Entre Anjos e Demônios: O Herdeiro do Purgatório
img img Entre Anjos e Demônios: O Herdeiro do Purgatório img Capítulo 7 Em Busca de Ajuda
7
Capítulo 10 Ervas e Confusão img
Capítulo 11 Próxima Parada: Quadrilátero Ferrífero img
Capítulo 12 Anahi img
Capítulo 13 O Ataque das Criaturas Híbridas img
Capítulo 14 Aglaophothis img
Capítulo 15 Trilhos e Grifos img
Capítulo 16 Um Passado Que Tentei Esquecer img
Capítulo 17 Ouro Preto img
Capítulo 18 Roupas, Visões e Identidades img
Capítulo 19 A Emboscada dos Corpulentos img
Capítulo 20 Não devíamos estar aqui img
Capítulo 21 O Banquete das Criaturas img
Capítulo 22 Diretor Mendes img
Capítulo 23 Surpresas Reptilianas img
Capítulo 24 A Fuga da Clínica Psiquiátrica img
Capítulo 25 Brasa e o Celeiro Abandonado img
Capítulo 26 Luiz e Uriel img
Capítulo 27 Planos e Desabafos img
Capítulo 28 O Falso Doutor img
Capítulo 29 Quadrilátero Ferrífero img
Capítulo 30 A Fúria de Caríbion img
Capítulo 31 Invadindo os Túneis de Mineração img
Capítulo 32 Carcer Purgatorii img
Capítulo 33 O Olho-da-Sabedoria img
Capítulo 34 O Retorno de Agente Scofield img
Capítulo 35 Ventos e Trevas img
Capítulo 36 Estou Aqui img
Capítulo 37 O Fim de Máscara Negra... img
Capítulo 38 No Centro da Tempestade img
Capítulo 39 No Centro da Tempestade part.2 img
Capítulo 40 O Túmulo da Bela-Flor-do-Céu img
Capítulo 41 Tornando-se Oficial img
Capítulo 42 Terror Onírico img
Capítulo 43 Voltando ás Aulas e ao Tormento img
Capítulo 44 Nova Olímpia img
Capítulo 45 Crios img
Capítulo 46 Velhos Companheiros, Novos Problemas img
Capítulo 47 A Volta do Assassino Mascarado img
Capítulo 48 Loucura ao Extremo img
Capítulo 49 William img
Capítulo 50 Um Convidado Indesejado img
Capítulo 51 Conexão Entre Colapsos img
Capítulo 52 O Luto e o Peso do Julgamento img
Capítulo 53 A Ameaça Noturna img
Capítulo 54 Entre Garras e Determinação img
Capítulo 55 A Fuga da Feiticeira img
Capítulo 56 O Casarão e os Túmulos Observantes img
Capítulo 57 O Medo da Verdade img
Capítulo 58 Graças à Vocês img
Capítulo 59 Convites e Guerras de Travesseiros img
Capítulo 60 O Garoto Incandescente img
Capítulo 61 A Sombra do Espetáculo! img
Capítulo 62 A Introdução do Espetáculo img
Capítulo 63 O Último Show img
img
  /  1
img

Capítulo 7 Em Busca de Ajuda

Verão... Uma época do ano em que você aproveita os feriados para viajar até a praia e aproveitar as ondas. Ou até mesmo mergulhar em uma piscina refrescante com um copo de Coca-Cola com gelo prontinho para ser saboreado.

Eu poderia estar fazendo exatamente isso que acabei de te dizer, mas infelizmente, estava debaixo de um sol escaldante tentando impedir que um demônio e um homem mascarado fizessem algo terrivelmente maléfico(Observação: algo terrivelmente maléfico que nem mesmo eu sei o que é).

Alyssa, Luiz e eu havíamos saído da praça e seguido pelo centro até a entrada da cidade. Não era muito longe a distância entre um e outro, mas o calor excessivo fazia com que tivéssemos a sensação de estarmos andando há várias horas.

