I Do It For You
img img I Do It For You img Capítulo 2 Estar Só.
2
Capítulo 6 Os Cinco meses. img
Capítulo 7 She Is My New Best Friend. img
Capítulo 8 Não Sou Desejado img
Capítulo 9 Do Início. img
Capítulo 10 Do I Wanna Know img
Capítulo 11 Você Vai Segurar A Minha Mão ! img
Capítulo 12 Se Apaixone Por Mim. img
Capítulo 13 Eu Deixei Chegar a Esse Ponto! img
Capítulo 14 Você Tem O Meu Sim! img
Capítulo 15 A Noite Não Acabou. img
Capítulo 16 O Começo Do Fim. img
img
  /  1
img

Capítulo 2 Estar Só.

Passaram -se exatos três anos desde que Azaleia tomou sua decisão de partir, estava pensando nisso enquanto balançava seus pés no ar, sentada no balcão olhando a sua volta.

Estava em uma mistura de sentimentos, alguns bons, outros ruins.

Estava em uma nova fase, e olhar para tudo o que aconteceu até ali tinha que enxergar algo bom.

Tudo bem que demorou bastante para conquistar o que queria, mas quando comprou o imóvel não imaginou o trabalho que daria, e nem muito menos que teria que gastar tempo e dinheiro no processo de separação.

Seu ex marido se negava a partilhar tudo o que tinham conquistado juntos, mesmo aquilo estando dentro de um contrato matrimonial, não aceitava o fim do relacionamento de jeito algum, e ele recorria de todas as formas.

A expertise que teve de pegar metade de todos os investimentos a ajudou bastante financeiramente.

Léa fora embora com uma quantia boa, mas como não imaginou que seus bens ficariam tanto tempo "presos" na justiça, por conta de uma pirraça de um homem barbado, gastara tudo no imóvel que comprou, não aceitou financiar...

Levou esse tanto de tempo para realizar seu sonho, pois o que restara de dinheiro juntamente com a "merrequinha" que, tinha em um investimento era o suficiente apenas para não passar fome.

"Foram dias complicados" pensou.

Mas estava orgulhosa, depois de tudo conseguiu os bens partilhados, e ainda teve a satisfação de ver o Juiz dando uma ordem de restrição ao ex "chatonildo" que estava sempre perturbando.

O lugar estava finalmente do jeito que Léa idealizava.

Ao entrar na acolhedora cafeteria, era imediatamente envolvida por uma atmosfera aconchegante e retrô. O piso de madeira antiga range sob seus passos, acrescentando um charme rústico.

Diversas mesas de madeira se estendem pelo salão, convidando os visitantes a se acomodarem em cadeiras de couro confortáveis, onde podem apreciar seu café e delícias enquanto mergulham em um bom livro ou desfrutam de uma conversa tranquila com amigos.

Grandes janelas permitem a entrada de luz suave, criando uma atmosfera serena e convidativa.

No entanto, a verdadeira jóia da cafeteria está nos fundos.

Ao passar por uma cortina de contas, você se encontra em uma varanda espaçosa, que se abre para uma vista deslumbrante da floresta.

As árvores altas e frondosas criam uma parede de verde exuberante que, se estende até onde os olhos podem ver.

Mesas de madeira alinham a varanda, proporcionando um local perfeito para apreciar a tranquilidade da natureza.

E esse era o lugar favorito de Léa.

O som suave dos pássaros na floresta, combinado com o murmúrio de conversas e risos na varanda que, futuramente criaria uma sinfonia de serenidade e convívio.

Sua cafeteria estava em um ponto maravilhoso e estratégico, era um belo refúgio para pessoas que viviam uma realidade caótica trabalhando naqueles edifícios do outro lado da cidade, entrar e enxergar aos fundos da cafeteria um lugar com varandinhas, e janelas grandes que davam acesso e visão aquele espetáculo da natureza era uma fuga perfeita.

Sorriu satisfeita, porém sozinha.

