Um amor em construção
img img Um amor em construção img Capítulo 5 O que a sorte nos reserva
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Capítulo 6 Porque fugir ! img
Capítulo 7 O começo de um sonho. img
Capítulo 8 Verdades e sentimentos img
Capítulo 9 O pedido img
Capítulo 10 Troca de contato img
Capítulo 11 Esperar e surtar!!! img
Capítulo 12 Sensação estranha img
Capítulo 13 Vistando nossos pais img
Capítulo 14 Aquela conversa !!! img
Capítulo 15 Uma tarde apaixonada img
Capítulo 16 O comunicado img
Capítulo 17 Encarando a vida! img
Capítulo 18 A viagem a Brasília img
Capítulo 19 Será ironia do destino! img
Capítulo 20 Primeiras impressões img
Capítulo 21 Cara a cara com o passado. img
Capítulo 22 Novas descobertas. img
Capítulo 23 Anjos sem asas img
Capítulo 24 De cara com novas realidades img
Capítulo 25 Entre serás e porquês img
Capítulo 26 Será lei da atração img
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Capítulo 5 O que a sorte nos reserva

POV. Laura

Na manhã seguinte, primeira coisa que vejo ao abrir os meus olhos é o tal envelope, que pelo entendi palavras ditas pelo senhorzinho ter as respostas dos sentimentos do meu coração. Percebendo o imenso absurdo que estava refletindo naquele momento, levantei da cama na esperança de que esse delírio momentâneo se dissipa-se da minha cabeça. Sempre fui muito curiosa, peguei o envelope na mão, mas naquele momento não tive coragem de abrir e ler.

Fui ao banheiro fazer minha higiene matinal, sem pressa pois como era sábado não tínhamos nenhum compromisso com os estudos, escovei os dentes, escolhi uma roupa confortável, mas bonita. Sei lá depois daquela noite tenho cuidado mais da minha aparência. Fiz um rabo de cavalo, coloquei um tênis confortável, um calça que definia bem o meu corpo e uma blusa que tinha uma certa transparência. Me olhei no espelho e gostei do que vi, sai do quarto, notei que o apartamento estava em silêncio, já passava das 9 horas da manhã fui até o quarto do Marcelo, a porta estava entreaberta, mas ele já tinha levantado.

- Oxi, aonde terá ido ele tão cedo, sem me avisar?

Balançando a cabeça pela curiosidade fui até a cozinha preparar o café, pois já tinha notado que não estava em casa mesmo.

POV. Marcelo

Eram mais ou menos 7 horas da manhã, quando acordei e não consegui mais dormir, meu primeiro impulso era ir até o quarto de Laura , mas hoje era sábado dia em que podíamos nos esbaldar na preguiça, não seria justo com ela, sei o quanto essa semana foi desgastante na universidade e o sonho que tive com ela essa noite também não me deixava confortável para estar próximo dela em momento tão íntimo. Então levantei tentando esquecer o que tinha sonhado e fui até o banheiro fazer minha higiene matinal, joguei um pouco de água fria na cara, pois precisava esfriar os ânimos. Resolvi colocar um calção folgado,uma regata branca e meus velhos e esquecidos tênis de corrida, fazia tempo que não corria, preguiça, compromissos, mas hoje era prioridade pra mim, precisava liberar tanta adrenalina, extravasar de alguma maneira aquela eletricidade que estava em meu corpo desde o dia que estive com Laura.

Peguei meu fone de ouvido, sai do apartamento sem sequer avisar ela, estava dormindo e sinceramente precisa desse tempo sozinho.

Enquanto corria, notei que não perdi muito do meu condicionamento, mas minha cabeça estava longe, entre o término com Marco, que ainda me machuca pelo fato de ter sido feito de bobo, pois sei que o que tinhamos já estava desgastado, mas era cômodo, pelo menos pra mim estar com ele. E o que estava surgindo entre eu e Laura que eu sinceramente não conseguia administrar... Pensei no sonho... Que sonho!!! Como iria encara-la quando chegasse em casa? Com certeza algo mudou é como se eu a visse com outros olhos e por mais que eu me esforçasse a vê-la como antes não conseguia. Já tinha corrido uns 5km quando parei sentei no canto da praça, tomei um gole de água da garrafinha que trouxe comigo e do nada me veio a mente a frase que tirei no realejo ontem.

"O que prevemos,raramente ocorre.

O que menos esperamos geralmente acontece."

Não sou uma pessoa mística ou supersticiosa e sei que pra vender seu produto o senhor teve que apelar para o meu lado curioso e que provavelmente suas frases são tiradas de pesquisas da internet, mas não nego que essa frase mexeu comigo e que a maneira que ele me abordou chamou de fato minha atenção. Suspirei, respirei fundo, fiz alguns alongamentos e voltei a correr de volta pra casa.

POV. Laura

Já tinha colocado a mesa, me correu água da boca ao lembrar dos croissant da Dona Nona, como eu estava arrumada e a padaria dela ficava a poucas quadras do apartamento fui lá buscar.

