PROIBIDA PARA O MAFIOSO: VOLUME II
img img PROIBIDA PARA O MAFIOSO: VOLUME II img Capítulo 4 Mudança de planos
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Capítulo 6 Encontraram ela. img
Capítulo 7 Tudo sob controle img
Capítulo 8 Sem pressa img
Capítulo 9 Variável img
Capítulo 10 reality show img
Capítulo 11 imprevisto img
Capítulo 12 ADAM SCOTT img
Capítulo 13 Adam Scott img
Capítulo 14 ADAM SCOTT img
Capítulo 15 SAMANTHA img
Capítulo 16 SAMANTHA img
Capítulo 17 Como foi a noite img
Capítulo 18 Isso não responde minha pergunta img
Capítulo 19 Não era um porão. img
Capítulo 20 Don Miguel Mancini img
Capítulo 21 Ainda estava naquele maldito quarto. img
Capítulo 22 Não img
Capítulo 23 O que você quer, hein img
Capítulo 24 Mais um dia img
Capítulo 25 DANTE MANCUSO img
Capítulo 26 DANTE MANCUSO img
Capítulo 27 DANTE MANCUSO img
Capítulo 28 DANTE MANCUSO img
Capítulo 29 DANTE MANCUSO img
Capítulo 30 DANTE MANCUSO img
Capítulo 31 DANTE MANCUSO img
Capítulo 32 DANTE MANCUSO img
Capítulo 33 DANTE MANCUSO img
Capítulo 34 DANTE MANCUSO img
Capítulo 35 Don Antônio Contini img
Capítulo 36 Dante Mancuso img
Capítulo 37 CATARINA PIROMALLI img
Capítulo 38 CATARINA PIROMALLI img
Capítulo 39 CATARINA PIROMALLI img
Capítulo 40 CATARINA PIROMALLI img
Capítulo 41 DANTE MANCUSO img
Capítulo 42 CATARINA PIROMALLI img
Capítulo 43 DANTE MANCUSO img
Capítulo 44 CATARINA PIROMALLI img
Capítulo 45 CATARINA PIROMALLI img
Capítulo 46 CATRINA PIROMALLI img
Capítulo 47 DANTE MANCUSO img
Capítulo 48 CATARINA PIROMALLI img
Capítulo 49 DANTE MANCUSO img
Capítulo 50 CATARINA PIROMALLI img
Capítulo 51 CATARINA PIROMALLI img
Capítulo 52 DANTE MANCUSO img
Capítulo 53 DANTE MANCUSO img
Capítulo 54 DANTE MANCUSO img
Capítulo 55 DANTE MANCUSO img
Capítulo 56 CATARINA PIROMALLI img
Capítulo 57 CATARINA PIROMALLI img
Capítulo 58 CATARINA PIROMALLI img
Capítulo 59 DANTE MANCUSO img
Capítulo 60 DANTE MANCUSO img
Capítulo 61 DANTE MANCUSO img
Capítulo 62 CATARINA PIROMALLI img
Capítulo 63 DANTE MANCUSO img
Capítulo 64 DANTE MANCUSO img
Capítulo 65 DANTE MANCUSO img
Capítulo 66 CATARINA PIROMALLI img
Capítulo 67 CATARINA PIROMALLI img
Capítulo 68 DANTE MANCUSO img
Capítulo 69 DANTE MANCUSO img
Capítulo 70 DANTE MANCUSO img
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Capítulo 4 Mudança de planos

O telefone tocou, seco e direto. Atendi no primeiro toque.

- Mudança de planos. Ela vai sair pela lateral. Sigam.

Fechei os olhos por um segundo e inspirei. A voz do outro lado da linha era certeira, sem margem para dúvida. Fiz um leve sinal com a cabeça, e o homem de terno preto ao meu lado passou as novas coordenadas para os demais. A equipe já estava posicionada em pontos estratégicos no aeroporto de Teterboro, e as câmeras - todas hackeadas com perfeição - exibiam as imagens em tempo real.

O rosto dela apareceu em uma das telas, de perfil, andando devagar, com a mão repousando sobre a barriga.

Catarina.

Não a via assim há meses. Não desde... Desde que tudo explodiu. Desde a traição. Desde a morte de Luca e de nosso pai. Mas ali estava ela, andando como se o mundo não estivesse desmoronando ao seu redor. Como se não tivesse sangue nas mãos.

