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Capítulo 7 – Rumo ao Desconhecido
A respiração ficou pesada, densa, como se o ar tivesse sido retirado de uma maneira quase cruel. O som dos saltos de Amélie, agora misturado com a presença imponente de Damian, ecoava em minha mente, criando uma sinfonia que preenchia todos os espaços vazios dentro de mim. Eu estava cega, mas de alguma forma, mais consciente do que nunca. Cada movimento, cada toque, cada suspiro que vinha de ambos parecia ser uma provocação direta ao meu ser.
Damian estava ali, observando, mas suas mãos sobre meu pulso pareciam dizer algo mais. Ele não estava apenas presente fisicamente; ele estava invadindo cada canto da minha mente, cada pedaço da minha sanidade. A sensação de ser observada por ele, de ser desejada, de ser tocada tão levemente e ao mesmo tempo com tanta possessividade... tudo isso era intoxicante.
- Responda. - a voz de Damian foi baixa, mas firme. Sua proximidade me fez estremecer, como se eu pudesse sentir sua essência penetrando minha pele, tomando conta de tudo. - Você está pronta para ir além?
Eu não sabia o que ele queria dizer com aquilo. Mas eu sabia, com uma clareza inesperada, que minha vida estava prestes a mudar para sempre. Que esta não era apenas uma questão de prazer físico, mas algo muito mais profundo, mais assustador e mais irresistível.
Amélie se afastou de mim, e eu senti o vazio em seu lugar. Mas, em seguida, a sensação de Damian se intensificou ainda mais, como se ele fosse a última linha de defesa entre o que eu era e o que estava prestes a me tornar. Eu estava prestes a cruzar uma linha, a abraçar algo que me fazia tremer, mas ao mesmo tempo, me atraía com uma força irresistível.
- Você confia em mim? - a pergunta de Damian veio como uma espada afiada, cortando a escuridão que me envolvia.
Confiança. O que significava confiar, quando você não conseguia ver, quando não sabia o que viria a seguir? Mas, em alguma parte de mim, eu sabia que a resposta era sim. Eu confiava, mesmo sem saber em quê. A dor que me invadia, a tensão, o medo... tudo isso era apenas uma ilusão. A verdade era que eu desejava aquilo, desejava o desconhecido, desejava ser levada para onde ele queria me levar.
Minha respiração se acelerou ainda mais, e o calor em meu corpo se espalhou como fogo. Eu estava pronta, não para a dor, mas para a entrega. A entrega não apenas ao toque físico, mas ao controle que ele parecia ter sobre mim, sobre minha mente, sobre tudo o que eu pensava que era.
- Sim. - A palavra saiu baixa, quase imperceptível, mas cheia de uma certeza que até eu mesma me surpreendi.
Havia algo em sua presença que me fazia sentir segura. Talvez fosse a promessa de algo novo, de algo que eu nunca havia experimentado, de algo que me desafiaria e me faria crescer de maneiras que eu nem ao menos imaginava.
Damian moveu-se com graça, um movimento suave que eu senti mesmo sem ver. O som de sua respiração ficou mais próximo, mais íntimo, até que ele tocou meu pescoço com seus lábios. O calor de sua boca foi como uma chama que incendiou meu corpo, uma chama que se espalhou rapidamente, envolvendo cada célula, cada pedaço de mim.
A sensação de seus dedos deslizando pela minha pele fez meu corpo se arquear involuntariamente, buscando mais. A tensão entre nós era palpável, carregada de algo que eu não sabia identificar, mas que me consumia de dentro para fora.
- Não tenha medo. - Ele sussurrou, como se tivesse lido meus pensamentos mais íntimos.
Mas eu não estava com medo. Eu estava... entregue. A sensação de sua mão agora deslizando pela minha cintura me fez sentir como se estivesse em um outro lugar, em um espaço onde nada mais importava além dele. Eu estava em uma linha tênue entre o que era e o que eu desejava ser.
Damian continuava a me guiar, seus toques se tornando mais intensos, mais exploratórios. Eu podia sentir seu poder, não apenas sobre meu corpo, mas sobre minha mente. Cada movimento parecia ser uma forma de me transformar, de me moldar à sua vontade, à sua necessidade.
Eu nunca soubera que havia tanto poder em me entregar. Em deixar que a outra pessoa tomasse as rédeas de tudo. Algo que sempre temia agora se tornava algo que eu ansiava. Eu ansiava pela perda de controle, por me abandonar completamente.
Amélie, com sua presença silenciosa, parecia ser a ponte entre os dois mundos. Ela era uma observadora, mas ao mesmo tempo, ela era o início de tudo, a primeira chama que acendeu a fogueira dentro de mim. Era ela quem havia me mostrado este caminho, mas agora era Damian quem me guiava.
Ele se afastou de mim por um momento, e eu senti um vazio, uma sensação de perda instantânea. Mas logo ele voltou, seus dedos encontrando novamente minha pele. Desta vez, ele não hesitou. Ele me puxou para mais perto dele, seus lábios tocando os meus com uma intensidade que me fez perder qualquer noção de tempo ou espaço.
E naquele beijo, naquele momento em que nossos corpos se encontraram de forma inevitável, eu soube. Eu soubera o tempo todo, mas agora era claro. Eu estava indo além. E não havia como voltar.
O que quer que fosse, o que quer que acontecesse, eu estava pronta para mergulhar.