Chegando lá, pedi dois doces e dois salgados e uma fatia enorme de torta holandesa a favorita do Marcelo, paguei sai da padaria, amo a maneira que eles embalam seus produtos e a sacolinha de papel da um charme todo especial.

Estava a uma quadra de casa quando escuto a voz do Marcelo gritando atrás de mim.

- Laura, Laura espera.

Olhei pra trás assustada, quando vi Marcelo correndo, já o vi várias vezes usando essa roupa de corrida, mas era como se eu tivesse vendo ele pela primeira vez, nunca tinha notado o quanto aquele calção definia suas pernas e será que a regata encolheu? pois deixava a mostra todo seu peitoral que era definido por natureza.

Fui tirada desse transe erótico, quando senti sua mão suada em meu ombro. Ele estava ofegante a ponto de colocar as mãos sobre as pernas e com um sinal pedir um minuto.

- Ufa, consegui achei que não ia dar conta.

- Sério que saiu pra correr?! Falei admirada pois fazia tempo que não via ele fazer isso.

- sim estava precisando?! Mas e você? O que tem de bom? Falou olhando pra sacola que por sinal já sabia de onde era.

- Nada de mais, só me deu vontade de comer um croissant, daí vim buscar!

Falei isso enquanto fomos em direção ao prédio. Entramos no apartamento e Marcelo notou que tinha arrumado a mesa e não a bancada.

- Ué, tem alguma comemoração especial? Perguntou coçando a cabeça.

- Não ué, só achei que a vista da sacada tá tão bonita e o solzinho que bate na ponta da mesa tão gostoso, arrumei aqui o café, algum problema?!

- Não de forma alguma...somente estranhei, só que as coisas aqui em casa ultimamente estão estranhas né? Falou isso indo até o quarto.

- vê se não demora?! Gritei da sala pois sério estava com fome e só iria terminar de por a mesa.

- Só vou tomar uma ducha, tô suado!

Revidou gritando mais alto ainda.

- Então sem música!

Me deixou no vácuo completo, só ouvi o som do chuveiro ligando e ele cantando seu sertanejo. Nem gosta de provocar. Terminei de colocar a mesa, fui me sentando e abrindo a sacolinha com os meus queridos quitutes, fui até a geladeira guardar a torta pra mais tarde, quando Marcelo chega na mesa puxa seu pires e xícara pra ponta na mesa ficando assim mais perto de onde eu sentaria.

- Vou sentar aqui, porque o sol do outro lado tá queimando!

Estava me servindo, quando Marcelo me olha bem nos olhos

-ei, me diz uma coisa, já leu o que tem no seu envelope? Falou isso dando uma mordida no croissant que tinha recém pego.

Pega de surpresa, quase virei café por cima de mim.

- Calma, só perguntei? Não quer falar, deixa quieto!

- Não ,não é isso só não li ainda.

- Tá de brincadeira comigo, sério?

Ele notando meu constrangimento, parou por ali. Tomamos café, eu quieta saboreando aquele croissant generosamente recheado nem percebi que estava com a boca toda rebocada de chocolate foi quando Marcelo me chamando a atenção ao mesmo tempo que com os dedos recolhendo no canto dos meus lábios o chocolate que tinha se acumulado.

- Até parece criança! Falou isso lambendo seus dedos.

Fiquei sem jeito, pois só pra mim isso pareceu mais uma flertada, o que ele queria com isso. Estava chegando ao ponto de perder o senso do ridículo literalmente dar em cima dele. Terminamos e hoje a louça era com ele.

Fui ao meu quarto, sentei na minha cama, peguei o tal envelope aproveitei que Marcelo estava ocupado guardando as coisas do café e resolvi ler o tal envelope da sorte.

- Bom Laura é só uma frase ou mensagem, tirada no acaso...putz que isso ?

Falei olhando fixamente para o envelope. Eu uma pessoa que estuda ciências exatas, com medo do acaso, ah tá! Percebi que estava falando em voz alta comigo escuto Marcelo literalmente gritando da sala.

- O que foi Laura, não dá pra te escutar daqui, o que você quer?

- Nada não, tô só resmungando comigo mesma.

Respirei fundo e abri...

"A nossa vida é muito curta,

E na maior parte dela a gente só voa com o vento, mas com sorte..e se acreditarmos que a vida sabe o que é bom pra nós, cairemos no colo da pessoa certa!"

Terminei de ler e senti uma lágrima rolar solta em meu rosto.

Mesmo a razão me dando mil provas, para desconsiderar o que eu tinha lido, continha algo nela que me fazia acreditar, alguma verdade que somente minha alma reconhecia.

POV. Marcelo

Estava terminando de tirar a mesa, quando ouvi Laura falando, pensei estar no celular mas ao espiar vi ela sentada conversando com ela mesma olhando fixamente o envelope, será que ela estava mexida com tudo o que estava acontecendo com a gente?

Não nego mesmo tendo uma pequena chance dela estar mexida me alegrou.

Pra disfarçar me distanciei e falei não estar ouvindo ela! O que ela retrucou logo em seguida.vibrei ao perceber que não notou minha proeza.

