Sou o Don da máfia Zion Triad, porém a minha identidade é secreta. Todos sabem do "Don", poucos sabem que sou eu.
Faço tudo por trás dos panos, e quem aparece são meus dois soldados de confiança, que atuam como agentes, para não serem expostos em Israel ou países onde preciso de cobertura. Mas hoje foi diferente.
Fui pessoalmente atrás dela, a Maryam, porém não saiu do jeito que programei, apesar de todo esforço, ela me rejeitou, me fez sentir um idiota na frente dos meus subordinados.
Outra vez fui rejeitado, me odeio por isso. Da outra vez até deixei passar, porque a mulher que escolhi amava outro, mas dessa vez as coisas serão diferentes.
Despejei toda minha ira no móvel da copa. Em seguida, Sara, uma dos meus soldados se ofereceu para limpar o sangue da minha mão....
Encostado em uma cadeira giratória, ela observa o que destruí do móvel sob medida e respiro pesadamente ao vê-la me olhando.
- Don... Isso não está certo. É apenas outra mulher que você ajuda. Por que diabos está prendendo a moça aqui?
- Não é da sua conta, Sara.
- Finalmente encontrou a mulher que procurava, não é? Só que ela parece diferente do que descreveu - olhei para a minha soldado.
- Ela não faz ideia quem sou - me servi de uma bebida e Sara já se aproveitou, colocando as mãos nos meus ombros - Me solta, caralho!
- Sei que está tenso. Só quis ajudar.
- Ajuda mais se calar a boca.
- Nossa... A moça te chamou a atenção. Melhor não mexer com você hoje.
Não respondi, apenas entreguei o copo a ela. Sara me serviu outra bebida e estava saindo quando sussurrei:
- Eu não vou deixá-la ir, Sara - ela virou olhando pra mim e balançou a cabeça.
- Don, olha... Você pode ter a mulher que quiser. Vai estragar o seu legado de uma vida inteira por causa de uma mulher? Não vale a pena. Todas são libertas. Porque ela não? - peguei um cigarro e acendi.
- Ela não tem ninguém. Já tentou viver sozinha antes, sempre a encontram, é só questão de tempo.
- Nós dois sabemos a verdade. Você quer a moça, não é? - segurei o copo com raiva e ataquei na direção da Sara, acertando a porta.
- Some daqui.
Ela saiu e cuidadosamente segurei outro copo e voltei a beber.
Minutos depois, Yulssef, meu Consigliere entrou de repente.
- Ela fugiu senhor... - fechei os olhos e abri novamente.
- Como fugiu? Que porra é essa? - levantei imediatamente.
- Será facilmente encontrada andando sozinha numa rua como essa. É longe do centro, sem iluminação. Vai atrás dela, Don? - apertei o copo com força entre os dedos e senti meus dentes apertados um contra o outro.
- Não.
- Não? Então a deixará ir?
- Também não. Quero que a siga. Não deixe que perceba sua presença e me mantenha informado. Ela precisa entender que fora daqui corre perigo.
- Irá puní-la...
- Acontece que ainda não se deu conta de nada. Saiu pra rua como se desse conta de se defender. Como se conseguisse fazer qualquer porra que a deixasse segura! - empurrei a mesa - Vá Yulssef, sabe o que fazer. Vou olhar através das câmeras e descobrir quem a ajudou nessa merda!
Assim que Yulssef saiu, puxei as imagens. Claro que foi a Raquel. Apertei a mesa, pressionando o Notebook, mas antes de resolver a situação, eu vi as imagens externas. Lá estava ela.
Maryam parecia um bicho acoado, arriscando sua vida enquanto o idiota aqui preparava jantar, quarto confortável e lhe oferecia tanto.
Minha respiração ficou péssima. Acompanhei cada passo dela através das imagens que iriam até o centro comercial.
Quando vi que um carro parou ao seu redor meu sangue ferveu. Ela andava a passos de tartaruga a merda estava feita.
- Ah, porra! - saí do escritório apressado. Passei por Raquel.
- Don, está tudo bem? - apontei a arma pra ela.
- Vá pro inferno, Raquel! Suma da minha frente. Vá para o diabo que te carregue, e não volte a atravessar meu caminho, ou te mato - ela correu assustada. Lidaria com isso depois.
Vi que Yulssef já havia ido. Peguei a Lamborghini vermelha e dirigi mais rápido que a luz.
- Ah, merda! - desci metendo o pânico, e dei um tiro na mão do maldito que havia levantado a mão pra ela - Quem quer morrer primeiro?