Capítulo 4 TRÊS | Carly incorpora Ana Rosa

Cabelos curtos, roupas modernas, e um subconsciente chato, era oque fazia parte de mim agora, Ana Rosa.

Para mim, ainda contínua brega, né amiga? Mas está melhorzinha que a antiga 'nós'.

-Como você é chato!!! Por que não vai embora?!-Bato na minha cabeça, me sentindo uma 'sem noção.'

-Carly, filha! Vou entrando...-Abre a porta aos poucos e assim que me vê em frente ao espelho, cobre a boca com as duas mãos e caminha até mim.

-Ainda não me conformo em ter você assim, com esse cabelo todo diferente. Seus cabelos longos, eram tão lindos...-Faz bico, começando a chorar.

-Calma, mãe. Depois deixo crescer de novo, tá?-Ela confirma com a cabeça e enxuga as lágrimas.

-Seu pai acabou de ligar, todo nervoso.-Diz e então bufo.

-Ele...Mandou o Estêvão vir te buscar.

-Meu pai também não sossega, né? Sempre que tem oportunidade, joga o Estêvão para cima de mim. Nossa!!!

-Eu gosto dele, filha. É um bom rapaz e sempre esteve ajudando seu pai nas buscas, casos...

-Mas eu não gosto dele, mãe. Não como homem, entenda por favor e, faz meu pai entender também.-Tento me afastar, mas ela aperta meu ombro, me fazendo parar.

-Desde que o Matheus e você terminaram, você não saiu com outra pessoa, filha. Eu sei que o amava, mas...

-Mas nada, mãe. Poxa, não toca mais nesse assunto. Ele morreu, ta? E, Não quero mais que fale dele. Não quero.-Ando em passos largos para o banheiro, Me trancando ali.

Merda!!! Por que ela tinha que me fazer lembrar daquele Canalha?! Porque?!?!

O choro, que até então não havia notado, borrou toda minha maquiagem, oque me fez ter mais raiva.

Lavo o rosto, e espero me acalmar um pouco para sair. Quando me sinto melhor, saio e dona pietra já não estava mais. Suspiro, aliviada.

Nossa mãe, as vezes é tão anti-Romântica.

-Tem razão, chatinha.

Desanimada, tento refazer a maquiagem que havia estragado. Verifico minha roupa e bolsa, e logo saio do quarto.

Ao adentrar a sala, logo vejo Estêvão e pietra, conversando. Os dois se afastam, ao notarem minha presença.

-Oi!-Complementou à mim, com um aceno de cabeça.

-Oi...-Disse, estranhando aquele ar estranho que começava a se formar.

-Então, vamos?-Ando rapidamente até a porta, sem ao menos esperar ele responder.

O caminho para delegacia, foi um completo tédio. Sentia uma tensão enorme entre mim e Estêvão.

Connor, ainda iria me ouvir. Ah! Se vai.

Ao chegar à delegacia, meu pai me arrastou, literalmente, para sua sala.

-Me larga!-Me afasto dele, sentindo a ira tomar conta de mim.-Estou cheia de você. Cheia dos seus caprichos. Cheia do doutor connor, 'o sabe tudo'.

-Não começa, Lilian.-Me repreende, se aproximando de mim.

-Não comece, você!!!-Praticamente grito e tenho certeza que já podem nos ouvir, fora da sala.-Tudo oque faz, só me deixa com mais raiva de você. Sempre querendo controlar a minha vida; Sempre fazendo de tudo para que eu te obedeça sem protestar. Eu não vou permitir mais isso. Não vou!

Ergo a cabeça quando meus olhos seguem sua mão, levantar para me bater. Seus olhos estavam cheios de lágrimas, assim como também estavam vermelhos. Sentia sua raiva, oque me fez sentir um arrepio na espinha.

-Me bate, Vai! Não foi isso que sempre quis fazer? Então, bate.-Engulo em seco.-Nada do que fizer, irá me fazer mudar de idéia. Nada.

-Connor, abaixa essa mão, agora!!!

-Estêvão ordena, se aproximando daquele que um dia, chamei de pai.-Abaixa, connor. Irá se arrepender se fizer isso. Vamos! Não deixe a raiva ser maior que você.

Sua mão aos poucos, abaixa. Ele da alguns passos para trás e abaixa a cabeça, talvez perdido.

-Carly...-Sussurra, com a voz trêmula.