- Já conseguiram recuperar as imagens do prédio de onde ela saiu? - perguntei ao capanga à esquerda, sem desviar os olhos das telas.

- Estamos tentando, Don Mancuso. O sistema de segurança é reforçado, difícil de invadir.

Soltei o ar pesadamente pelo nariz. Não gostava de desculpas. Muito menos quando envolviam ela.

- Consiga-as logo. Precisamos saber o que ela foi fazer ali.

Então uma voz familiar ecoou ao fundo.

- Não precisa ser gênio. É só olhar para a barriga dela, está mais do que explicado o que foi fazer nesse prédio.

Me virei devagar. Massimo. Claro.

- O que você está fazendo aqui? - perguntei, mantendo a voz sob controle.

Ele ignorou a minha pergunta.

- Don Miguel mandou te chamar.

- Diga a ele que já estou indo. - Respondi, firme. - Só preciso saber para onde Catarina está indo.

- Agora, Dante. - disse ele, cortando minha linha de raciocínio.

Meus dentes rangeram. Eu queria mandá-lo à merda. Queria mandar Don Miguel à merda. Mas não podia. O acordo ainda era recente, frágil. Ele me fez o novo Don da família Mancuso. e pelo bem do que restou da família Mancuso, de Massimo e Matteo, eu engolia meu orgulho diariamente.

- Tudo bem - murmurei.

Seguimos juntos até o escritório de Don Miguel. À porta, me detive e falei baixo, encarando meu irmão.

- Preciso te pedir uma coisa.

Massimo arqueou uma sobrancelha, desconfiado.

- O quê?

- Não conte o que viu nas imagens.

Ele franziu a testa, confuso.

- Depois de tudo o que essa mulher fez com a gente... Você ainda quer protegê-la? Qual é o seu problema, Dante?

- Não estou protegendo ninguém. - menti. - Só não quero dar uma pista errada. Vai saber o que um pequeno detalhe mal interpretado pode custar pra gente.

Massimo revirou os olhos, mas não disse mais nada, apenas entrou. Eu o segui.

Don Miguel estava sentado à sua mesa. Um homem de meia-idade com uma cicatriz profunda cortando o lado direito do rosto. Fumava um charuto como se estivesse à beira de um final de tarde ensolarado e não liderando uma das organizações criminosas mais letais da Europa.

- Don Miguel - disse, fazendo um leve aceno. - Pediu para nos ver?

Ele soltou a fumaça devagar, os olhos se fixando nos nossos.

- Pedi. Quero saber como estão as coisas. Já encontraram a cadela da Camorra?

- Estamos analisando as imagens - respondi, rápido.

- Ela está em Nova York - completou Massimo, antes que eu pudesse impedi-lo.

Don Miguel arqueou uma sobrancelha.

- É mesmo? Onde?

Olhei de canto para Massimo, tentando avisar, mas ele ignorou o sinal.

- No aeroporto. Está tentando sair da cidade, mas o mau tempo impediu. Antes disso, foi vista saindo de um prédio cheio de clínicas.

- Clínicas?

- Médicas - Massimo enfatizou, mirando direto o Don. - Inclusive, obstetra.

Senti meu sangue ferver. Interrompi:

- Ainda não temos confirmação disso. São apenas suposições.

- A localização sugere uma obstetra. - insistiu Massimo.

- Chega, Massimo. - rosnei.

- Mas suposições embasadas. A postura dela, o jeito que caminha, a mão sempre na barriga...

- Massimo, chega - interrompi. - Está falando demais.

- Don Miguel precisa saber. Ela deve estar de pelo menos sete meses.

- Chega! Agora você está chutando.

- CALADOS! - Don Miguel ergueu a voz. O silêncio caiu como um trovão.

Ele respirou fundo, lentamente, e voltou os olhos para Massimo.

- Massimo - disse ele, calmamente. - Fale.

- Pelas imagens... Catarina está grávida.

Fiquei imóvel. Por dentro, meu sangue fervia. Por fora, permaneci frio.

Don Miguel se encostou na cadeira.

- Grávida?

- É só achismo. - disse, tentando recuperar o controle. - Ela está usando isso como disfarce. Já vi esse truque antes, em Moscou. Grávida, ferida, indefesa... Ela sabe manipular. Isso não é uma gravidez de verdade.

Don Miguel tragou mais uma vez, pensativo.

- Por que usaria esse disfarce agora?

