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Paola sentiu o ar pesar mais a cada palavra que saía da sua boca. Ela estava arriscando tudo, mas a raiva e a desesperança eram mais fortes do que qualquer lógica. Ela se via diante de Enrico, que parecia um monstro frio de ferro, e não sabia mais o que fazer. Sua mente fervia com a ideia de fugir, de encontrar uma saída, mas ela precisava de uma brecha, e ele era a única possibilidade de isso acontecer.
- Você também não quer casar, Enrico. - Paola disse, com a voz tensa, os olhos fixos nele. - Você podia me ajudar a fugir. E então você poderia se casar com a minha irmã. Ela é muito mais bonita do que eu, é submissa e obediente. Ela é o tipo de esposa perfeita pra você. Eu... eu não sou o que você espera.
Ela parou, o coração batendo rápido. Mas as palavras saíram sem controle, como se, ao dizer aquilo, algo dentro dela quebrasse, algo que ela não queria admitir, mas que estava ali. Ela já estava presa de alguma forma, mesmo que fugisse.
Enrico, em um movimento lento e calculado, se aproximou mais, os olhos fixos nela, como se estivesse avaliando cada centímetro de sua expressão. Ele sorriu de maneira enigmática, o que fez Paola estremecer, embora ela tentasse não demonstrar. Ela não sabia o que ele pensava, mas sabia que estava jogando um jogo perigoso.
- Você está me oferecendo sua irmã, Paola? - ele perguntou, a voz baixa, mas o tom desafiador estava lá. - Sério? Eu poderia, mas... eu não quero sua irmã.
Paola ergueu as sobrancelhas, confusa. Ele a olhou com um sorriso sutil, mas foi o que ele disse em seguida que a pegou de surpresa.
- Eu quero você. Agora. Você vai ser um desafio, e eu gosto de desafios.
Paola sentiu as palavras dele como uma lâmina fria, cortando o ar entre eles. Seu coração acelerou, mas não de um jeito que ela pudesse entender completamente. Raiva e algo mais, uma sensação que ela não queria admitir, se misturaram dentro dela.
- Não... você não pode... - ela tentou reagir, sua voz quase falhando.
Enrico riu baixinho, quase como se estivesse se divertindo com a confusão dela.
- Eu posso, Paola. E vou fazer de você algo que você nunca imaginou. Não me interessa a sua fuga. O que me interessa é o desafio que você representa. Eu vejo o que você tenta esconder... sua vontade de liberdade, sua raiva. E é isso que me atrai. Você não vai me escapar tão facilmente.
Paola sentiu um frio percorrer sua espinha, mas ao mesmo tempo, havia algo dentro dela que se acendeu. Era o que ela temia. Enrico não era só o homem com quem ela seria forçada a se casar, ele se tornava algo mais complexo, algo que fazia seu corpo reagir de formas que ela não queria entender. Ele sabia como provocar.
Ela deu um passo para trás, mas as palavras dele ecoavam em sua mente, e sua resistência estava começando a vacilar.
- Eu... não sou como sua esposa ideal, Enrico. Não sou uma submissa que você pode controlar. - Ela disse, tentando firmar a voz.
Enrico a observou, um olhar calculista nos olhos, como se estivesse analisando cada reação dela.
- E é isso que me atrai, Paola. Você será difícil de dominar, e é isso que eu gosto. Porque, no fim, vou fazer você entender que pode ser minha. Que, mesmo rebelde, você vai acabar se entregando.
Paola o encarou, o corpo tenso, mas no fundo, havia um impulso perigoso, um misto de revolta e algo mais que ela não sabia identificar.
- Não... - ela sussurrou, a voz mais fraca do que ela gostaria de admitir.
Mas Enrico já havia dado o passo definitivo, seu olhar nunca deixando o dela. Ele sabia que ela estava jogando com fogo, e agora ele estava decidido a acender essa chama, a fazer ela se render.
E Paola, por mais que tentasse se afastar, sabia que ele tinha razão. Não havia volta. Algo dentro dela estava começando a ceder.
Enrico se aproximou mais, seu olhar penetrante fixado em Paola. Ele não parecia mais o homem indiferente e distante que ela conhecera, mas algo muito mais perigoso. A frieza em sua voz era carregada de uma autoridade que Paola sentiu como um golpe.
- Eu fui criado para ter uma mulher submissa ao meu lado, Paola - disse ele, a voz baixa e firme. - Uma mulher que saiba qual é o seu lugar. Mas vejo que o seu pai não lhe ensinou como ser submissa ao marido. Então, será meu trabalho fazer isso.
Paola sentiu a raiva crescer dentro de si, mas algo em seu peito parecia apertar. Ele estava desafiando tudo o que ela acreditava, mas ao mesmo tempo, ela não podia deixar de sentir a intensidade do controle que ele estava tentando impor sobre ela. Algo nela queria resistir, mas ele estava começando a mexer com suas emoções de uma forma que ela não esperava.
- Você não me conhece - Paola respondeu, tentando manter a voz firme, mas havia uma leve tremedeira em suas palavras. - Eu não sou sua propriedade. Não sou uma mulher que vai se dobrar à sua vontade.
Enrico sorriu com uma calma quase assustadora, como se as palavras dela não tivessem efeito algum sobre ele.
- Você acha que pode lutar contra isso? - ele perguntou, a voz carregada de ceticismo. - Paola, você não tem ideia do que está dizendo. Eu vou te ensinar o que significa ser submissa ao seu marido. E, no final, você vai perceber que isso não é apenas o seu destino, mas o que você realmente deseja.
Ela deu um passo para trás, seu corpo tenso com a frustração e a raiva que se acumulavam. Como ele podia ser tão... arrogante? Como ele podia ver tudo dessa maneira, sem entender que ela queria ser livre, viver sem essas correntes de expectativas e regras?
- Eu nunca serei a mulher que você quer que eu seja - Paola disse, com mais força, o olhar desafiador.
Enrico a observou por um longo momento, o sorriso ainda lá, mas agora com um toque de diversão cruel.
- Você vai ser, Paola. Porque não há outra escolha. Quando você perceber que lutar contra mim só vai te desgastar, você vai finalmente aceitar o que é natural. E nesse momento, vai ser muito mais fácil para nós dois.
Paola sentiu um frio percorrer sua espinha. Ele falava com tanta certeza, com tanta frieza, que parecia inevitável. Como se ele já tivesse planejado cada passo, como se ela já estivesse perdida antes mesmo de começar.
- Eu não vou me submeter - ela afirmou, mais para si mesma do que para ele, tentando manter um pouco da sua dignidade.
Enrico deu um passo mais perto, agora tão próximo que ela podia sentir a intensidade da sua presença. Seu olhar era implacável, e Paola sentiu a pressão aumentar a cada palavra que ele dizia.
- Você vai, Paola. O que você não entende ainda é que a submissão não é sobre fraqueza, mas sobre entrega. Você vai descobrir isso por si mesma. Não é sobre o que eu quero. É sobre o que você vai querer, quando perceber que essa luta não vale a pena.
As palavras dele ressoaram em sua mente, e embora Paola tentasse resistir, ela sentiu que ele estava começando a quebrar as barreiras dentro dela. Ele estava jogando um jogo de controle psicológico, e Paola começava a perceber que essa batalha não seria apenas de corpos, mas de mentes.