Entre Cubículos e Corações: Um Romance Corporativo
img img Entre Cubículos e Corações: Um Romance Corporativo img Capítulo 5 Um Jogo de Sedução
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Capítulo 6 O Jogo das Apresentações img
Capítulo 7 Encontros Noturnos img
Capítulo 8 Decisões e Consequências img
Capítulo 9 A Escolha Inevitável img
Capítulo 10 Despedidas e Novos Começos img
Capítulo 11 Londres, A Cidade das Possibilidades img
Capítulo 12 Explorando Novos Territórios img
Capítulo 13 Primeiro Dia no Novo Escritório img
Capítulo 14 Surpresas e Desafios img
Capítulo 15 Um Passado Que Volta img
Capítulo 16 O Jogo Começa img
Capítulo 17 A Crise no Relacionamento img
Capítulo 18 Novos Horizontes img
Capítulo 19 Caminhos Entrelaçados img
Capítulo 20 Desafios à Vista img
Capítulo 21 A Grande Transição img
Capítulo 22 O Peso das Decisões img
Capítulo 23 Novas Decisões e Velhos Desafios img
Capítulo 24 A Redescoberta img
Capítulo 25 Novos Começos, Novas Aventuras img
Capítulo 26 Entre Sonhos e Realizações img
Capítulo 27 O Amor Que Cresce img
Capítulo 28 Um Novo Ritmo img
Capítulo 29 Crescendo Juntos img
Capítulo 30 Escolhas e Crescimento img
Capítulo 31 O Ciclo da Vida img
Capítulo 32 O Amor em Expansão img
Capítulo 33 Raízes Profundas, Asas Para Voar img
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Capítulo 5 Um Jogo de Sedução

Nos dias seguintes à conversa no carro de Ricardo, Ana sentiu como se estivesse vivendo em um estado de suspensão. Sua mente estava dividida entre a rotina do trabalho e a tentação que a proposta de Ricardo representava. Londres era uma ideia que sempre a havia fascinado, mas agora, o convite vinha carregado de promessas e incertezas que a deixavam com o coração acelerado e as mãos suadas a cada vez que pensava no assunto.

No entanto, havia algo mais que começou a ocupar seus pensamentos. Gustavo, o CEO da empresa, parecia estar mais presente em sua vida do que antes. Ele sempre havia sido uma figura de autoridade, alguém que Ana respeitava e admirava à distância. Porém, recentemente, Gustavo começara a demonstrar um interesse maior por seu trabalho, pedindo reuniões frequentes para discutir projetos e estratégias. E não só isso. Havia algo nos olhares prolongados, nas palavras que ele escolhia cuidadosamente, que faziam Ana sentir que ele estava tentando enviar uma mensagem diferente.

Em uma sexta-feira à tarde, Gustavo a chamou para sua sala para discutir o progresso da campanha que ela estava liderando. Ana entrou no escritório do CEO com uma postura confiante, mas por dentro, estava nervosa. Gustavo era um homem imponente, com uma aura de poder que fazia qualquer um ao redor se sentir pequeno. Ele estava sentado em sua cadeira de couro, os olhos fixos em um relatório quando ela entrou.

- Ana, sente-se - disse ele, sem tirar os olhos do documento. - Tenho analisado o trabalho que você tem feito, e preciso dizer que estou impressionado.

Ana sentou-se na cadeira à frente dele, mantendo a postura profissional, mas sentindo o impacto daquelas palavras. Gustavo raramente fazia elogios, e quando o fazia, era porque realmente significava algo.

- Obrigada, Gustavo. Eu me esforço para garantir que nossas campanhas sejam sempre inovadoras e eficazes - respondeu ela, tentando esconder o nervosismo que sentia.

Finalmente, Gustavo levantou os olhos do relatório e fixou o olhar em Ana. Ele tinha um olhar penetrante, que parecia enxergar além da superfície, e Ana sentiu-se desconfortável sob aquele escrutínio.

- Inovadoras e eficazes, sim. Mas vejo mais em você, Ana - disse ele, inclinando-se um pouco para a frente, cruzando as mãos sobre a mesa. - Vejo potencial. Vejo alguém que poderia liderar essa empresa um dia.

Ana ficou surpresa com a declaração. Claro, ela tinha ambição, mas ouvir algo assim diretamente do CEO era inesperado. Porém, o que mais a surpreendeu foi o tom com que ele falou. Havia uma insinuação ali, algo que ela não conseguia definir exatamente, mas que fez um arrepio percorrer sua espinha.

- Eu agradeço a confiança, Gustavo. Estou sempre disposta a crescer e contribuir mais para a empresa - respondeu Ana, mantendo o tom formal, mas sentindo a crescente tensão no ar.

- E sei que você fará isso. Mas, para alcançar o verdadeiro sucesso, é preciso mais do que apenas competência técnica - continuou ele, seus olhos nunca deixando os de Ana. - É preciso entender as nuances, os jogos de poder. Saber como e quando jogar suas cartas.

