Capítulo 8 Saiba Seu Lugar, Desapareça do Grupo Richards

Podia-se ouvir o som nítido de saltos altos no chão, urgente e alto, misturado com arrogância e ousadia.

Jenna franziu a testa quando ouviu aquele som.

O cheiro forte de perfume importado invadiu a sala. Jenna ergueu o olhar.

Viu entrar a sensual e bela Aria, usando um vestido lápis rosa, curto, com um decote profundo, que lhe conferia um ar sedutor. Seu cabelo loiro longo e ondulado caía sobre seus ombros, e seus lábios vermelhos carnudos eram muito sensuais.

Seus saltos altos finos a deixavam mais alta e mais magra. Ela era perfeita para o título de mulher por trás de Hansen, presidente do poderoso Grupo Richards.

Aria tinha um jeito arrogante, mas seu olhar era sombrio. Abordou Jenna frieza e desdém.

"Por que veio trabalhar no Grupo Richards, Jenna?" Aria questionou. Parecia furiosa, com suas bochechas coradas e seus ameaçadores olhos estreitos.

Ela parecia prestes a engolir Jenna viva!

Jenna evitou seu olhar desdenhoso e sorriu com frieza. Sentou-se no sofá diante da sua mesa antes de responder: "Algum problema, Srta. McAdams?"

Aria tinha uma posição muito especial no Grupo Richards. Todos sabiam de seu relacionamento com Hansen e, portanto, ninguém ousava ofendê-la de forma direta.

Claro que Jenna sabia que ela era tão arrogante porque tinha o apoio de Hansen, mas ela também tinha ouvido que Aria era de fato uma grande ajuda para o Grupo Richards. Quando eles estavam em uma situação precária, três anos atrás, ela usou os relacionamentos de seu pai para apoiar Hansen e conseguiu estabilizar o declínio das ações do Grupo na bolsa de valores, dando a ele espaço para respirar.

Os sentimentos de Hansen por ela não surgiram do nada.

"Você precisa entender que Hansen nunca te amou, ele até te odiou. Eu sei que você ainda o ama, mas desista. Vocês dois estão divorciados, está tudo acabado. Hansen nunca se apaixonaria por você. Ele vai se casar comigo em breve, porque sempre fomos apaixonados um pelo outro. Você não deveria ter voltado para trabalhar aqui.'' Aria ficou perturbada com a indiferença de Jenna e gritou furiosamente para ela.

O coração de Jenna se contraiu. Era como se tivessem jogado sal na ferida. A dor lhe dava calafrios e a sufocava.

Ela dizia a verdade. Hansen nunca a amou, ele amava Aria.

Um brilho frio tomou o olhar de Jenna, que assumiu uma expressão insensível. "Ah, esqueci de te dizer que fui contratada pelo Grupo Richards para trabalhar aqui como designer. Hansen me quis aqui. Então você deveria questionar o presidente Richards ou pedir que ele me demita. Estou às ordens."

Ela transparecia calma e tinha um ar alegre, como se ela não se importasse com nada, nem mesmo o casamento entre Aria e Hansen.

As bochechas de Aria ficaram ainda mais vermelhas. Ela apontou para Jenna e gritou: "Como ousa me ameaçar com o nome de Hansen? Só porque fomos ser colegas de classe, isso não lhe dá o direito de me ignorar. Minha posição e contribuições para o Grupo Richards são incomparáveis! O próprio Hansen tem que tomar cuidado com a língua na minha frente. Eu me esforcei muito pelo Grupo e não vou permitir que você estrague ou desperdice nada disso. Você não passa de uma ex-mulher e nunca teria voltado se tivesse um pingo de amor próprio! Ninguém sabe que você era esposa do presidente, mas todo mundo sabe que Hansen me ama e vai se casar comigo, então pode ficar aqui se quiser ser humilhada!"

Depois de dizer tudo isso, Aria se virou para sair. Deu alguns passos e voltou-se para Jenna outra vez, com olhar zombeteiro:

"E você diz que é designer de carros? Você é tão burra que nem sabe seduzir Hansen. Não acredito nem por um segundo que você tenha projetado aquele carro. Você deve ter algum cara desprezível te ajudando! Lembre-se, você pode enganar Hansen com seus pequenos truques, mas não a mim! Você não passa de uma vadia barata para ele, a quem ele nem se daria o trabalho de olhar!''

Se Jenna tivesse sido humilhada daquela forma no passado, teria tremido de raiva e perdido a luta. Mas seu coração agora era bem mais forte do que antes.

Seus longos cílios tremularam com um ar malicioso.

