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Kathártito é o primeiro livro de uma série que trás um personagem complexo, cuja existência, por vezes se complementa com outras realidades. Ele tem a difícil obrigação de conciliar estes mundos e personas.
Em um mundo onde sempre se sentiu alienado de todas as formas e costumes Kather experiência particularidades, psicológicas e talvez sobrenaturais, com as quais aprende a conviver. Que por vezes tenta fugir e em outras recorre a elas para se esconder.
O enredo mostra que para o personagem, ser resolvido não é sobre matar os traumas e destruir seus demônios, mas sim sobre domá-los.
Kathártico (a sensação de nunca parar) é uma história fictícia, que busca trazer a complexidade que é viver em um mundo globalizado onde a sociedade está cada vez mais dividida e distânciada. Somos cada vez mais interligados pela tecnologia, ao mesmo passo que estamos nos distanciando cada vez mais do outro emocionalmente.
O personagem principal do livro provoca o leitor a entender o seu mundo, e sua complexa dissonância entre realidades por ele vivenciadas.
O livro Kathártico é uma ficção histórica centralizado em um personagem, que demonstra ao longo do livro várias facetas de seu ser, estar e o devir.
Para quem curte temas complexos e existenciais. Kathártico será uma ótima e desafiadora leitura.
O personagem vive em uma duplicidade de ser e estar, sem se reconhecer como parte do meio que vive. Em meio a todo esse emaralhado complexo existencial o personagem deduz várias conclusões e prospecções. Sendo ele mesmo um eterno vir a ser sem se encontrar.
A vida é repleta de percalços, que parecem necessários por alguma força da natureza, divina ou sabe se lá o quê. Porém parece sermos obrigados a passar...
Não deveriam ser carregadas e revividas sempre, somente se deveria tirar delas lições e aprendizados... Porém algumas vezes nossas mentes tratam de internaliza-las de tal modo, que qualquer gatilho pode nos fazer reviver o momento como se fosse naquele mesmo instante.
Por isso. Pelas peças que nossa mente nos prega tentando nos defender dos perigos. É que todos carregamos algum tipo de trauma. Circunstâncias que nós mesmos podemos percebê-las por vezes como bobas. Mas que nos paralisam em alguma área de nossas vidas.
Como quando o coleguinha invejoso disse que você não cantava bem na frente da turma, e isso te envergonhou, e sua mente fotografou aquele instante como algo a ser evitado a todo custo e hoje você tem vergonha de mostrar a sua voz. Ou aquela vez que o professor disse que você não sabia ler ou não era bom na escrita e por isso você guardou todas suas poesias e histórias escritas só pra você porquê seu cérebro identificou aquele momento como algo a ser evitado. E algumas vezes são situações mais pesadas é verdade porém nem todos que passam por situação difíceis e conturbadas ficam paralisados.
Situações diversas podem nos paralisar ou não. Alguns aprendem a lidar com eles outros precisam de uma ajuda e não há nemhuma fraqueza nisso ou de força naquilo. Somente formas individuais de cada um lidar com suas intempéries.
Kather é um personagem que carrega traumas que apesar de não os paralisarem, os atormentam e ainda que seja complexa a trama existencial dele, ele consegue lidar com seus traumas (lidar, não superar). Sua mente ( a mesma que lhe sabota) lhe dar pistas sobre como ele está lidando contudo. E ele consegue refletir sobre, e a cada dia se levantar e fazer o que deve ser feito.
Carrega culpas, medos, vergonha.
Sua mente parece está trabalhando pra mudar não o seu jeito de ser, mas a sua forma de tratar a si mesmo... Daí a complexidade do protagonista da história e de todos os demais personagens que hora podem ser pessoas reais da existência física de Kather e noutra ser criação do subconsciente para lhe advertir sobre sua vida, escolhas e crenças. E ainda há a percepção sensitiva de Kather para acontecimentos externos que hora podem ser consideradas como dons sobrenaturais ou apenas uma consciência aguçada e apurada do mundo ao redor e da dinâmica dos acontecimentos, de modo que, o que parece ser uma visão sobrenatural pode ser somente uma percepção de um observador nato que entende o que vem pela frente pela dinâmica do que está acontecendo agora e pra onde irá se permanecer na mesma linha. E do passado observa a dinâmica de como chegou até aqui.