhos ali no corredor. – Então... Até de tarde.

- Até... – Conrad ainda envergonhado, se retirou com o seu coração palpitando forte.

Minutos depois ele estava numa quadra de basquete tentando tirar Ned, o seu melhor amigo, de lá. Ned adorava basquete, então mesmo agora atrasados pro trabalho ele estava praticando com um grupo de muleques, e já que os garotos estavam ganhando dele, ele arrastou Conrad pro meio para que pudesse o ajudar. Eles dois tinham uma sintonia, então vencer daqueles carinhas seria brincadeira de criança, literalmente.

Com uns passos pra cá, uns dribles pra lá e camaradagem, Ned e Conrad acabaram encestando várias bolas se gabando assim dos rapazes que estavam apenas com cara de tacho. Finalmente Conrad conseguiu tirar Ned de lá que ainda vaiava e se gabava para os pobres garotos.

- Vão tomar no cu, eu ainda tô em forma, seus porras! – Ele vaiava excitado enquanto Conrad ainda o arrastava pela rua.

- Você sabe que isso não é correto né visto que a gente é adulto e eles são só adolescentes. – Conrad comentou enquanto andavam.

- Não é correto porra alguma, eram seis putos contra a gente. Então foi por merecer, a gente não tem culpa se as pernas e os braços daqueles filhos da mãe são curtos demais. – Ambos soltaram uma risada.

Ned era assim mesmo, o humor ácido dele só perdia para a quantidade de palavrões que ele cuspia, ele era negro, corpulento e alto, afobado e até esperto, mas Conrad adorava ele porque Ned Jackson era cem por cento coração. Eles cresceram juntos por aquelas ruas de Manhattan, estudaram na mesma escola, mesmo baile de formatura, terminaram juntos o ensino médio e agora estavam trabalhando na mesma empresa. Conrad não podia imaginar a vida dele sem Ned estando do lado dele.

Enquanto passavam por uma avenida, Conrad teve que parar porque Ned estava mais uma vez babando na vetrine de uma loja da Williams Jewels, ele estava babando num anel de diamante que custava o olho da cara, Ned queria aquela jóia para presentear a Natasha, a namorada dele.

- Aff, Ned. vamos embora logo. – Ele o puxou.

- Um dia eu vou comprar aquele anel pra Tasha, eu prometo.

- Você sempre fala isso.

- Acredita em mim, Tasha vai ter um pire-paque quando eu colocar aquela pedrona no dedo anelar dela, vai ser o dia que vou pedir ela em casamento, sim! – Ele falou todo sonhador.

- Fico feliz.

- Pois é. E você? Quando vai dar encima da gata da professora da sua irmã?

- Por Deus. Apenas cale a boca, idiota. – Ned caiu na gargalhada.

- Mas eu tô falando sério tá, não sei por quê você ainda não avançou nela. Fica apenas suspirando pelos cantos por ela.

- Não vai rolar, Ned. Aquela garota nunca que ia gostar de mim.

- Porquê tem tanta certeza disso? O que está havendo com você? Você tem andado muito pra baixo. – Conrad resmungou.

- É só toda essa bagunça que está acontecendo na minha vida... O meu pai não tá recuperando, o Tom só se mete em problemas...

- O que seu irmãozinho idiota fez de novo?

- O de sempre...

- Por quê não manda ele pra rua de uma vez? O cara não foi homem o suficiente pra ter engravidado a garota dele? Então ele será homem pra poder sustentar eles.

- Eu nunca faria isso, estamos falando da minha família afinal. – Relutou.

- Você sabe que isso é pro bem dele. – Conrad agradeceu mentalmente quando entraram na zona industrial, pelo menos aquela conversa ia acabar.

[...]

Ambos trabalhavam na indústria refinadora da Williams Jewels. O trabalho deles era super perigoso pois eles estavam muitas vezes expostos a carbono que sobre aquecido gerava diamantes. Tinha que ter uma matéria prima pra firma produzir tanto produto bom, e isso vinha da fornalha onde Ned e Conrad trabalhavam cinco horas por dia todos os dias úteis. Conrad odiava aquele trabalho, mas eles incrivelmente pagavam mais bem do que várias outras indústrias vizinhas, e já que o pai dele trabalhava lá há mais de duas décadas, ele entrou lá graças a ele, e agora lá se iam dois anos desde que Conrad começou a trabalhar lá.

Já que Conrad sempre estava com dinheiro em falta, ele passava o fim da tarde e o início da noite num outro emprego dele como entregador domiciliar. Então ele estava trabalhando em dobro mesmo.

Há uma dada altura, ele ouviu o nome dele sendo chamado pelos altifalantes da fábrica: "Conrad Adams, compareça a sala do supervisor imediatamente". Confuso, ele saiu de lá seguindo os corredores até a tal sala. Aquilo acontecia de vez enquando, o supervisor ficava monitorando eles através das centenas de câmeras de vigilância que estavam espalhadas pelo lugar. Afinal eles estavam refinando produtos avaliados em milhares de dólares, vários operários tentavam furtar alguma peça ali e sumiam da cidade se conseguissem mas aquilo era um perigo enorme, pois quando eram pegos, ou eram presos ou ficavam devendo a empresa pelo resto da vida. E aquele não era o caso do Conrad, ele não pretendia fazer nenhum borrada como aquela. Então talvez ele estivesse sendo chamado para quem sabe ser promovido, acontecia de vez enquando, no entanto, um frio começou a subir pela barriga dele, as luzes fluorescentes desfocadas do corredor o fazia parecer que ele estava caminhando para o corredor da morte. Assim que chegou, permitiram a sua entrada. Ele tirou a viseira que cobria seu rosto e se sentou assim que pediram. Havia o supervisor e mais dois colegas dele lá, os últimos dois o fitavam com um olhar tenso que Conrad não entendeu.