-Não diz nada. Não fala nada, pois tudo oque sai dessa sua boca, só destrói. Você me destruiu, e assim continua. Mas eu vou me reerguer, connor. Eu juro.

Posso ver ele trincar os dentes, e cerrar os olhos. Mas nada me abala.

-Como quiser.-Disse, e encarou Estêvão que assistia aquela cena, detestável.-Estêvão, apronte tudo, hoje damos início à mais uma luta.

Estêvão apenas concorda, saindo da sala. Eu, que ainda estava ali, esperava suas próximas palavras, até que ele disse:-Não vai entrar naquela casa, com essas roupas. Pedi para que Estêvão conseguisse algumas vestes que tenha a ver com uma jovem da sociedade, em busca de emprego. No carro encontrará a mala com as roupas, troque-se no caminho, e por favor, não me envergonhe.

-Como desejar, 'connor'.-Me retiro de sua sala, sentindo olhares encima de mim, mesmo assim, prossigo meu caminho.

-Pronta?-Perguntou Estêvão, assim que sai. Ele estava encostado ao carro, com os braços cruzados.

-Completamente.-Abro a porta do carro, a fechando logo em seguida. Logo, vi a mala com as roupas que estava logo no banco de trás.

-Pode ficar a vontade. Não vou olhar nada.-Disse, rindo.

-Acho bom.-Sorrio de leve e pego qualquer roupa, vestindo rapidamente. Quando já estava pronta, Estêvão deu partida.

[...]

-Não fica nervosa. Respira e age normalmente, como alguém que está precisando muito de emprego.

-Concordo, sentindo um frio na barriga.

-Lembra de tudo, né?

-Sim. Ana Rosa; 23 Anos; Procuro emprego para comprar os remédios necessários para minha mãe que está muito doente.-Repito, oque connor terá me dito no período de preparação. Tudo era mentira, claro. Mas precisava fazer com que acreditassem que era verdade.

-Muito bem, Carly. Agora, vai! Boa sorte na entrevista.

-Obrigada, Estêvão.-Saio do carro e caminho naturalmente até a mansão. Como Estêvão havia pairado alguns quarteirões antes da mansão, levei dez minutos para chegar à pé. Dizendo ele, seria melhor assim, para não levantar suspeitas.

Como estavam à muito tempo, vigiando os Campbell, connor descobriu que a babá estava para sair da mansão. O motivo, ninguém sabia, mas paressia sério.

Então, não perdemos tempo e, assim que ela saiu, Estêvão entrou em contato com um dos funcionários da casa, Ambos conseguiram logo de cara a entrevista, oque foi uma sorte para nós.

-Olá, bom dia! Eu vim para a entrevista.-Disse, ao idoso que saia para algum lugar. O mesmo falou com alguém e logo aquelas portas enormes se abriram.-Obrigada.-Agradeci, à quem paressia ser o jardineiro.

-Vou levá-la até Morgan. Por aqui.-Disse ele, caminhando na frente, até a entrada da casa. Me pediu para esperar alguns instantes e sumiu, logo assim que passou por aquelas portas que, só vendo pessoalmente para ver o quão lindas e grandes eram.

Dou alguns passos para trás, sentindo outro corpo atrás de mim.-Oh meu Deus!

-Senhorita!-Me viro para a voz feminina, dando de cara com uma mulher com roupas muito bonitas, e elegantes.

-Ana Rosa, por favor.-Disse devagar, a Olhando dos pés à cabeça.

-Siga-me.-Apenas se virou, e entrou por aquelas portas. A segui, como a mesma mandou.

Ver se avista algum boy lindão.

Não estou aqui para encontrar nenhum 'boy lindão', sua chata.

-Srta. Ana Rosa! Não está me ouvindo?-Droga!!!

-Estou sim, me desculpe.

-O Sr. Alexander, já está à sua espera. Entre, por favor.-Como foi que chegamos à este cômodo e eu não percebi?! Maldito Subconsciente chato.

Entro e a mulher, que deve ser a tal Morgan, fecha a porta.

-Procura emprego, pois precisa de dinheiro para comprar os medicamentos necessários para a mãe doente.-Uma voz grave, grossa se faz presente, chamando minha atenção.

O dono da mesma, que estava até então, de costas para mim, se vira com algumas folhas em mão, onde provavelmente estava todas as informações necessárias sobre mim.

-Alexander Campbell.

-Ana Rosa.

Isso não vai prestar.

...

            
            

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