Capítulo 6 A primeira vez

O jardim era enorme, como um labirinto. As flores eram diversas, todas belas e muito bem cuidadas, com todo o zelo. A mãe dele amava aquele jardim, e pensando nela, me senti extremamente mal.

- E a sua mãe? O que aconteceu com ela?

Ele olhou para longe, extremamente entristecido. Eu via o quão arruinado ele havia se tornado, tudo por conta da situação que estava vivendo.

- Ela brigou com o meu pai, tentou se matar novamente. Ele saiu de casa, disse que não iria mais gastar os últimos anos de vida numa mentira. Não posso culpa-lo por isso.

- Eu sinto muito.

Minha voz não parece minha, é como se eu fosse outra pessoa. Estou perdida, não tenho mais meus pais, meu tio é um traidor... Só sobrou meus avós, e nem sei se eles se lembram de mim. A minha avó paterna mora no Cansas e o meu avô na Pensilvânia. Eu não tenho o mínimo de intimidade com eles, meus pais nunca foram de falar muito. Me sinto mais só do que nunca.

- Você vai me fazer esquecer da dor, Natasha. Porque só você é capaz.

Ele se aproxima e me beija urgente, sinto suas mãos segurando firme o meu cabelo. Elas deslizam pelo meu pescoço. Quando eu olho para o seu rosto, vejo o sangue seco na testa do ferimento que eu causei a ele. Me faz se sentir mal.

- Eu não queria ter te ferido.

Minha voz soa distante.

- Está tudo bem, não foi nada. A dor física até me desviou da mental.

Algo em mim se rompe, porque agora tenho ideia de que ele sofre tanto quanto eu. Somos dois amaldiçoados.

Meu vestido é retirado do meu corpo, e eu o vejo retirando as suas roupas. É tudo rápido e intenso, como se eu estivesse em outra realidade. Uma sem drama, sem sangue e horror. Ele chupa os meus seios e desce até parar na minha região íntima.

Sinto sua língua circular meu clítoris, eu gemo de desejo. Sinto meu corpo todo vibrar. Sobre a grama fofa do jardim, sinto seu membro duro latejar na entrada da minha intimidade.

- Isso não tem volta. Você tem certeza?

- Sim, eu tenho.

Minha voz soa firme, entorpecida pela necessidade de sentir algo que me conforte.

Ele começa a introduzir dentro de mim, e as lágrimas vão se formando no meu rosto. A dor é excruciante mas passa rápido se tornando uma ardência. Ele começa a se mover. - Mais. Mais forte!

Minha voz soa urgente, ele acelera e logo estamos num ritmo animalesco. Ele me puxa e eu fico de quatro na grama. Sinto as tapas na minha bunda, se tornando mais forte e eu vibro por dentro.

- Só eu posso estar dentro de você. Mais ninguém, NUNCA. Você é minha. Só minha! Diga que é minha.

Um arrepio passa pelo meu corpo, enquanto eu gemo cada vez mais alto.

- Eu sou sua.

- Diga o meu nome. A quem você pertence?

- Eu sou sua, Jack Dash. Para sempre, sua.

Ao falar isso sinto a pressão aumentar, ele se parece com um animal. Até que escuto seu gemido rouco e intenso. Ele se derrama dentro de mim.

- Porra, você é tão gostosa e apertada, Natasha.

Ficamos mais uns 15 minutos ali. Até que ele se levanta e me puxa para a casa. Estamos nus, eu fico nervosa. - Ei, não podemos entrar assim.

- Não tem ninguém lá. Todos os funcionários foram embora. Vamos, eu preciso de mais. Se esquecer do ódio, da verdade.

Ele vai me beijando enquanto entramos na mansão. Subimos o andar, e vamos na direção do meu quarto.

Fizemos sexo mais uma vez na cama, depois fomos para o banheiro. Tomamos um banho juntos, ele me ensaboava e foi a primeira vez que eu o vi rindo. Era como se fosse outro mundo. Mas, eu sentia que não ia durar, logo logo, o sonho acabaria. Eu queria dizer que tinha me apaixonado por ele, em meio a tanto drama. Mas isso acabaria com o clima. Entre a gente, não daria certo.

Era como se fosse a nossa despedida.

Assim que nós trocamos, eu olhei para a sua ferida e me lembrei que precisava tratar dela.

- Aqui tem um kit de primeiros socorros, eu vou cuidar disso. Sinto muito.

-Você já disse isso, e não foi sua culpa.

Eu trato a sua ferida e a minha no lábio também. Tinha um corte ali, mas ele não me pediu desculpa em momento algum.

- As vezes eu olho para você e vejo a sua mãe, penso que eu deveria te torturar para suprir a dor que foi causada na minha família. Porém, eu me sinto tão envolvido por você quanto o meu pai foi pela sua mãe. E aí eu fico com mais ódio.

As lágrimas surgem nos meus olhos. Eu me distancio dele e começo a chorar. Por que eu fui me apaixonar pelo filho do amante da minha mãe?

- Essa é uma despedida. Irei embora, vou falar com o seu pai. Pedir que ele me emancipe.

Eu não tive coragem de falar do dinheiro que o pai dele havia me dado, eu pretendia não tocar nele. Eu não queria nada daquilo. Mas sabia que se falasse, o ódio ia se instalar no ar e ele iria me machucar novamente.

- Para onde vai? E ainda sem dinheiro. Seu pai faliu como vai conseguir se manter?

- Eu não sei, talvez para a casa da minha avó no Cansas. Eu posso trabalhar de meio período lá até terminar a escola e ir para a faculdade.

Ele se aproximou e me analisou.

- Não.

Minha testa franziu e meu olhar se tornou de raiva.

- Você não tem poder sobre mim. Eu vou se eu quiser.

- Se você for eu te caço até o inferno e te trago de volta. Seu lugar é ao meu lado.

- Para ser sua amante? Como a minha mãe foi? Isso é como se vender. Você iria fazer o que? Me sustentar enquanto vive na mansão com a sua esposa? Isso é nojento. Eu poderia vender o meu corpo para qualquer um sem precisar trair alguém.

Ele segura o meu pescoço com força e vejo o ódio e a raiva no seu olhar.

- Nunca mais diga isso. Eu já te disse, você é minha para sempre. Eu não irei te forçar a dormir comigo, só não te quero longe. Quando você tinha 10 anos, eu já sabia que era minha. Talvez um dia eu aprenda a lidar com a obsessão que sinto por você.

Eu gargalho alto, me sacudindo e o empurrando.

- Você quer que eu fique do seu lado enquanto você se casa com a Lily e forma uma família com ela? Só um infeliz pensaria assim. Você é a porra do seu pai? Pelo menos EU não sou a minha mãe, e não irei mais me sujeitar a isso. Estou falando de verdade, eu só fico com você se ficar solteiro e me assumir.

Ele estanca com a acusação e desvia o olhar. Vejo um pouco de dor nos seus olhos.

- Eu não posso assumir você, muito menos me casar com você, minha mãe sofreria muito. Mas eu não posso viver sem ter você. É como um veneno.

Eu engulo em seco. Imagino que para a mãe dele deve ser horrível, e por esse lado eu compreendo mas não vou aceitar ser amante.

- Então engula o veneno e morra longe de mim. Saia daqui!

Ele me olha por um momento, antes de virar e sair andando.

Assim que o vejo indo embora, eu começo a ver empregos de meio período e escolas públicas. Além de mandar uma mensagem para a minha avó. Eu espero que ela receba bem, preciso sair logo daqui.

            
            

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