Para a nossa sorte, minha mãe havia preparado um quite Anti-verão: um guarda-chuva roxo com bastante espaço, uma sacola com três garrafinhas de água gelada, e a Tupperware com aquelas maravilhas de sanduíches. Esperava que isso pelo menos durasse até chegarmos ao nosso distante destino.

A Ambev, uma fábrica de cerveja bem à frente da entrada para o centro da cidade, também ficava de frente para um posto de gasolina repleto de caminhões de carga pesada. Entre a fábrica e o posto de gasolina haviam duas pistas, onde os carros se dirigiam ao centro na via ao lado do posto, e iam embora pela via ao lado da fábrica.

Eu, Luiz e Alyssa nos dirigimos pela via que levava para longe do centro, entrando em um túnel arbóreo que se estendia vários metros à nossa frente.

As sombras das árvores e o vento lançado pelos carros ajudavam a amenizar o calor daquela manhã ensolarada. O céu que antes estava com belas nuvens, agora estava completamente limpo e azulado. Provavelmente, a temperatura deveria estar perto dos 31°C, o que já podia nos fazer ver o calor subindo pelo asfalto á nossa frente.

Sempre que tinham chance, Alyssa e Luiz disputavam entre si para ver quem ficaria com a maior parte das sombras. E eu, bem, tive a sorte de não me preocupar com isso, já que estava segurando a sombrinha mesmo abaixo das árvores.

_Ainda não sei porque aceitei vir com vocês_ reclamou Alyssa._ Se eu soubesse que iríamos á pé, teria dado meia volta antes mesmo de você contar esse seu plano idiota.

_Se quiser voltar, pode ir a vontade_ respondi de forma grosseira._ Ninguém aqui tá te impedindo.

_Vocês podem por favor parar com essas brigas sem sentido?!_ pediu Luiz irritado._ Vamos acabar morrendo antes mesmo de chegar no Cristo se continuarem desse jeito!

Depois de ouvir aquilo de Luiz, percebi que ele parecia ainda mais concentrado na missão do que eu. Não sabia dizer exatamente o que era, mas sentia que algo naquela visão o deixou incomodado.

Eu e Alyssa ficamos em silêncio. Queria protestar dizendo que não estávamos brigando, mas isso meio que já estava óbvio.

Luiz ergueu a mão para o horizonte.

_Ali... Luriel falou sobre aquele lugar, certo?

_Sim_ disse olhando na mesma direção.

Ao longe, no topo de uma das serras recheadas por construções e vegetação, três torres de rádio se erguiam como cópias mal feitas da Torre Effiel. Não conseguia ver muitos detalhes como o Cristo Redentor devido a distância, mas sabia que era exatamente para lá que deveríamos ir.

_E ali_ apontei._ É a entrada para o bairro do meu primo.

Um pouco mais á frente, uma rotatória triangular se conectava á direita com dois caminhos( uma subida de terra e uma descida de asfalto), ambos um ao lado do outro.

Nem preciso dizer qual deles escolhemos passar...

A descida era um pouco longa, ladeada por uma elevação no solo do lado esquerdo e uma vegetação arbórea do lado direito. Na verdade, o mais notável até agora, era o fato de que não importava o lado que eu observasse, todos sempre tinham uma grotesca vegetação.

Em seguida, no fim da descida, viramos á direita, e bem ao meu lado esquerdo, uma extensa lagoa de água terrosa fazia leves ondas sobre a sua superfície. Ao lado de uma das suas margens e da rua em que estávamos, havia ao que parecia ser um bar de pesca fechado, com uma placa de madeira entalhada dizendo "Bar da Dona Jú". Isso me fez perceber o quanto nós brasileiros somos bons em dar nomes ás coisas.

As casas à nossa volta praticamente tinham o mesmo padrão: algumas continham telhados coloniais e muros pintados e rebocados, já outros continham apenas telhados velhos e desgastados pelo tempo, com muros feitos apenas de tijolos manchados de cimento.

