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As noites a bordo do Britannic eram silenciosas, exceto pelos sons suaves das ondas batendo contra o casco do navio. Em uma dessas noites, Amelia se sentou ao lado de Oliver, segurando sua mão enquanto ele descansava.
"Obrigado, Amelia," disse Oliver com a voz rouca. "Se não fosse por você, não sei se estaria vivo agora."
"Você é forte, Oliver," respondeu ela, apertando levemente sua mão. "E merece uma segunda chance. A guerra não deveria definir quem somos."
Com o tempo, Oliver começou a recuperar suas forças. Ele e Amelia passavam horas conversando sobre suas vidas antes da guerra. Oliver falava sobre sua infância na França, sua família e seus sonhos interrompidos pelo conflito. Amelia, por sua vez, compartilhava histórias de sua infância na Inglaterra, seu amor pela medicina e como se tornou enfermeira.
Essas conversas os aproximaram ainda mais. Eles descobriram que tinham muito em comum e que a guerra havia roubado de ambos algo precioso. No entanto, também encontraram consolo e esperança um no outro.
Em uma noite especial, Oliver conseguiu se levantar e caminhar um pouco pelo convés do navio, com a ajuda de Amelia. Sob o céu estrelado, eles sentaram juntos, contemplando a vastidão do mar.
"Sabe, Amelia," disse Oliver, olhando para as estrelas, "Nunca pensei que poderia encontrar alguém como você em meio a tanto caos. Você trouxe luz para minha vida."
Amelia sorriu e olhou para ele, sentindo seu coração se aquecer. "E você trouxe algo especial para minha vida também, Oliver."
Os dias se passaram, e a ligação entre eles se fortaleceu. Amelia continuou a cuidar de Oliver, e ele, por sua vez, tentava ajudá-la da maneira que podia, oferecendo apoio emocional e força.
A cada dia, a ligação entre os dois se fortalecia. Amelia admirava a coragem de Oliver, não apenas por desertar, mas por continuar lutando, mesmo que de uma maneira diferente. Oliver, por sua vez, encontrava em Amelia uma luz em meio à escuridão, uma razão para acreditar que ainda havia bondade no mundo.
Com a recuperação de Oliver progredindo, ele conseguiu passar mais tempo fora do compartimento escondido. Durante os intervalos, Amelia o levava para pequenas caminhadas pelo convés, onde poderiam apreciar a tranquilidade do mar e conversar sem interrupções.
Em um desses passeios, Oliver compartilhou uma lembrança dolorosa de sua infância na França. "Meu pai era um homem duro, sempre exigindo perfeição," disse ele, com um tom melancólico. "Eu nunca consegui atender às suas expectativas."
Amelia, ouvindo com atenção, respondeu com suavidade, "Você não precisa provar nada para ninguém, Oliver. Seu valor não depende da aprovação de outras pessoas."
Essas palavras tocaram o coração de Oliver, e ele percebeu que Amelia era diferente de qualquer outra pessoa que havia conhecido. Ela via além das cicatrizes físicas e emocionais, enxergando a verdadeira essência dele.
Enquanto o navio navegava pelas águas incertas da guerra, Amelia e Oliver formaram um vínculo inquebrável. Eles compartilhavam sonhos, medos e esperanças, encontrando consolo na presença um do outro.
Um dia, enquanto Amelia trocava os curativos de Oliver, ele segurou sua mão e disse, "Amelia, eu quero que saiba que, não importa o que aconteça, vou lembrar de você para sempre. Você é a razão pela qual estou lutando para sobreviver."
Amelia sentiu as lágrimas encherem seus olhos, mas manteve a compostura. "E eu também, Oliver. Vamos superar isso juntos.
Oliver se aproximou lentamente, olhando nos olhos de Amelia. "Amelia, eu te amo. Eu sei que isso pode parecer loucura, considerando tudo o que estamos passando, mas é a verdade. Eu te amo com todo meu coração."
As palavras de Oliver tocaram profundamente o coração de Amelia. Sem dizer uma palavra, ela se inclinou para mais perto dele, e seus lábios se encontraram em um beijo terno e cheio de emoção. Era como se o tempo parasse e todo o sofrimento da guerra desaparecesse por um breve momento.
Os dois se abraçaram, sentindo a força de seu amor em meio às incertezas da guerra. Eles sabiam que o futuro era incerto, mas estavam determinados a enfrentar qualquer desafio juntos.
Cada momento junto era uma bênção, e ambos sabiam que o tempo era precioso. Eles começaram a sonhar com um futuro além da guerra, onde pudessem construir uma vida juntos.
Em uma noite estrelada, enquanto estavam sentados no convés do navio, Oliver olhou para Amelia com um sorriso sincero. "Amelia, eu sei que nossa situação é complicada, mas eu não consigo imaginar minha vida sem você. Quando tudo isso acabar, quero passar o resto da minha vida ao seu lado."
Amelia sentiu seu coração se encher de alegria e esperança. "Eu sinto o mesmo, Oliver. Quero construir um futuro com você, longe de toda essa dor e sofrimento."
Eles passaram horas sonhando e fazendo planos. Imaginavam uma pequena casa em um lugar tranquilo, onde poderiam viver em paz. Oliver falava sobre sua cidade natal na França, onde poderiam começar uma nova vida, e Amelia compartilhava suas memórias de infância na Inglaterra, sonhando em retornar para um lugar onde pudessem ser felizes.
"Eu sei que será difícil, mas acredito que podemos superar qualquer coisa juntos," disse Oliver, segurando a mão de Amelia. "Eu quero me casar com você, Amelia. Quero que sejamos marido e mulher, e que possamos enfrentar o futuro como uma família."
Amelia sentiu lágrimas de felicidade escorrerem pelo seu rosto. "Eu também quero isso, Oliver. Quero ser sua esposa e construir uma vida ao seu lado. Prometo que faremos isso acontecer."
Os dias se passaram, e enquanto Amelia cuidava dos feridos a bordo do Britannic, ela e Oliver continuavam a fazer planos para o futuro. Eles sonhavam com um casamento simples e íntimo, cercado por amigos e familiares, onde poderiam celebrar seu amor e compromisso.
"Vamos plantar um jardim juntos," disse Amelia, com um sorriso esperançoso. "E teremos um balanço no quintal, onde poderemos sentar e ver o pôr do sol."
Oliver concordou, sentindo-se mais determinado do que nunca. "E vamos ter filhos, Amelia. Vamos dar a eles a vida que sempre sonhamos, cheia de amor e felicidade."
Mas a guerra não era misericordiosa. Cada momento era precioso e que a qualquer instante poderiam ser separados pelo destino cruel da guerra.