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Sob o mesmo contrato amor em cláusulas

anapalhano(aninha)
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Capítulo 1 O Encontro Inesperado

Capítulo 1: O Encontro Inesperado

O céu de São Paulo estava encoberto por nuvens pesadas naquela tarde de outono, e a garoa fina tornava as ruas ainda mais cinzentas. Helena caminhava apressada pela Avenida Paulista, com o casaco marrom apertado ao corpo e os olhos fixos no chão, evitando os olhares apressados que cruzavam com os seus.

Naquele dia, tudo parecia estar fora do lugar. O estágio na pequena agência de design havia acabado subitamente após um corte de custos, e a conta bancária estava no limite. A cidade parecia esmagá-la com sua pressa, suas buzinas e sua indiferença.

Foi então que o destino, caprichoso e silencioso, decidiu agir.

Ao virar uma esquina movimentada, Helena esbarrou violentamente em alguém. Seu corpo frágil perdeu o equilíbrio e só não caiu porque duas mãos firmes seguraram seus braços, impedindo o tombo.

- Me desculpe... - ela começou, confusa, ao erguer os olhos.

E então parou.

À sua frente, estava um homem alto, de traços impecavelmente fortes, pele levemente bronzeada e olhos tão intensos que pareciam atravessar sua alma. O cabelo escuro, perfeitamente penteado para trás, dava-lhe um ar de elegância fria. Vestia um terno preto impecável, ajustado como se fosse parte dele.

- A culpa foi minha - respondeu ele, a voz grave e controlada.

Helena engoliu em seco. Nunca vira alguém assim... quase irreal de tão perfeito. Por um segundo, esqueceu até da garoa fria que encharcava seu casaco.

- Você está bem? - ele perguntou, ainda segurando seus braços, como se hesitasse em soltá-la.

- Estou... estou, sim - respondeu, afastando-se um pouco, sentindo as bochechas queimarem, mesmo com o frio.

Ele a observou por um segundo a mais, os olhos escuros percorrendo seu rosto, seus cabelos castanhos longos, agora um pouco molhados, e o jeito determinado, embora frágil, com que segurava a bolsa.

- Helena... - ela se apresentou, quase sem perceber, como se a necessidade de se conectar com aquele estranho fosse maior do que o bom senso.

Ele sorriu de lado, um sorriso discreto e enigmático.

- Leonardo - disse apenas, antes de olhar para o relógio de pulso e dar um passo para trás. - Foi um prazer, Helena...

E então se virou, desaparecendo entre a multidão apressada, deixando para trás apenas o perfume amadeirado que pairou no ar como um convite não feito.

Helena permaneceu parada por alguns segundos, com o coração acelerado e a estranha sensação de que aquele encontro não fora um mero acaso, mas o prenúncio de algo que mudaria sua vida para sempre.

Mal sabia ela que aquele homem... seria o seu marido em poucos dias.

E não por escolha... mas por um contrato.

            
            

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