Continuamos pelo asfalto, dessa vez subindo cada vez mais e passando por um enorme Oáras com muros pintados em azul pastel e branco. As subidas pareciam nunca terem um fim, e agora, tinha que dividir a sombrinha com Alyssa e Luiz. O túnel arbóreo da via em que estávamos já havia acabado à muito tempo, então nos restou apenas aquela opção de sombra.

_Sério Uriel_ perguntou Alyssa decepcionada._ Por que você não deixou seu pai trazer a gente?

_É arriscado demais, Alyssa_ respondi._ Não controlo nenhum desses "poderes" ainda. Quem dirá fazer meu pai dirigir até aqui.

_Concordo com ele_ disse Luiz._ Quanto menos os nossos pais e outras pessoas ficarem sabendo dessa maluquice, melhor para nós três.

Comecei a reconhecer o caminho. Mesmo passando por lá somente de carro, eu consegui gravar as ruas pelo número de vezes em que eu e minha família visitamos meu primo Jean no ano passado.

Me perguntei por um breve momento se deveria realmente ir visitá-lo, mas percebi que isso só tornaria nossa missão ainda mais difícil e perigosa.

_Por favor, me digam que aquelas são as torres que estamos procurando_ murmurou Alyssa.

No final da penúltima subida, depois que saímos das redondezas do Oáras, as torres de rádio se tornaram ainda mais visíveis. Ultrapassando a altura de qualquer outra árvore ou construção por alí.

_Sim, são elas_ olhei para o ponto mais alto das torres.

_Então estamos no lugar certo_ concluiu Luiz._ Vamos.

***

Ao final da última subida, ainda sobre o asfalto, observamos o local em que estavam as torres de rádio: um espaço amplo com muros de concreto e portões feitos de grades de ferro, com o interior contendo provavelmente um gerador de energia e uma cabine de manutenção. Por sorte, não teria que pedir meus amigos para invadirmos um local privado e correr o risco de sermos presos.

Depois da área das torres, logo à frente, um caminho de terra serpenteava em uma área ampla coberta por áreas limpas e outras áreas repletas de mato. Cerca de cinquenta à cem metros em nossa frente, uma linda réplica do Cristo Redentor, feita inteiramente de gesso, cintilava com a luz do sol em cima de um grande pedestal de concreto.

No horizonte abaixo, a vista de todo o centro da cidade revelava vias e ruas com veículos ziguezagueando de um lado para o outro. A vista urbanizada abaixo era totalmente diferente do lugar em que estávamos: havia fumaça sendo expelida pelas usinas na Ambev, casas e prédios se espalhavam como um formigueiro por toda uma imensa extensão de terra, como se os carros passando pelas vias fossem na verdade formigas trabalhando incansavelmente para continuarem a construir sua casa.

Nos aproximamos da estátua esbranquiçada e paramos diante de seus pés.

_E agora?_ perguntou Alyssa.

_Luriel me disse apenas para esperar a ajuda aparecer_ respondi._ Não sei de mais nada além disso.

_Ah, ótimo_ bufou indignada.

_Fica calma_ Luiz a tranquilizou._ Se Luriel nos mandou esperar pela ajuda, vamos esperar até que ela chegue.

Uma brisa mais forte passou pelo meu rosto. A sensação de calor exatamente como a do sol tocou a face das minhas bochechas. Meus membros direitos começaram á formigar. Fechei meus olhos e respirei fundo.

_Tem alguém aqui.

Luiz e Alyssa me encararam confusos.

_Até que os seus sentidos não são tão ruins assim_ uma voz masculina ecoou pelo local. Parecia um pouco distante, mas eu por algum motivo sabia que estava mais perto do que imaginávamos.

Alyssa e Luiz se assustaram e começaram a vasculhar os arredores com um olhar de desespero. Enquanto isso, eu me mantive imóvel e com os olhos fechados.

_Uriel!_ chamou Alyssa.

_Eu sei_ de repente, senti uma presença bem acima de nós e apontei._ Ali!

Sentado nos ombros do Cristo Redentor e balançando as pernas como uma criança, um garoto observava o horizonte urbano fascinado.

_Vista bonita, não concordam?

            
            

COPYRIGHT(©) 2022