"Eu não sabia que você ainda se lembrava de que tínhamos sido colegas de classe, Srta. McAdams! Eu me pergunto qual de nós é a mais desavergonhada. Eu fui para os Estados Unidos há três anos, e me lembro de alguém importunando sem pudor nenhum o meu marido. Você se atreve a confessar que está com Hansen?" Jenna se levantou, fitando Aria, com um ar forte e convicto.

Aria ficou pálida e o pânico assumiu seu coração, mas ela logo se acalmou.

Ela parecia arrogante, como uma rainha olhando para um súdito desprezível e disse bruscamente: "Fique aqui se puder, Jenna. Tente não me deixar pegar você em um tropeço. Espere e veja, se quer ser humilhada, farei isso com prazer."

Aria fechou a cara, se virou e saiu.

"Hansen." Aria entrou no escritório de Hansen fervendo de raiva. Ela se jogou nos braços de Hansen como uma borboleta vermelha, parecendo muito triste e contrariada.

Hansen estava de pé falando ao telefone, com uma expressão séria, quando Aria se lançou sobre ele e o abraçou. Ele franziu o cenho e seus olhos demonstraram seu desagrado.

"Aria, eu disse para prestar atenção ao seu comportamento no escritório, por que não obedece?" Hansen desligou e perguntou, bravo.

Ele havia conversado várias vezes com ela sobre aquilo. Ela tinha que prestar atenção às suas palavras e ações no local de trabalho, mas ela não mudava. Fazia constantes demonstrações de carinho quando o via, qualquer que fosse a ocasião. Quanto mais pessoas havia, mais excessiva ela se tornava, como se quisesse que o mundo inteiro soubesse.

"Só senti saudade, Hansen." Aria aninhou-se nele e disse com doçura.

Hansen balançou a cabeça um pouco e a afastou. Então disse: "Diga, quem prejudicou você desta vez? Quem te irritou?"

Aria perguntou, com os olhos enevoados: "Hansen, por que aquela vadia voltou. E por que está trabalhando aqui? Por quê?"

Vadia? Hansen fez uma pausa, mas logo entendeu. Fechou a cara e caminhou até o sofá. Então disse de forma direta: "Aria, você não pode chamá-la assim. Ela é um grande talento contratado pelo Grupo Richards, uma designer automotiva de de alto nível. Nossa empresa precisa de talentos assim. Ela será valorizada pela empresa enquanto trouxer lucro para nós. Cuidado com o que diz a partir de agora."

"Valorizada?" Aria entrou em pânico. Estremeceu e se jogou nos braços de Hansen, chorando: "Hansen, você disse que nunca a amou, disse que a odiava, como poderia valorizá-la?"

Aria ficou surpresa com a mudança repentina. Ela não conseguia entender por que Hansen a estava defendendo se a odiava e nunca a tinha amado.

"Aria." Um sentimento estranho cresceu no coração de Hansen quando ele falou sobre Jenna. Ele afastou a mulher em seus braços e falou com frieza: "Ela é apenas uma designer contratada pela empresa. Aqui, não importa quem ela seja, desde que seja capaz, vamos tratá-la de forma igual. Esta é a minha ética de trabalho e também princípio do Grupo Richards. Você tem que entender isso."

A paciência de Hansen havia chegado ao limite, mas ele ainda tentava convencê-la.

"Hansen, eu não me importaria se você contratasse dez outras mulheres, menos ela. Por favor, demita-a, eu imploro. Faça isso por mim, está bem?" Aria tinha lágrimas nos olhos: "Hansen, você se esqueceu de seu pai? Ele ainda está no hospital por causa dela!"

Hansen se encolheu e ficou atordoado por um longo tempo.

Sentindo a mudança óbvia nele, Aria sorriu, presunçosa e continuou a mexer com os sentimentos dele, "Hansen, essa mulher é mais astuta do que você pensa. Ela vai dar trabalho. Ela tem rancor de você depois do divórcio e aproveitará as chances que tiver para se vingar do Grupo Richards. Livre-se dela.''

Hansen relaxou aos poucos. Seus olhos brilharam quando ele retrucou: "Chega, Aria, você está em um local de trabalho. Não me venha com suas queixas pessoais. Eu nunca escuto os outros para tomar minhas decisões. Preste atenção no que você diz e faz e aprenda a respeitar outros. Não quero ouvir fofocas ruins."

Quando Hansen terminou, ele se levantou com uma carranca e se virou para sair.

Ela só podia estar brincando! Por que o respeitado presidente do Grupo Richards temeria a vingança de uma mulher?

Sem contar que a Companhia Whalen levaria ainda mais vantagem se ele a demitisse. Ele era um empresário astuto e estava ciente dos prós e contras de tudo.