Capítulo 7 Encontrando Frank novamente

Ponto de vista de Makenna:

"Essa mulher é a culpada de tudo!"

Trincando os dentes, Kristina me encarou com raiva. "Se não fosse pela sua ambição desmedida, acha que eu estaria tão furiosa assim? Vossa Alteza, o senhor pretende mesmo me punir somente por causa dessa mulher desprezível?"

Com um semblante ainda mais carrancudo, Clayton me lançou um olhar fugaz e indagou, seu tom gentil mas inquisitivo: "Isso é verdade?"

"Não, não é..." Mordi o lábio e, embora tentasse me defender, eu sabia que independentemente do que dissesse, era bastante provável que acabasse sendo mal interpretado.

"Está bem." Clayton acenou com a cabeça, mas seu tom de voz indicava que ele não estava muito convencido das acusações de Kristina. Em seguida, ele se voltou para os servos e ordenou tranquilamente: "Levem elas para seus aposentos."

"Vossa Alteza!", Kristina exclamou com incredulidade, elevando o tom de voz. "Você vai mesmo deixá-la ir? De jeito nenhum! Não vou deixar isso acontecer!"

"Já chega!"

Exibindo um semblante sombrio, Clayton rugiu gravemente: "Se meu pai ficar sabendo que você fez um escândalo em público, ele não deixará isso passar em branco!"

"Mas..." Kristina ainda desejava protestar, mal conseguindo conter sua raiva.

Clayton, no entanto, apenas a ignorou, e acenou para que os servos me levassem para longe.

Após o caos anterior, os servos pareciam mais submissos, com cabeças baixas enquanto se apressavam para cumprir as ordens dele, me afastando rapidamente do local.

Antes de deixar o salão, não pude evitar olhar mais uma vez para Clayton, enquanto meu coração acelerava inexplicavelmente.

Apesar de cercado por rumores aterrorizantes, ele era notavelmente gentil e educado, a própria imagem de um verdadeiro cavalheiro.

Foi então que meu olhar se voltou para Kristina, cuja expressão feroz me fez estremecer, como uma fera avaliando sua presa.

Com isso, me virei rapidamente, decidida a não olhar para os lados novamente.

Kristina não era o tipo de pessoa com quem pudesse brincar. A magnitude do seu poder era impressionante, e sua influência alcançava muito além. Se o ressentimento dela por mim continuasse, eu poderia não ter a mesma sorte na próxima vez.

Suspirando profundamente, segui em direção ao meu quarto, sentindo o peso do dia me oprimir como uma névoa sufocante. A desesperança e a exaustão ofuscavam minha mente.

Dentro deste palácio, eu não passava de uma pária, uma loba à mercê dos caprichos de pessoas extremamente poderosas. Aqui, eu não tinha mais dignidade.

Para agravar ainda mais a situação, Bryan, o príncipe imprevisível, parecia ter uma obsessão por mim, e permanecer naquele lugar era como caminhar em direção à beira de um penhasco.

As lágrimas queimavam meus olhos e deslizavam pelo meu rosto, enquanto soluços silenciosos saíam de mim. Não conseguia entender como minha vida havia chegado a essa situação e nem por que precisava passar por tanto sofrimento.

Eu não conseguia dizer ao certo quanto tempo passei ali, mas assim que o céu escureceu, minhas lágrimas já estavam secas. Com os olhos voltados para o teto, uma sensação de vazio tomou conta de mim, sem saber qual seria meu próximo passo.

Foi então que me lembrei de algo que um dos servos comentou ao chegarmos - o jardim nos fundos da residência estava disponível para caminhadas caso estivéssemos entediados.

Quem sabe isso poderia se tornar mais do que um simples local para arejar a cabeça. Talvez houvesse uma saída para esse pesadelo? Com isso em mente, me levantei apressadamente, na esperança de achar uma rota de fuga.

No entanto, foi somente ao chegar ao jardim que percebi o quão extenso e labiríntico ele era. À medida que eu caminhava, a sensação de que os caminhos estavam me confundindo aumentava, me fazendo dar voltas intermináveis.

Quando me vi no mesmo lugar pela terceira vez, precisei admitir que estava completamente perdida.

Sentindo-me frustrada, permaneci ali, sem saber qual caminho tomar.

"Makenna? O que faz aqui?"

De repente, uma voz familiar ecoou atrás de mim.

Paralisada, me virei devagar e me deparei com Frank se aproximando, seu rosto marcado por uma expressão rígida.

"Te fiz uma pergunta. O que faz aqui?", reiterou ele, com uma tempestade evidente nos seus olhos.

Meus punhos se cerraram automaticamente, enquanto o ódio borbulhava dentro de mim ao fitá-lo. "Você, mais do que qualquer outra pessoa, deveria saber o motivo da minha presença aqui."

Se ele não tivesse me traído, eu não teria sido envolvida nessa confusão. Sendo assim, como ele se atrevia a me questionar agora?

O semblante de Frank se tornou sombrio, e seu tom estava tão frio quanto gelo. "Não fique andando por aí dessa maneira. Se o rei ficar sabendo, não será apenas você que estará com problemas - acabará afetando a todos."

Suas palavras me atingiram, trazendo à tona mais uma vez seu egoísmo. Por que nunca percebi sua verdadeira natureza?

Deixei as palavras saírem de mim, minha voz carregada de amargura. "Você me enoja, Frank Thomas."

Com um sorriso desdenhoso, ele zombou: "Culpe a si mesma por ser tão entediante e previsível. Você nunca foi empolgante, ao contrário de Jessica. Na verdade, você não tem noção do quão fascinante ela é na cama. Ela é a única que eu realmente desejo."

As palavras cruéis dele reviraram meu estômago, e tive que me esforçar para não acabar vomitando. Ao invés disso, o encarei com um ódio intenso e disse: "Devia estar completamente cega para acabar apaixonada por alguém como você. Você é uma vergonha de homem!"

Uma pessoa como ele não merecia sequer uma lágrima minha.

"Como se atreve a falar comigo dessa maneira, sua miserável?" Dominado pela raiva, Frank avançou contra mim, sua mão suspensa no ar, pronto para me atingir.

Entretanto, não me deixei abalar. Pelo contrário, me mantive firme, sorrindo ironicamente. "Estou agora sob a proteção da realeza Lycan. Toque em mim e você estará os desafiando."

A mão de Frank permaneceu no ar, trêmula de raiva, mas ele não se atreveu a abaixá-la.

"Sua...", gaguejou ele, exibindo um semblante frustrado. "Você mudou bastante num período incrivelmente curto. Já não é mais a mulher que eu pensava que fosse."

Ao ouvir tais palavras, não pude deixar de soltar uma risada desdenhosa. "Nunca tinha notado o quão covarde e trapaceiro você é."

Frank estava tremendo de raiva, mas não conseguia me tocar. Ao invés disso, ele disparou seu último insulto, impregnado de uma malícia cruel. "Mulher ingrata! Você acha mesmo que ser um brinquedo de verdade te faz especial..."

No entanto, suas palavras já não exerciam mais influência sobre mim. Encarando seu semblante carrancudo com fria indiferença, reuni todas as minhas forças e desferi um forte tapa no rosto dele.