Capítulo 5 Não acredito

BRUNNHILDE

- Bru, espera! - Jo gritou atrás de mim, segurando meu braço e me fazendo parar. - Bru ...

Estávamos bufando, porém, eu sentia mais dor pelas palavras cruéis de Maximillian do que pela corrida em si.

- Ele me odeia - falei entre soluços. - Eu sou humana, sou fraca, não sirvo. Nem ... nem pra ser humana!

- Shhh - Jo me puxou para os braços dela e acariciou meus cabelos. - Bru, ele não vale a pena. Se ele pensa tão pouco de você , é porque ele só enxerga a própria pequenez dele.

Eu estava sufocando nos meus soluços e me afastei de Jo para poder limpar as lágrimas do meu rosto. Ela pegou uma caixinha de lenços da mochila dela - aquela mochila sempre

tinha tudo!

- S-se ele não qu-queria uma hu-humana ... por-por que a Deusa m-me fez ser ... - cobri meu rosto com as mãos. Eu queria ser mais forte, só que ...

- Bru, a Deusa da Lua não erra. Mas nós erramos, e Maximillian está cometendo um erro. Se ele quer ir contra o desejo de Selene, quem vai se dar mal é ele - ela colocou a mão no meu rosto, permitindo que eu descansasse na palma. - Você não foi mandada pra cá à

toa, Bru. E Maximillian é uma decepção, porque mesmo com o treinamento de Alfa, por anos, não aprendeu a seguir o básico. Se ele não consegue ver, quem não é adequado para ser líder do bando, é ele.

Ela suspirou e sorriu docemente para mim.

- Eu sinto vergonha de ter um Alfa desses - Jo me soltou e abriu a mochila de novo,

tirando de lá uma caixinha térmica. Dentro, uma fatia gorda de torta de morango. Eu ri. - Vamos comer um docinho pra tirar esse amargo!

- Obrigada, Jo. Você é a luz na minha vida! Você e Amalia.

*** ***

MAXIMILLIAN

Observei aquelas duas e eu podia ver tristeza nos olhos de Brunnhilde. Mas que inferno! Por que eu tinha que sentir a dor dela?

" - Por que ela é a sua companheira, seu tonto! "

As observações de Theo, sempre muito oportunas, não é mesmo? Soltei o ar e esperei

Alvin chegar perto de mim. Nós éramos assim: brigávamos, mas logo estávamos okay. Por isso éramos melhores amigos.

- Interessado na barraqueira? - perguntei e ele apertou os olhos, mas não deixou de sorrir.

- Ela é uma beleza. Porém, infelizmente, é do tipo que namora firme - ele suspirou. - Daqui a uns anos, quem sabe? Até lá , vou ter que segurar.

- E por que daqui a uns anos? - perguntei e ele levantou os ombros. - Eu sou muito jovem para me comprometer.

Ah, sim! Alvin gostava de pagar de quem não se importava, mas era sério quando tinha que ser!

- Quando encontrar a sua companheira, duvido que vai falar isso. Ele se virou para mim, o sorriso longe.

- Ah, como se você pudesse falar alguma coisa, não é mesmo? Me poupa do seu

besteirol, Max! - ele me acusou e eu não tinha nada para retrucar. - Vamos logo. Filho do Alfa ou não, se você se atrasar, vai levar uma advertência.

Assenti e o segui para a aula. Ainda t ínhamos mais três horários e eu queria ir pra casa!

Quando finalmente pude ir pra casa, fui o mais rápido possível. Eu não queria dar a chance da Larissa me perturbar. Depois do dia de hoje, eu não tinha paciência para mais drama!

A noite foi horrorosa e, no dia seguinte, sexta-feira, não teríamos aula, pela graça! A minha coroação seria no sábado seguinte, o que me deixou ainda pior.

Eu estava esparramado no chão, ouvindo músicas românticas que me deixavam pior do que eu já estava, mas eu precisava daquilo. Não pude deixar de pensar em como

Brunnhilde se sentiu e como ela devia estar triste e machucada.

Passei o dia naquela bad, até que quando já era por volta de cinco horas, ouvi Alvin me chamando.

- Maaaaax! - ele disse, subindo as escadas e eu desliguei a música, virando-me para o outro lado. - Vamos lá , meu rapaz, hora de levantar a poeira!

Soltei um grunhido. - Não quero.

- Larga de ser bebê chorão! Vai tomar um banho - ele farejou e fez uma careta. - Você fede.

- Que mentira! - eu me sentei no chão e Alvin levantou os ombros.

- Ficar de papo furado não vai fazer o seu fedor passar. Vai pro banho. Me levantei e o olhei acusadoramente.

- Não estou fedendo, seu idiota!

- Aham ... vai se arrumar. Temos uma festa pra ir!

Eu torci a boca. - Temos que ir?

- Sim, senhor! - ele deu um tapa no meu ombro. - Falo sério, eu sinto que algo especial vai rolar, hoje!

Eu podia o "especial" ao qual ele se referia: garotas bonitas de vestidos provocantes. Ele não valia nada!

Fui pro banho e senti que talvez, fosse bom eu ir, mesmo. Eu duvidava muito que

Brunnhilde estaria lá e, então, eu poderia relaxar. Eu tinha que tirar aquela fêmea da minha cabeça, estar ao redor de outras e, quem sabe, encontrar uma que fosse mais apta a ser a Luna. Uma que, durante um ataque, não seria um peso morto, um alvo fácil. Uma que seria mais útil ao Bando Starke Krieger.

A festa dos Bates geralmente era maneira. Todo ano eles davam aquela festança. Porém, naquele ano, estava um saco! Eu estava com uma bebida em mãos, olhando para a porta principal. Se Brunnhilde decidisse aparecer, eu a veria imediatamente. Não que o cheiro dela não fosse me fazer perceber antes, não é mesmo? Aquele cheiro de morangos, tão delicioso ... Ela parecia um morango, bem suculento. Ah, só de imaginar em tocar nela o meu corpo já se incendiava!

Inspirei fundo e sorri. Ela tinha ido pra festa! Porém, quando ela entrou, meu humor azedou imediatamente. A olhei de cima a baixo, com aquele vestidinho curto e ... eu podia ver tudo!

" - Assim como os outros machos!" - Theo me lembrou e eu olhei em volta. Não consegui conter o rosnado. " - Faz algo! "

É , eu tinha que ... não, não! Eu tinha que afastá-la de mim! Vi uma menina perto de

Brunnhilde e sorri. A garota sorriu de volta, toda maliciosa e eu quis vomitar. Mas era

necessário. Me aproximei dela e olhei para a minha suposta predestinada. Os olhos dela se encheram de água quando viram o que eu faria.