Capítulo 2 Amargura de um coração.

O casamento era para ser a união de duas almas e corações sacramentado no amor e respeito. Catarina estava frente ao altar para se a casar com um homem frio e sem sentimentos que olhava impaciente para o relógio de bolso de modo a demonstrar ao velho sacerdote que seu tempo era precioso para perder naquela cerimônia longa.

Catarina e Alexandre foram casados na pequena igreja da vila. Após a cerimônia, Alexander rumou para os campos para supervisionar a colheita da cevada. Deixando a jovem sozinha com ordens precisas para não atrasar o almoço.

Assim que entrou pela porta encontrou uma casa escura com o piso de madeira a brilhar, sentiu o coração bater acelerado quando foi alvo do olhar angustiado da antiga serva que a esperava com olhar cheio de tristeza.

A velha senhora marchou até ela segurando suas mãos entre as delas.

_ Lamento que tenha que deixar está casa menina, mas ouça essa velha que lhe fala. O seu marido é obcecado por limpeza. Vai lhe obrigar a esfregar esse chão até brilhar, eu lhe imploro não faça isso com as mãos sem proteção, já que a madeira irá ferir sua carne.

Disse a mulher com tristeza.

Catarina sentiu o medo tomar conta do seu ser.

_ Ele odeia barulho e não suporta o ambiente com luz. Para evitar crises nervosas dele lhe aconselho a não mudar nada de lugar, e deixar atmosfera desse mausoléu como está. Ouça essa velha menina e tenha paz.

Catarina mexeu a cabeça de maneira afirmativa, sabendo que amargaria ter se casado com um homem rude e mal.

Alexander caminha irritado ao imaginar sua casa sendo violada pela esposa, pensou na velha serva que havia dispensado que o servia nos trabalhos domésticos, irritado tinha dúvidas se a esposa cumpriria suas funções. Agora cabia a ela assumir as responsabilidades com a casa e seus cuidados. Pensava ele marchando pela estrada com a face emburrada.

Catarina, desgostosa, passou o dia a receber as instruções da antiga serva e no final da tarde preparou um almoço simples mais saboroso para o esposo. Deixou a cozinha do modo que encontrou, não mudando nada de lugar. Comeu sozinha rumando para o piano em sequência.

O som belíssimo foi ouvido pelas pessoas que circulavam perto da cerca viva. Alexander de longe ouviu o som da melodia, sentiu emoção de quem tocava.

Parando na cerca viva observava pela janela Catarine sentada ao piano tocando com os olhos cheios de lágrimas. Fato que o surpreendeu, o rosto belo demonstrava uma tristeza profunda de um coração amargurado.

Rumando para casa, notou que ela cumpriu com o que havia ordenado. Deixou tudo exatamente igual, respeitando sua vontade. Não tocou em nada, apenas preparou uma refeição simples mais saborosa ao esposo que repousava sobre o fogão.

Assim que observou o caldeirão próximo ao fogo, Catarina entrou pela porta da cozinha.

Em silêncio preparou a tina com água perfumada e toalhas brancas. Servindo-lhe a refeição sentando a sua frente em silêncio. Alexander fitava os olhos da jovem enquanto comia. Eles mostravam uma tristeza profunda. Que quando se voltando para ele se escondia atrás de uma máscara de falsa tranquilidade.

Após se alimentar.

Catarina retirou os utensílios lavando os mesmos e com voz fraca perguntou:

_ O senhor prefere água a que temperatura para o banho?

Alexander disse-lhe as informações solicitadas.

A mesma arrumou a banheira com água na temperatura certa.

Catarine pediu licença deixando o homem sozinho.

Chegando ao quarto.

Chorou amargamente sua sorte. Acabou se casando com um homem frio com coração de pedra. Teria uma vida infeliz servindo a um homem que a tratava como uma serva. Era isso para ele uma serva. Que só existia para servi-lo em silêncio. E o seu coração juvenil ansiava por sentir o amor e amar.

Nutria um desejo secreto casar com um homem que a visse como igual como o padrinho. Nutria o desejo ardente de ser mãe, de ter filhos para alegrar a seus dias.

Era seu primeiro dia de casada e as únicas coisas que recebeu do esposo foi um olhar de irritação e poucas palavras.

Os dias passavam de maneira tranquila.

Catarina agia como uma excelente esposa. Cumprindo todas as obrigações de uma mulher casada, a jovem seguia a risca os conselhos dados por Paula, fato que lhe garantia tranquilidade de uma vida tediosa. Terminava de preparar uma torta de amoras quando um mensageiro do Czar bateu a porta. O homem entregou a ela uma carta destinada ao marido. Deixou a mesma sobre a mesa de entrada com a bacia de água perfumada e as toalhas brancas felpudas. Passou o dia a cuidar dos afazeres a esperar o marido que não lhe dirigia a palavra a não ser para lhe dar ordens sobre a manutenção da casa para que ela se ajustasse a seus gostos.

Alexander chegou a casa assim que entrou pela porta, viu a carta sobre a mesa, o sol começava a sumir no horizonte. Leu a mensagem e gritou:

_ Catarina.

Catarina surgiu da cozinha com o rosto vermelho pelo calor do fogo. Os olhos dele cairão sobre a face dela e seus olhos se tornaram mais belos em contraste com a pele avermelhada das bochechas dela.

Se refazendo do choque da beleza da esposa, solicitou que ela preparar um jantar simples mais saboroso, pois, receberiam uma visita no anoitecer. Solicitou para que ela estivesse apresentável. Já que a sua aparência demonstrava certo desleixo. Insensível não percebeu que a jovem havia passado o dia a esmerar a casa devido a sua mania de perfeição de limpeza, suas mãos estavam cheias de bolhas por esfregar o chão para que ficasse lustroso conforme sua vontade. Já que alegava que não necessitava de pagar uma serva para realizar os trabalhos domésticos, já que era jovem e saudável e não necessitava de ajuda.

As palavras dele feriram a alma da jovem que constatou que ele era egoísta e frio a suas ações. Sem demonstrar o que se passava em sua alma, ela o fitou e com voz fraca falou:

_ Farei como manda Senhor.

Os olhos dela demonstravam certa mágoa que ele não compreendia, observou a jovem ir para a cozinha. Fechou os olhos tentando aplacar a inquietação que ela trouxe ao seu coração.

_ Bobagem de mulher.

Falou ele seguindo para o quarto de banho que estava preparado para ela.

Observou que ela havia deixado as roupas lavadas e perfumadas sobre a mesa, além de um pequeno sabonete de alfazema caseiro.

            
            

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