Capítulo 2 Contar o quê

falar sobre viagens, - disse Megan. - Eu não contei no casamento, e quando Silas ligou para dizer que tinha sumido, eu fiquei tão chateada, Beth. Eu me preocupava que não voltasse e nunca soubesse. Então, eu quero te contar agora, caso eu fuja novamente. - Contar o quê? - Beth franziu a testa. - O que mais aconteceu? - Logo você vai ser madrinha! Eu digo, se você concordar com isso. Beth soltou um gritinho e pulou para abraçar Megan. - Isso é fabuloso. A melhor notícia de todas! - Parabéns, Megan e David. Isso é maravilhoso - sua mãe disse calmamente. - Obrigada, Lucy.

- Megan retribuiu seu abraço antes de se sentar ao lado de David novamente. - Nossas vidas estão mudando, isso é certo. Beth observou com curiosidade sua mãe se sentar no sofá. Havia descoberto o que estava diferente: ela parecia mais leve e calma. Seus olhos brilhavam e suas mãos estavam firmes. Sua pele parecia jovem e seu comportamento relaxado era... apenas... não parecia com sua mãe. Lucy? Levaria algum tempo para se acostumar com isso. Beth sentou-se ao lado de Silas novamente e o braço dele envolveu seus ombros. - Tá, mamãe. Agora me diga por que você está aqui. O que está acontecendo? Está tudo bem? Sua mãe a olhou com firmeza, e Beth ficou preocupada quando os lábios dela tremeram e sua voz pareceu falhar. - Estou bem. Mas eu vim mais rápido porque... porque eu sei o que pode acontecer aqui... o que aconteceu aqui. E quando soube que havia partido... - Espere aí - disse Beth -, o mundo inteiro sabe da nossa jornada? - Não. - Mamãe balançou a cabeça. - Quando cheguei em Londres, seu celular estava fora de área, então liguei para Megan para saber se ainda estava na Escócia. Esperava que estivesse. Quanto mais longe eu estivesse desta casa, mais feliz eu ficaria. Interrompi a lua de mel deles... - Não, não, Lucy - interrompeu David. - Liguei para Silas e quando ele me contou o que tinha acontecido, voltamos direto para cá. - Por que, mãe? O que você sabe sobre...? - Sobre as pedras? As pedras que atravessou? Os olhos de Beth se arregalaram. - Você sabe sobre as pedras? Eu sabia! - Sim. - Sua mãe ergueu o olhar e sustentou o dela com firmeza. - Porque eu também passei por elas. - Passou? Onde você esteve? Quando? - A boca de Beth estava aberta e ela balançou a cabeça. - Por que nunca me contou? - Porque você sabia exatamente o que a senhorita teria feito. Com todo seu amor pela história e fascínio pela tia Alice. Não haveria como segurá-la, querida. Beth balançou a cabeça lentamente. - Não posso acreditar. Quero saber tudo sobre isso. Você também conheceu Branton? Você sabe se Alice voltou para lá? Espero muito que sim e que você esteja feliz. Mamãe, eu não acredito que eu nunca soube. - Ela colocou a mão na boca, angustiada por haver tanta coisa que ela desconhecia. - Não, eu nunca conheci Branton, mas eu sei o que aconteceu. Alice me disse quando voltou pela última vez, um ano antes de falecer. Ela queria compartilhar o conhecimento das pedras antes de morrer. Beth agarrou o braço da mãe. - O que aconteceu? Ela o encontrou novamente? Branton era o mais gentil dos homens e eu sei o quanto ele a amava. O sorriso de Lucy era doce. - Encontrou. Alice voltou, e viveu feliz com Branton como marido e mulher por mais de vinte anos. Branton faleceu em 1.523 durante a invasão inglesa da França. Infelizmente, ele não estava lá para lutar, mas estava em Paris vendendo lã de Brue Manor. Num dado momento, Alice decidiu que não havia razão para permanecer lá sem seu amado. Sua dor era mais suportável longe de Brue Manor, ela partiu e levou as memórias felizes de sua vida com Branton. David se levantou e se agachou na frente de Beth e Lucy. - Eles precisam saber disso. Alice viajou de volta para casa e aprendeu mais sobre as Linhas de Ley e sobre a habilidade de viajar no tempo. Ela voltou para Violet Cottage em 1968 e foi quando a conheci. Ela tinha pouco menos de cinquenta anos na época. A mão de Beth voltou à boca. - Conheceu a tia Alice, David? Em 1968? - Era difícil conter um guincho na voz. - Há mais algumas histórias que você precisa saber, Bethie - disse Megan. - Foi quando conheci David também. Mas um pouco mais tarde. Em 1971 no Festival de Glastonbury. A cabeça de Beth estava girando. - Meu Deus! Se eu não tivesse viajado e Silas me perseguido pelas pedras, eu diria que todos estão loucos. Quanta coisa para absorver. Todos sabiam sobre as pedras. E eu não! Não posso acreditar. A mãe de Beth estendeu a mão para pegar a dela. - Há outra história que tenho para lhe contar. - Sobre Alice? - Não, sobre mim e seu pai. - Papai viajou também? Lucy hesitou e olhou para baixo. - Não, querida, seu verdadeiro pai. - Meu o quê? - Seu pai biológico. Vou voltar para encontrá-lo. É por isso que vim para a Inglaterra. O mundo de Beth girou ao tentar processar o que sua mãe disse. - Meu pai biológico? Silas pegou sua outra mão e a segurou com força. O que quer que estivesse por vir, ela tinha o homem que amava ao seu lado. E que também a amava. Tudo ficaria bem. O que Alice teria dito? O tempo é passageiro. Aproveite cada oportunidade. Aproveite ao máximo cada minuto. Ela engoliu em seco e assentiu. - Estou pronta, mãe. Diga-me. - Eu tinha vinte anos e vim para cá para ficar com Alice. Joshua tinha quase três anos. Lucy olhou além da janela, onde as pedras brilhavam fracamente ao sol da manhã. - Porque eu vim naquela época não é mais importante. Por que estou aqui agora é o que você precisa saber. Eu quero que você saiba por que estou voltando. A voz de Beth tremeu. - Por quê? - É hora de voltar e encontrar o homem que amei e deixei. - Seus olhos estavam tristes quando encararam Beth. - Seu pai, Bethie. O amor da minha vida. Thomas Adams. Capítulo um P , RU - 1851 Thomas Adams levantou uma mão e enxugou a testa úmida ao caminhar ao longo da borda do prado. A grama era verde e viçosa, o tentando a tirar os sapatos e deixar que a grama fresca acalmasse seus pés cansados, mas o cheiro forte de estrume era um aviso de que ficar descalço ali não traria um bom resultado. Ele havia passado por algumas vacas Jersey quando subiu a cerca onde tinha deixado sua bolsa escondida em uma moita de capim alto, mas agora o único sinal de atividade bovina era o cheiro de estrume que tudo impregnava. Vindo de uma área rural, onde as olarias da família eram cercadas por leiterias, Thomas presumiu que o rebanho havia ido para os fardos para ordenha. Um dos artesãos da fábrica o instruiu até essa área desconhecida e lhe garantiu que ao longo da orla da leiteria, a três quilômetros de Pilton, havia um enorme banco de argila branca. O verão de 1851 estava quente e seco até agora, e Thomas apreciou um tempo longe das fornalhas. Ele havia descido de Glastonbury depois de deixar

            
            

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