I Do It For You
img img I Do It For You img Capítulo 3 O Quase Acidente
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Capítulo 6 Os Cinco meses. img
Capítulo 7 She Is My New Best Friend. img
Capítulo 8 Não Sou Desejado img
Capítulo 9 Do Início. img
Capítulo 10 Do I Wanna Know img
Capítulo 11 Você Vai Segurar A Minha Mão ! img
Capítulo 12 Se Apaixone Por Mim. img
Capítulo 13 Eu Deixei Chegar a Esse Ponto! img
Capítulo 14 Você Tem O Meu Sim! img
Capítulo 15 A Noite Não Acabou. img
Capítulo 16 O Começo Do Fim. img
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Capítulo 3 O Quase Acidente

Era extremamente esquisito ter ciência do início de um ciclo. Quando se olhava de fora era tudo diferente, mas sabendo que naquele momento tudo acontecia com ela, era de surtar!

Léa sentia uma felicidade honesta, sentia um orgulho imenso de si mesma, só que em alguns segundos passava por um lapso, aonde sentia se insegura, e por vezes não merecedora.

Olhava Malcon e, tentava fazer o mesmo que ele. Sorrir gigante, sem ser forçado, e exalar a alegria de estar em algo novo.

Sentia se culpada por, a dona estar menos feliz que o funcionário. Afinal o que inaugurou foi o seu próprio negócio!

A brisa de verão atravessava o estabelecimento, entrava pelas grandes janelas que davam a vista daquelas copas gigantescas de árvores caquéticas, e saia de forma singela, e sem despedidas pela porta de entrada.

Sua atenção estava voltada a tudo que acontecia ali naquele momento, as risadas, as conversas, o aroma de bolo misturado com café recém passado, isso a fazia sair do irreal, e encarar a realidade que ela mesmo criou.

Tudo tinha um ar positivo, e os clientes pareciam gostar bastante da experiência que aquele lugar trazia, e era isso que Léa sonhou, ela estava realizando sua vontade de fazer pessoas felizes, nem que fosse por um breve momento através de seu negócio.

Daquele jeito o dia ia passando, clientes entravam com expectativas, e iam embora com uma baita de uma realidade gostosa.

-Acho que acabei por aqui, chefe!

Malcon terminava de limpar o chão amadeirado, e mesmo cansado não esboçava desânimo. Seus ombros continuavam sustentando sua postura, que estranhamente era ereta.

-Eu prometo que não iremos mais fechar tarde deste jeito. -Soltou seus longos cabelos, antes presos em um rabo de cavalo. - Não imaginei que a inauguração iria até tão tarde! Peço desculpas!

-Uau! -Suspirou. -Devo estar no paraíso.

-Como?! -Indagou se aproximando do rapaz.

-Uma chefe que pede desculpas? Logo no primeiro dia?! - A olhou confuso.

-Não entendi. -Sorriu amarelo enquanto repousava suas mãos em seus quadris.

-Geralmente, os chefes são mais... - Olhou para o teto enquanto tentava organizar sua fala. -São mais secos, acho que para impor respeito.

-Acredite, Malcon, existem formas mais eficazes de impor respeito! - Sorriu com simpatia enquanto repousava a mão direita no ombro do rapaz. - Não espere de mim o que outros fazem! Não acredito nessa filosofia aonde faço você engolir que, sou a chefe, e que eu quem mando!

-Sério?!

-Uhun! Agora vamos! Vou te dar carona até su casa!

-Não precisa se incomodar! -Deu um leve tapa no ar. -Eu vou andan...

-Já é tarde! Não vou deixar que ande por aí sozinho, sendo que não me custa nada o levar.

-Já que insiste. -Deu de ombros, demonstrando ter sido vencido.

Léa esboçou um sorriso simpático, e a passos largos foi de encontro a sua bolsa, o que Malcon rapidamente imitou, quase em um salto, pegou sua mochila voltando ate a porta de entrada.

-Vamos?!

Ele apenas meneou a cabeça de forma positiva.

*******

-Eu disse que morava perto!

-Eu percebi! Moramos próximo. -Disse amena.

-E... Aonde a senhora mora?! -Indagou curioso.

Léa esboçou uma careta, estava surpresa com a insistência do rapaz em chamá- la de Senhora.

Segurou firme no volante enquanto estalava sua língua no céu da boca.

-Bom, talvez se parar de me chamar de Senhora, eu fale aonde moro, Malcon.

-Me desculpa, é que... -Levou a mão até a maçaneta do carro. -É costume... -De forma delicada e, quase inaudível, abriu a porta colocando seu pé direito para fora. -Você é minha superior...

-Me chame de Léa, você, ou senhorita. -Ergeu as sobrancelhas, e logo após semi cirrou os olhos, enquanto olhava em direção a uma bela casa. -Você mora aqui?

-Sim! -Sorriu com simpatia.

-É uma bela casa!

-Obrigado. Só não a convido para entrar pois, meus avós já devem estar dormindo.

-Que isso! Não elogiei com a intenção de entrar. -Deu um tapa no ar.

-Léa, acho melhor irmos dormir! Sério! Isso tudo está esquisito...

-Isso tudo?!

-Sim!!! Olha, obrigado! Muito obrigado mesmo! -Saiu do carro, fechando a porta com delicadeza.