Uma pontinha de chateação alcançou seu coração, mas balançando a cabeça vagarosamente em negação tomou a força necessária para não enxergar as coisas de forma negativa.

"Estou feliz, e serei bem sucedida nisso"

Era o pensamento mais otimista que tivera.

Tudo a sua volta tinha um charme, era simples, era de madeira, e aconchegante como deveria ser.

Desceu da bancada em um pulo e andou em direção a porta da varanda, a abriu e respirou fundo, o som de alguns pássaros cantando a relaxavam, e aquele cheirinho de terra molhada após uma chuva de verão também era satisfatório.

"Não consigo imaginar alguém que não goste de um lugar assim", falou enquanto empinava o nariz com orgulho.

A brisa que a alcançava fazia com que seus cabelos castanhos e longos se agitassem, podia sentir o impacto do vento em seus longos cílios, o feixe de luz tímido incomodava seus olhos cor de mel, sua mão rapidamente os coçou enquanto estavam fechados.

Por mais uma vez um sorriso de canto e orgulhoso repousou em seus lábios rosados.

Estava feliz.

***

-Eu já disse que isso está fora de questão! Chega!

O prateado olhava para aquele rapaz raquítico enquanto sentia seu sangue ferver. Sua decisão estava tomada, e pouco lhe importava o que aquele homem dizia, tudo bem que era seu chefe, e de certa forma possuía poder o suficiente para o mandar para a cova, mas ainda assim preferiu bater de frente.

-Nunca proferi a frase "serei eternamente seu capanga", até mesmo porque, eu não sou, nunca fui. -Disse ameno.

-Você acha mesmo que as coisas funcionam assim, Kaeller?! -Respirou pesado enquanto olhava o prateado no fundo dos olhos, e ele retribuía o olhar carregado de desdém. - Sabe o que posso fazer por sua falta de conduta?

-Esquece! Se você acha mesmo que eu vou ficar amedrontado com a sua ameaça, nem pense em completar a frase, já tomei minha decisão. Apenas vim comunicar.

Kaeller virou as costas para o homem que ainda mantinha os olhos furiosos sob si, mas antes que passasse pela porta sentiu uma mão firme em seu ombro esquerdo, o que fez com que interrompesse seus passos.

-Espero que esteja certo de sua decisão, não terei pena, não pensarei duas vezes antes de responder ao que fez hoje. -Sua voz era baixa, rouca, o que conseguia alcançar o interior de Kaeller.

-Tudo bem! -Sorriu sarcástico ainda de costas. -Não estou lhe pedindo nada, e ficarei feliz em te enfrentar um dia, você sabe o que posso fazer! Não preciso o ameaçar, então é bom pensar bem antes de qualquer decisão.

De forma bruta desvencilhou -se da mão em seu ombro e saiu dali de forma calma.

******

Quando pôde digerir o ocorrido, percebeu que tinha falhado a memória. Nagrier prometeu agir de forma vingativa, e o fez!

Ato qual acabou com a vida feliz que tinha, e com tudo o que sonhou quando soube que sua esposa estava esperando um filho.

Viu tudo desabar em sua cabeça, o mundo, a casa, a vida... Por fora se mantinha firme, não queria transparecer a fraqueza, tristeza e afins.

Após sua mudança para Evergreen, passou três anos tranquilos, nada suspeito acontecia, parecia até que nunca se metera em nada errado, a única coisa que ainda o fazia sofrer era a morte de sua amada.

Passados dois anos de sua mudança e morte de sua esposa, decidiu tocar a vida por necessidade, sentia desejos carnais quando saía vez ou outra para um bar do outro lado da cidade.

Tornou -se comum suas idas as sextas feira a noite.

Aquilo o ajudava a sentir -se vivo, já que não trabalhava por não ter necessidade.

Tinha juntado muita grana dos serviços sujos, e por ser de certa forma "ex militar" recebia uma grana por mês.

Chegou um momento em sua vida que, se não se jogasse no mundo nem que fosse por uma vez na semana, ia sucumbir à loucura por nem saber os motivos de ainda estar vivo.

