Predador: O Dono do Morro
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Capítulo 4 04

ANA NARRANDO

Eu já sabia que seria um mês longe da minha família e eu avisei que viajaria a trabalho, minha mãe ficaria com meu filho e eu contratei uma babá. Puta merda, aquele dinheiro era uma loucura! Eu precisava mesmo aceitar essa proposta maluca que a vida me deu. Tive que preparar a grande mala e conversar com mamãe, e explicar mesmo que de forma não completa o que eu faria. Um cliente do bar queria que eu trabalhasse em seu restaurante e ficava meio longe, o dinheiro era grande e eu passaria um mês lá. Seria a primeira vez que ficaria longe do meu filho por tanto tempo, mas ele estava confiante e eu também.

Seriam trinta dias com um desconhecido, meio que conhecido, afinal, aquela noite foi um sarro. Conversamos tanto que eu nem sei de onde tirei tanto assunto pra falar com ele. Ele é um homem divertido e diferente, fiquei me perguntando porque uma mulher o largaria. Talvez ele tenha chulé.

Dei um beijinho demorado em meu filho e acenei enquanto caminhava até um carro preto. Um dos homens me mostrou uma conta no celular, um comprovante de pagamento com o valor prometido. Metade no começo, metade no final, como combinamos, e a transferência foi feita. Eu abri minha conta corrente do celular e lá estava o dinheiro. Aquilo me deu uma paz muito grande no coração, só de pensar que minha casa estaria quitada em pouco tempo... Meu chapéu, aquilo era uma loucura!

Entrei no carro finalmente, mas o homem tatuado que me contratou não estava lá. Como era o nome dele? Predador, eu acho.

– Cadê o tal do Predador? – Questionei.

– Não pode sair de casa hoje, o bagulho apertou. Ele é um homem extremamente procurado... Não sabia disso? – Arregalei os olhos. O motorista soltou uma risadinha. – Você é a nova namorada do dono do morro do Caos, bonequinha.

– Bom, de certa forma eu sabia, mas... Eu meio que achei que fosse brincadeira, sei lá. Os caras me contam umas paradas bem mais loucas do que ser o "dono do morro". Achei que ele fosse um riquinho entediado. – Soltei uma risada. Eles também.

– Ele é gente boa com as mulheres. Pelo menos com as namoradas... Porra, se eu fosse ele teria raspado a cabeça da Aline antes dela ir embora. E ele deixou ela ir embora sem fazer nada! Aquela vaca dos infernos... – O homem no banco do passageiro disse.

– É porque ele ainda ama essa mulher, gente. – Afirmei. - Vocês não perceberam? É Aline pra cá, choro pra lá... - Falei, zombando e rindo. Eles riram comigo.

– É. Eles estavam há tempos juntos, deve ser foda. Mas ele é bonitão, meu, olha aí... Conquistou uma "nova namorada" rapidinho. Me diz, quanto tu cobra? - Ele perguntou. Olhei feio pra ele e peguei minha bolsa de mão, dando uma bolsada nele.

- Não sou pro teu bico não, mané. Eu sou sua patroa agora, trate de me levar com muito cuidado para o seu chefe.

Cerca de meia hora depois, lá estava eu, no topo do morro. Aquilo parecia ter uma espécie de muralha, de tão difícil de atravessar. Já ouvi falar que aqui a polícia não entra. Que é um morro muito perigoso e coisa do tipo. Pro Predador ser chefe aqui, ele deve ter sangue de barata. A galera é ruim, pelo que sei.

– Bom, está entregue. Esse rapaz aí vai te levar pro chefe, porque daqui a gente não passa. Ah, ele pediu que eu te avisasse que é segredo absoluto que você não é namorada dele de verdade. Apenas eu, o rapaz aqui do lado, o Mané e ele mesmo sabemos.

– Não vou contar. Que droga de apelido é "Mané?" – Desci do carro. Vi um rapaz bem tatuado, com short largo, cheio de anéis e uma camiseta bem larga também. Me aproximei dele e ele sorriu. – Você é?

– Mané. – Ele esticou a mão e me cumprimentou.

– Sou Ana. Cadê o Predador?

- Dentro de casa. Vamos, vou te levar lá.

Nós subimos a pé. Ele foi levando minha mala, graças a Deus.

- E aí? – Cumprimentou Mané e depois veio até mim. Me olhou de cima a baixo e um sorriso malicioso surgiu em seus lábios.

– Oi, Predador. – Falei.

– A Aline vai te odiar. – Disse e segurou meu rosto com uma das mãos, de forma um pouco bruta. – Não acha, Mané?

– Sei lá. – Respondeu e deu risada.

Mané foi embora me deixando sozinha com aquele homem enorme, tatuado e com cara de malvado. Ele parecia mais sério do que naquela noite. Acho que eu vou ter que entuchar cerveja nesse cara pra ele abrir um sorriso.

Me dei conta de que eu estava sozinha com um homem de mais ou menos um e noventa de altura e uns cem quilos de puro músculo. É assustador para uma garota magrinha de um e sessenta. Mas eu já estive em situações piores e que eu nem estava sendo paga pra isso.

Me sentei no sofá. Predador mal deu atenção para mim, apenas me deixou ali na casa, sem falar absolutamente nada. Eu fiquei sentada por um bom tempo até ele aparecer novamente com uma garrafa de cerveja na mão.

– Você bebe? – Questionou.

– Sim. – Respondi.

– Tem cerveja na geladeira. Pode pegar se quiser. Aliás, fique à vontade. Só não vá no meu escritório, não seja idiota. Você tem uma casa inteira pra explorar e meu escritório é a árvore proibida, sacou? – Ele tomou um gole da cerveja e se sentou no sofá ao meu lado. Estava com uma calça jeans e sem camisa.

- Vou achar uma cobra lá também ou a cobra é o seu... - Ele me interrompeu, rindo.

- Pelo amor de Deus, você não leva nada a sério?

- Não. Se eu levasse a vida a sério, eu tava ferrada. É sério, você tem algum bicho horroroso lá pronto pra me devorar ou coisa do tipo?

- Tem um demônio morando no escritório e esse demônio sou eu, se você se aproximar, eu vou te matar.

- Vou te chamar de Diabão. - Falei, ironicamente. Ele tentou permanecer sério.

– Bom... Aline está sabendo que tem uma mulher na nossa casa.

– Isso é bom, não é?

– É, é. – Ele tirou uma carteira de cigarros do bolso e um isqueiro. Acendeu o cigarro e o tragou. – Na verdade, eu não sei.

– Por que não sabe? – Ele estava com o cigarro entre os dentes, e alcançou a bebida novamente.

– Acho que não conheço mais a Aline. Ela não é a mulher por quem me apaixonei anos atrás. Não mais. Eu fico me perguntando se ela me traiu ou não... Desde que você falou aquilo, eu fiquei pensando e investiguei algumas coisas.

- Eu falei que tu era chifrudo. Devia ter raspado a cabeça dela, fiquei sabendo que as pessoas fazem isso com quem é vadia aqui.

- Mano, você é doidinha, né? Que antidepressivo você toma? Me fala que eu tô afim de um bom assim.

Eu me levantei e fui até ele, coloquei o dedo em seu peitoral e o olhei nos olhos.

- Ninguém é tão bom em piadas quanto uma pessoa altamente depressiva. Tenho meus segredos, bonitão.

            
            

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