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noite ele beberia apenas uma tigela, e então mudaria para água com gás. Mesmo que estivesse feliz por seu relacionamento ter finalmente acabado, a ideia de Royden se envolver com alguém mais jovem do que Beth foi um golpe para sua autoestima, com seus quase 50 anos. - Querida. - Ela ergueu os olhos quando Mel sentou-se no banco ao lado e estendeu as mãos para beijar ambas as bochechas de Lucy. - Desculpe, estou atrasada. Fiquei presa no trabalho. Você vai pedir outro Chardonnay, ou podemos pegar uma garrafa de espumante? - Não. Isso é tudo que vou beber hoje, obrigado, Mel. Estou dirigindo.
- Ah, vamos lá Laur... quer dizer, Lucy. - A amiga colocou a bolsa no banco ao lado. - Eu ainda não me acostumei com Lucy! Ela tem sido muito comedida e indulgente com Royden. Eu o teria pendurado pelo... - Foi tentador - riu Lucy. - Mas ele me fez um favor. Você sabe que eu nunca fui feliz. E para mim sempre foi Lucy, não Laura. Mel voltou com uma garrafa de champanhe e duas taças. Lucy fez uma careta. - Só uma taça e depois você pode levar o resto para sua casa. Mel sorriu para a amiga. - Eu sei que se tomar alguns drinques vai me contar mais sobre o que está acontecendo, querida. Não tenho ideia de por que ele ficou com Royden por tanto tempo. Ele não é um bom homem, Lucy. Ele a isolou e a manteve longe de seus amigos, e nas poucas vezes que fomos à sua casa, ele nos fazia sentir tão indesejados que ninguém queria voltar. - Sei disso. Mas havia muito mais do que você sabia, Mel. Ele só planejava ficar até que as crianças crescessem. - Então me diga por que ficou tanto tempo. Eu sei que ele não dá a mínima para seus filhos. Há quanto tempo eles não o veem? Lucy deu de ombros. - Beth já o apagou de sua vida, e Joshua está no Norte há alguns anos. Eu não acho que eles têm nenhum contato. Josh não fala muito. Estou pegando um vôo para vê-lo antes de partir. - Partir? Partir para onde? - Vou de Cairns para Londres depois de ver Josh. Beth foi para o casamento de Megan e depois de viajar pela Escócia, ela vai ficar na casa da minha tia em Somerset. Eu quero vê-la. E então eu tenho minha própria jornada para fazer. - Lucy estendeu sua mão e pegou a de Mel. - Você tem sido uma amiga leal por tantos anos, querida. E gostaria de poder te dizer para onde estou indo, mas pensaria que eu estou louca. Farei com que Beth lhe mantenha informada e avisarei quando eu for embora. Não há internet, e- mail ou telefone para onde estou indo. - Eu achava que não existia um lugar assim no mundo hoje em dia. - Mel balançou a cabeça. - Você vai ter que escrever cartas para mim. Não desapareça. - Sem correio também. - Que diabos, mulher. Para onde você está indo? Sibéria? Lucy riu e aceitou a taça de champanhe que Mel estendeu. - Ela realmente é uma garota da cidade grande, Mel. - Ok, eu posso ser, mas estou feliz. - Mel bateu sua taça contra a de Lucy. - Então, um brinde aos novos começos e um futuro feliz para minha melhor amiga. Lucy assentiu e tocou os pequenos enfeites de porcelana branca na fina corrente de ouro que sempre usava em volta do pescoço. - Eu gosto de como isso soa. E vamos brindar um passado mais feliz também. Mel a encarou curiosa. - Quantos champagnes você já tomou? Desculpe, querida, não há como mudar o passado. Lucy sorriu pensando em seu passado feliz. Se fosse capaz de recuperá- lo, não voltaria para casa. Capítulo três P , RU - 1851 Thomas atravessou o campo, mas não havia sinal de nenhuma abelha, e agora o zumbido havia cessado. Ele ficou de olho no grande touro pastando sob o carvalho que se espalhava do outro lado da rocha, onde