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Quando chego em casa, ela está deserta.
Luz apagada, nenhum barulho se quer. Tudo mergulhado na escuridão.
Fico contente por está sozinha, me sinto melhor estando só, assim posso pensar o que aconteceu naquela sorveteria.
- Difícil- Digo.
As coisas estão difíceis, primeiro os pesadelos voltam à tona, aquela sensação horrível de ter alguém sempre me observando, que algo vai acontecer, e realmente aconteceu. Aquele homem não é estranho, parece que eu o conheço de algum lugar, mas como? Eu mal saio daqui.
- Deve ser apenas coisa da minha cabeça, apenas isso. - Continuo tentando-me convencer.
Mas uma vez, no banho acabo perdendo nos meus pensamentos. Incrível a paz que eu sinto aqui dentro. Aqui é o melhor lugar para se pensar, e discutir assuntos sérios, como aquele homem estranho que me parece alguém que eu conheço há muito tempo.
Perco nos meus pensamentos, mais uma vez.
- Será?- Contínuo - Será que eu o conheço? Será que ele me conheceu de algum lugar?- As perguntas não saem da minha cabeça, não param de rodar, sinto-me confusa demais com isso tudo, então resolvi sair logo do banho e ir dormir, assim posso esquecer o que aconteceu, por pelo menos algumas horas.
Sinto alguém me acariciando, uma mão tão pequena e macia. Quem será que é? Não sei, só sei que está muito bom, está-me dando sono. Bochecho. Abro os olhos, está tudo meio embaraçado, tudo muito claro. A claridade incomoda-me um pouco, por instinto coloco as mãos nos olhos, e escuto:
-Olha mama, ela acordou- ouvir.
Uma voz de criança? Onde eu estou? As minhas mãos são tão pequenas. Meu Deus! outro sonho que parece real.
-Oi! meu amor- escuto uma mulher ruiva que nem eu, aparentemente com 30 anos, falar comigo, ela não me assusta, ao contrário, sinto-me muito bem com ela. Vejo que há uma menina ruiva também, com 5 anos de idade, me olhando com brilhos nos olhos que nem o sol. Sorriu. - - Deus, se isso for um sonho bom, não me acorde- penso.
- mamãe, mamãe, olha mamãe. Ela sorriu para mim- A ruivinha saiu correndo para porta, pulando de felicidade, enquanto eu? Continuo deitada aqui, não sei onde, só continuo escutando.
O homem chega perto de mim, e da outra ruiva e fala.
- Oi!? minhas pequenas ruivinhas -
NÃO, NÃO, NÃO.
Acordo, ofegante, sem saber o que fazer.
Não acredito, porque esse sonho? Porque aquele homem estava no meu sonho?
- Que horas são?- digo.
- a nossa, já são 5h30 da manhã, quanto tempo eu dormi? Eu preciso-me arrumar para escola, de novo. Continuo falando comigo mesma indo pro banheiro tomar banho e arrumar-me.
Já saindo de casa, fiz o mesmo trajeto de sempre. Sair de casa com skate e encontrar-me com a minha melhor amiga em frente a escola, às 7h da manhã, apesar que a gente mora perto uma da outra, eu prefiro sair de skate de casa e ela com o pai, quando o dia não está sol e sim chuvoso, acabo indo com eles, mas fora isso, é sempre eu e o meu skate, e na hora da saída a gente vai junta para casa, já que o pai dela não pode ir busca - lá.
-Oi! bom dia- digo beijando sua testa, e mais uma vez recebi uma tapa.
- ai, o que deu em você? - reclamo.
- bom dia uma carambola, você sumiu ontem Maêve, mal disse que chegou. SUMIU! Vocês é maluca? Depois que aconteceu na sorveteria, como ousa sumir Maêve? - continuou-me dando umas tapas nervoso.
- Ai, ai, calma- tento segurá-la, com calma, abraço e começo a explicar. - Se acalma, ta? Eu dormi ontem e só acordei agora de manhã, desculpa pequena por deixar você preocupada. Tá! mas, calma?
- Não faz isso mais, tá!? eu fiquei com medo, você me assustou ontem Mâ- falou chorando.
- Ei, ei, não chora, eu tô bem -
Quando eu continuava tentando convencer a minha melhor amiga que eu estou bem, um homem chegou por trás e falou.
- Bom dia, meninas. Está tudo bem? -
Nessa hora, o meu coração gelou, era ele. O que ele quer?
Na mesma da hora, Sofia segurou tão forte no meu braço, que parecia que a unha dela encravou em mim, mas eu estava tão nervosa que deixei e a coloquei atrás de mim.
- Não precisam ficar com medo, só quero saber se estão bem. Vi vocês ontem na sorveteria, não é difícil reconhecer-te ruivinha - Ele disse, tão simpático, que aquela sensação do meu sonho ontem à noite voltou e do dia da sorveteria também.
- Maêve- disse.
- o seu nome é Maêve? Que nome bonito.
- Eu sou Paulo Castielle, é um prazer conhecer você, Maêve. - Ele estendeu a mão para me comprementar, mas Sofia puxou-me tão forte e colocou-se na minha frente.
- O'Que você quer com a minha melhor amiga? Eu vi-o ontem, você não parava de olhar para a gente.- Disse brava.
- Sofi, se acalma, tá? Ele não vai nos fazer nada, ele só veio perguntar. - a puxei para perto de mim.
- Desculpa senhor Castielle, é um prazer conhecê-lo também. - o cumprimento.
- o senhor não é daqui, né? - continuo nervosa- desculpe senhor, não quero ser invasiva, mas o senhor parece-me conhecido.
Depois que eu disse isso, o homem de cabelos grisalhos que tanto me assustou ontem, e invadiu os meus sonhos como alguém totalmente próximo de mim, ficou tão pálido que achei que ele viu um fantasma, gaguejou, gaguejou e não conseguiu falar uma palavra sequer.
- O senhor está bem? Tá passando mal? - ele continuou em transe, e eu fiquei sem saber o'que fazer, então continuei - Quer que eu chame alguém senhor?- Enquanto isso, a minha melhor amiga não soltava o meu braço de forma nenhuma, e só olhava a situação sem falar uma, era evidente o medo dela, mas também era evidente que era confia no que eu estou fazendo, mas eu nem sei oque eu fazendo-to, acho que to ficando maluca. Mas uma vez.
- Não ruivinha, está tudo bem - disse o senhor tentando afrouxar a gravata. Quem em sã consciência usaria uma roupa tão formal, num lugar de sol? Só eles e os seus homens, é impossível ele ser daqui.
- Respondendo a sua pergunta, eu não sou daqui. Você deve-ta achando estranho o sotaque -
- Espanhol - falei o interrompendo, e ele riu.
- Sim, o sotaque Espanhol e os meus seguranças. Não é isso? - disse, achando graça. Não tem graça.
- Sim,- Acabei falando secamente, acho que não é uma boa ideia conversar com estranhos, apesar que não acho ele seja uma pessoa desconhecida.
- A gente precisa ir - disse já apertando os passos com a Sofia, que mal falou um "A", depois do que ela disse. Sem olhar para trás só ouvir de longe um, espera.
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