I Do It For You
img img I Do It For You img Capítulo 5 Três Dias Fora.
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Capítulo 6 Os Cinco meses. img
Capítulo 7 She Is My New Best Friend. img
Capítulo 8 Não Sou Desejado img
Capítulo 9 Do Início. img
Capítulo 10 Do I Wanna Know img
Capítulo 11 Você Vai Segurar A Minha Mão ! img
Capítulo 12 Se Apaixone Por Mim. img
Capítulo 13 Eu Deixei Chegar a Esse Ponto! img
Capítulo 14 Você Tem O Meu Sim! img
Capítulo 15 A Noite Não Acabou. img
Capítulo 16 O Começo Do Fim. img
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Capítulo 5 Três Dias Fora.

Já em casa ele preparava algo para jantar, como sempre algo que sua falecida e amada esposa não gostasse, para evitar algum tipo de lembrança. Era uma missão difícil, a moça comia de tudo e amava inovar.

Sempre que chegava em casa via aquela linda mulher com um sorriso gigantesco no rosto e com aquele olhar de quem tinha feito alguma gororoba que estranhamente deu certo. Era um selinho em seus lábios e um abraço de "seja bem vindo de novo" que o fazia voltar a amar a vida, ela tinha esse poder, o de fazer Kaeller ser grato por tudo em sua vida, o de amar viver, o adorar acordar todos os dias naquela realidade.

Lembrava disso com o coração muito apertado, e segurava com todas as forças para não deixar uma lágrima rolar. Isso o machucava em um nível muito alto e profundo.

Jogou o pano de prato em seu ombro desnudo e esfregou com suavidade o seu rosto, precisava afastar de si os pensamentos, ela não está mais aqui, e nunca irá voltar, as lágrimas não faria voltar no tempo. De nada servia chorar feito uma criança, prometeu naquele dia em que viu várias pás jogando a terra

marrom sobre o caixão que guardava o corpo do amor de sua vida que não iria mais chorar assim.

Deveria voltar ao normal.

E tem aquela parte da falecida jovem amar coisas clichês, então ele sempre escutava sua doce voz dizer em sua mente "Não ficaria feliz te vendo sofrer, eu não quero isso e nem vou aceitar! Segue a vida e lembre de mim com um sorriso no rosto!"

Ah como ele odiava coisas clichês. Aquelas coisas que ela amava a ponto de o fazer pensar amar também. Dessa forma chegava em casa com flores, preparava surpresas a luz de velas, e em uma destas surpresas foi aonde engravidou a moça.

Nem chegou aa ver o rosto de seu filho, e isso era injusto!

Odiava clichês...

Kaeller sentou- se no chão e quase quebrou a sua promessa de não chorar mais, foi por um triz. Estava magoado, e mesmo com tantos anos parecia ter sido recente.

Não tinha nada a perder... Mas mesmo assim não entrava em confusão e nem se metia em coisas erradas pois queria manter sua promessa viva, pelo menos a promessa...

Ela o fez prometer que seria até o findar de seus dias, um homem bom e honroso.

Se não fosse por isso, Kaeller já teria tirado a própria vida.

O prateado levantou- se do chão, e com um pouco de força que lhe restava a pegou e voltou a cozinhar.

Até que ficara bom, e ali sentado a mesa sozinho pôde degustar sua gororoba de macarrão com queijo.

-Isso ela não faria jamais! - Sorriu por dentro. -Duvido que você faria um treco tão asqueroso e grudento! Ia ver que deu errado e colocar um creme de leite ou alguma outra coisa para maquiar a merda que ficou, mas infelizmente não fiz compra, então esqueci de passar no mercado para comprar algo assim. -Bufou! - Se é que você me escuta... Eu consigo e conseguia te amar mesmo com tanta gororoba, e daria tudo para comer outra vez.

Soltou o garfo e olhando para o prato percebeu que perdera a fome mesmo tendo comido tão pouco.

Levantou- se e foi em direção à pia para lavar a pequena louça que estava ali. Após tudo limpo e ele também limpo, desligou as luzes e fora dormir, afinal, tinha vivido de mais o dia de hoje.

***************

-Chefa?

-Oi! -Respondera arrastada, por mais que a bagunça seja menor que a do dia passado estava cansada.

-Acabou o bolo de frutas!

-Ué, sério? -O olhou com estranheza.

-Saiu igual água! Isso é muito bom! Sinal de que as pessoas estão gostando.

-Olha, estou orgulhosa de mim. -Sorriu largo. -Minha falecida mãe amava fazer ele, e meio que virou receita de família.

-Ahh... que legal. -Respondeu sem graça por não saber bem o que dizer.

-Aprendi a fazer depois que ela adoeceu, meu pai amava e ela ficava muito triste por não conseguir mais fazer. Mas a gente conseguia passar a perna no papai. -Sorriu saudosa. -Eu fazia e falávamos que ela quem fez. Depois que ela morreu parei de fazer pois não queria que meu pai pensasse mal dela. Mas aí nos últimos dias de vida de papai eu não resisti e fiz, a final, ele ia poder brigar com ela em outro plano.

-Eu sinto muito!

-Não! Faz tempo, e eu já estou bem com isso, agora o bolo de frutas é uma lembrança boa dos dois, como se estivessem aqui todas as vezes que faço. -Sorriu.

-Eu amei a história! -A olhou com compaixão.

