A Redenção de Orium
img img A Redenção de Orium img Capítulo 8 Esquecimento
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Capítulo 13 É a Vontade da Deusa img
Capítulo 14 Até o fim... img
Capítulo 15 Queima... img
Capítulo 16 Fogo X Gelo img
Capítulo 17 Alfa img
Capítulo 18 Só dele img
Capítulo 19 Alívio img
Capítulo 20 A Conversa img
Capítulo 21 A Caixa img
Capítulo 22 Reunião img
Capítulo 23 Elias img
Capítulo 24 Aviso de Tempestade img
Capítulo 25 Quando só img
Capítulo 26 Alfa Fraco img
Capítulo 27 As Vezes img
Capítulo 28 Um Passo img
Capítulo 29 A Loba e a Fera img
Capítulo 30 Reflexão img
Capítulo 31 Ventos da mudança img
Capítulo 32 Meiguice img
Capítulo 33 Sinais img
Capítulo 34 Direito de Vingança img
Capítulo 35 Apoio img
Capítulo 36 O Chamado da Natureza img
Capítulo 37 CIO img
Capítulo 38 Fases da Lua img
Capítulo 39 Submissão img
Capítulo 40 Bônus, Lisbella- Parte I img
Capítulo 41 Encantada img
Capítulo 42 Mãe... img
Capítulo 43 Índole perversa img
Capítulo 44 Meu prato favorito img
Capítulo 45 Sacerdote ômega img
Capítulo 46 O Cortejo img
Capítulo 47 Sem a Máscara img
Capítulo 48 Ainda não acabei com você, fêmea img
Capítulo 49 O Jovem Lobo img
Capítulo 50 Nasce o ômega img
Capítulo 51 Olhudo img
Capítulo 52 Promessas de desjejum img
Capítulo 53 A Viagem img
Capítulo 54 O Meu lar img
Capítulo 55 Crueldade img
Capítulo 56 Em nome da Grande Deusa img
Capítulo 57 O que não conhecia img
Capítulo 58 A Semente da desconfiança img
Capítulo 59 O Tabuleiro img
Capítulo 60 A Águia img
Capítulo 61 Os peões... img
Capítulo 62 A Perda img
Capítulo 63 Vergonha img
Capítulo 64 A Roda da Fortuna img
Capítulo 65 Ódio img
Capítulo 66 O Rei img
Capítulo 67 Revelações - 1 img
Capítulo 68 Revelações - 2 img
Capítulo 69 Revelações - 3 img
Capítulo 70 Revelações - 4 img
Capítulo 71 O Convite img
Capítulo 72 Inferno img
Capítulo 73 A Loba img
Capítulo 74 A vingança img
Capítulo 75 O Bosque img
Capítulo 76 A febre do poder img
Capítulo 77 O Dominante img
Capítulo 78 A Submissão do Alfa img
Capítulo 79 No Templo img
Capítulo 80 O que foi visto img
Capítulo 81 O que foi Dito img
Capítulo 82 Coclusões img
Capítulo 83 Luna Ariana img
Capítulo 84 O Gama tem uma ideia... img
Capítulo 85 Mãe e Filho img
Capítulo 86 O Tabuleiro - 1- As peças img
Capítulo 87 O tabuleiro - 2 - O jogo img
Capítulo 88 Bônus img
Capítulo 89 O Tabuleiro - 3- A Torre img
Capítulo 90 O Desmame img
Capítulo 91 Lorde Agar img
Capítulo 92 jamais.... img
Capítulo 93 Luna x luna - 1 img
Capítulo 94 Luna X luna - 2 img
Capítulo 95 Alfa x Beta img
Capítulo 96 Nuvens img
Capítulo 97 Chantagem img
Capítulo 98 O Caminho img
Capítulo 99 Favor de Fada img
Capítulo 100 No lago img
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Capítulo 8 Esquecimento

ELA

Alfa prepotente!

Eu estava quieta no meu canto e ele veio me perturbar carregado de petulância!