Em uma rápida olhada, Léa pôde reparar um pouco mais na casa.

Era de fato linda!

Tinha uma sacada com balaústres marron, e que ia de uma ponta a outra da casa, na parte de baixo uma varanda toda de madeira, o que dava contraste com as ripas brancas na parte de fora.

Chamava atenção por ser modesta, e ao mesmo tempo muito linda.

Tinha cara mesmo de casa de vó.

Na varanda havia duas cadeiras de balanço, no quintal tinha uma árvore grande que, com toda a certeza, os salvava do calor.

-Te vejo amanhã, chefe!

-Descansa!

Léa deu partida no carro indo de ré até a entrada da rua, no qual pegou a principal novamente. Morava há sete quarteirões da casa de Malcon.

Era impressionante como, mesmo sendo nove da noite a rua estava "deserta". Lembrava até um filme de terror que tinha assistido na semana passada, seu corpo arrepiou com a lembrança em sua mente.

Quase perto da rua de sua casa, pode ver o semáforo para trocar de cor, e por não ter, aparentemente ninguém na rua, achou uma boa ideia dar uma acelerada no carro para não ficar parada no sinal vermelho.

Ela não contava que, naquela belíssima noite estrelada, aonde as luzes de alguns postes conseguiam iluminar as calçadas, um homem acompanhado de um Pug, atravessaria a rua sem nem perceber o carro acelerando.

Não contava também que, o freio UBS funcionava tão bem, e graças a irresponsabilidade em relação ao cinto de segurança pode constatar isso ao quase bater seu delicado rosto no volante.

O cachorro rapidamente rosnou, o que foi seguido de latidos altos.

Léa arrastou seus olhos no homem furioso a sua frente, o mesmo que, com raiva dava um tapa forte na lataria do carro.

A raiva era tanta que, seus músculos do braço e ombro estavam tensos, e suas veias saltavam, o que fora observado pela moça com afinco, mas logo ao perceber que estava tempo de mais com os olhos naquele lugar em específico, voltou seus olhos para a face masculina.

Estranhou ao ver um corpo jovem contrastando com um cabelo grisalho, e seu rosto coberto por uma máscara preta.

Fazia tempo que a pandemia passara, tinha perdido o costume de ver pessoas andando com uma daquelas.

Ao perceber seus olhos furiosos sob si, gesticulou um pedido de desculpas, seus olhos quase saltavam de medo, e estavam tão marejados que, mesmo na escuridão o rapaz podia ver.

E aquela cena a sua frente, uma moça delicada, e com olhos medrosos e marejados, o fez recuar, seu olhar rapidamente mudará de bravo a complacente.

Com a sobrancelha arqueada ele deu um passo para o lado, porém sem tirar seus olhos da moça a sua frente.

Ela deu uma leve ré no carro, e com o jogo para a esquerda, acelerou saindo dali.

O homem seguiu o carro com os olhos, vendo que logo a frente ele quebrava para a esquerda, sumindo ao entrar na rua.

Ele balançava a cabeça de forma negativa, enquanto abaixava o tronco para afagar a cabeça de seu cão.

Com o coração quase saindo pela boca, Léa entrou na garagem, e ao sair do carro cambaleou e quase tropeçou em suas próprias pernas.

Sabia da gravidade de seu ato irresponsável, agradeceu aos céus por não ter acontecido nada mais grave, mas, o que era estranho era o fato daquele homem não sair de sua mente.

Léa chegava a suar frio, não sabia dizer se era por conta do susto, ou por de certa forma ter sentido atração pelo rapaz.

Sua mente voltava inúmeras vezes naquele corpo, naqueles olhos... E mesmo com o banho gelado que tomara antes de dormir, ela não parava de pensar nele, seja lá quem fosse.

Ainda assim, desejou nunca mais o ver, pois ele realmente lembraria, e com clareza, de seu rosto. Temia que fosse algum guarda, ou policial. Cismou que ele olhara a placa de seu carro, e já esperava uma bela audiência para resolver a multa bem merecida!

****

Já em casa, o grisalho apanhava em seu armário um pote com ração, Dooke ao sentir o aroma de comida no ar, veio entre roncos e tropeços pular em seu tutor, revelando a excitação que sentia.

Era incrível como, coisas tão simples o fazia feliz!

Talvez Kaeller tivesse andado para bem longe, fora de fato uma caminhada longa, sua mente se encontrava tão perturbada que, nem tinha sentido a distância que percorreu.

Suspirou tão forte que seu pulmão queimou, ele precisava organizar sua mente, e por estar nesse estado, sua casa também encontrava se bagunçada.

Olhou a sua volta com devido desprezo. Quando foi que chegara a esse nível?!

A passos desanimados fora em direção ao banheiro.

Apos o banho, ainda de toalha na cintura, se jogou na cama, e de forma astuta, e petulante sua mente projetou a imagem mais cedo.

Olhos assustados, lábios entreabertos, respiração ansiosa...

O que aquela mulher pensava estar fazendo?!

Poderia ter a olhado mais, reparado mais, só que o susto e, o breve medo de ser alguém perigoso querendo causar um acidente, o deixou sem reação.

Sentiu raiva por não ter ido até a janela do carro para a acalmar, era visível o quão ela estava mais assustada e fora de órbita.

Mas o que importava?

Nem era importante assim...

            
            

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