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O quarto estava em meia-luz, as cortinas fechadas abafavam o calor da tarde, mas não conseguiam conter a tensão que pairava no ar. Paola andava de um lado para o outro, os pés descalços mal faziam barulho contra o piso de madeira, mas seus passos eram frenéticos, desesperados.
- Eu não posso fazer isso, Viola! - Paola sussurrou, como se as paredes pudessem ouvir. Seus olhos brilhavam de lágrimas contidas. - Faltam só duas semanas... duas semanas para eu ser entregue a um homem que eu nem conheço!
Sentada na beirada da cama, abraçava um travesseiro contra o peito. A irmã mais nova era seu único consolo naquela casa que mais parecia uma prisão.
- Talvez ele não seja tão ruim assim - arriscou Viola a voz fraca.
Paola soltou uma risada amarga, passando as mãos pelos cabelos.
- Não seja tão ruim? - repetiu, incrédula. - Você já ouviu as histórias, Viola! Dizem que ele é frio como gelo, que o coração dele é feito de pedra... Que ele é impiedoso até com a própria família!
Ela parou diante da janela, puxando a cortina de leve para espiar o jardim vazio, como se pudesse encontrar uma saída escondida lá fora.
- Eu não posso viver ao lado de alguém assim - sua voz quebrou. - Não posso ser apenas uma sombra na vida de Enrico Genovese. Eu quero estudar, viajar, ser livre... Não ser acorrentada a um casamento sem amor, sem escolha!
Viola se levantou e abraçou Paola por trás, apertando-a como se pudesse protegê-la de tudo.
- Nós vamos encontrar um jeito, Paola - prometeu, embora nem ela mesma acreditasse. - Você não está sozinha.
Por um momento, Paola fechou os olhos e deixou-se ficar ali, no único lugar que ainda parecia seguro: nos braços da irmã.
Mas no fundo, sabia que o tempo estava contra ela - e que a liberdade que tanto desejava estava cada vez mais distante.
O quarto estava em meia-luz, as cortinas fechadas abafavam o calor da tarde, mas não conseguiam conter a tensão que pairava no ar. Paola andava de um lado para o outro, os pés descalços mal faziam barulho contra o piso de madeira, mas seus passos eram frenéticos, desesperados.
- Eu não posso fazer isso,Viola ! - Paola sussurrou, como se as paredes pudessem ouvir. Seus olhos brilhavam de lágrimas contidas. - Faltam só duas semanas... duas semanas para eu ser entregue a um homem que eu nem conheço!
Paola, sentada na beirada da cama, abraçava um travesseiro contra o peito. A irmã mais nova era seu único consolo naquela casa que mais parecia uma prisão.
- Talvez ele não seja tão ruim assim - arriscou Viola, a voz fraca.
Paola soltou uma risada amarga, passando as mãos pelos cabelos.
- Não seja tão ruim? - repetiu, incrédula. - Você já ouviu as histórias, Viola ! Dizem que ele é frio como gelo, que o coração dele é feito de pedra... Que ele é impiedoso até com a própria família!
Ela parou diante da janela, puxando a cortina de leve para espiar o jardim vazio, como se pudesse encontrar uma saída escondida lá fora.
- Eu não posso viver ao lado de alguém assim - sua voz quebrou. - Não posso ser apenas uma sombra na vida de Enrico Genovese. Eu quero estudar, viajar, ser livre... Não ser acorrentada a um casamento sem amor, sem escolha!
Viola se levantou e abraçou Paola por trás, apertando-a como se pudesse protegê-la de tudo.
- Nós vamos encontrar um jeito, Paola - prometeu, embora nem ela mesma acreditasse. - Você não está sozinha.
Por um momento, Paola fechou os olhos e deixou-se ficar ali, no único lugar que ainda parecia seguro: nos braços da irmã.
Mas no fundo, sabia que o tempo estava contra ela - e que a liberdade que tanto desejava estava cada vez mais distante.
- Era para você se casar com aquele homem, Viola, e não eu! - Paola explodiu, a voz embargada pela raiva e pelo desespero. - Você é quem sonha com casamento, com filhos, com essa vida... esse nunca foi o meu sonho! Não é o meu desejo!
Ela gesticulava com as mãos, o coração batendo rápido. - Você seria a esposa perfeita! Obediente, delicada... Você bem que podia casar no meu lugar.
Viola, encostada na cabeceira da cama, sorriu tímida, os olhos brilhando com uma esperança impossível.
- Realmente é o meu sonho - admitiu ela, baixinho. - Eu nem sei como ficaria se ele quisesse se casar comigo... - suspirou, com um brilho sonhador no olhar. - Imagina só... eu, esposa do Enrico Genovese. Um homem tão poderoso... sem falar na beleza dele.
Paola bufou, cruzando os braços com força.
- Infelizmente, é você quem vai casar com ele, irmã - continuou Viola, com um certo pesar. - Você vai ter que aceitar isso. Vai ter que ser uma boa esposa... obediente e submissa.
Paola se virou de repente, os olhos faiscando.
- Eu nunca vou ser submissa! - afirmou, a voz firme como nunca. - Se ele quer se casar comigo, ele vai ter que me aceitar do jeito que eu sou. Ou então que tenha coragem de romper esse maldito acordo!
O silêncio que se seguiu foi pesado. Do lado de fora, o céu começava a escurecer, como se o mundo inteiro estivesse em luto pelos sonhos que Paola via se desfazer.
- E se você se casasse no meu lugar, irmã? - Paola disse de repente, a voz carregada de esperança desesperada. - E se eu fugisse? Eu posso... sei lá, ir para a Rússia! Sumir do mapa! Eu preciso encontrar uma saída, Viola!
Viola arregalou os olhos, chocada.
- Você tá maluca, Paola? - sussurrou, olhando para a porta, como se alguém pudesse ouvir. - Se você fizer isso, o papai te mata... e me mata também!
Paola se aproximou, segurando as mãos da irmã com força.
- Pense bem, Viola... Se eu fugir, de qualquer forma, você vai acabar casando com o Enrico. O papai jamais quebraria a palavra dele. Ele ia precisar de uma solução rápida para manter o pacto com a família Genovese... e você é a escolha óbvia.
Viola hesitou, seu rosto dividido entre o medo e um brilho de desejo mal contido. Mas, no fundo, ela sabia o tamanho do perigo.
- Para de pensar essas coisas, Paola - murmurou, soltando-se com delicadeza. - Vamos deitar. A mamãe falou que a mãe e a irmã do seu noivo vêm aqui amanhã... para acertar os detalhes do casamento.
Paola sentou-se na cama, olhando para o vazio, o peito apertado. Cada batida do relógio parecia levá-la para mais perto de um destino que ela não queria - e agora, nem mesmo Viola parecia disposta a ajudá-la a escapar.
No silêncio do quarto, as duas irmãs se deitaram, mas só Paola permaneceu acordada, com os olhos fixos no teto e a mente fervilhando em planos de fuga.