Eu só queria o direito de viver o luto dos meus entes queridos em meu coração, visto que não me foi permitido nem mesmo participar da cerimônia de despedida.

Não tenho nem certeza de quais amigos meus perderam a vida na batalha.

Com uma audácia desconcertante, ele me colocou de joelhos, exigindo ser chamado de Alfa por mim, a própria companheira! E ao me olhar de cima, ele ainda esperava algo mais! Eu notei o quanto excitado ele estava com a minha posição, me olhando cheio de expectativa e desejo, achando que aquela demonstração de poder e egocentrismo me faria implorar para tocá-lo.

Nem mesmo a minha natureza se atraiu pelo gesto. Não sei com o que ele está acostumado, mas eu não sou fã de humilhação. Se o meu corpo reagia desejando o dele devido ao vínculo, meu amor-próprio me levava a direção contrária.

Quem ele pensa que é?

Vi quando inflou as narinas, esperando sentir os meus hormônios do cio ao agir como um babaca. Se me conhecesse, saberia que isso jamais funcionaria comigo.

Se ele tentasse se aproximar, poderia me conhecer, mas tudo o que tem feito foi me mostrar um macho que não merece a minha consideração. Pelo menos, não enquanto não se comportar como um companheiro deve ser.

Irritado pela minha falta de interesse, se transformou em lobo e correu para longe de mim.

Em vez de me levantar, simplesmente sentei no chão, aliviada por não ter mais que resistir a conexão.

Não era nada fácil...

Só de me lembrar do volume sob a calça que ele vestia, sua ereção constrita e o peito musculoso desnudo...

Não conseguia entender o que se passava em sua mente. Ele era o meu companheiro, não deveríamos estar apaixonados, agarrados um no outro, como reza a lenda sobre almas gêmeas?

Em meu clã, quando um membro encontrava o companheiro, era como se descobrisse a razão de viver. A felicidade era evidente nos olhos de ambos, amor a primeira vista. Lobos não resistem a natureza, se marcam e se unem o mais rápido possível, impossibilitados de manter distância.

Nunca ficam satisfeitos, sempre querem mais do toque, do cheiro, do gosto do seu ser especial.

Sonhei com isso a vida inteira, ouvindo histórias dos mais velhos, observando os apaixonados em suas demonstrações de afeto, torcendo para chegar logo a minha vez.

Infelizmente, meu pai tomou conhecimento, através dos aliados, da existência de grupos que sequestram Lunas de nascimento e ômegas e iniciou uma investigação por conta própria. A cada descoberta, mais paranoico ele ficava, ao ponto de me esconder a cada visitante, me dando beberagens que diminuíam a expressão da minha aura, para que eu crescesse incógnita.

Nosso clã era pequeno e humilde demais para enfrentar os possíveis vilões, caso soubessem o que eu era. E ele estava certo de que havia cidadãos importantes de Oniria envolvidos com os crimes.

Eu não podia nem mesmo participar dos bailes para encontrar o companheiro, meu pai dizia que a Grande Deusa o traria até mim, de um jeito ou de outro, sem que eu precisasse me arriscar.

Pelo visto, ele estava certo... Infelizmente, as circunstâncias em que a Deusa me trouxe o meu companheiro não foram as mais auspiciosas. Em meio a minha tristeza e solidão, rezo aos deuses que tudo se resolva da melhor maneira possível.

*****

ELE

Acordei assustado como nunca, saí da barraca por impulso, sem tempo para raciocinar sobre o que estava fazendo. Corri ao encontro dela.

Odessa.

Ela estava dormindo tranquilamente, encolhida diante do que havia sido uma fogueira. Seu traje humano amassado e empoeirado.

Eu devia tê-la deixado trazer algumas mudas de roupas. Dois dias no tempo, viajando em meio a intempéries, vestindo um simples trapo humano, ela merecia mais do que isso.

A conexão entre nós estava seguindo o seu curso, ao ponto de que a minha presença não alertou a sua loba, que continuava entregue ao sono.

