Ao descer para o grande salão, ela tinha um objetivo em mente: seduzir o homem de caráter duvidoso por quem foi paga para matar.
Sim, ela era uma excelente assassina. Não deixava rastro, não era percebida. Ao contrário do pensamento natural, quando se fala de assassinas, seus alvos não se limitaram a homens. Era boa em combate, foi treinada pelo pior dos homens, seu pai, que também era um ex militar americano, trabalhou para o tráfico e já matou muitas pessoas.
Dakota estava seguindo seus passos. Ela não chorou quando ele morreu em sua frente, o que mais ele priorizava era a dureza: sem sentimentos.
Quanto valia a cabeça de um homem, dono de uma das maiores empresas de armas do planeta, com envolvimento com o tráfico e extorsão de dinheiro?
Marcos Pícoli valia milhões. Isso aposentaria a mulher que estava no auge dos seus vinte e oito anos. Tudo o que movia Dakota era dinheiro ou prazer. Aceitar aquele trabalho era loucura, provavelmente morreria, se deixasse algo passar, por isso muitos recusaram, mas ela não e por quê? Dinheiro? Não! Desafio.
Marcos era o mais difícil. O que lhe daria trabalho. Ela gostava da emoção de chegar aos seus pés e matá-lo quando achou estar seguro.
A mulher passeou pelo salão lotado, era uma apresentação na qual ela não tinha interesse. Com uma taça na mão, ela sorriu, conversou sobre banalidades com pessoas na qual ela não conhecia, tudo para chamar a sua atenção.
Ele seria idiota em não notá-la. Era a mais bela, com olhar sedutor, Dakota só precisa estar em sua frente para que os olhos dos homens a procurassem.
Avistando o seu alvo, ela viu uma loira peituda querendo roubar sua mala com dinheiro. Ela se encostou ao bar, encarou os dois e esperou que ele a respondesse. Marcos sentiu que alguém lhe encarava, mas não sabia que seria a própria luxúria em pessoa, o provocando.
A mulher de cabelos lisos, preto, usando um vestido sexy, vermelho, o encarava descaradamente. Ela sorriu, gostou de ser notada e a partir daquele olhar ele sentiu-se preso a ela.
Uma hora a loira chamaria a sua atenção, novamente, mas ela já não o agradava tanto. Dakota sabia que ele viria até ela, então simplesmente virou-se e aproveitou a bebida.
Ela não estava ansiosa, não sentia medo e nem tinha um plano complexo. O valor acordado salvaria a sua cabeça, pois assim que o corpo for achado, seria caçada como uma raposa.
- Whisky. - Sua voz era grave, fez soar um alerta na cabeça dela. Seus pelos se arrepiaram e a morena sentiu que deveria voltar ao personagem. - Vestido bonito.
- Essa é a sua melhor cantada? - Ela riu, segura, pois ser descarada não era seu estilo, nem mesmo interpretando. - Eu começaria perguntando o nome.
- Qual seu nome... - Ela se deu ao trabalho de encará-lo, contudo, achou que havia algo no seu olhar que a estremeceu. Isso nunca aconteceu. Seus olhos verdes, hora estavam escuros, hora claro, seus lábios grossos eram receptivos, seu olhar a fez questionar a sua posição. Marcos era muito atraente. Muitos se perguntavam: como um homem tão jovem, tem um império como esse? A resposta não agradava a todos. Ele simplesmente era o primogênito de um homem temido por muitos, no passado. Sua família tinha linhagem russa, o império foi construído com muito suor e perspicácia. Marcos só substituiu o velho Pícoli, mas isso não tirava dele o poder. Marcos, no submundo, era conhecido por ser vingativo e dominador. Botava medo até em gente grande.
- Dakota - Foi sútil. - Já você é Marcos Pícoli. É bem famoso.
- Por isso não tirou os olhos de mim? - Marcos se encostou a mesa, sorriu, como se estivesse ganhando um jogo.
- Sim e não. - Dakota não tinha papas na língua e gostava de provocar. - Ouvi falar de você. As pessoas têm um certo medo e apreço, eu só queria enxergar da onde elas tiraram isso.
- Você não me conhece. - Cerrou os olhos.
- Não, e... meu interesse é mais por curiosidade, devo confessar.
- Acha que parecer diferente vai me fazer levar você para cama. - O sorriso safado, foi mal interpretado, na verdade, a chateou. - Não se preocupe, eu já quero fazer isso.
Ela riu, achou mesmo está em uma comédia. Se esqueceu do propósito: seduzir e matar.
- É bonito, tem boas características, eu diria que pode até ser bom de cama, mas não me ganha, se acha que só isso basta.
- Quem disse que é só isso? - Era a primeira vez que Marcos encontrava alguém que não temia dizer o que pensa. Na verdade, gostava das mulheres teimosas. - Quer que eu prove?
- Quem sabe. - Marcos não conseguia parar de olhar seus lábios, pintados de vermelho. - Veja, já vão começar.
Dakota simplesmente saiu de perto dele, foi a uma mesa, onde outras duas mulheres, que ela não conhecia, estavam. Marcos, estava muito interessado nela, por isso, não importava aonde ia, ele sempre buscava por ela. Curiosamente, Dakota fazia o mesmo, e estava gostando do que acontecia. Era a primeira vez que gostava.
Concentre-se, não esqueça o que está em jogo.
As luzes, do grande salão oval, se apagaram, iluminando apenas o palco, onde ela não se importava com o que acontecia. Duas taças foram suficientes para ela, abandonando o lugar, saindo pela lateral.
Seu plano estava dando certo, até o momento. Ela sabia que ali, não conseguiria concluir seu plano, então, sair e levá-lo para ouro lugar, era a melhor escolha.
Um dia antes, a mulher veio ao lugar só para investigar. Dakota também observou a rotina e o pessoal de Marcos. Nada podia dar errado, ou os dois morreriam naquela noite.