O dia no escritório seguiu como de costume, mas Ana se pegou perdida em pensamentos durante a maior parte do tempo. Seu trabalho era sua prioridade; sempre havia sido. Desde que entrou na empresa, Ana havia se dedicado com afinco, conquistando promoções, reconhecimento e respeito. Ela estava no caminho certo para realizar seus sonhos, mas agora, com Ricardo no horizonte, ela sentia que algo estava prestes a mudar.
Naquela tarde, enquanto revisava uma apresentação importante para o lançamento de uma nova campanha de marketing, Ana recebeu um e-mail. Ao abrir, seu coração deu um salto: era de Ricardo. O assunto era simples e direto: "Reunião para alinhamento de estratégias". A mensagem trazia um tom profissional, mas Ana não pôde deixar de sentir um certo arrepio ao ver o nome dele na tela. Ele sugeria um encontro para discutirem como suas áreas poderiam colaborar melhor nos projetos futuros.
"É apenas trabalho", ela se disse, tentando acalmar a onda de nervosismo que começava a tomar conta de seu corpo. Mas sabia que aquele encontro seria mais do que isso. Era uma oportunidade para conhecê-lo melhor, para entender quem era Ricardo além do título que ele carregava.
Às quatro da tarde, ela se dirigiu à sala de reuniões marcada. Chegou alguns minutos antes, aproveitando o tempo para se recompor e se preparar. Quando Ricardo entrou na sala, o ambiente pareceu mudar. Ele tinha uma presença que preenchia o espaço de uma maneira que Ana nunca tinha experimentado antes. Carismático, seguro de si, mas com um olhar que parecia guardar segredos, Ricardo era uma combinação intrigante de mistério e charme.
- Ana, obrigado por vir tão prontamente - disse Ricardo, com aquele mesmo sorriso que havia lhe dado mais cedo, ao estender a mão para ela.
- Claro, estou aqui para colaborar no que for preciso - respondeu Ana, tentando soar casual, embora seu coração estivesse acelerado.
Eles começaram a discutir as estratégias de suas áreas, trocando ideias e opiniões. Ricardo demonstrou ser um homem de visão clara e objetiva, com uma mente afiada para os negócios. Ana ficou impressionada com a forma como ele entendia o mercado e, mais do que isso, com a maneira como ele conseguia integrar diferentes áreas em uma estratégia coesa.
Conforme a reunião avançava, a atmosfera mudou de profissional para algo mais... pessoal. O tom da conversa suavizou, e logo eles estavam discutindo não apenas o trabalho, mas também aspectos de suas vidas fora do escritório. Ricardo fez perguntas sobre os projetos em que Ana trabalhava com uma curiosidade genuína, e isso fez com que ela se sentisse valorizada, como se ele realmente se importasse com sua opinião.
- E o que te trouxe para essa empresa, Ana? - perguntou Ricardo, de repente, com os olhos fixos nos dela.
Ana ficou um pouco surpresa com a pergunta. Não era algo que ela esperava ouvir em um ambiente de trabalho, especialmente vindo de alguém que ela mal conhecia. Mas, ao mesmo tempo, ela sentiu que Ricardo estava interessado em conhecê-la além da profissional que ela era. E isso mexeu com ela.
- Eu sempre fui muito apaixonada por marketing, sabe? - começou Ana, com um sorriso. - Gosto da ideia de poder criar algo que impacte as pessoas, que mude a forma como elas enxergam uma marca ou um produto. E aqui, sinto que tenho a oportunidade de fazer isso em grande escala.
Ricardo ouviu atentamente, com aquele olhar intenso que fazia Ana sentir que ele estava absorvendo cada palavra que ela dizia. E, pela primeira vez em muito tempo, ela se sentiu realmente compreendida.
- Entendo perfeitamente. E posso ver que você é realmente boa no que faz - disse Ricardo, sem desviar o olhar. - Gosto de trabalhar com pessoas que são apaixonadas pelo que fazem. Isso faz toda a diferença.
O elogio, vindo dele, fez o coração de Ana disparar. Ela sorriu, tentando não demonstrar o quanto aquelas palavras significavam para ela. Mas, por dentro, estava em êxtase. Aquele homem, que mal conhecia, estava começando a ocupar um espaço em seus pensamentos de uma maneira que ela não podia controlar.
Quando a reunião finalmente terminou, Ana sentiu uma mistura de alívio e decepção. Alívio porque, apesar do nervosismo, tudo correu bem, e decepção porque ela não queria que aquele momento acabasse tão cedo. Enquanto Ricardo arrumava seus papéis, ele levantou o olhar para ela mais uma vez.
- Foi um prazer conversar com você, Ana. Tenho certeza de que faremos um ótimo trabalho juntos - disse ele, estendendo a mão.
- O prazer foi meu, Ricardo. Também estou animada para ver onde nossas ideias podem nos levar - respondeu ela, apertando sua mão com firmeza, mas sentindo a familiar corrente elétrica atravessar seu corpo mais uma vez.
Enquanto ela saía da sala, não pôde deixar de pensar que aquele encontro havia sido apenas o começo de algo muito maior. Algo que, no fundo, ela sabia que não seria capaz de resistir.