Sua casa já era bem distante de tudo, bem no meio da floresta, aonde só escutava o som de alguns Cervos, e pássaros.

Preferia assim, ter contato maior com pessoas apenas uma vez na semana.

Foi assim que começou a saciar sua fome carnal.

A primeira mulher em que decidiu dar uma rápida lhe custou um dilema. Ele não conseguia tirar de sua mente que estava traindo sua finada esposa, daí terminou a noite sendo consolado pela ruiva que conhecera no bar.

A segunda vez fora com a mesma ruiva, a mulher se encontrava na mesma intenção que Kaeller, apenas sexo casual.

Não passaram da terceira vez pois a mulher começou a criar certas atitudes de "ficante fixa" e isso Kaeller não tolerava.

Ele trocou até de bar para não ter de esbarrar na ruiva, fora um inferno.

Quando caiu no costume, todas as sextas feira dormia com alguém.

***

-Aonde você mora? -Indagou enquanto olhava o rapaz a sua frente. Estava tenso, e respirava pesado. Seus olhos negros como a noite, pareciam tremer, assim como todo seu corpo deveras franzino.

Vez ou outra passava a mão direita no topo de sua cabeça, fazendo com que os fios castanhos balançassem.

-Há dois quarteirões. -Sorriu nervoso.

-Bem perto daqui. -Suspirou ainda olhando a folha A4 em sua mão.

-Nem precisa se preocupar com atrasos, e nem pagar minha locomoção, só vantagens! -Sorriu para disfarçar o nervosismo.

-E você se sente apto para a função? É responsável?!

-Sim senhora! -Quase berrou. -Desculpa. -Deu um pigarro. -Sou responsável sim, e pode criar expectativas em mim.

-Olha Malcon, esse café é o meu bebê, ele é tudo o que tenho, então preciso ter alguém aqui em que eu possa confiar. -O lançou um olhar analisador.

O ar gelado que entrava pela janela da varandinha fazia com que ambos olhassem ao mesmo tempo para o lado de fora, o que sem pudor os tocava, frio e intenso.

As árvores balançavam dando indício de que, a chuva de verão logo cairia, o que já era corriqueiro naquela época.

-Senhora, pode confiar em mim, vou dar o meu melhor e enxergar esse lugar como meu também!

O olhou mais uma vez suspirando, tudo bem que era o melhor do dia, mas não podia passar para ele que era a melhor e talvez única opção.

Decidiu fazer um mistério, apenas para dar mais valor a sua vaga. Mas sabia que ao fim da tarde ligaria dando a notícia da contratação.

-Tem alguma dúvida quanto ao horário e remuneração? -Indagou uníssono.

-Não senhora! Entendi tudo certinho. -Deu um sorriso simpático.

-Bom irei analisar com calma as minhas opções e te retorno. -Ficou encantada por não ver o sorriso otimista sumir do rosto do menino a sua frente, o que fora diferente de todos os outros, sentiu ter gostado dele mais do que deveria.

-Muito obrigado! Sendo sim ou não, foi um prazer conhecer a senhora!

O rapaz levantou e caminhou até a porta de entrada, após o tchau confiante fechou a porta as suas costas.

-Tomara que não seja só impressão minha, gostei mesmo dele! -Disse baixinho, e esperou alguma resposta. Suspirou triste ao lembrar que estava sozinha e que não tinha com quem debater ou pedir opinião.

"Vida triste essa hein" pensou.

Deu de ombros, afinal, não precisava de ninguém para opinar, e nem muito menos para crescer. Estava seguindo sozinha já havia um tempo, três anos para ser exata.

As horas corriam e em um estalo lembrou que teria que ligar para Malcon, pois já começaria amanhã. O que ela fez e deu tudo certo.

Estava tudo certo para finalmente inaugurar, a ansiedade era visível e estava estampado naquele rosto pálido e fino.

Léa estava feliz, e mais contente do que nunca, esperava que aquela felicidade não a abandonasse nunca mais.

            
            

COPYRIGHT(©) 2022