Capítulo 3 Nascimento de Miguel

A cidade, marcada pelas cicatrizes do passado, começava a florescer novamente, assim como as flores que brotavam nos campos após a chuva. Era nesse cenário que a família Martín construía suas esperanças.

O senhor Javier Martín era um ferreiro de mãos calejadas, mas com um bom coração. Todos os dias, ele se dedicava a moldar o metal com sua força e habilidade, criando ferramentas e utensílios para os moradores da aldeia. O calor da forja era o reflexo de sua paixão, e o tilintar do martelo era música para seus ouvidos.

A senhora Isabel, sua esposa, era uma lavadeira que trabalhava na casa da Condessa de Cádiz, Helena. Uma mulher muito bonita, distinta, fina, educada e rica, herdeira de casas e terras de seu falecido marido, o Conde de Cádiz. Mas era muito generosa e de bom coração.

Após anos de dificuldades e incertezas trazidas pela guerra, a família Martin recebeu uma bênção inesperada: o nascimento de seu filho, Miguel. Desde a primeira vez em que o seguraram em seus braços, Javier e Isabel souberam que ele era especial. Ele era lindo como um anjo. Sua pele era clarinha, seus cabelos, lisos e loiros e seus olhos verdes.

A Condessa de Cádiz apadrinhou o garotinho e desde pequeno, o incentivou à leitura e à escrita, a tocar piano e a ter aulas de etiqueta. Isabel ficou muito envergonhada pela Condessa fazer tanto para seu filho, mas ela falava que tudo era feito com muito amor. Queria que Miguel fosse tão inteligente e elegante quanto ao seu filho, Daniel, que na época já tinha cinco anos.

Assim, enquanto crescia, Miguel se tornou o orgulho da família e da madrinha. Ele corria, brincava pelos campos e aprendia. Até que se tornou um jovem lindo e atraente. Era forte, porém cortês e educado, também, muito inteligente.

            
            

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