-Pois é, e se meus clientes gostaram, amanhã chegarei mais cedo para fazer ainda mais.

-Quer que eu chegue mais cedo também?

-Não! Claro que não!

-Tem certeza?

-Sim, Malcon. -Suspirou. -Virei para fazer mais quantidade de bolo, e é algo que só eu sei fazer...

-Ai, doeu. -Armou um bico.

-Não, eu me expressei mal.

-Fica tranquila, eu sei! Mas seria uma oportunidade de aprender algo novo. -Insistiu.

-Quem sabe na próxima?!

******

Depois de exatos cinco meses monótonos, o que poderia ser encarado como algo bom, já que o café estava dando certo, Léa decidiu que seria uma boa ideia conhecer outros lugares. Ela tinha um carro, gasolina, e um sonho de fazer algo diferente.

Lembrou de algo bem interessante em uma cidade vizinha... Em Danver tinha um jardim botânico, muito lindo inclusive, sabia disso pois tinha visto uma propaganda sobre, só não conseguia se recordar aonde tinha visto...

Como estava no início do Outono, então ainda daria para aproveitar uma variedade de flores.

Ligou para Malcon e decidiu dar a ele três dias de folga. Um fim de semana longe do trabalho, e perto de coisas que a faria sentir- se um pouco mais viva.

Conseguiu uma estadia simples, e aconchegante, e muito bem avaliada no Airbnb. O preço também era generoso.

Era isso, aproveitaria a sua própria companhia, sentiria o cheiro do campo de Lavanda, e apreciaria o amarelo das tulipas. Estava tão empolgada, tão ansiosa que já estava com as malas prontas um dia e meio antes da viagem.

Fora ao banheiro umas três vezes antes de dar partida em seu carro, e partir em sua atual aventura. Era uma viagem de mais ou menos quarenta e cinco minutos, o qual ela queria seguir sem parar. Estava louca para chegar e fazer o seu primeiro passeio, assistir ao Pôr do sol no Red Rocks Park, o que explicava a vontade e necessidade de não parar pra nada!

Precisava chegar na hospedagem, se acomodar, e ir para seu primeiro destino.

O que ela fez.

Ao chegar no Red Rocks Park fora logo procurando algo para beber enquanto assistia ao show da natureza.

Estava ali para sentir e vivenciar os aplausos para o pôr do sol, algo que há tempos atrás ela julgaria como besteira, mas que naquele momento parecia algo tão certo...

Pegou um refrigerante, escolheu um dos lugares mais altos e sentou- se, sentiu a brisa gelada tocar seu rosto, e balançar delicadamente seus cabelos. Respirou fundo enquanto observava tudo ao seu redor, tinham tantas pessoas, e todas acompanhadas. Por um breve instante sentiu tristeza, chegava a ser desconfortável estar ali sozinha, e fora assim que começou a indagar a si mesmo de como e quando se aprofundara em tal solidão.

Todos pareciam ter alguém, e ela...

Deu uma pausa em seus pensamentos para poder aproveitar aquele momento mágico, sentiu seus olhos ficarem marejados, estava tão emocionada...

Podia ver os raios laranjas do sol, e como ele sumia de forma tão delicada e ao mesmo tempo majestosa. Estava no momento de troca com a lua, despedindo- se de um céu claro e dando lugar a chegada da noite e seu majestoso show de luzes. Era lindo...

Mas ao fim, e por mais uma vez abraçava a si mesma com chateação.

Na maior parte do tempo não pensava nos revés de estar sozinha, mas ali pôde parar para sentir a real solidão.

Levatou- se decidida a dar um passeio pela cidade, ouviu falarem sobre um circuito cervejeiro, e esta lembrança fora tão boa pois estava acompanhada pela decisão feliz de deixar o carro na garagem da hospedagem. Era isso, iria beber até se esquecer do que significava a solidão.

****

Era sexta feira a noite, e Kaeller saira de casa indo em direção ao bar de sempre, precisava muito beber algo, papear, e conquistar alguém tão mal intencionado quanto ele.

Estava bem arrumado, perfumado, e preparado para qualquer situação, bom... Era o que ele achava.

Só não contava que iria pensar naquela mulher a noite toda, o que o atrapalhou na hora de flertar, o fazendo beber desesperadamente.

Aquele olhar doce, jeito delicado e voz tão inocente se instalou em sua mente, Kaeller sentia- se confuso, estava entre querer, e não querer pensar nela.

Estava doente, e só precisava descobrir o motivo disto.

Na manhã seguinte um homem, e uma mulher sofriam com uma dor de cabeça aguda, não conseguiam lembrar como chegaram em casa.

Kaeller em Evergreen, e Azaléa em Danver... Ambos amaldiçoando- se por ter bebido de mais.

O jovem decidiu tomar um café forte, enquanto Léa tomava um "remedinho", precisava se curar logo para aproveitar o passeio

Com tantas coincidências, café da manhã solitário, um lindo sol lá fora, uma tristeza imensa, e um pensamento que não largava ambas as mentes.

Um pensando no outro, ao mesmo tempo, com a mesma intensidade, e com uma vontade imensa de se ver outra vez.

Léa estava em Danver mas mais parecia que seu coração estava em Evergreen, e o coração de Kaeller, de forma estranha, estava em Léa, aonde quer que ela estivesse.

                         

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