Capítulo 2 A FULGA

Pelo lado de fora da janela Maria Helena a governanta da casa olhava Leonor escapar pela pequena janela do banheiro enquanto ouvia os berros de Otávio vindo do lado de dentro da casa.

_ Menina Leonor! _ Exclamou Maria Helena.

_ Heleninha!! _ Respondeu Leonor assustada.

_ Ele já está com os ataques de ciúmes novamente?

_ Perguntou Maria Helena.

_ Heleninha ele está cada vez mais doente, eu não posso continuar nessa casa, me ajuda a escapar! _ Suplicou Leonor para a velha governanta.

Maria Helena saiu arrastando Leonor pelo braço antes que Otávio se desse conta que ela já não estava mais no banheiro e a levou até a área dos empregados.

_ Fique aqui menina, eu vou correndo a lavanderia pegar algumas roupas suas para que você possa sair. _ Maria Helena correu o mais rápido que pode e voltou tão rápido o quanto consegui. Leonor vestiu um vestindo simples pegou algumas coisas que Maria Helena trouxe jogou dentro de uma bolsa qualquer e saiu correndo pela saída de serviço. Maria Helena ainda lhe deu um pouco de dinheiro, não era muito mas dava para pegar um táxi e as hospedar em algum lugar pelo menos por duas ou três noites.

Logo que Leonor entrou no táxi Maria Helena correu para dentro da casa para ver Otávio, assim que ela chega a porta do quarto ouviu um estrondo e ao olhar a porta do banheiro tinha sido botada a baixo por Otávio. Vendo que Leonor não estava mais dentro do banheiro ele seguiu aos berros para o jardim onde a janela tinha saída por fora!

_ Onde está ela Maria Helena? _ Perguntou ele gritando com a governanta.

_ Eu não sei senhor, eu acabei de chagar! _ Respondeu ela nervosa!

_ Não tente me fazer de bobo ou você pagará as consequências! Me ajude a trazê-la aqui para o nosso quarto agora Heleninha!! _ Gritou o homem com a voz implacável.

Otávio revirou cada canto da casa, cada cômodo, cada mínimo local e a cada cômodo que não encontrava Leonor mais louco ele ficava. Quando ele realmente percebeu que Leonor não estava no casarão ele ligou para os seguranças e para alguns amigos que ele tinha na polícia, porém ninguém conseguia localizar o paradeiro da mulher.

Enquanto isso, Leonor estava no quarto de uma pensão barata ao telefone ligando para o número que havia no anúncio de babá no jornal, do outro lado da linha uma mulher de voz fina e delicada respondia a moça com educação e graciosidade.

_ Olá Senhora! Bom dia, estou ligando através do anúncio de babá que vocês puseram no jornal!

_ Sim querida, bom dia! Me chamo Meire e ainda estamos em busca de alguém que aceite se manter na mansão por período integral. _ Respondeu a mulher do outro lado da linha.

_ Eu tenho interesse na vaga senhora. _ Disse Leonor animadamente.

_ Qual seu nome minha jovem? _ Perguntou a senhora.

_ Eu me chamo Leticia senhora.

_ Bem Letícia, você pode estar vindo a mansão agora, o nosso motorista pode apanha-la em qualquer lugar de nossa cidade.

_ Posso sim dona Meire, vou passar o endereço e em poucos minutos estarei pronta.

Leonor passou o endereço da pensão para a senhora, se arrumou e em poucos minutos o motorista já estava na pensão à espera dela para levá-la até a pensão.

Ao chegar a mansão, mesmo acostumada a levar uma vida na alta sociedade, Leonor ficou boquiaberta com a beleza e riqueza da mansão que mais parecia um castelo de tão imponente que era. Logo o motoristas abriu a porta do carro e guiou a moça ao escritório onde Dona Meire aguardava para entrevista-la.

_ Olá, bom dia minha querida! _ Disse Meire gentilmente olhando para Leonor. _ Que bela jovem é você! _ Continuou Meire admirando a beleza de Leonor que mesmo sem maquiagem, roupas caras e o cabelo preso em um rabo de cavalo era ainda perceptível. _ Me conte o que te fez pensar em se candidatar a essa vaga de babá para cuidar de minha neta?

_ Bem Dona Meire, eu cheguei a cidade há pouco e olhei alguns anúncios nos jornais, eu me interessei unicamente por esse, pois vi que aqui a exigência não é que a babá apenas cuide e faça companhia a uma adolescente de quase 15 anos, mas a exigência era também alguém que entendesse da língua Portuguesa e Literatura como um todo e eu entendo um pouco dessa área mas também falo inglês e francês o que poderia ser muito útil para a jovem menina em que eu serviria de companhia.

_ Oh querida, você é uma bela surpresa, alguém que vai muito além de nossas expectativas para com a nossa querida Charlotte. _ Respondeu Meire animadamente.

A medida que Meire ia fazendo perguntas a Leonor e ela respondendo, Meire ia analisando a jovem e vendo que ela tinha muitos traços refinados e porte de uma verdadeira dama para está a se candidatar para uma simples vaga de acompanhante de adolescente, mas Leonor logo caiu nas graças da gentil senhora que logo tratou de contrata-la, afinal sua neta não poderia ter companhia melhor para seus dias.

_ Bem querida! Seja bem vinda, você está contratada para o cargo, se quiser o nosso chofer já pode ir pegar junto a você seus pertences para que se instale aqui na mansão ainda hoje.

Leonor tinha conquistado verdadeiramente Meire, mas os planos da bondosa senhora eram outros.

                         

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