- Para ganhar tempo. Para confundir. Se fosse capturada, alguém poderia hesitar em atingi-la.

Don Miguel parecia dividido.

- Hm... - Ele se levantou. - Vamos ver as imagens. Quero confirmar com meus próprios olhos.

Caminhamos juntos de volta à sala de monitoramento. Quando entramos, as telas foram ajustadas. A imagem de Catarina preencheu todos os monitores: ela se levantando da poltrona do lounge, a mão em concha sobre a barriga saliente. O rosto sereno, quase... materno.

Don Miguel observava.

Massimo observava.

E eu...

Eu também.

Mas meu olhar era outro.

Amor.

Rancor.

Desejo.

Medo.

Ela matou meu irmão, Luca. Entregou meu pai a morte.

E ainda assim... ainda assim...

Don Miguel observou em silêncio.

- Massimo estava certo. Ela está grávida

- Eu discordo. - insisti.

- Aquilo é uma barriga enorme, Dante. Ou é um verme quilométrico, ou é um bebê.

- Com o devido respeito - insisti - é um disfarce. Uma armadilha.

Don Miguel me analisou.

- E por que a vadia usaria um disfarce de grávida?

- Para nos manipular. Para jogar com nossas emoções. Para termos pena dela.

Don Miguel pensou. Muito. Ele virou-se para Massimo.

- E se não for disfarce? - murmurou. - Massimo, alguma ideia de quem pode ser o pai?

Meu estômago virou.

- Sim. - disse Massimo, a voz firme.

- Quem? - perguntou Don Miguel, já encarando diretamente a mim.

- Adam Scott. - disse Massimo.

- Quem? - Don Miguel franziu o cenho.

- O noivo dela. - explicou.

- Isso é um absurdo. - retruquei.- Ele não era noivo dela!

- Ele tinha um anel. - insistiu Massimo. - E praticamente moravam juntos. Se Catarina está grávida, é dele.

- Eles terminaram há meses. - falei entre os dentes. - E monitoramos Adam. Catarina não fez contato até hoje.

Don Miguel cruzou os braços, olhando de mim para Massimo.

- Faz mais sentido o que Massimo diz. Talvez você, Dante, não conheça Catarina tão bem quanto acha que conhece.

As palavras dele me feriram mais do que eu gostaria de admitir.

- Com todo respeito, Don Miguel. Isso é um erro. Estamos caindo numa armadilha. De novo.

Don Miguel se aproximou, os olhos escuros cravados nos meus.

- Como todas as outras vezes, você quer dizer? Quando confiamos em você... e perdemos?

Engoli seco. O gosto amargo da culpa na garganta.

- Don Miguel, eu conheço Catarina melhor do que qualquer um. Sei quando ela está armando. Essa suposta gravidez é uma isca. Mas se o senhor duvida... eu posso provar.

- Como?

- Deixe-me ir até Nova York. Eu mesmo trago Catarina. E o senhor poderá dar o fim que ela merece.

- Agradeço a oferta, mas não. Desta vez, agiremos diferente. Quero todos os homens em Nova York. Vasculhem a cidade inteira.

Deu um passo à frente.

- E se não encontrarmos a vadia... usaremos o tal Adam como isca. Vamos ver até onde ela vai pelo pai do filho dela.

Meu peito se apertou.

- Está cometendo um erro.

- Está cometendo um erro. - murmurei.

Mas ele já se retirava, em silêncio. Voltei-me para Massimo, tomado pela fúria. Agarrei-o pelo colarinho do terno e o empurrei contra a parede.

- Você ferrou tudo!

- Você é quem está protegendo ela! - ele retrucou, empurrando minhas mãos. - Até quando vai fingir?

- Não estou protegendo a Catarina. Estou protegendo você! Matteo! Se isso der errado, um o Adam morre. E aí? Vai ser você o responsável?

Massimo me empurrou.

- Essas são as consequências da guerra que ela começou! Está mais do que na hora dela perder alguém. E se for o idiota do Adam... azar o dele.

Minha mão tremeu de raiva, mas soltei o colarinho dele. Virei as costas e saí da sala sem dizer uma palavra.

O corredor parecia mais longo do que nunca.

Cada passo ecoava dentro de mim.

Se ela estivesse grávida...

Aquele filho não era de Adam.

Era meu.

E se fosse meu...

Então o mundo inteiro estava prestes a sangrar.

E eu com ele.

            
            

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