Capítulo 4 O cara misterioso

Quando chego em casa, ela está deserta.

Luz apagada, nenhum barulho se quer. Tudo mergulhado na escuridão.

Fico contente por está sozinha, me sinto melhor estando só, assim posso pensar o que aconteceu naquela sorveteria.

- Difícil- Digo.

As coisas estão difíceis, primeiro os pesadelos voltam à tona, aquela sensação horrível de ter alguém sempre me observando, que algo vai acontecer, e realmente aconteceu. Aquele homem não é estranho, parece que eu o conheço de algum lugar, mas como? Eu mal saio daqui.

- Deve ser apenas coisa da minha cabeça, apenas isso. - Continuo tentando-me convencer.

Mas uma vez, no banho acabo perdendo nos meus pensamentos. Incrível a paz que eu sinto aqui dentro. Aqui é o melhor lugar para se pensar, e discutir assuntos sérios, como aquele homem estranho que me parece alguém que eu conheço há muito tempo.

Perco nos meus pensamentos, mais uma vez.

- Será?- Contínuo - Será que eu o conheço? Será que ele me conheceu de algum lugar?- As perguntas não saem da minha cabeça, não param de rodar, sinto-me confusa demais com isso tudo, então resolvi sair logo do banho e ir dormir, assim posso esquecer o que aconteceu, por pelo menos algumas horas.

Sinto alguém me acariciando, uma mão tão pequena e macia. Quem será que é? Não sei, só sei que está muito bom, está-me dando sono. Bochecho. Abro os olhos, está tudo meio embaraçado, tudo muito claro. A claridade incomoda-me um pouco, por instinto coloco as mãos nos olhos, e escuto:

-Olha mama, ela acordou- ouvir.

Uma voz de criança? Onde eu estou? As minhas mãos são tão pequenas. Meu Deus! outro sonho que parece real.

-Oi! meu amor- escuto uma mulher ruiva que nem eu, aparentemente com 30 anos, falar comigo, ela não me assusta, ao contrário, sinto-me muito bem com ela. Vejo que há uma menina ruiva também, com 5 anos de idade, me olhando com brilhos nos olhos que nem o sol. Sorriu. - - Deus, se isso for um sonho bom, não me acorde- penso.

- mamãe, mamãe, olha mamãe. Ela sorriu para mim- A ruivinha saiu correndo para porta, pulando de felicidade, enquanto eu? Continuo deitada aqui, não sei onde, só continuo escutando.

O homem chega perto de mim, e da outra ruiva e fala.

- Oi!? minhas pequenas ruivinhas -

NÃO, NÃO, NÃO.

Acordo, ofegante, sem saber o que fazer.

Não acredito, porque esse sonho? Porque aquele homem estava no meu sonho?

- Que horas são?- digo.

- a nossa, já são 5h30 da manhã, quanto tempo eu dormi? Eu preciso-me arrumar para escola, de novo. Continuo falando comigo mesma indo pro banheiro tomar banho e arrumar-me.

Já saindo de casa, fiz o mesmo trajeto de sempre. Sair de casa com skate e encontrar-me com a minha melhor amiga em frente a escola, às 7h da manhã, apesar que a gente mora perto uma da outra, eu prefiro sair de skate de casa e ela com o pai, quando o dia não está sol e sim chuvoso, acabo indo com eles, mas fora isso, é sempre eu e o meu skate, e na hora da saída a gente vai junta para casa, já que o pai dela não pode ir busca - lá.

-Oi! bom dia- digo beijando sua testa, e mais uma vez recebi uma tapa.

- ai, o que deu em você? - reclamo.

- bom dia uma carambola, você sumiu ontem Maêve, mal disse que chegou. SUMIU! Vocês é maluca? Depois que aconteceu na sorveteria, como ousa sumir Maêve? - continuou-me dando umas tapas nervoso.

- Ai, ai, calma- tento segurá-la, com calma, abraço e começo a explicar. - Se acalma, ta? Eu dormi ontem e só acordei agora de manhã, desculpa pequena por deixar você preocupada. Tá! mas, calma?

- Não faz isso mais, tá!? eu fiquei com medo, você me assustou ontem Mâ- falou chorando.

- Ei, ei, não chora, eu tô bem -

Quando eu continuava tentando convencer a minha melhor amiga que eu estou bem, um homem chegou por trás e falou.

- Bom dia, meninas. Está tudo bem? -

Nessa hora, o meu coração gelou, era ele. O que ele quer?

Na mesma da hora, Sofia segurou tão forte no meu braço, que parecia que a unha dela encravou em mim, mas eu estava tão nervosa que deixei e a coloquei atrás de mim.

- Não precisam ficar com medo, só quero saber se estão bem. Vi vocês ontem na sorveteria, não é difícil reconhecer-te ruivinha - Ele disse, tão simpático, que aquela sensação do meu sonho ontem à noite voltou e do dia da sorveteria também.

- Maêve- disse.

- o seu nome é Maêve? Que nome bonito.

- Eu sou Paulo Castielle, é um prazer conhecer você, Maêve. - Ele estendeu a mão para me comprementar, mas Sofia puxou-me tão forte e colocou-se na minha frente.

- O'Que você quer com a minha melhor amiga? Eu vi-o ontem, você não parava de olhar para a gente.- Disse brava.

- Sofi, se acalma, tá? Ele não vai nos fazer nada, ele só veio perguntar. - a puxei para perto de mim.

- Desculpa senhor Castielle, é um prazer conhecê-lo também. - o cumprimento.

- o senhor não é daqui, né? - continuo nervosa- desculpe senhor, não quero ser invasiva, mas o senhor parece-me conhecido.

Depois que eu disse isso, o homem de cabelos grisalhos que tanto me assustou ontem, e invadiu os meus sonhos como alguém totalmente próximo de mim, ficou tão pálido que achei que ele viu um fantasma, gaguejou, gaguejou e não conseguiu falar uma palavra sequer.

- O senhor está bem? Tá passando mal? - ele continuou em transe, e eu fiquei sem saber o'que fazer, então continuei - Quer que eu chame alguém senhor?- Enquanto isso, a minha melhor amiga não soltava o meu braço de forma nenhuma, e só olhava a situação sem falar uma, era evidente o medo dela, mas também era evidente que era confia no que eu estou fazendo, mas eu nem sei oque eu fazendo-to, acho que to ficando maluca. Mas uma vez.

- Não ruivinha, está tudo bem - disse o senhor tentando afrouxar a gravata. Quem em sã consciência usaria uma roupa tão formal, num lugar de sol? Só eles e os seus homens, é impossível ele ser daqui.

- Respondendo a sua pergunta, eu não sou daqui. Você deve-ta achando estranho o sotaque -

- Espanhol - falei o interrompendo, e ele riu.

- Sim, o sotaque Espanhol e os meus seguranças. Não é isso? - disse, achando graça. Não tem graça.

- Sim,- Acabei falando secamente, acho que não é uma boa ideia conversar com estranhos, apesar que não acho ele seja uma pessoa desconhecida.

- A gente precisa ir - disse já apertando os passos com a Sofia, que mal falou um "A", depois do que ela disse. Sem olhar para trás só ouvir de longe um, espera.

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