Deve estar cansada, a minha fêmea. Eu ansiava por tocá-la, sentir o calor do seu corpo, mas precisava me manter forte. Uma Luna deve ser montada diante do clã, para a conexão com as fêmeas. Precisava segurar meus impulsos e aguardar.

Naquela mesma noite estaríamos em casa...

Arranquei uma pele de leopardo que estava quarando pendurado em uma árvore para cobri-la. O ar não estava frio, mas ela estava tão encolhida, frágil e inocente, que achei melhor aquecê-la.

Toquei o seu rosto, de leve, garantindo que ela estava bem e ali, e tudo foi só um pesadelo, ela não havia fugido com outro...

A deixei dormindo e dei ordem aos meus homens para levantar acampamento silenciosamente, para ela descansar o máximo possível, logo estaríamos em meu território.

Passem a mão pelos meus cabelos, as tranças começaram a se desfazer, e ouvi algo cair no chão. Quando me abaixei para pegar, notei que era uma das fitas cor de violeta.

Merda!

Minhas mãos tremeram ao pegar o objeto de volta, sujo da terra molhada pela chuva da noite anterior.

A cor dos olhos dela...

Eu não conseguia lembrar de seu rosto, melhor dizendo, eu não lembrei dela desde que vi a minha companheira pela primeira vez.

Fechei os meus olhos, angustiado, cheio de culpa.

Lídia...

Eu esqueci o rosto dela.

A voz suave que me encantou por tantos anos parecia um eco distante, agora disforme, sem vida...

- Algum problema, Alfa? - Zenir perguntou com a mão no meu ombro.

- Não sei se posso falar sobre o que está me atormentando agora, Beta.

- Eu posso ouvir, se precisar. Podemos conversar no limite do acampamento.

Eu concordei e caminhamos lado a lado.

- Não sei por onde começar, Zenir, sinto que a minha mente vai explodir...

- Comece pelo que for mais fácil, meu Alfa. Notei que está um pouco abalado desde que deixamos o território agregado. Tem alo a ver com a guerra?

- Não, nada tem a ver com a guerra. É que... não consigo lembrar do rosto dela. - A angústia no meu peito se intensificou.

- De quem? - Ele me encarou por alguns instantes e ergueu as sobrancelhas em compreensão. - Lídia?

Minha fera usou as garras para ferir o meu âmago, me odiando por lembrar da outra, da fêmea que ela desprezava.

- Eu a amo tanto, Zenir, mas, não posso mais sentir isso por ela, certo?

- Como assim, Alfa? Lídia é uma boa fêmea, forte e honrada, e tem o senhor no coração. Já procurou a sua companheira em todo canto e não a encontrou, não se culpe por criar sentimentos com outra enquanto a espera.

- A Luna de nascimento, ela é... Ela é minha. Lidia nunca foi minha... O que eu faço? - Me odiei pelo momento de fraqueza, mas estava emocionalmente abalado demais para me importar com o que ele pensaria de mim.

Meu Beta estacou, seus olhos ainda mais arregalados com a surpresa.

- Talvez, meu Alfa, com todo o respeito, devesse chamar a Luna pelo nome.

- Odessa... Não faz ideia do que o nome dela faz comigo, com a minha terceira forma. Como vou contar a ela sobre isso? Como vou me explica para Lídia que não posso mais amá-la?

O meu Beta estava com o rosto sério quando olhou para trás, onde a minha fêmea dormia tranquilamente, e ainda mais sisudo quando voltou a me encarar.

- Não deve explicação a outra fêmea com quem acasalava enquanto era solo. Se me permite a sinceridade, acho que deveria se preocupar mais com como vai se explicar para a Luna.

As palavras dele me fizeram prender a respiração, como se tivesse levado um tapa na cara. U não sabia o que dizer.

- Montamos outras fêmeas para nos divertir e aguardar a nossa alma gêmea, a sua está bem aí na sua frente, e é isso que importa. Ela te fez esquecer de Lidia até agora por uma razão, não deve tentar se prender ao passado quando está diante do seu futuro.

            
            

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