Sinal Vermelho
img img Sinal Vermelho img Capítulo 4 - Não brinque com fogo
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Capítulo 6 - Grandes Revelações img
Capítulo 7 - Sexo e Chocolate img
Capítulo 8 - S.O.S Melhores Amigas img
Capítulo 9 - Passeio ao Luar img
Capítulo 10 - Sinais Divinos img
Capítulo 11 - Histerias e Desgaste img
Capítulo 12 - Que bicho te mordeu img
Capítulo 13 - Jantar de Horrores img
Capítulo 14 - Pijamas e Conselhos img
Capítulo 15 - O Vilão img
Capítulo 16 - Assim que se faz. img
Capítulo 17 - Seja como for, apenas lide img
Capítulo 18 - Verde, azul e vermelho img
Capítulo 19 - Do próprio veneno img
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Capítulo 4 - Não brinque com fogo

Há 33 minutos. É o que diz o visor sobre o novo Status de Lorenzo quando abro o Whatsapp. Quando clico, surge uma foto sua abraçado com uma mulher muito bonita. Na legenda, ele está lhe parabenizando por seu aniversário, e pelo nome de tratamento nela, suponho que não sejam tão próximos, talvez colegas ou primos distantes.

Após a nossa conversa na biblioteca, surgiu um sentimento denotado de curiosidade acerca dele que me instiga a querer conhecê-lo melhor, e suas postagens são o principal alimento disso tudo. O que é loucura, porque eu poderia ter morrido naquele acidente por sua causa.

A parte de mim que acredita que ele não violaria as leis de trânsito propositalmente e é um bom homem está constantemente entrando em confronto com aquela que acredita que ele não passa de mais um homem imprudente. E convenhamos que seria bem mais fácil acreditar na segunda opção se ele não tivesse me contado que sonha em ser professor de crianças e pré-adolescentes. Agora tudo que passa pela minha mente é seu olhar arrependido e o momento em que tentou se explicar, mas o cortei.

Abro a nossa conversa e vejo a sua última mensagem. Eu não o respondi ainda e enquanto digito um "talvez eu possa apresentá-lo a você", pergunto-me se deveria enviá-la. Mordo o lábio inferior apreensiva e instantes depois balanço a cabeça negativamente, apagando a frase. Quais as chances de ele pensar que estou com segundas intenções? Afinal, ele não sabe que namoro. O plano é: enviar o orçamento para ele e esquecer a sua existência, não importa quão intrigante ele seja!

Bufo frustrada e bloqueio a tela do celular, vendo minha amiga me fitar com o cenho franzido e um grande ponto de interrogação estampado no rosto. Já tinha acabado as nossas aulas e paramos para lanchar, aproveitando que ainda não tinha começado meu expediente. Pego meu hambúrguer nas mãos e ela arregala os olhos quando lanço duas mordidas enormes no mesmo. Eu e minha mania de descontar tudo na comida.

- Credo, Pâmela - ela diz horrorizada. - O que aconteceu?

Eu conheci Anabel na faculdade e apesar de convivermos há mais de um ano, eu ainda tenho dificuldade em contar coisas que acontecem na minha vida pessoal e isso inclui, é claro, o que houve dois dias atrás, por conta disso, é com muita relutância que me convenço a desabafar sobre o assunto e pedir conselhos.

- Domingo um cara ultrapassou o sinal vermelho e colidiu com meu carro.

- Misericórdia! Tá explicado porque você anda tão mal-humorada ultimamente, eu também ficaria puta. Se bem que... - abre um sorriso amarelo - aquele seu carro já tá nas últimas, né?

Reviro os olhos. Nem tá tão velho assim.

- Tá, mas não é por isso que estou assim. O cara se chama Lorenzo e estuda na nossa faculdade. Ontem nós conversamos um pouco e ele não é uma má companhia. Eu fico vendo os status dele e sinto vontade de conhecê-lo, sabe?

- Mas você não namora, amiga? - pergunta confusa, mexendo no seu macarrão e levando uma garfada até a boca.

- Sim e juro que não é com segundas intenções. - Beberico um pouco de suco e pego o guardanapo para limpar meus lábios. - O que você faria?

- Ai, não sei, amiga. Só segue seu coração. Se é isso que você quer, vai e faz.

- Droga - praguejei.

E como se tivessem ouvido minha amiga, visualizo Lorenzo cruzar a porta do restaurante junto com um grupo de rapazes. Todos conversam animadamente e é extremamente clichê a forma como as pessoas ao nosso redor param o que estão fazendo para encará-los, como se somente a presença deles fosse capaz de alterar a órbita do planeta.

- Eu sei que meus conselhos não são tão bons, mas...

- Anabel, não é isso - resmungo em um sussurro enquanto me escondo debaixo da mesa para que não seja vista. Minha amiga ergue a toalha de mesa branca, e vejo o grupo sentar em uma mesa a poucos metros de distância de nós. - Ele está aqui, atrás de você.

A mulher gira o corpo na velocidade da luz, e bato a mão na testa, chocada com sua sutileza.

- Qual deles, amiga?

- O de cabelo preto que tá com uma camiseta branca e calça preta.

Ergo a cabeça para vê-la, e ela volta-se para mim sorrindo largamente.

- Mulher, mas gostoso desse jeito até eu quero conhecê-lo. - Pega o cardápio e se abana. - E com segundas intenções e tudo.

Dou risada e meu celular vibra em cima da mesa, puxo-o e abro a nova mensagem de Lorenzo.

Como está o clima embaixo da mesa? [12h33m].

Sinto minha pele ruborizando e subo vagarosamente, arrumando minha postura na cadeira e escondendo o rosto com as mãos. Deus, se quiser me levar, essa é a hora.

- Você tá parecendo um pimentão - comenta Anabel quando abaixo as mãos.

- Ele me viu e me mandou uma mensagem.

- Sério? Deixa eu ver. - Em um minuto, Anabel está pegando o celular de minhas mãos e no outro está digitando uma resposta. Ela sorri perversa e me entrega de volta o aparelho. - De nada, gata.

- "Não tão bom quanto deve ser no seu colo"? - leio a resposta em voz alta e arregalo os olhos. - Eu namoro, sua louca!

- Então passa meu telefone pra ele, boba - pede, com os olhos brilhando em expectativa. - Sério, eu ficaria te devendo pra sempre.

- Meu Deus, você não tem jeito mesmo.

E antes que eu possa corrigir a burrada que minha amiga fez, ele me responde.

Não brinque com fogo se não estiver pronta para incendiar de prazer, baby [12h46m].

Minha boca seca e olho para Lorenzo. Suas pernas estão afastadas uma da outra e sua mão tatuada e cheia de anéis está em cima da sua coxa direita. Ele me olha intensamente e passa a mão por ela em um convite discreto. Sinto minha pele queimar e por um momento, me imagino com minhas pernas envolta de seu quadril e meus dedos presos em seu cabelo. Aperto minhas coxas uma contra a outra e desvio o olhar.

- É, amiga, você tá muito fodida - diz Anabel, que eu nem havia reparado, mas assistiu toda a cena.

            
            

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