O Segredo da Casa 223
img img O Segredo da Casa 223 img Capítulo 2 A casa misteriosa
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Capítulo 6 Os cômodos secretos - Parte I img
Capítulo 7 os cômodos secretos - Parte II img
Capítulo 8 As cartas codificadas img
Capítulo 9 O delegado do oeste img
Capítulo 10 O decifrável código img
Capítulo 11 O anjo do deserto - Parte I img
Capítulo 12 O anjo do deserto - Parte II img
Capítulo 13 O trio de guerreiros e um novo desafio img
Capítulo 14 A verdade veio à tona - Parte I img
Capítulo 15 O pergaminho do gelo img
Capítulo 16 Cilada da Morte img
Capítulo 17 Cilada da Morte - Parte II img
Capítulo 18 Cilada da Morte - Parte III img
Capítulo 19 A Vila Imaginária - Parte I img
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Capítulo 2 A casa misteriosa

A Casa 223 erguia-se como um mausoléu de segredos na insuspeita cidade de San Giovanni, na Itália. Seis meses haviam se dissipado desde o lúgubre adeus à avó Maria Giordano, mas Isabella ainda era assombrada pela dor. Roma, onde vivia e laborava como arquiteta, tornou-se uma distante lembrança quando a inquietante revelação sobre o conteúdo da Casa 223 alcançou seus ouvidos, forçando-a a enfrentar o retorno prematuro.

As memórias de sua infância naquela casa, permeadas por seres sombrios que só ela avistava, eram cicatrizes emocionais. Quando o asfalto se transformou em barro e as árvores sussurrantes cercaram a Casa 223, um calafrio arrepiante percorreu sua espinha. A residência, agora envolta em sombras ainda mais profundas, aguardava com sua atmosfera carregada de mistério. A região, outrora palco de vivacidade juvenil, revelava-se como um cenário lúgubre, onde adolescentes e jovens adultos dançavam entre as linhas tênues do desconhecido.

Isabella, ao passar por essas ruas assombradas pela nostalgia, sentiu o pêndulo do tempo oscilar. A praça que a viu crescer outrora agitada agora era um eco distante, uma lembrança de dias silenciosos. Em um impulso nostálgico, ela se permitiu reviver as brincadeiras da infância com sua avó ali, mas o ar das recordações ficou carregado com a presença da escuridão, que se impôs e, ao ouvir vozes desconhecidas, preferiu dirigir-se ao destino final, a Casa 223.

O caminho, ladeado por casas desmanteladas e desprovidas de teto, reforçava a aura de terror. Isabella, atenta à estrada, surpreendeu-se ao vislumbrar uma casa íntegra entre as ruínas. A dúvida a invadiu, mas ela prosseguiu, diminuindo a velocidade enquanto o imponente portão se revelava à frente. Estacionando o veículo, Isabella confrontou a colossal porta, um enigma que resistia às investidas de antigos visitantes.

Sem hesitar, Isabella desceu do veículo e deu alguns passos até a entrada principal, e assim esticou a mão para abrir a porta, mas, para sua perplexidade, a abertura cedeu sem resistência, como se aguardasse ansiosamente por sua chegada. Um calafrio misturado com medo percorreu seu corpo, arrepiando os leves pelo de seus braços. Contudo, a determinação a impeliu a adentrar o abismo da residência.

Os corredores, agora envoltos em trevas, guiaram Isabella, cuja lanterna destilava feixes de luz trêmula. A residência, outrora abandonada, exibia paredes limpas e polidas, como se um cuidador invisível tivesse despertado da letargia para lustrar o que permanecera obscuro por tanto tempo. O que deixou Isabella confusa.

Seus passos idênticos ao de uma tartaruga, a levou à sala de estar. Lá se deparou com um papel amarelado, que repousava sobre uma mesa de madeira, exalando um aroma antiquado. Isabella, instigada pela curiosidade, devorou as palavras do bilhete, que delineavam um propósito oculto e um mistério ainda enterrado na Casa 223.

Era para ser apenas uma visita rápida afim de coletar o que se fazer com o casarão, mas a curiosidade despertada pelo recado do bilhete fez Isabella buscar por pistas. Ela começou a vasculhar cada recanto, mas algo, como um resquício dos filmes de terror que frequentemente a assombravam, a impeliu a procurar além do óbvio. Uma linha avermelhada na parede apontava para uma estante antiga, revelando uma porta secreta.

Ao abrir a porta, a escuridão do subterrâneo envolveu Isabella. O que parecia ser um porão revelou-se um quarto secreto, empoeirado e misterioso. Uma caixa de madeira antiga repousava sobre uma mesa no centro. Com mãos trêmulas, Isabella abriu a tampa, desencadeando um odor de mofo que pairava no ar.

O conteúdo da caixa fez seu coração acelerar e suas entranhas se retorcerem em repulsa. O horror estampado na cena diante dela desafiou a própria compreensão da realidade. Com uma tampa cerrada, Isabella recuou, deixando a caixa tombar no chão. Uma sensação de ser observada, uma densidade na escuridão, assombrava-a.

O medo, palpável e implacável, prendeu Isabella em seu jugo paralisante. Seus sentidos, sobrecarregados pelo terror, lutavam para formular uma resposta. Um movimento na escuridão, indistinto e insinuante, sussurrava que ela não estava só. Algo inexplicável e inominável a rodeava.

O pânico se apoderou dela, e as opções se confundiram em um borrão de terror. Gritar por socorro ou fugir, cada decisão se transformava em um dilema vertiginoso. O coração martelava, os olhos varriam a escuridão em busca de respostas. O horror crescia, iminente e indescritível. Isabella estava aprisionada na Casa 223, e algo sinistro estava à espreita, pronto para revelar sua face monstruosa.

O suspense iniciava, e Isabella estava à mercê de um pesadelo que transcenderia as sombras da razão.

            
            

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