Fechou a pasta com alguns documentos que acabara de assinar e começou a andar de um lado ao outro, com intuito de aliviar a tensão crescente. Exasperado, ele consultou o relógio no pulso direito, faltavam cinco minutos para encontrar a esposa num restaurante.
Pela primeira vez em uma década, a paz e a harmonia de sua família estava ameaçada.
- Ele não pode sair da cadeia! - rebateu, andando de um lado para o outro da elegante sala com móveis clássicos de pés curvos.
Gabriel sabia que esse dia chegaria, mas esperava se mudar definitivamente para Beverly Hills antes que Pietro conseguisse a liberdade.
...
No saguão da Welsch Corporation, Viviane caminhava com uma elegância habitual. Treze anos atrás, ela entrou naquela mesma empresa e conseguiu acessar a sala do presidente com um leve empurrãozinho do destino. Sentia-se grata por encontrar um homem bom com quem construiu uma família.
Um grupo de executivos meneou a cabeça ao entrar no elevador. Viviane correspondeu com um sorriso refreado. Os olhos cintilavam quando deu uma olhada no espelho. Os cabelos longos e dourados caíam sobre os ombros. Ajeitou o casaco trench coat preto longo, por baixo da roupa, ela usava uma lingerie vermelha. Queria surpreender o marido e em seguida, conversar sobre a necessidade de Liz ter o próprio para se deslocar até o trabalho.
Quando finalmente saiu do andar da administração, ela mostrou os dentes alinhados num sorriso para a mesma mulher que, há mais de uma década, quase a eliminou do processo seletivo devido ao problema em sua perna. Poderia contar ao marido e pedir que ele a demitisse, mas preferia ver o riso forçado da gerente do Departamento Pessoal todas às vezes que ia visitar o marido na sala do presidente da empresa.
Ao alcançar a porta branca, usou o cartão magnético que lhe dava acesso direto à sala do homem mais poderoso daquela empresa. Sempre que passava por ali, lembrava-se de como enrubescer diante do homem alto, usando um terno bem cortado. Ergueu o rosto com um sorriso largo quando ouviu o ruído do sino, as portas se abriram.
Vivian perscrutou o homem alto parado de frente para a janela era forte e imponente, cabelos escuros com alguns fios grisalhos e um ar constantemente sério. Ele continuou parado, com as mãos enfiadas no bolso.
- O que está fazendo aqui? - A suave perguntou sem perder a firmeza do tom habituado a dar ordens.
Sem ver quem havia entrado em sua sala, ele manteve a arrogância de sua autoridade na empresa. Apenas a secretária ou gerente geral tinham acesso a sua sala, a não ser que fosse...
- Vivian! - A voz assumiu um tom aveludado.
Ao prestar atenção na silhueta refletida no vidro do janelão, ele conteve a frustração e virou para observar a mulher sensual que entrou na sala. Endireitou a postura e forçou-se a assumir uma postura controlada.
Largando a bolsa na poltrona acolchoada ao seu lado, Viviane tocou no casaco, os seus dedos esguios desfizeram o laço lentamente. Sem dizer nenhuma palavra, ela apenas abriu os botões pretos, se despiu do casaco e o lançou sobre a mesa antes de apoiar as mãos na mesma.
O senhor Welsch espremeu os olhos, admirando a renda vermelha da roupa íntima que revelava as curvas de seu corpo esbelto e que valorizava o contorno dos seios. Tirando as mãos do bolso da calça, ele emitiu um rosnado.
Passando as mãos pelos cabelos que lhe cobriam os seios, Vivian caminhou, equilibrando-se sobre a sandália com salto. Não tinha nenhum pudor quando o intuito era conquistar o marido. Puxou o lábio inferior entre os dentes e mostrou um sorriso que o carrancudo CEO não retribuiu. Apenas pelo rosnado, ela sabia que o senhor Welsch estava prestes a atacar.
Atravessou a sala mobiliada com elegante móveis e com livros que cobriam a estante encostada na parede. Desfilando graciosamente, dirigiu-se até o homem que ainda lhe encarava com malícia. Pôs a palma da mão no peitoral que estendia por entre os músculos dos ombros.
- Gostou da surpresa, senhor Welsch? - A voz suave como a seda indagou.
Tocando em seu queixo, ergueu o rosto levando a boca contra os lábios carnudos que a tomaram num beijo cheio de sofreguidão. Entrelaçando as mechas sedosas nos dedos compridos, ele torceu, forçando a inclinar a sua cabeça para trás enquanto aprofundava o beijo e saboreava os fluidos da língua que se enroscavam.
- Oh, Gabriel! - Arquejou quando virou o rosto para buscar o ar.
Estava à mercê dos beijos furiosos que lhe roubavam a sanidade. Aquele homem sabia tocá-la com suas carícias vorazes e não tinha nenhuma objeção quanto ao local quando o objetivo era dar e receber prazer. Já tinha sentido o calor de sua mulher na piscina de casa, no carro, no cruzeiro durante uma viagem de lua de mel e por inúmeras vezes, em seu escritório.
Os fios da barba de Gabriel roçavam por sua pele macia, deixando-a ainda mais vermelha. As mãos vigorosas apertavam as suas costas quando ele inclinou a cabeça para beijar-lhe o colo dos seios que já escapavam do bojo do sutiã e enfiou a mão para dentro do tecido de renda, friccionando-a ao meio de suas coxas. Um gemido escapou dos lábios finos, o corpo já estava em chamas.
O calor da língua parecia incendiar todo o seu corpo e a boca traçava um caminho, seguindo para a barriga. Vivian sentiu o quadril batendo contra a mesa, abaixou o rosto para ver o homem pondo-se de joelhos diante dela.