Isabella, ainda abalada, compartilhou que a casa pertencia à sua avó e que o sequestrador era um sujeito estranho e misterioso, sem conseguir fornecer detalhes precisos, tamanha sua perturbação. Lorenzo olhou ao redor e avistou um temporal se formando, então propôs aguardarem até o amanhecer para iniciar a busca, sugerindo que Isabella passasse a noite em sua casa, nas proximidades, para descansarem e se prepararem melhor. Desconfiada, mas influenciada por uma inexplicável voz interior, ela concordou, e os dois partiram em direção à residência de Lorenzo.
Ao longo do trajeto, Isabella compartilhou mais sobre si mesma e como se envolvera com a caixa misteriosa. Lorenzo, percebendo sinceridade em suas palavras, revelou sua identidade, sendo ele um ex-policial aposentado devido a uma tragédia pessoal.
À medida que se dirigia à casa de Lorenzo, através da estrada de barro, Isabella refletia sobre o caminho, identificando a única residência com detalhes de decoração nova. Ao chegar, a surpresa diante da beleza e do conforto do ambiente tomou conta dela. Lorenzo a guiou até o quarto de hóspedes, sugerindo-se para preparar um chá reconfortante.
Enquanto Isabella se encantava com a residência acolhedora, uma sensação de conforto e segurança preenchia o local. No entanto, a noite se desenrolava, e Isabella lutava contra as memórias do terrível dia no casarão assombrado. Incapaz de dormir, ela se aproximou da janela, onde as palavras do sequestrador ecoavam, relembrando-a da importância da misteriosa caixa.
Lorenzo, consciente do abalo de Isabella, preparou um chá quente, traçando um plano para a jornada à frente. Enquanto compartilhavam o chá, Lorenzo procurou acalmá-la, prometendo estar ao seu lado e evitar qualquer mal. Entretanto, a tensão persistia em Isabella, assombrada pelo que havia enfrentado na Casa 223.
Percebendo o estado da garota, Lorenzo concedeu-lhe privacidade, retirando-se para a sala de estar. Deitada na cama, Isabella refletiu sobre sua capacidade de enfrentar os desafios iminentes. A noite avançava, e um ruído na sala de estar a fez saltar da cama. Ao investigar, descobriu Lorenzo remexendo uma estante de livros, causando um susto momentâneo.
Após o incidente, Lorenzo explicou que procurava um material antigo relacionado à história de sua família. Isabella, curiosa, indagou sobre o conteúdo do material questionando se era um livro. Lorenzo refletiu e enfim revelou ser uma história real sobre um tesouro escondido por sua família na casa que lhes abrigava.
- Na verdade, não é bem um livro. Gerei o título de livro como artimanha para confundir aqueles que o buscam. É um diário, repleto de relatos que intricam com os segredos desta casa – revelou, enquanto passava as páginas amareladas do diário.
- Então, parece que não sou a única a colecionar inimigos. Alguma ideia de quem poderia estar envolvido nos mistérios da Casa 223? Quem sabe há uma conexão com quem está em busca deste diário – ela indagou, sua voz carregada de desconfiança.
- Nada pode ser descartado. – Ele proferiu, iniciando uma nova linha de indagações. - A questão que paira é: como o desconhecido adentrou o casarão, considerando que... - interrompeu-se abruptamente, percebendo que sua verbalização estava prestes a revelar mais do que deveria. Um silêncio tenso pairou, deixando Isabella ainda mais desconfiada.
A noite se estendia, e a conversa sobre as duas casas alimentava a curiosidade de Isabella e Lorenzo. Apesar do medo ainda presente no pulsar da garota, a excitação pela possível descoberta do segredo da casa 223 tomava conta dela. Enquanto isso, Lorenzo mergulhou em seus próprios pensamentos, revelando implicitamente a Isabella que ele guardava segredos não revelados. A noite avançou, e ambos se dirigiram silenciosamente para seus quartos, buscando o refúgio de um sono tranquilo. No entanto, após minutos de inquietação, um pesadelo implacável envolveu ambos, levando-os a sonhar com aventuras emocionantes e mistérios ainda não desvendados.
O suspense persistia, pairando como sombras inquietantes no limiar do desconhecido.