Capítulo 4 Sim, aceito

Sofia sentiu que o ar estava ficando irrespirável. Seu coração batia forte, como se quisesse fugir do peito. A voz de Ramírez ecoava em sua cabeça como um veneno.

Ela fechou os olhos por um instante. Não via outra saída.

- Está bem... - murmurou, quase inaudível.

Ramírez inclinou a cabeça, como se esperasse ouvir aquelas palavras desde o começo.

- Perdão? - disse com um sorriso torto - Não te ouvi direito, Sofia.

Ela engoliu em seco e levantou o olhar, encarando-o diretamente.

- Aceito.

Sofia sentiu o ar ficar denso, como se o quarto encolhesse ao seu redor. Sua mente gritava para que ela corresse, que buscasse outra saída, mas seu corpo não respondia.

- Decisão sábia - sussurrou Ramírez, com um sorriso satisfeito.

Ele tirou o casaco calmamente e o deixou sobre a cadeira, como se estivesse em sua própria casa. Depois, avançou lentamente em direção a ela, sem desviar o olhar calculista.

Sofia sentiu um arrepio percorrer suas costas.

Quando ele levantou a mão para tocar sua bochecha, ela fechou os olhos com força, desejando não estar ali, desejando que tudo aquilo fosse um pesadelo do qual logo acordaria.

- Fique tranquila - murmurou ele num tom quase gentil - Se cooperar, isso será mais fácil para nós dois.

Sofia engoliu em seco, seu corpo rígido, enquanto ele deslizava os dedos pela sua pele. Sua mente queria bloquear aquilo, apagar aquele momento da memória, mas não podia.

Ramírez soltou uma leve risada.

- Gosto que você seja obediente - disse em um murmúrio, antes de se inclinar ainda mais para ela.

O som da respiração dele se misturava com a batida frenética do coração de Sofia. Já não havia volta.

Ramírez começou a deslizar os dedos pelo seu pescoço, suavemente, até chegar ao rosto. Sofia sentiu um formigamento na pele enquanto os lábios dele se aproximavam dos seus.

- Deixe-me te mostrar - sussurrou, antes de beijá-la suavemente.

Sofia tentou resistir, mas a suavidade dos lábios dele e o calor do seu hálito a desarmaram. Ela se deixou levar, sentindo seu corpo começar a reagir.

Ramírez aprofundou o beijo, suas mãos percorrendo as costas e os quadris dela. Sofia sentiu um ardor no ventre, uma necessidade que crescia a cada segundo.

- Quero sentir você - murmurou Ramírez, deslizando as mãos por baixo da blusa dela.

Sofia arfou ao sentir os dedos dele percorrerem sua pele nua. Ela se deixou levar pela onda de prazer que invadia seu corpo.

- Deixe-me te ver - disse ele, desabotoando a blusa e descobrindo seu corpo.

Sofia se sentiu exposta, vulnerável, mas também desejada. Ramírez a observava com desejo, seus olhos percorriam cada curva do corpo dela.

- Você é perfeita - sussurrou, antes de se inclinar para beijar seus seios.

Sofia gemeu, sentindo os lábios e a língua dele levá-la à beira do êxtase. Ramírez se movia lentamente, desfrutando cada momento, cada gemido que escapava dos seus lábios.

- Quero sentir você dentro de mim - murmurou Sofia, com a voz cheia de desejo.

Ramírez sorriu e se inclinou para beijá-la novamente.

- Então, deixe-me te preparar - disse, antes de deslizar as mãos para sua virilha.

Sofia estremeceu ao sentir os dedos dele acariciando seu clitóris, sua pele ardendo de desejo. Ramírez a beijava e acariciava, levando-a ao limite.

- Estou pronta - sussurrou Sofia, sentindo seu corpo se preparar para recebê-lo.

Ramírez se levantou e se despiu lentamente, mostrando seu corpo nu. Sofia o observava com desejo, sentindo seu corpo ansiar por ser possuído.

- Venha até mim - murmurou, estendendo uma mão para ela.

Sofia se aproximou e se deixou levar por ele, sentindo seu corpo se encaixar ao dele. Ramírez a beijava com paixão, suas mãos percorrendo cada centímetro da pele dela.

- Deixe-me te levar ao céu - sussurrou, antes de penetrá-la lentamente.

Sofia gemeu, sentindo seu corpo se adaptar ao dele. Ramírez se movia lentamente, aproveitando cada momento, cada gemido que escapava dos seus lábios.

- Droga... - sussurrou Sofia, sentindo seu corpo desejar mais.

Ramírez a penetrou mais profundamente, seu ritmo aumentando a cada movimento. Sofia estremeceu, sentindo seu corpo se encher de prazer.

- Rápido - murmurou, sua voz cheia de desejo.

Ramírez obedeceu, acelerando o ritmo até atingir um frenesi que os levou ao ápice do êxtase. Sofia arfava, sentindo seu corpo se preparar para explodir.

- Sim, me pega, sim... - gemeu, sua voz cheia de prazer.

Ramírez continuou se movendo, seus corpos unidos em uma dança de desejo e prazer. Sofia sentiu seu corpo se tensionar, seu clímax se aproximando a cada movimento.

