O Segredo da Casa 223
img img O Segredo da Casa 223 img Capítulo 3 O livramento inexplicável
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Capítulo 6 Os cômodos secretos - Parte I img
Capítulo 7 os cômodos secretos - Parte II img
Capítulo 8 As cartas codificadas img
Capítulo 9 O delegado do oeste img
Capítulo 10 O decifrável código img
Capítulo 11 O anjo do deserto - Parte I img
Capítulo 12 O anjo do deserto - Parte II img
Capítulo 13 O trio de guerreiros e um novo desafio img
Capítulo 14 A verdade veio à tona - Parte I img
Capítulo 15 O pergaminho do gelo img
Capítulo 16 Cilada da Morte img
Capítulo 17 Cilada da Morte - Parte II img
Capítulo 18 Cilada da Morte - Parte III img
Capítulo 19 A Vila Imaginária - Parte I img
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Capítulo 3 O livramento inexplicável

Isabella, imersa na escuridão total que se seguiu à abertura da caixa, buscava desesperadamente a porta de saída. A luz que a envolvia desapareceu abruptamente, e a tentativa de iluminar a penumbra com a lanterna do celular resultou em um aviso cruel de bateria fraca. A sensação de isolamento era avassaladora, um pesadelo manifestado em sombras densas.

Seu corpo tenso, mãos cerradas em punho, Isabella preparava-se para enfrentar o desconhecido quando uma mão fria e firme apertou seu braço. Uma voz rouca sussurrou instruções, instilando mais medo em sua alma já atribulada. A determinação nos olhos escuros do homem transcendia a escuridão, e a confirmação de sua presença aumentava a paranoia de Isabella.

- Não grite – sussurrou o homem, sua voz sibilando no ouvido dela. – Prometo não machucá-la, apenas me acompanhe.

Isabella, em uma vã tentativa de se libertar, sentiu a força implacável da mão do homem. A incerteza do que ele queria aumentava o pânico. Uma pergunta retórica ecoou na mente dela, ecoando como um lamento. 'Como ele conseguiu entrar?'

O caminho pela escada escura tornou-se um fio tênue entre o desconhecido e o terror. Isabella, cegada pela escuridão e dominada pelo medo, buscava incessantemente uma saída. A presença de uma arma pontiaguda nas mãos do homem fez sua espinha gelar, elevando a ameaça à um nível insondável. Ela sentia a necessidade urgente de escapar dessa sinistra encruzilhada.

- Quem é você? E como entrou na residência? – questionou, tentando ganhar tempo enquanto concebia um plano de fuga.

A resposta lacônica do homem indicava sua relutância em compartilhar informações. Conduzida para um corredor estreito dentro do casarão, agora pouco iluminado, Isabella compreendeu a armadilha. Entre portas fechadas, a esperança de encontrar refúgio em uma sala e aguardar ajuda dissipou-se rapidamente. O medo, agora, tornava-se sua única companhia.

- Por que insiste seguir esse corredor? – sussurrou ela, com os olhos fixos nele como sombras famintas. - Não percebeu que estamos andando em círculo? – a voz dela era um eco trêmulo, como se soubesse de algo que ele desconhecia. O homem, entretanto, ansiava pelo silêncio, ao menos por enquanto.

Isabella, ao perceber a inutilidade do rapaz, buscou refúgio na memória, desenterrando uma saída de emergência imaginada na infância. Um corredor estreito ecoava em sua mente, uma passagem clandestina que conduzia ao jardim. A esperança sutilmente emergia, embora a incerteza persistisse.

- Preciso, desesperadamente, encontrar minha serenidade. Nestas condições, sou inútil para ajudá-lo. Permita-me, ao menos, vislumbrar uma luz mais intensa, mesmo que provenha apenas de lampiões.

- Não percebe que estamos em busca de uma luz mais intensa? – ele vociferou, a raiva aumentando a cada passo dado, enquanto as portas pareciam se multiplicar diante dele, sempre se esquivando.

- Por favor, apenas conceda-nos a entrada por uma dessas portas. Certamente, lá dentro encontraremos uma luminosidade mais poderosa. – ela falou, ciente da porta precisa a escolher, uma chave escondida em seu conhecimento.

A concessão foi relutante, e eles adentraram a quarta sala. A madeira antiga da porta, marcada pelo tempo, testemunhava a passagem de décadas e ocultava segredos sombrios. Enquanto o homem aguardava impaciente, Isabella, ao fingir exaustão, vislumbrou uma oportunidade. Em um movimento audacioso, tentou desarmá-lo.

No entanto, a reação do homem foi mais rápida, suas mãos apertando-a com uma força renovada. A tentativa de liberdade de Isabella resultou em seu cativeiro mais seguro, um cárcere de desespero. A sala tornou-se palco de um confronto desigual.

O grito abafado de Isabella foi silenciado pela mão do homem, que a arrastou para outra sala e a amarrou a uma cadeira. Seus esforços para se libertar foram inúteis, enquanto a impotência a envolvia como um manto. Enquanto ponderava sobre seu destino, algo no ar mudou.

Uma presença etérea, imperceptível aos olhos, envolvia-a. Seu corpo, estranhamente desamarrado, a surpreendeu. Uma luz esverdeada pulsava em um objeto misterioso. O toque gélido em sua mão lançou-a em um paradoxo entre o desconhecido e o inefável.

Enquanto o homem procurava entender o que estava ocorrendo naquele quarto secreto, Isabella, aproveitando a oportunidade, agiu. O amuleto em formato de estrela se cravou no pescoço do sequestrador, um golpe de astúcia em meio à adversidade. O clamor de dor foi o prelúdio de sua fuga precipitada.

Ofegante, em passos acelerados pelo corredor, enfim encontrou a escada que a levaria até outro compartimento. Ela desceu precipitadamente a escadaria, encontrando-se na sala de estar da avó. Diante de seus olhos, destacava-se a única porta de saída - ao menos, era nisso que ela queria acreditar.

Ao emergir para o exterior, sentiu-se aliviada por um salvamento inexplicável. Isabella dirigiu-se apressadamente até seu carro; no entanto, suas esperanças desmoronaram quando o veículo falhou em dar partida, interrompendo abruptamente sua rota de fuga.

Com a cabeça baixa, respirando suavemente, Isabella levou um susto ao notar a aparição de um homem na janela do carro. Sua voz potente declarando "sou amigo" despertou uma desconfiança cautelosa. Uma mistura de medo e esperança agitava-se dentro de Isabella, enquanto ela se via diante da encruzilhada entre confiar ou sucumbir ao desconhecido.

O suspense persistia, seu desfecho pairando na penumbra da incerteza, como sombras inquietantes dançando na borda do desconhecido.

            
            

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