Ana não sabia ao certo o que ele queria dizer com aquilo, mas sentia que aquela conversa estava tomando um rumo inesperado. Gustavo levantou-se e caminhou até a janela, olhando para fora enquanto falava.

- A empresa está em um momento crucial, Ana. E eu preciso de pessoas ao meu lado em quem possa confiar. Pessoas que estejam dispostas a fazer o que for necessário para alcançar o sucesso. Pessoas como você.

Ele voltou-se para ela, com um sorriso que era mais predatório do que amigável. Ana sentiu um frio na barriga. Estava claro que Gustavo estava tentando testá-la, sondar seus limites, ver até onde ela estaria disposta a ir.

- Você entende o que estou dizendo? - perguntou ele, a voz suave, mas carregada de intenções.

Ana sabia que estava sendo desafiada, mas não podia se dar ao luxo de vacilar. Respirou fundo, controlando o nervosismo que ameaçava tomar conta.

- Entendo, Gustavo. E aprecio a sua confiança. Estou disposta a fazer o que for necessário para ajudar a empresa a alcançar seus objetivos - respondeu ela, escolhendo as palavras com cuidado, sem se comprometer demais.

Gustavo sorriu, um sorriso que não chegou aos olhos.

- Ótimo, Ana. Eu sabia que poderia contar com você. Vamos trabalhar juntos para levar esta empresa a novos patamares - disse ele, aproximando-se um pouco mais.

Ana manteve o olhar firme, mas sentia a pressão da situação. Gustavo estava jogando um jogo perigoso, um jogo de sedução e poder, e ela estava no meio disso. A sala parecia ter ficado menor, o ar mais denso, e Ana percebeu que precisava sair dali antes que as coisas ficassem ainda mais complicadas.

- Se não houver mais nada, Gustavo, eu gostaria de voltar ao trabalho. Tenho alguns relatórios para revisar antes do final do dia - disse ela, tentando encerrar a conversa.

Gustavo a olhou por mais alguns segundos, como se estivesse considerando algo, antes de acenar com a cabeça.

- Claro, Ana. Não vou tomar mais do seu tempo. Apenas lembre-se do que conversamos. As portas estão sempre abertas para quem sabe como atravessá-las.

Ana levantou-se, tentando esconder o alívio que sentia por finalmente poder sair da sala. Quando saiu, sentiu-se como se tivesse acabado de escapar de uma armadilha. O que quer que Gustavo estivesse tentando sugerir, não era algo que ela pudesse ignorar facilmente.

Enquanto caminhava de volta para sua mesa, os pensamentos de Ana estavam a mil. Entre a proposta de Ricardo e a insinuação velada de Gustavo, ela estava sendo puxada em direções opostas, cada uma com suas próprias promessas e perigos. Ela sabia que precisaria tomar decisões em breve, mas cada escolha parecia levar a um caminho ainda mais complicado.

No final do dia, quando todos já haviam ido embora, Ana ficou sozinha em sua mesa, olhando para a tela do computador sem realmente ver o que estava na frente dela. Sua mente estava um turbilhão de pensamentos e sentimentos, todos girando em torno das mesmas questões: o que ela realmente queria? E, mais importante, o que ela estava disposta a sacrificar para conseguir isso?

Com um suspiro, ela fechou o laptop e se preparou para ir embora. Enquanto caminhava para o elevador, sentiu uma presença ao seu lado. Ricardo apareceu do nada, com aquele sorriso tranquilo que sempre a desarmava.

- Parece que você teve um dia longo - comentou ele, observando-a com atenção.

- Você nem imagina - respondeu ela, tentando sorrir, mas sentindo o cansaço em cada fibra de seu corpo.

- Quer conversar sobre isso? Podemos ir tomar um café, se quiser.

Ana hesitou por um momento, mas logo decidiu que não havia mal em aceitar. Precisava de uma distração, algo para tirar sua mente daquele jogo de poder em que havia sido lançada.

- Eu adoraria - disse ela, finalmente sorrindo para Ricardo. - Acho que é exatamente o que eu preciso.

Enquanto o elevador descia, Ana olhou para Ricardo e, pela primeira vez naquele dia, sentiu-se em paz. Com ele, tudo parecia mais simples, mais fácil. Talvez fosse apenas uma ilusão, mas naquele momento, era tudo o que ela precisava.

Ao saírem do prédio juntos, Ana sabia que estava entrando em outro tipo de jogo, um jogo onde o coração era a peça central. Mas, ao contrário do que sentia com Gustavo, ela não tinha medo. Com Ricardo, havia a promessa de algo real, algo que poderia florescer se ela tivesse coragem de deixar acontecer.

E assim, com o coração um pouco mais leve, ela seguiu ao lado de Ricardo, pronta para descobrir o que o futuro reservava para eles.

                         

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