- Muito bem. – Começou o homem sentado na mesa que tinha sua identificação como Sr. Cabott. Era um homem magro, rosto fino e bochechas fundas, seu nariz encurvado e olhos arregalados fizeram Conrad lembrar de urubus. – Tenho supervisionado o seu trabalho, você tem sido ótimo operário.

- Obrigado, senhor. – Conrad respondeu, talvez a promoção viria mesmo.

- Também sei que você está aqui substituindo Anthony Adams, o seu pai que se encontra doente. – Conrad concordou. – Sei que você e sua família têm passado dificuldade visto que o salário que você recebe aqui não cobre os gastos. A sua casa está hipotecada, uma família grande, pai doente, o que faz você passar noites em claro sem conseguir dormir por falta de dinheiro.

- Ainda não percebi onde o senhor está querendo chegar. – Perguntou Conrad se sentindo exposto. O homem parecendo um urubu se mexeu na cadeira.

- Quero te oferecer uma proposta que pode salvar você e sua família do lixo em que vivem agora. – Conrad estava por demais curioso, uma sirene de perigo começava a soar por trás dos seus olhos.

- Qual proposta?

- A gente pensou bastante e viu que você é um candidato, você tem as qualificações que procuramos. Quero que clandestinamente você trabalhe pra mim como seus colegas – Apontou pros outros dois homens ali. – E vários outros que também trabalham pra mim. – Apontou pelas várias telas que reproduziam imagens diretamente das fábricas e os operários que trabalhavam lá, minutos antes o homem também estava vigiando Conrad dali.

- E qual seria esse trabalho? – Perguntou, seu coração já palpitava forte.

- Simples, enquanto for meu turno, você vai estar pegando algumas pedras refinadas da esteira elétrica e colocar no seu bolso discretamente sem que ninguém além de mim perceba, no fim do dia, você vem sem encontrar comigo e me entregue o que você pegou. Por cada pedra que você pegar eu te dou dois mil dólares. Não é genial? Além disso, nós já temos feito isso a anos, a Williams Jewels é tão poderosa que uma pedra ou duas não fazem falta alguma. Não é como se a gente estivesse preocupado se a empresa falir ou não. Eles só nos exploram, então porquê a gente não pode tirar proveito? – Nesse momento o coração do Conrad batia mais forte ainda, os seus ouvidos gritavam, estaria ele passando mal? Não é que ele não estava tentando, dois mil dólares... Os pendentes que ele poderia resolver com esse dinheiro, o plano de saúde do pai, as coisas que ele podia comprar pra sua irmãzinha... – Se você quiser um tempo pra pensar, eu posso dar a você até amanhã...

- Aceita logo, garoto. Isso é nossa salvação. – Persuadiu um dos dois homens ali enquanto o outro acentia com um sorriso ganancioso.

- O seu pai também estava nesse negócio, mas ele ficou doente então tivemos que cortar o contrato com ele. – Cabott contou.

- O quê..? – Conrad não poderia estar mais surpreso. Seu pai trabalhando num esquema clandestino? Aquilo não fazia sentido. Os homens ali estavam rindo.

- Então garoto, o que você diz? – Perguntou o homem-urubu.

- Não. – Conrad não era burro o bastante pra não saber que aquilo se tratava de uma roubada perigosa, e mesmo que seu pai estivesse supostamente metido naquilo tudo, Conrad era diferente dele. – O meu salário aqui não serve pra quase nada mesmo, mas há outras formas de ganhar dinheiro, não roubando. – Falou com sua cabeça erguida. O homem urubu se recostou em sua cadeira com uma carranca no rosto, os dois últimos homens se agitaram.

- Caralho! – Um deles bateu na parede com raiva. – Eu te falei que você estava escolhendo errado, Cabott! Ele não é Anthony!

- Cale a boca. Como eu ia adivinhar que ele recusaria essa proposta de ouro? – O urubu se defendeu. – Quem em sã consciência e com cadastro que nem o dele não aceitaria. – Conrad estava em silêncio.

- E agora o que faremos? Você já entregou o jogo todo pra ele. – Um dos homens falou. Conrad se sentia tenso. Cabott começou a assinar alguns papéis.

- Como vê, Sr. Adams. Você já sabe de muita coisa, então terei que demitir você. Me dê o seu cartão de acesso.

- Como assim? Mas eu não fiz nada. – Rogou Conrad revoltado.

- Apenas me dá ou então eu terei que chamar os seguranças para eles tirarem você daqui a ponta-pés, seu pedaço de lixo. E se você abrir o bico e contar pra alguém sobre o que você viu aqui, eu te juro que sua família vai pagar o pato. Olhe bem pra mim e veja se eu estou brincando. – As ameaças ásperas do homem o atingiam, Conrad não teve escolha a não ser entregar o seu cartão de acesso e pegar a sua carta de demissão, levantou-se e saiu de lá completamente vazio.

Enquanto despia o seu uniforme e voltava a vestir suas roupas gastas de sempre, Conrad ainda estava em choque sem realmente saber o que estava acontecendo, ainda não tinha caído a ficha que ele estava demitido. Um segurança o acompanhou/expulsou para fora da fábrica, Conrad não teve tempo nem de se despedir do seu amigo Ned uma vez que ele se encontrava do lado de fora da fábrica agora sozinho e sem rumo.

            
            

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