POV. Laura

Logo em seguida sai do quarto, pois Marcelo poderia estranhar minha ausência, mas para meu alívio ele estava com os fones de ouvido lavando a louça, as vezes agradeço ele ser tão distraído. Sentei na bancada aguardando ele terminar de lavar a louça, admirando seu corpo e suspirando feito uma idiota, quando de repente ele vira pra mim e leva um susto.

- Porra, Laura?

- Que foi?

- Que susto, não vi você chegar. Falou isso colocando as duas mãos na cabeça.

- Tá levando sustinho do nada, tá com a cabeça no mundo da lua é!

- Não! falou isso querendo ficar emburrado.

- Ei, não fica bravo! só tô brincando. Tá lembrado que tem um compromisso comigo hoje, né?

- Tenho?! Parou largando o último prato e secando as mãos no pano que estava do lado da pia.

- sim, minha maquete virtual, preciso começar a desenvolver, me ajuda?

Falei isso com um beicinho estampado em meu rosto, o que fez ele começar a rir.

- Tá bom chatinha, pega tuas coisas, hoje é no meu quarto! Falou com um olhar de malícia que ainda não tinha visto no Marcelo.

Sai ligeiro, antes que ele desistisse de me ajudar, preciso impressionar a professora.

Entrei no quarto dele e coloquei em cima da cama, meus projetos e cálculos tinha feito tudo no papel, gosto de ser organizada, me sinto segura quando tenho tempo de sobra pra fazer um trabalho.

Marcelo já tinha ligado o computador, iniciado o programa puxei uma poltrona que ele tem no quarto pra perto dele.

Foi aí que observei o envelope amassado no lixeiro ao lado da escrivaninha, dava pra ver o nome do Marco nele timbrado da gráfica, lógico que disfarcei ok, não iria perguntar mesmo morrendo de vontade, mas vê-lo ali tão perto me deu até coceira na mão para pegá-lo.

- Tá, me passa a idéia principal do teu projeto hidráulico pra essa planta? Falou ele me tirando desse pensamento insano de invadir sua vida pessoal.

- Sim !! Falei disfarçando minha cara.

Expliquei tudo pra ele, que ouviu atentamente, me alertando também para a questão arquitetônica que nem todos engenheiros prezam, o que geralmente da conflito na execução da obra.

Por algumas horas parecia que tudo estava como antes, sem joguinhos, sem medo de tocar ou pensamentos impróprios, me senti muito a vontade com ele como a dias não conseguia.

POV. Marcelo

Bom acredito que consegui disfarçar bem, Laura chegou na cozinha estava com o álibi perfeito, meus fones de ouvido e minha total capacidade de alienação, que até realmente levei um baita susto ao vê lá sentada na bancada. Tinha esquecido totalmente que tinha me oferecido pra ajudá-la no trabalho de hidráulica, já que domino bem o aplicativo para execução desse tipo de maquete, pois usamos ele noventa e nove por cento das vezes, por ser algo mais dinâmico e moderno.

Ela entrou em meu quarto, colocando suas plantas na cama. Puxou a poltrona para perto, bem perto de mim, o que me fez em um primeiro momento temer não suportar ter ela tão perto, pois tinha algo que mexia comigo e que ainda não tinha o menor controle sobre. Seu cheiro, seu toque pelo menor que fosse era como se provoca-se em mim milhares de sensações, e isso me assustava e ao mesmo tempo excitava.

Mas conforme as horas foram passando, nossa cumplicidade, nossa parceria deixaram ao menos para mim as coisas menos tensas.

POV. Laura

Estávamos cansados e já tínhamos feito uma boa parte do projeto, quando olho para o Marcelo e proponho a ele.

- Que tal, parar para comermos algo?! Tô com fome e cansada. Você podia fazer pra nós o teu macarrão a carbonara.

Ouvindo isso Marcelo largou as mãos do mouse e olhou bem pra minha cara de tacho e com um ar de deboche disse:

- Ata! eu faço o favor, a maior parte do trabalho e ainda tenho que cozinhar.

-Ah!! Celo meu amor, tu sabe que eu amo!!! Foi quando só percebi que chamei Marcelo de meu amor.

Foi quando ele me puxou pela mão para perto do seu corpo e me deu um beijo na bochecha pegando o canto dos meus lábios dando pra sentir o calor dos seus. E em seguida falou ao pé do meu ouvido.

- Pedindo assim gatinha, não tenho como negar.

Nesse momento, senti uma eletricidade percorrer o meu corpo, mas não tive coragem de tomar nenhuma iniciativa, não sei se saberia reagir a uma rejeição.

Foi quando percebi ele se afastar levantando da cadeira com um olhar vitorioso.

- Tô indo pra cozinha mas, quero ajuda!!

-Justo, só vou recolher tudo e já vou.

Recolhi as minhas coisas, pastas, planilhas, rasguei as anotações que não eram mais necessárias e quando fui coloca-las no lixo, novamente dei de cara com o envelope, como queria ter super poderes para ver através do papel espesso, balancei a cabeça e deixei lá, jamais iria perder a confiança do Marcelo, era vida dele e se ele não compartilhou comigo não me diz respeito. No entanto estou mais interessada no quase beijo que ganhei hoje!!!

                         

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