ele tinha certeza de ter visto um flash branco. Por um momento, ele pensou que fosse uma pessoa. Ele franziu a testa ao se aproximar; não poderia ser o banco de argila, já que a terra era plana e coberta de grama verde. O branco que ele viu deve ter sido um flash de luz causado pelo sol a pino. Estava muito quente, e Thomas piscou quando a cena à frente balançou. Sua garganta estava seca, mas ele decidiu verificar o outro lado das rochas antes de voltar para o riacho. Seria muito azar perder a argila por causa de alguns metros de distância. Talvez não fosse um banco? Talvez fosse uma superfície de argila? Ele se deparou com coisas assim em Devonshire na última vez que fora às fábricas em Staffordshire. Depois de tomar outro drinque, eu iria para Glastonbury e encontraria um lugar para passar a noite. Parecia ter sido uma viagem perdida. Se eu tivesse ficado no trem; a essa altura ele já estaria de volta a St. Austell. Havia muito trabalho esperando na fábrica e estava ansioso para implementar algumas das inovações que vira em Londres. A Grande Exposição no Crystal Palace havia superado suas expectativas mais ousadas. Até a estrutura que continha a miríade de exibições era incrível. Arquitetonicamente arrojado, o edifício tinha quase 600 metros de comprimento, construído inteiramente de vidro sobre uma estrutura de ferro fundido. Tecidos luxuosos de todos os cantos do mundo, malhas, sedas e linho os cercavam. Ferramentas em geral, bronze e ferragens de vários tipos, fechaduras, grades. Máquinas e implementos inovadores, motores marítimos, prensas hidráulicas e máquinas de movimento... o alcance da exibição foi incrível. Thomas compareceu a exibições de porcelana de toda a Europa. Delft da Holanda, Sevres da França, além de ter visto diversas porcelanas da Áustria, Suíça, Itália e Alemanha. Ele passou dois dias conversando com um designer da fábrica Meissen; os tempos em que tentavam impedir que arcanum – os segredos da produção de porcelana – se espalhassem pela Europa há muito se foram, e agora os designers e proprietários de fábricas exibiam orgulhosamente seus produtos nesta exposição mundial. - Produzimos dois tipos de porcelana em nossa fábrica, usamos a pasta dura de alta cozedura - dissera-lhe o alemão num inglês impecável. - A nossa é produzida com caulim, os chineses inventaram o método - Thomas respondera. - Temos experimentado isso em St. Austell. Assim como a porcelana de pasta mole de baixa queima. - Ele achara difícil deixar Londres, mas sabia que seu pai ficaria ansioso por seu retorno à fábrica da Cornualha. As novas variedades de porcelana branca em exibição o intrigaram, e ele sabia que poderia criar novos modelos que superassem a qualidade dos que já vira. Ele estava ansioso para chegar em casa e compartilhar suas idéias com a equipe de designers. Talvez eu não precisasse voltar para as fornalhas. Se ao menos pudesse encontrar um novo local de produção para a argila que precisava... Ele olhou adiante, e as torres de Glastonbury tremeluziam na luz brilhante e oscilante. Outra vez um brilho branco surgiu e Thomas acelerou o passo. Ao chegar às três rochas de formato estranho, ele conteve um grito de surpresa quando uma mulher vestida de branco saiu de trás da rocha central. Seus olhos estavam arregalados e, ao vê-lo, ela estendeu uma mão em sua direção antes de cair graciosamente no chão. - Senhora? - Thomas caiu no chão ao lado da mulher, sem saber o que fazer. Ela era uma jovem de cabelos castanhos e pele impecável, mas seus lábios estavam sem cor. - Você pode me ouvir? - sem pensar, ele rasgou a camisa, enrolou-a como uma bola e colocou-a sob a