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Cinco meses antes da data inesquecível para Alul, um local desconhecido, uma situação inusitada. Algumas nuvens negras pairavam no horizonte de um céu vermelho sangue, onde o cheiro de ressentimento e o desejo de vingança podiam serem sentidos no ar.
Um homem vestindo um manto vermelho escarlate estava sentado em um trono com cerca de dez metros de altura. De frente para ele, haviam três fileiras de cadeiras.
A primeira fileira esta a nove metros do chão, ao passo que a segunda estava a seis e a terceira a três. Tanto as cadeiras como o trono eram confeccionados em uma rocha negra, com manchas que pareciam respingos de sangue.
Do lado esquerdo do homem, pairava no ar uma projeção de um telão gigante de oitenta metros de largura por cinquenta metros de altura. Seu fundo se confundia com o céu do lugar, tendo uma cor vermelho sangue e a presença de várias nuvens negras.
O telão era dividido em cinco containers em forma de estrelas, cujas bordas eram delimitadas por um gradiente de vermelho com preto de meio metro de espessura. Um círculo de cor vermelho sangue de meio metro de espessura se formava ao unir os vértices internos das pontas das estrelas.
Esses vértices eram projetados para o interior das estrelas em direção às pontas externas postas das mesmas até se cruzarem, sendo suas bordas limitadas por um gradiente de preto com vermelho de meio metro de espessura. Desta maneira, cada uma das estrelas era formada por dez triângulos, com o fundo preto.
Dentro de cada um dos triângulos centrais, havia um círculo cinza escuro com a borda cinza claro. No topo de cada um desses círculos, existia uma elipse negra, e no centro dela, se destacava uma palavra grafada em vermelho sangue em um idioma desconhecido.
Abaixo da elipse, se localizava um retângulo com os cantos arredondados na cor preta e sem bordas. Dentro dele, existiam cerca de cem símbolos de cor vermelho claro, quase um rosa.
Podia ser percebido que esses símbolos eram representações de pontos de checagem, mas no momento nenhum deles estava checado.
O homem sentado no trono era o Senhor Sombrio, um demônio imortal que atendia pelo nome de Lúcifer, o mesmo que havia estabelecido as missões para Alul, Gordola e Feioso
Ele estava montando sua seleção para a batalha do século, e estava com grandes esperanças de vencer ela em definitivo e garantir a supremacia no Planeta Terra.
Dois milênios atrás, ele jurou se vingar e eliminar todos aqueles que causaram a sua queda. Neste momento, ele estalou seus dedos e uma névoa negra saiu deles e rumou para um local desconhecido.
Uma estranha e misteriosa névoa negra desceu do céu e mergulhou em um imponente mausoléu no centro da República Popular Antiga, dentro do qual o esqueleto de Oam Gnodez, um genocida responsável pelo extermínio de oitenta milhões de pessoas, repousava a quarenta e três anos.
A névoa parecia conter poderes sobrenaturais, pois tão logo envolveu o esqueleto de Oam, carne começou a crescer ao redor de seus ossos. Em seguida, um sistema completo de veias, artérias e linfonodos se desenvolveu no corpo do genocida, bem como todos os seus órgãos internos.
Algum tempo depois, seu coração começou a pulsar, e o sangue começou a circular, logo sendo bombeado até o cérebro. O processo completo durou cerca de dez minutos e foi chamado de reencarnação programada.
Tão logo o sangue chegou ao cérebro, Oam despertou e sentiu como se estivesse dormindo por todo esse tempo. Ele se lembrou de tudo, e estava viva em sua memória a dor lancinante do terceiro ataque cardíaco que tirou sua vida, mas neste momento, a dor sumiu e seu corpo parecia estar em perfeitas condições.
Ele descruzou os braços e se espichou dentro do caixão, chutando a tampa, mas ela não cedeu. Oam tentou entender sua situação, se perguntando se estava vivo ou morto, bem como o que havia acontecido.
Enquanto se questionava sobre onde estava e o que havia acontecido, sentiu uma força intensa puxando seu corpo e perdeu a consciência. Quando a recuperou, abriu os olhos e percebeu que estava sentado em uma cadeira de pedra preta com manchas vermelhas que lembravam sangue, a qual fazia parte de uma estrutura com quatro níveis.
Nos dois níveis abaixo dele, existiam três cadeiras vazias em cada nível. Também haviam duas cadeiras vazias ao seu lado direito, e no nível superior, um homem desconhecido estava sentado em um trono e olhava para ele.
Oam também percebeu que sua própria roupa agora era uma túnica preta, e antes que ele falasse qualquer coisa, o misterioso homem estalou os dedos e uma névoa negra se formou e fugiu como um raio do lugar.
Em uma área restrita localizada na República Popular do Céu Azul, uma névoa negra mergulhou na montanha central de uma cadeia de cinco montanhas que ali existiam. Trinta metros abaixo da superfície, ela penetrou em um caixão de aço, onde havia um esqueleto que estava ali a setecentos e noventa e dois anos.
A névoa o envolveu e realizou a reencarnação programada de Signeg Nahk, um genocida responsável pela morte de quarenta milhões de pessoas.
Ao contrário de Oam, Signeg já havia passado por essa experiência, e sabia o que estava acontecendo. Assim, ele apenas fechou os olhos e aguardou os acontecimentos.
No momento em que os reabriu, já não estava mais no caixão, e sim sentado em uma cadeira ao lado de um homem desconhecido, enquanto à sua frente, em um nível superior, um velho conhecido seu estava sentado em um trono. Rapidamente, Signeg se ajoelhou no chão e saudou o homem.
- Mestre, é uma honra encontrar Vossa Majestade novamente.
O homem no trono apenas olhou para Signeg, mas não disse nenhuma palavra, apenas estalou seus dedos e uma névoa negra se materializou no ar e deixou o lugar rapidamente.
No centro de uma floresta quase intocada, na região nordeste da República Popular Antiga, um imponente palácio isolado foi envolvido por uma névoa negra, a qual penetrou vinte metros até encontrar o esqueleto de Gnimnait Icahrun, um genocida responsável pelo extermínio de vinte e cinco milhões de pessoas.
A névoa nutriu o esqueleto e realizou sua reencarnação programada, e quando despertou, Icahrun foi atormentado pelas cenas finais de sua vida, com o corpo envolto em chamas, mas essa sensação logo desapareceu.
Assim como Signeg, ele sabia o que estava acontecendo, então apenas fechou os olhos e aguardou os acontecimentos. Quando abriu eles novamente, percebeu que estava sentado ao lado de dois homens, e no trono à sua frente, estava um velho conhecido dele.
Ele logo se levantou, apertou a mão do homem ao seu lado e sorriu.
- Grande Signeg Nahk, já faz um tempão que não nos vemos.
Em seguida, ele se ajoelhou no chão e cumprimentou o homem sentado no trono.
- Mestre, que honra estar na presença de Vossa Majestade novamente. Estou ansioso para eliminar o Senhor Celestial e sua trupe da face da Terra, você pode contar comigo.