/0/13205/coverbig.jpg?v=6eded2fd14afaeedb1d2bf0ddac2d45d)
instruiu até essa área desconhecida e lhe garantiu que ao longo da orla da leiteria, a três quilômetros de Pilton, havia um enorme banco de argila branca. O verão de 1851 estava quente e seco até agora, e Thomas apreciou um tempo longe das fornalhas. Ele havia descido de Glastonbury depois de deixar o trem que pegou em Londres. Ele continuaria a jornada para sua casa em St. Austell amanhã.
Enquanto havia suprimento abundante de caulim, a argila branca usada para fazer a porcelana nas olarias de seu pai, nos vales perto das obras em West Polmear, na costa sul da Cornualha, Thomas estava sempre à procura de novos e diferentes recursos. Seu pai ficava feliz em deixá-lo vagar por aí, sabendo o quanto Thomas odiava trabalhar no calor das fornalhas. Ele havia aceitado que seu filho mais novo era o filho criativo. O irmão mais velho de Thomas supervisionava a fábrica, enquanto seu pai dirigia os negócios, e John, o irmão do meio, assumiu o negócio de laticínios de seus avós quando eles faleceram. Obter uma nova fonte de caulim seria outra oportunidade para eles expandirem. Até agora, Thomas não os havia decepcionado. Sua visita de dois meses a Londres para a Grande Exposição foi incrível e sua mente fervilhava de novas ideias. Ele descansou por um momento, a caminhada da estação de trem até a fazenda havia sido longa e ainda não fazia ideia de onde passaria a noite, com sorte encontraria uma taverna em algum lugar próximo. Se não houvesse nenhuma hospedagem em Pilton, teria que fazer uma longa caminhada de volta à cidade de Glastonbury. Um riacho corria ao longo do prado e ele se abaixou para encher as mãos com a água doce e bebeu até se saciar. Enquanto Thomas se levantava, o longo mugido de uma vaca avisou-o de que o rebanho estava voltando da ordenha, e ele se dirigiu para o leste, seguindo as instruções que recebera. Ele saiu rapidamente, ansioso para ver este banco de argila antes que a tarde desaparecesse no crepúsculo. Precisava procurar o proprietário e ainda ter tempo de encontrar alguma hospedagem para a noite, perto o suficiente da estação para pegar o trem de volta para Plymouth na manhã do outro dia. Não estava ansioso para voltar a St Austell, porque tinha que enfrentar Isabelle Lyndhurst e tentar dispensá-la com jeito. Isabelle havia insistido que esse tempo afastado o faria perceber o quanto sentia falta dela. Mas, verdade seja dita, não lhe dirigiu sequer um pensamento. Thomas sabia que suas famílias esperavam um compromisso, e particularmente não considerava uma boa ideia. Isabelle certamente agiria como se estivesse de coração partido, mas Thomas sabia que a moça não se importava tanto com ele quanto desejava ser dona da própria casa. Estava focado em seu trabalho e não estava pronto para dar seu coração a uma mulher, especialmente uma mulher dramática e pegajosa, não importa o quão persuasiva fosse. Adiante estava a floresta que lhe disseram que margeava o incomum banco de argila, contudo, quanto mais se aproximava das árvores, mais se perguntava se as instruções que recebera eram precisas. A terra estava se aplainando e não havia nenhum sinal de colinas à frente. Thomas parou e levou uma das mãos aos olhos, fazendo um arco completo enquanto examinava a paisagem ao seu redor. Ele piscou quando um raio de sol atingiu uma rocha alta à sua frente, e uma luz intensa banhou o gado Jersey em um brilho azul misterioso. Piscou novamente e olhou para as rochas, mas o brilho desapareceu e seu olhar encontrou apenas a suave luz do sol da tarde. A excitação lhe tomou conta quando o vislumbre de algo branco chamou sua atenção e o instigou a correr em direção às rochas. Havia encontrado o banco de argila que procurava? Partindo naquela direção, ele fez uma pausa e franziu a testa, tomando cuidado por onde andava. Parecia haver colmeias do outro lado das três rochas à frente. Um zumbido baixo e constante quebrou o silêncio. Ele piscou quando uma forma branca se moveu na frente dele. Capítulo dois S - 2019 O tempo é passageiro. Aproveite cada oportunidade. Aproveite ao máximo cada minuto. Lucy McLaren fechou os olhos enquanto lembranças do passado giravam em sua cabeça. Ela esperava que o barulho do bar de vinhos onde encontraria sua melhor amiga, Mel, a afastasse de seus pensamentos, mas não teve essa sorte. Laura voltou a usar seu nome favorito, Lucy, depois que Royden partiu. Quando Joshua e Beth nasceram, Royden concordou em fazer algumas concessões; Joshua adotou o sobrenome do pai, mas Laura se manteve firme e registrou Beth com o sobrenome McLaren quando nasceu, quatro anos depois de Joshua. - As mulheres de nossa família sempre adotaram o sobrenome - insistira. Foi a primeira vez que ela enfrentou Royden e, sabendo o que sabia, ficou mais fácil para Lucy ser forte. Ficar com Royden Fitzgerald havia sido um grande erro. Um erro que ele se lembrou muitas vezes nos quase trinta anos em que estiveram juntos. Sua força para ficar veio da forte experiência vivida no ano anterior ao nascimento de Beth. O segredo que carregou consigo por mais da metade de sua vida só foi compartilhado com uma outra pessoa... sua tia Alice. Apenas a culpa manteve Laura em Sydney, apesar dos apelos de Alice para que ela deixasse Royden. - Eu não gosto desse homem. Ele suga sua luz - disse Alice quando Lucy e Royden levaram as crianças para uma visita ao chalé, na época Beth tinha nove anos e Joshua estava prestes a começar o ensino médio. Eles conheceram a Euro Disney e depois visitaram Alice em Somerset. - Royden é cruel, e você estaria melhor sem ele. - Nós duas sabemos que não há alternativa, Alice. Nem todos podemos ter sua liberdade. - Lucy se sentia culpada, lembrando como havia depreciado o estilo de vida hippie de Alice. - Não se apresse em tirar essa conclusão - sua tia havia dito. - Olhe para minha vida. Encontrei coragem para voltar e tive muitos anos felizes com Branton. - Mas tenho filhos para considerar aqui e agora. - Lucy suspirou. - Vou ficar. Talvez eu pense nisso quando os dois crescerem. - Lucy? Você entende o que eu digo, não é? - Alice jogou a trança por cima do ombro com impaciência. - Entendo. O tempo é passageiro. Aproveite cada oportunidade. Aproveite ao máximo cada minuto. - Lucy cruzou os braços. - Mas Alice, tenho compromissos e filhos que precisam ser sustentados. - Eu sei disso, querida. Mas eu posso te pedir uma coisa? Prometa-me que você vai tentar um dia. - Eu prometo - Lucy respondeu baixinho. Alice faleceu dez anos depois e eles retornaram a Somerset para organizar as coisas no chalé. Mas foram precisos mais dez anos após Joshua e Beth saírem de casa para Lucy começar a encontrar-se e, finalmente, decidir agarrar a oportunidade de resolver suas questões do passado. Quando Royden a trocou por sua secretária no ano anterior, foi um grande alívio. Já não era mais