Capítulo 3 Capitulo 3

Continuação.

Não sei descrever a dor que estou sentindo, e o que me dói muito é saber que perdi meu pai para essa doença desgraçada, agora estou sozinha no mundo, levanto e vou até o guarda-roupa do meu pai e começo a cheirar a roupa dele, o mesmo cheiro me ponho a chorar.

- Aí amiga, deve ser horrível vamos eu preparei uma comida gostosa para a gente- Ya apareceu na porta do quarto veio até mim e me puxou.

- Aí é difícil! Ter que ficar nessa casa aqui sozinha cada canto lembra eles- digo olhando cada canto da casa.

- É horrível! Eu sei bem como é perder quem a gente ama, mas se liga! Eu vou passar esses dias com você aproveitar que meu namorado tá em missão.

- Teu namorado é um envolvido?

- Ele é o Sub- ela disse toda orgulhosa.

- Meu Deus! Ouvir dizer que ele e o dono lá de cima, qual o nome dele mesmo...

- Bravo!

- Sim, esse bravo mesmo são muito mal?

- Isso é conversa amiga, meu namorado não é assim e nem o Bravo, eles tem o jeito deles de colocar ordem na favela.

- Ah sim! Espero nunca me trombar com esses tipo de gente sem preconceito amiga.

- Relaxa mulher, eu vou te mostrar que lá em cima não é tão assim como os outros dizem- ela disse rindo e eu não conseguia nem colocar a comida na boca, os dias iam se passando e a saudade aumentava ainda mais, mas precisava seguir em frente, a Ya estava dormindo na minha casa para mim não ficar sozinha, estava a caminho do ponto de ônibus escutando a mesma música de sempre.

Mc Rita.

" Ah só questão de fé, tive que aprender a remar contra a maré por ser mulher só por ser mulher"

Estava perdida em meus pensamentos quando do nada, sou assaltada por muleques ainda bem que não levaram meu celular apenas minha bolsa, naquela bolsa tem as fotos dos meus pais, saio correndo atrás dele toda de branco e vejo que os mesmos subiram o morro, encaro aquilo tudo que se foda! eu vou pegar esses muleques, começo a gritar " Pega ladrão" correndo feito uma louca atrás deles mas sou barrada em uma determinada rua da favela.

- Ou novinha! Pra onde tu pensa que vai?- um cara branco dos olhos azul ficou na minha frente.

- Aqueles pivete me roubaram- começo a gritar.

- Calma novinha, calma, quem foi que te brecou?

- Eles correram pra cá, aí meu Deus estou atrasada sabe onde eu trabalho? Do outro lado da cidade, Não vai dar tempo e naquela bolsa tem tudo meu.

- Porra formiga eu não disse para dar a ordem para não roubar na comunidade.

- Falei chefe mais esses pivete não levaram a disciplina.

- Porra meu parceiro se o Bravo descobrir isso, ele vai cortar as suas mãos e dos muleque.

- Pode ir Novinha! A gente vai entregar sua bolsa pode ir suave.

- Suave? Tenho que ir para o trabalho minha carteirinha está naquela bolsa- digo frustada.

- Baixa a bola novinha! Tô te dando o papo não tô? Se eu disse que vamos entregar sua bolsa é porque vamos falô.

- Qual foi o B.O agora?- uma voz falou de trás de mim, me viro e vejo um cara forte, todo tatuado.

- O B.O é que fui roubada e agora tenho que ir para o trabalho sem bolsa, como vamos fazer?- cruzei os braços e comecei a bater o pé e o mesmo me olhou de cima abaixo rindo de canto com cara de deboche.

- Quem é essa mina? Marrenta não é- ele nem sequer me deu atenção.

- Os pivete roubaram a bolsa dela, mas os vapores já foram atrás dos ratos.

- Essas porras sempre correm pra cá, quero as mãos e os pés deles cortados, mandem para o mato e cortem e deixem eles lá, não sabem roubar? Pois agora que se virem- ele disse pegando o cigarro da mão do outro.

- INFERNO!!! Eu gritei puta de raiva, peguei meu celular e liguei para Ya.

Ligação📲

- Ya tu pode avisar para a direção do hospital que não comparecerei hoje- quando eu falei o nome da Ya o cara de olhos azul arregalou os olhos enquanto o outro somente me olhava parece que ele ia me comer com os olhos.

- Mas porque?

- Fui roubada amiga, e subiram o morro aí que ódio- eu disse chorando de raiva.

- Calma eu vou pra aí agora e Russo vai me dizer quem é esses muleques-Ya desligou brava e eu fiquei escorada na mureta com eles tudo me olhando inclusive o cara.

- Tua brincadeira besta viu, minha mulher tá puta comigo- o cara de olhos azul disse mas logo um negócio começou a tocar parecia um radinho.

- Bravo temos que subir o morro- quando ele disse aquele nome eu gelei então ele é o tal Bravo?

- Bora ver!- ele disse me olhando.

- Ver o quê?

- Os pivetes! acharam eles, quero que tu reconheça, mas se tu levantar falso princesa liguinha cortada- ele disse vindo para perto de mim.

- Sai de perto dela Bravo- Ya apareceu e me abraçou e ele começou a ri.

- Não mordo não! Bora ver que não tenho muito tempo pra esse Mimi todo aqui não- ele disse saindo.

- Agora temos que ir- ela disse pegando na minha mão, mas quando olhou para o cara de olhos azul virou a cara e ele riu de canto para ela.

- Tu tá rindo? Tu tá rindo seu filho da puta, nem venha forte pra cima de mim tô poucos Amigos contigo- ela começou a brigar com o cara enquanto o outro ficava me olhando.

- Oh minha vida, eu disse que não conheço aquela mina, isso foi o Bravo que mandou me zoando- ele começou a puxar ela.

- Hahahah- o tal Bravo disse.

- Que inferno! Resmunguei mas quando cheguei no tal " Topo do morro" me assustei com a cena que vi ali, os muleques estavam amarrados e vi minha bolsa de canto e eles estavam apanhando demais, eu fiquei horrizada com aquela cena.

            
            

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