- Oh, oh, ooooh - arfou, seu corpo estremecendo a cada investida.

- Vadia, mexa-se - ordenou Ramírez, sentindo seu corpo se preparar para o limite.

Finalmente, seus corpos explodiram em um orgasmo que os deixou sem fôlego. Sofia arfava, sentindo seu corpo relaxar, cheio de prazer.

- Foi incrível - sussurrou Ramírez, beijando sua testa.

Sofia sorriu, sentindo seu corpo ainda vibrar de prazer.

- Sim, foi - respondeu, sua voz cheia de satisfação.

Vou continuar a história explorando as consequências do que aconteceu, focando nos sentimentos de Sofia, a tensão na relação dela com Daniel e o dilema em que se encontra.

Ramírez se vestiu com calma, ajustando o nó da gravata em frente ao espelho do pequeno quarto. Sofia, ainda deitada, o observava em silêncio, sentindo seu corpo pesado.

- Por enquanto, você ganhou tempo - disse ele sem olhar para ela, com seu tom habitual de superioridade - Mas sabe que isso não termina aqui.

Sofia apertou o lençol entre os dedos, sentindo um nó se formar no estômago.

- Quanto tempo mais vai me dar?

Ramírez se virou para ela com um sorriso torto.

- Nos veremos na próxima semana. Você saberá o que fazer quando chegar o dia.

Ela baixou o olhar. Sabia desde o momento em que aceitou, mas ouvir aquilo de seus lábios fez a realidade bater ainda mais forte.

Ramírez pegou o casaco e se aproximou da porta. Antes de sair, inclinou-se e deu um beijo na testa dela, como se fosse uma despedida carinhosa.

- Até logo, Sofia.

A porta se fechou com um leve estalo, deixando um silêncio denso no quarto.

Sofia levou as mãos ao rosto, sentindo a respiração falhar. O peso do que havia feito a esmagava.

Ela ganhou tempo... mas a que custo?

Sofia ficou deitada na cama alguns minutos depois que Ramírez saiu. O silêncio da casa lhe parecia ensurdecedor. Ela se disse que não sentia nada, que tudo havia sido uma obrigação, mas seu próprio corpo a traía. Havia algo nela que parecia diferente, e isso a aterrorizava.

Sacudiu a cabeça, tentando afastar esses pensamentos. Levantou-se rapidamente e foi ao banheiro. Abriu a torneira do chuveiro e deixou a água quente correr sobre sua pele, como se pudesse apagar o que havia acontecido. Esfregou-se com força, certificando-se de eliminar qualquer vestígio dele, qualquer cheiro que pudesse denunciá-la.

Quando terminou, envolveu o corpo numa toalha e saiu para o quarto. Aproximou-se da cama e arrancou os lençóis com mãos trêmulas. Não podia permitir que Daniel sentisse algo estranho, não podia dar motivos para suspeitar. Colocou os lençóis na máquina de lavar e colocou um jogo limpo, certificando-se de que tudo parecesse normal.

Mas nada era normal.

Vestiu roupas confortáveis e sentou-se na beira da cama, olhando para o chão. O peso da decisão a esmagava, mas ao mesmo tempo, havia uma inquietação dentro dela que não queria reconhecer.

Quando a porta da casa se abriu e ela ouviu os passos de Daniel, forçou-se a respirar fundo.

Devia agir naturalmente.

Daniel entrou, com expressão cansada e os ombros caídos.

- Como foi seu dia? - perguntou Sofia com a voz mais tranquila que pôde.

Daniel suspirou e se jogou no sofá.

- Ruim. Não encontrei solução alguma. Não sei o que faremos.

Sofia sentiu um nó na garganta.

Ela sabia o que tinham feito... e o que teria que continuar fazendo.

Os dias passaram com uma lentidão insuportável. Sofia tentava agir normalmente enquanto ajudava Daniel a preparar a mala, ouvia seus planos e fingia estar animada com a oportunidade que haviam lhe dado.

Mas por dentro, sentia um abismo se abrir sob seus pés.

Na manhã em que Daniel partiu, despediu-se dela com um beijo na testa.

- Vou sentir sua falta - disse com um sorriso cansado - Mas é pelo nosso bem. Vou te ligar todo dia.

Sofia assentiu, incapaz de dizer algo sem que a voz a denunciasse.

O viu subir no táxi e se afastar pela rua até o veículo desaparecer na distância. Só quando ficou completamente sozinha, soltou o ar que vinha segurando.

Não demorou para que seu celular vibrasse.

Ramírez: Estou a caminho.

A mensagem foi suficiente para fazê-la se sentir presa.

Não tinha opção.

Não havia escapatória.

Mas, será que era mesmo assim?

Uma ideia cruzou sua mente, algo que até então não tinha considerado: e se encontrasse outra saída? E se parasse de fugir e enfrentasse a situação de outra forma?

Mas antes que pudesse pensar nisso, o som de um carro estacionando na frente da casa a tirou de seus pensamentos.

Ramírez havia chegado.

            
            

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